quarta-feira, 11 de junho de 2014

TENHA JESUS CRISTO EM SEU CORAÇÃO


Tenha Jesus Cristo em seu coração e todas as cruzes do mundo parecerão rosas.” Pe. Pio

SÃO BARNABÉ

Barnabé, que significa "filho da consolação", não fez parte dos primeiros doze Apóstolos escolhidos por Jesus, mas acompanhou os Apóstolos naqueles primeiros dias. Vendeu um campo de plantações que possuía para doar seu dinheiro aos Apóstolos. Era um homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé. Ele era da tribo de Levi. Estudou com mestre Gamaliel, de quem aprendeu a firmeza de caráter, as ciências e as virtudes. Tinha o seu maravilhoso dom de acalmar e de consolar os aflitos. Foi pelas mãos de Barnabé que Paulo de Tarso ingressou nos círculos judaico-cristãos. Barnabé também o acompanhou em sua primeira viagem apostólica e foram parceiros na grande obra de conversão realizada em Antioquia, onde estabeleceram e firmaram a primeira comunidade denominada de cristã. Barnabé estava em Chipre quando foi apedrejado no ano 61. Outra tradição diz que Barnabé teria sido consagrado o primeiro Bispo de Milão, cidade que o tem como seu padroeiro até hoje.

Reflexão: Barnabé apresenta-se como Apóstolo cheio de fé e do Espírito Santo, sempre disposto à luta contra as dificuldades que se lhe opunham. A vida foi-lhe continuado martírio, razão por que os Apóstolos afirmavam que ele sacrificara a vida por amor do nome de Jesus Cristo. Que nós possamos assumir com fidelidade e paciência os desafios que a vida de fé nos coloca a cada dia.

Oração: Santo Apóstolo, Barnabé, volvei o vosso olhar a nós e a todos os apóstolos da Igreja, para que servindo ao Evangelho, possam encontrar a fortaleza necessária para nunca se desanimar. Olhai para as pedras que se encontram em nosso caminho: que ela nos levem à santidade, aceitando-as nos sofrimentos, com brandura e paciência. Por Cristo Nosso Senhor. Amém

COMO FAZER UMA BOA CONFISSÃO ?


Na luta contra o pecado, uma das grandes armas de auxílio do cristão é o sacramento da Penitência. Quando, por infelicidade, o homem cai no abismo do pecado, é por meio da Confissão que ele se reconcilia com a Igreja; é através da acusação aos sacerdotes, "embaixadores em nome de Cristo", que ele recupera a graça de Deus.
Para colher os frutos deste sacramento, além do simples perdão dos pecados, é necessária a colaboração do homem. Os sacramentos, enquanto instrumentos de Deus para aplicar os méritos de Cristo, aumentam a graça de forma infalível (ex opere operato), mas, na prática, o seu efeito santificador é proporcional às disposições interiores da alma (ex opere operantis). Se uma pessoa que se confessa quotidianamente não consegue notar nenhum progresso na vida espiritual ou nenhum sinal de que está trilhando a senda da santificação, isto pode acontecer não por causa da ajuda divina, mas pela imperfeição de suas próprias disposições.
Assim como o sol é um só, mas atua diferentemente quando seus raios caem no metal ou no barro, a graça de Deus também atua sobre todos aqueles que a pedem, mas alguns, abrindo-se mais à Sua ação, se santificam mais que outros. O calor que o sol provoca é diferente não por um defeito seu, mas justamente porque age sobre materiais diferentes. Na eficácia do sacramento o homem não influi como causa, mas como recipiente.
Quanto às disposições interiores do penitente, elas dividem-se em habituais e atuais.
As primeiras resumem-se, de modo prático, às três virtudes teologais. Quem quer que se achegue ao tribunal da Confissão deve aproximar-se dele com espírito de fé, afinal, embora vá acusar seus pecados a um homem, pecador como ele, quem age na absolvição dos pecados e aconselha o penitente é o próprio Cristo. "Só Deus perdoa os pecados", indica o Catecismo da Igreja Católica. No entanto, "em virtude de sua autoridade divina, [Ele] transmite esse poder aos homens para que o exerçam em seu nome". Ao entrar no confessionário para ouvir os fiéis, também os sacerdotes deveriam tomar consciência da dignidade deste "ministério da reconciliação" exercido por ele in persona Christi.
O penitente deve ainda se aproximar deste sacramento com a máxima confiança (esperança) de ser perdoado – contanto que esteja verdadeiramente arrependido de suas faltas – e com amor de Deus, sem o qual ele não pode se desapegar de seus pecados, por leves que sejam.
As disposições atuais para receber este sacramento são aquelas necessárias ao penitente à hora da acusação. O que é necessário para se confessar – e se confessar bem? O padre Antonio Royo Marín escreve:
"Em primeiro lugar, acercar-nos-emos do tribunal da penitência em cada ocasião como se aquela fosse a última confissão de nossa vida, como preparação imediata para o viático e o juízo de Deus. Deve-se combater com energia o espírito de rotina, não se confessando por mero costume de fazê-lo a cada tantos dias, mas empregando o máximo empenho em conseguir, com a graça de Deus, uma verdadeira conversão e renovação de nossa alma."
A primeira das disposições atuais tratadas pelo padre Royo Marín em sua obra é o exame de consciência. Quem está habituado a realizar esta prática todos os dias, não sentirá muitas dificuldades em examinar-se antes da confissão, já que terá sempre diante de si as faltas cometidas, prontas a serem contadas ao sacerdote. À hora do exame, é importante não desculpar os próprios defeitos, tentando atribuir a causa dos pecados a fatores externos, nem inventar pecados que sequer foram cometidos – prática comum de almas escrupulosas. Ao mesmo tempo, quanto às faltas veniais, não se deve perder tempo com detalhes, mas, sim, procurar a raiz dos problemas, a fim de que o confessor não apenas perdoe os pecados, mas indique os remédios para a cura da doença espiritual que a pessoa apresente.
Sem a contrição de coração o sacramento da Confissão sequer é válido. Santo Tomás escreve que "a matéria próxima deste sacramento são os atos do penitente, que têm, por sua vez, como matéria os pecados arrependidos e confessados e pelos quais cumpre uma satisfação. Daí se segue que a matéria remota da penitência são os pecados, não enquanto desejados na intenção, mas enquanto devem ser detestados e destruídos". Ora, sem "detestar" os pecados cometidos, não há matéria para este sacramento. Quem se aproxima do tribunal da Penitência sem arrependimento, por mais que receba a absolvição, não é perdoado.
O motivo pelo qual o pecador se arrepende também é importante: não pode ser por qualquer coisa natural – por uma doença física ou pela vergonha diante dos homens, por exemplo –, mas por uma aflição de origem sobrenatural: o indivíduo arrepende-se ou porque perdeu o Céu e mereceu as penas eternas do inferno (atrição) ou porque, tomando consciência do grande amor com que foi amado, foi ingrato e perdeu Deus, o sumo Bem (contrição perfeita).
Tanto a atrição quanto a contrição perfeita são válidas como arrependimento, mas quem quer que deseje trilhar o caminho da santidade não deve se contentar com a senda do temor.
"Nada, pois, há de procurar com tanto empenho a alma que queira santificar-se como esta intensidade de contrição nascida do amor de Deus, da consideração de sua infinita bondade e misericórdia, do amor e dos sofrimentos de Cristo, da monstruosa ingratidão do pecador para com um Pai tão bom, que nos tem enchido de incompreensíveis benefícios etc. Mas, bem persuadida de que esta graça da perfeita e intensa contrição é um dom de Deus que só se pode impetrar por meio da oração, humilhar-se-á profundamente diante da divina Majestade, implorando-a com insistência, por intercessão de Maria, mediadora de todas as graças."
As pessoas tendem a confundir esta contrição perfeita com um sentimento, com uma expressão física de comoção ou de dor, mas isto é um aspecto meramente acidental do arrependimento. "Não é necessário manifestar exteriormente a contrição interna por meio de suspiros, lágrimas, etc.: tudo isto pode ser sinal de contrição, não é, porém, sua essência. A essência da contrição está na alma, na vontade, em afastar-se deveras do pecado e converter-se para Deus". Assim, só Deus, que perscruta o coração dos homens, é capaz de ver a verdadeira contrição.
Tal é a importância dessa disposição interior que o Doutor Angélico adverte ser tanto maior a graça que se alcança após a absolvição quanto mais intensa for a contrição forjada pelo penitente. "A intensidade do arrependimento do penitente é, às vezes, proporcionado a uma maior graça que aquela da qual caiu pelo pecado; às vezes, a igual; e, às vezes, a menor. E pela mesma razão o penitente se levanta às vezes com maior graça do que tinha antes; às vezes, com igual; e, às vezes, com menor", escreve. Por isso, diz o Pe. Royo Marín, "é (...) de grande importância procurar a máxima intensidade possível no arrependimento e na contrição para lograr recuperar o mesmo grau de graça ou quiçá um maior do que o que se possuía antes do pecado".
Também não é possível obter o perdão dos pecados sem o propósito firme. Mais do que tornar ineficaz a recepção do sacramento, a sua falta acaba por invalidar a absolvição. Afinal, se a pessoa se acusa ao sacerdote mas não está disposta a renunciar ao pecado, deixando de cometê-lo, qual o sentido de seu arrependimento? O padre Royo Marín alerta ainda que, além de um "propósito geral de não voltar a pecar", é preciso que o penitente tome "uma resolução clara, concreta, enérgica, de empregar os meios para evitar tal ou qual falta ou se adiantar na prática de uma determinada virtude".
Considera-se, enfim, a confissão vocal. Santo Tomás resume, em alguns versos, quais devem ser as qualidades da boa acusação: Sit simplex, humilis confessio, pura, fidelis, atque vera, frequens, nuda, discreta, libens, verecunda, integra, secreta, lacrimabilis, accelerata, fortis et accusans, et sit parere parata. – Seja simples, humilde a confissão, pura, fiel, frequente, clara, discreta, voluntária, verecunda, íntegra, secreta, lacrimosa, pronta, forte, acusadora e disposta a obedecer. Destas dezesseis qualidades, destaque-se os termos "humilde" – pois o penitente deve colocar-se diante de Deus como quem não está merecendo nada –, "íntegra" – pois os pecados mortais devem ser confessados integralmente e na maior precisão numérica possível – e "frequente" – pois, sendo um meio eficacíssimo de santificação, deve ser procurado continuamente, assim como o procuraram os grandes santos.
Por fim, chega-se à satisfação sacramental. Embora as faltas do penitente sejam plenamente perdoadas já na acusação contrita, restam a pena temporal devida pelo pecado e a enfermidade que deve ser remediada pelo confessor. É neste departamento que cabem as exortações à terapia das doenças espirituais. É importante que o fiel cumpra atentamente e o mais depressa possível a penitência imposta pelo sacerdote, já que, diz o Doutor Angélico, "nela opera o poder das chaves, de sorte que tem mais valor para expiar o pecado que se o homem realizasse a mesma obra por seu próprio arbítrio".
Pe. Paulo Ricardo

MARIA MÃE ANIMADA PELO ESPÍRITO SANTO

“O Espírito que já habitava em Maria, tendo realizado nela maravilhas de graça, agora desce de novo ao seu coração, comunicando dons e carismas necessários para o exercício da sua maternidade espiritual. Maria continua a exercer na Igreja a maternidade que lhe foi confiada por Cristo. Nesta missão materna, a humilde escrava do Senhor não se põe em concorrência com o papel do Espírito Santo; ao contrário, ela é chamada pelo mesmo Espírito a cooperar com Ele de modo materno. Ele desperta continuamente na memória da Igreja as palavras de Jesus ao discípulo predileto: «Eis aí a tua mãe», e convida os crentes a amarem Maria como Cristo a amou. Todo o aprofundamento do vínculo com Maria permite ao Espírito uma ação mais fecunda para a vida da Igreja”, São João Paulo II

O SILÊNCIO DE MARIA DEPOIS DE PENTECOSTES

O intrigante silêncio da Virgem Maria depois do Pentecostes e a missão da Mãe de Jesus na Igreja
Depois do Pentecostes, o silêncio da Santíssima Virgem Maria é, a princípio, quase incompreensível, pois a Mãe de Jesus esteve presente, nos atestam a Palavra de Deus e a Tradição, nos três momentos constitutivos do mistério de Cristo e da Igreja: a Encarnação no Verbo, o Mistério Pascal e o Pentecostes. No Cenáculo, Nossa Senhora está presente juntamente com algumas mulheres, mas, num plano superior, não somente em relação a elas, mas também aos apóstolos. A Virgem Maria está presente como “Mãe de Jesus”! Isso significa que “o Espírito Santo, que está por vir, é ‘o Espírito do seu Filho’! Entre ela e o Paráclito há uma ligação objetiva e indestrutível, que é o próprio Jesus que juntos geraram”. No Calvário, Maria está aos pés da cruz de Jesus como Mãe da Igreja; no Cenáculo, ela se mostra como madrinha: “uma batizada pelo Espírito que, agora, apresenta a Igreja para o batismo do Espírito. Se os batizados são adultos, a madrinha assiste-os na preparação; é o que Maria fez com os apóstolos e faz conosco”. Mas, depois do Pentecostes, quando os apóstolos e os discípulos de Jesus foram batizados pelo Espírito Santo, a Mãe de Cristo desaparece, no mais profundo silêncio.Como entender esse silêncio de Maria na Palavra de Deus depois do Pentecostes?
Para entender o silêncio de Nossa Senhora não podemos partir da Palavra de Deus, pois não há nenhuma fonte escrita que nos dê informações a respeito dela. Porém, por indução, a partir dos frutos e das realizações que a Palavra produziu na Igreja, podemos extrair da experiência dos santos algo que diz respeito à vida interior da Mãe da Igreja, pois há leis e elementos constantes no campo da vida espiritual e da santidade dela. Por isso, a partir da experiência dos santos e das santas, que deixaram suas famílias, seus trabalhos e seus bens para se dedicarem inteiramente a Deus, numa vida silenciosa e escondida, podemos compreender melhor o silêncio de Maria depois do Pentecostes, que marca o início da missão da Igreja.
Para entender o silêncio de Nossa Senhora não podemos partir da Palavra de Deus, pois não há nenhuma fonte escrita que nos dê informações a respeito dela. Porém, por indução, a partir dos frutos e das realizações que a Palavra produziu na Igreja, podemos extrair da experiência dos santos algo que diz respeito à vida interior da Mãe da Igreja, pois há leis e elementos constantes no campo da vida espiritual e da santidade dela. Por isso, a partir da experiência dos santos e das santas, que deixaram suas famílias, seus trabalhos e seus bens para se dedicarem inteiramente a Deus, numa vida silenciosa e escondida, podemos compreender melhor o silêncio de Maria depois do Pentecostes, que marca o início da missão da Igreja.
A Virgem Maria “foi a primeira monja da Igreja. Depois de Pentecostes, é como se ela tivesse entrado para uma clausura”. A vida de Nossa Senhora, agora, “está escondida com Cristo em Deus”. Da mesma forma que na vida dos santos, o silêncio de Maria é o argumento mais seguro e eloquente de todos. “Maria inaugurou, na Igreja, aquela segunda alma ou vocação, que é a alma escondida e orante, ao lado da alma apostólica e ativa”. Os apóstolos, depois de receber o Espírito Santo, vão logo às praças para pregar, fundam e dirigem igrejas, enfrentam processos1 e convocam um Concílio. Mas a respeito de Maria nada se fala, pois ela permanece unida em oração com as mulheres no Cenáculo. Dessa forma, o silêncio dela nos mostra que, na Igreja, o serviço na construção do Reino dos Céus não é tudo, são indispensáveis as almas orantes que o sustentam.
Nossa Senhora é o “protótipo e o modelo acabado” da Igreja. A Mãe de Deus é imagem da Igreja “enquanto arquétipo, isto é, enquanto ‘ideia’ realizada de forma perfeita e inigualável”1. Para compreender esse carisma de Maria, voltemo-nos à experiência de Santa Teresinha do Menino Jesus, na descoberta de sua vocação na Igreja. Depois de ler a descrição dos carismas feita por São Paulo, Teresinha “teria desejado ser apóstolo, sacerdote, mártir… […] Esses desejos tinham-se tornado para ela um verdadeiro martírio, até que, um dia, eis a descoberta: o Corpo de Cristo tem um coração que move todos os membros e sem o qual tudo pararia. E no auge da alegria, exclamou: ‘No coração da Igreja, minha Mãe, eu serei o amor e assim serei tudo!’” Naque dia, Santa Teresinha descobriu a vocação de Maria: ser, na Igreja, o coração que ama, o coração que ninguém vê, mas que tudo move; sem ele, todo o seu corpo pararia.
Assim, a presença da Virgem Maria na Igreja foi, e continua sendo, presença orante e silenciosa, escondida aos olhos dos homens. Essa é a vocação dos religiosos e religiosas, que também diz respeito à vocação dos leigos e leigas na Igreja. Essa vocação ao silêncio, ao escondimento e à oração foi revelada a Santa Faustina, em um momento de oração, pela própria Mãe de Jesus:“Vossa vida deve ser semelhante a minha: silenciosa e oculta, continuamente unida a Deus, em súplica pela humanidade e a preparar o mundo para a segunda vinda de Deus”. Acolhamos essas palavras de Nossa Senhora e procuremos vivê-la com uma vida silenciosa e oculta, continuamente unida a Deus, em oração suplicante pela salvação da humanidade, preparando o mundo para a segunda vinda de Jesus Cristo. Essa é a vocação de Maria e a nossa vocação, a vocação da Igreja: no silêncio, no escondimento e na oração, ser o coração que ama e que tudo move, para preparar um povo bem disposto para a vinda de Cristo e para o Reino dos Céus. Nossa Senhora, Mãe da Igreja, rogai por nós!

Natalino Ueda

OS ENGANOS E AVAREZA

Certa vez o Papa João Paulo II disse que o pecado original tirou os nossos olhos de Deus e os voltou para as criaturas. Isto é, deixamos de buscar em Deus toda a nossa felicidade para busca-la nas criaturas. Mas, essas, porque estão abaixo de nós, não podem satisfazer a nossa sede de felicidade; somente Aquele que está acima de nós.
Toda a luta espiritual consiste nisso: voltar os olhos para Deus. Santo Agostinho dizia: “Não andes averiguando quanto tens, mas o que tu és”. Esse é o caminho de começo da volta. Temos a experiência de que nada é suficiente para quem não põe limite em seus caprichos. Quanto mais temos mais queremos; a sede é insaciável. Quem não se controla diante daquilo que é lícito, acaba sucumbindo naquilo que é ilícito.

Um velho professor nos dizia que ser rico não é ter muito, mas precisar de pouco. Se aprendemos a nos contentar com aquilo que é suficiente para vivermos, veremos que de pouco necessitamos.  Santo Agostinho disse que o rico enche a bolsa de moedas e a alma de preocupações. Ele dizia que o homem fica acabrunhado sob o fardo da avareza;  transpira ao peso de sua carga, arfa e padece fome. Trabalha como louco para afinal, tornar seu fardo mais pesado.
Por outro lado, não devemos abraçar a pobreza por amor à pobreza; pois isso é miséria. Devemos abraçar a pobreza por amor de nossa liberdade. Tudo que excede o necessário oprime e não eleva, pesa e não honra.
Santa Catarina disse no “Diálogo” que o cristão que possui bens, deve fazê-lo na humildade, sem orgulho, como coisa emprestada, não própria. Deus nos dá os bens para o uso. Não é pecado ter bens. Todas as coisas são boas e foram feitas por Deus para a utilidade dos homens. O errado e que faz sofrer é o apego.
O grande Doutor São Bernardo, ensina que “o avarento está sempre faminto como um mendigo, nunca chega a ficar satisfeito com os bens que deseja. O pobre, como senhor de tudo, os despreza, pois não deseja nada”.
De fato não é fácil viver de acordo com esses pensamentos; mas é o caminho da volta dos olhos para Deus. Peçamos a sua graça; pois Santo Agostinho disse que “aquilo que pode parecer impossível à nossa natureza, é possível à graça de Deus”. Com ela, e disposição, voltaremos os olhos novamente para Deus. E seremos felizes!
Prof. Felipe Aquino

NINGUÉM É FEITO PARA SOLIDÃO

A vida se torna pesada quando o coração está vazio de Deus. O vazio pode ser considerado leveza, mas, quando longe de Deus, é um fardo. Na Palavra de hoje, vemos a agonia de Jesus antes de viver a Sua Paixão. Cristo orou diante das tentações, e nos aconselha a fazer o mesmo quando estivermos passando também por esses momentos. Jesus, de joelhos, clamou a Deus que afastasse d’Ele o cálice, sendo este um dos momentos mais difíceis que Ele passou.

Quando o coração de Jesus ficou triste, deprimido e angustiado, Ele orou a Deus. Pensamos que Jesus, por ser Filho de Deus, não passaria sofrimento nenhum, mas Ele se fez Homem e, vivendo essa humanidade, dentro d’Ele gritou o 'não' à cruz e Ele clamou ao Pai.

Mesmo com o coração magoado e deprimido, Jesus aceitou a vontade do Senhor. Na hora da angústia, Deus ouviu o clamor de Seu Filho e enviou um anjo do céu para confortá-Lo. Diante do sofrimento e da angústia, Jesus precisou do auxílio de um anjo para reerguer-Se e ter forças para continuar. Em um determinado ponto de nossa vida, vamos precisar de ajuda, pois não há como trilharmos nossos caminhos sozinhos.

Precisamos, na nossa caminhada, de pessoas que nos acompanhem, que nos sustentem e nos apoiem na hora da fraqueza. A própria Palavra nos ensina que precisamos de alguém para nos ajudar. O mais interessante é que Jesus pediu ao Pai que afastasse d’Ele o cálice, mas Deus Lhe mandou o anjo. Isso também acontece conosco. Pedimos que o Senhor retire de nós a dor, a humilhação, os sofrimentos, porém Ele nos dá a força necessária para suportamos nossos problemas.

Deus mandou o anjo para consolar Jesus, porque Seus amigos estavam dormindo. Há momentos em que parece que todos os nossos amigos estão dormindo, e não veem os nossos problemas. Assim como os apóstolos, muitos não conseguem vigiar e caem num sono de profunda tristeza.

Quando estamos tristes, tentamos esconder nossas tristezas, mas Jesus nos ensina a expô-las aos nossos amigos. O consolo humano, no entanto, pode não suprir a nossa tristeza. Nessa hora, só Deus é a nossa força. Na hora do abatimento, trancamo-nos em nossa casa, isolamo-nos do mundo. Na verdade, o que precisamos fazer é exatamente o contrário, ou seja, temos de ficar próximos das pessoas.

Precisamos ter, em nossa vida, alguém com quem desabafar. Pode ser que, no passado, você tenha sofrido por confiar em alguém, mas você cresceu, amadureceu e sabe distinguir entre um bom e mau relacionamento, sabe quem escolher para abrir seu coração.

Se você não confia em ninguém para conversar, vá até um sacerdote e confesse, abra seu coração para ele, fale de suas angústias e de seus sofrimentos. Quando confessamos, existe sigilo entre a pessoa e o sacerdote. Quer alguém em que possa confiar? Reze e peça para Deus lhe mostrar quem será a pessoa que o ajudará com seus sofrimentos, com suas dores, que trará conforto à sua alma pelos simples fato de o ouvir.

Por que é importante desabafar? Porque 70% do nosso sofrimento vai embora quando falamos. Quando encontramos alguém que entende a complexidade dos nossos sofrimentos, encontramos conforto para o nosso coração. A tristeza e a depressão pode nos levar a não confiar nas pessoas, mas, no instante em que nos isolamos, agravamos ainda mais essa situação.

O isolamento é a pior opção para quem está triste. Quando você estiver triste e pedir a Deus que o livre do seu sofrer, lembre-se de que Jesus, ao ser ouvido por Deus, não lhe foi retirado o sofrimento, mas sim enviado um anjo para consolá-Lo. Deus disfarçou de amigos os anjos na sua vida.

Assim como Jesus, precisamos de momentos de intimidade com Deus e não de solidão. Não fomos criados para estar só, mas juntos, porque precisamos uns dos outros. Se está difícil sozinho, procure por alguém que seja de Deus.

Nesta manhã, pode ser que você não tenha nem forças para se levantar; então, recorra a Deus. Ele nos diz que precisamos de amigos. O Espírito Santo é o nosso grande amigo, por isso clamamos que Ele venha em nosso auxílio e revigore as nossas forças.

Márcio Mendes
Membro da Comunidade Canção Nova.

A GRAÇA DE PENTECOSTES



O "batismo no Espírito Santo" é experiência concreta da "graça de Pentecostes" na qual a ação do Espírito Santo torna-se realidade experimentada na vida do indivíduo e da comunidade de fé.
A experiência do "batismo no Espírito Santo" é a "percepção" incontestável e às vezes avassaladora da amorosa proximidade de Deus proclamada na mensagem da Igreja e encontrada no ato individual de fé. 
É um limiar de vida espiritual que atravessamos, trazendo confiança no Pai e o desejo de estar aberto ao ensinamento do Espírito Santo.
Aprofunda constantemente nossa fé, desse modo confirmando nosso conhecimento de "realidades que não se vêem" (Hb 11,1) e tornando possível a percepção da presença efetiva de Deus.
Essa percepção experiencial revela Deus em Seu cuidado amoroso e paternal. Essa revelação de Deus atrai, abre novas categorias de pensamento, revela novos propósitos e desejos, esclarece a importância da Vontade divina, bem como da pecaminosidade humana e da necessidade de arrependimento.
Essa experiência assemelha-se à de S. João da Cruz, quando ele afirma:
"Não chegará à perfeita compreensão disso, penso eu, quem não o houver experimentado.
Só a alma que o experimenta, vendo que lhe fica por entender aquilo que tão altamente sente, chama-lhe 'um não sei o quê'.
E, se o não compreende, muito menos o sabe dizer, embora, como explicamos, bem o saiba sentir".
Com freqüência acompanhada do dom das línguas ("glossolalia") (cf. 1Cor 14), essa experiência é, às vezes, também acompanhada de lágrimas.
É experiência que não exclui as emoções humanas na descoberta da bondade e da misericórdia divinas.
É experiência espiritual de sede, que encontra satisfação na única fonte interior verdadeira, um rio imenso que jorra pacificamente no qual podemos submergir (cf. Jo 7,37s).
Para muitos participantes da Renovação, esses e outros efeitos empíricos do dom do Espírito Santo podem ser especificamente datados.
Ligam-se a um acontecimento experimentado como intervenção intelectual e emocionalmente localizada.
O "derramamento do Espírito Santo", é introdução decisiva a uma renovada percepção e a um novo entendimento da presença e da ação de Deus na vida pessoal e no mundo.
É, em suma, a redescoberta experiencial, na fé, de que Jesus é Senhor pelo poder do Espírito para a glória do Pai.
Enraizado na graça batismal, o "batismo no Espírito" é essencialmente a experiência da renovada comunhão com as Pessoas divinas.
É abertura e manifestação da vida trinitária nos que foram batizados

BATIZADOS NO ESPÍRITO SANTO PARA OS FINAIS DOS TEMPOS

Precisamos viver este dia com a lembrança e a consciência de que a Palavra que lemos é viva e não é um conto de fadas. Essa Palavra nos fere, nos atinge, pois quando a lemos, com fé, ela tem o poder de nos modificar. 

Leiamos com fé: “Chegando o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um ruído, como se soprasse um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. Apareceu-lhes então uma espécie de línguas de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar em línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem. Achavam-se então em Jerusalém judeus piedosos de todas as nações que há debaixo do céu. Ouvindo aquele ruído, reuniu-se muita gente e maravilhava-se de que cada um os ouvia falar na sua própria língua” (Atos dos Apóstolos 2, 2-6). 

A Palavra do Senhor escutada e lida, com fé, traz uma eficácia própria. Eles precisavam ir para Jerusalém e esperar o cumprimento da promessa do Pai, que era justamente o derramamento do Espírito Santo. E o que é o batismo do Espírito Santo? É o derramar de Deus, que nos dá coragem para testemunhar que Ele caminha conosco e nos protege. Ele traz sabor às coisas de Deus, à Eucaristia, à nossa confissão. Provoca em nós o temor a Deus, que não nos deixa ficar no pecado. Deus fala conosco por meio da Sua Palavra. 

Por intermédio do Espírito vemos, no irmão, a beleza da criação de Deus. A nossa alma tem sede de Deus; precisamos do Espírito para nos manter cristãos e não aceitarmos a mentalidade deste mundo. Esse mesmo Espírito suscita nosso ministério para a música, intercessão, pregação da Palavra é para isso que Ele serve. Mas não é só para hoje, devemos pedir o Espírito Santo todos os dias, em qualquer momento. Inclusive nos momentos de aridez espiritual em que precisamos provar que somos de Deus "na raça" porque não o sentimos.
O Espírito Santo nos prepara para os fins dos tempos, para não termos medo de enfrentar o combate e sair dele vencedores. Esse mesmo Espírito Santo nos ensina a caminhar nas tribulações como vencedores, para isso somos batizados n'Ele. 

“Mas o que perseverar até o fim será salvo” (Marcos 13,13). Foi para isso que Deus derramou sobre nós o Seu Espírito Santo. A promessa está se cumprindo. Deus está usando de paciência conosco para não nos perdermos. 

“Cristo afirmou, antes da sua ascensão, que ainda não era a hora do estabelecimento glorioso do Reino messiânico esperado por Israel, o qual devia trazer a todos os homens, segundo os profetas, a ordem definitiva da justiça, do amor e da paz. O tempo presente é, segundo o Senhor, o tempo do Espírito e do testemunho mas é também um tempo ainda marcado pela desolação e pela provação do mal, que não poupa a Igreja e inaugura os combates dos últimos dias. É um tempo de espera e de vigília.”(Catecismo da Igreja Católica, n. 672)

O tempo em que vivemos é um tempo de espera e vigia porque vivemos os tempos finais. O inimigo de Deus não quer que evangelizemos, ele se levanta, se opõe e tenta nos atingir de diversas formas, colocando orgulho, frieza, desânimo e orgulho espiritual em nós e tentando nos afastar de Deus. 

A ação do Espírito é como uma bomba atômica, em contato com o urânio as pessoas se contaminam. Ser carismático é assim, ter os mesmos efeitos de uma bomba, mesmo em silêncio deixar-se “contaminar” pelo Espírito Santo. Estamos nos fins dos tempos, precisamos viver essa vida carismática e contagiar mais almas para Deus. 

Você é escolhido por graça de Deus e misericórdia para testemunhar a graça de Deus.“Neste dia, revelou-se plenamente a Santíssima Trindade. A partir deste dia, o Reino anunciado por Cristo abre-se aos que n'Ele crêem. Na humildade da carne e na fé, eles participam já na comunhão da Santíssima Trindade. Pela sua vinda, que não cessará jamais, o Espírito Santo faz entrar no mundo nos últimos tempos, no tempo da Igreja, no Reino já herdado mas ainda não consumado: Nós vimos a verdadeira Luz, recebemos o Espírito celeste, encontrámos a verdadeira fé: adoramos a Trindade indivisível, porque foi Ela que nos salvou”. (Catecismo da Igreja Católica, n. 732).

A vinda do Espírito Santo não cessará jamais, é promessa de Deus, na doutrina da Igreja. 
Como são belos os pés do mensageiro que anuncia o Senhor! É tempo de tomarmos consciência de que estamos nos últimos dias e vivermos como apóstolos dos últimos tempos e dos últimos dias, não por merecimento, mas por graça. Lembremos o que o Papa Francisco disse no encontro da Renovação Carismática Católica quando nos pediu que partilhemos os dons do Espírito Santo. Devemos nos deixar usar por Deus, precisamos ser usados por Ele. Devemos ter essa aliança com o Espírito Santo, sermos um com Ele, ter uma só alma com o Espírito Santo. Assim como a Virgem Maria que dizia “shalom” e todos eram batizados no Espírito. 

A evangelização precisa ser a do fim dos tempos com milagres, sinais e prodígios. Jesus nos choca com Sua ação evangelizadora. Este mundo precisa experimentar a ação do Espírito Santo; e vai experimentar por este profeta que tem seu nome: você. É o nosso testemunho que deve provocar essa mudança. 

Os sinais de estarmos nos fins dos tempos são estes: “Ouvireis falar de guerras e de rumores de guerra. Atenção: que isso não vos perturbe, porque é preciso que isso aconteça. Mas ainda não será o fim. Levantar-se-á nação contra nação, reino contra reino, e haverá fome, peste e grandes desgraças em diversos lugares. Tudo isto será apenas o início das dores” (Mateus 24, 6-8). Temos visto nossos irmão serem condenados à morte por causa do nome de Cristo, como o que está acontecendo na Síria; assim como vimos o testemunho daquela moça grávida que foi condenada à morte. Vemos quantos assaltos, quantos assassinatos, um descontrole total. Precisamos nos deixar ser controlados pelo Espírito Santo de Deus. 

Nós não somos da noite e não somos das trevas, a ação do Espírito Santo nos faz ser transladados deste mundo para o Reino de Deus. Ele nos faz deixar os livros, músicas, novelas, locais, festas, conversas e pensamentos que não agradam o coração de Deus. Os dons do Espírito nos auxiliam a viver essa graça. É tempo de vigilância e sobriedade! 

“Não vos deixeis abalar assim depressa nas vossas convicções, que ninguém vos iluda”. Paulo fala sobre o anticristo, que se manifestará, vamos clamar por segurança e o inimigo nos trará a falsa paz. Existe uma força que é do mal e que tira a Igreja do centro de nossa vida; para muitos, hoje a ciência e o Estado são mais importantes do que a Igreja. Ideologias estão tirando o espaço da Igreja. 

Só há uma solução para enfrentarmos tudo isto: Ser cheio do Espírito Santo para este tempo. O sopro da boca de Deus é o que nos faz vencer. E o sopro da boca de Deus se chama Espírito Santo, o Paráclito. 

Antes da vinda de Cristo, a Igreja deverá passar por uma prova final, que abalará a fé de numerosos crentes. A perseguição, que acompanha a sua peregrinação na Terra, porá a descoberto o «mistério da iniquidade», sob a forma duma impostura religiosa, que trará aos homens uma solução aparente para os seus problemas, à custa da apostasia da verdade. A suprema impostura religiosa é a do Anticristo, isto é, dum pseudo-messianismo em que o homem se glorifica a si mesmo, substituindo-se a Deus e ao Messias Encarnado” (Catecismo da Igreja Católica, n. 675). 

O catecismo está dizendo que a Igreja estará numa prova que abalará a fé de muitos. Chegará o dia, como está escrito em Apocalipse, em que não poderemos comprar nem vender se não tivermos a marca da besta. É o Espírito quem nos dá a capacidade de perseverar e não vender a alma ao inimigo de Deus. A força do Espírito Santo precisa nos acompanhar. 
Padre Roger Luís 
Padre da Comunidade Canção Nova