terça-feira, 29 de abril de 2014

SANTA CATARINA DE SENA

Neste dia, celebramos a vida de uma das mulheres que marcaram profundamente a história da Igreja: Santa Catarina de Sena. Reconhecida como Doutora da Igreja, era de uma enorme e pobre família de Sena, na Itália, onde nasceu em 1347.
Voltada à oração, ao silêncio e à penitência, não se consagrou em uma congregação, mas continuou, no seu cotidiano dos serviços domésticos, a servir a Cristo e Sua Igreja, já que tudo o que fazia, oferecia pela salvação das almas. Através de cartas às autoridades, embora analfabeta e de frágil constituição física, conseguia mover homens para a reconciliação e paz como um gigante.
Dotada de dons místicos, recebeu espiritual e realmente as chagas do Cristo; além de manter uma profunda comunhão com Deus Pai, por meio da qual teve origem sua obra: “O Diálogo”. Comungando também com a situação dos seus, ajudou-o em muito, socorrendo o povo italiano, que sofria com uma peste mortífera e com igual amor socorreu a Igreja que, com dois Papas, sofria cisão, até que Catarina, santamente, movimentou os céus e a terra, conseguindo banir toda confusão. Morreu no ano de 1380, repetindo: “Se morrer, sabeis que morro de paixão pela Igreja”.
Santa Catarina de Sena, rogai por nós!


A VIRTUDE DA TEMPERANÇA

Trata-se de um “tempero”, de uma ordem dada às energias de vida que recebemos de Deus
Uma rápida consulta ao dicionário nos revela que a virtude da temperança tem algo a ver com a moderação na comida, na bebida e no sexo.

Santo Agostinho (354-430) recorda que comida, bebida e sexo são realidades que alimentam a vida humana e possibilitam tanto a sobrevivência do indivíduo (comida e bebida) como a sobrevivência da espécie humana como um todo (sexo).

Veja, no entanto, que estranho: são exatamente essas forças de vida que podem gerar a desordem que nos leva à morte. Por isso, as desordens que entregam o homem ao prazer da comida e da bebida (gula) e aos deleites do sexo (luxúria) parecem ser mais potentes que todas as outras. A gula e a luxúria conseguem desestruturar mais que as outras doenças. Ou seja, curiosamente, parece que, no centro da própria vida do homem, existe algo que pode levá-lo à morte. 

Insistimos nesta ideia para que não passe despercebida, pois é muito importante. O prazer da bebida e da comida atua na conservação do indivíduo. Se alguém deixar de comer, certamente morrerá. Algo análogo acontece com o deleite sexual no âmbito da conservação da espécie. Se toda a humanidade decidisse parar de manter relações sexuais, a espécie humana deixaria de existir. Ora, são exatamente essas tendências de conservação do indivíduo e da espécie humana, criadas por Deus, que podem se desordenar a ponto de nos levar à morte. 

Por isso, o vício da gula não é uma entidade com existência própria, como se fosse um parasita a ser arrancado ou um demônio a ser expulso. Se fosse assim, a temperança poderia ser alcançada com um inibidor de apetite ou uma cirurgia estomacal. Mas a medicina atual já comprovou que o problema não está no corpo. Cirurgias e medicamentos podem auxiliar, mas nada substituirá a virtude da temperança. 

Nenhum dom, nenhuma energia dada por Deus pode ser desprezada, mas sim ordenada, direcionada para Ele. Acastração de Orígenes jamais foi aprovada pela Igreja (e também não resolveu seus problemas sexuais; porém, quando descobriu isso, já era tarde demais). Extirpar as energias que usamos para pecar não é uma realidade possível nem desejável, pois as tendências que mais podem perturbar a alma são exatamente as que estão no centro da vida humana. 

Retomando a comparação feita com um carro, poderíamos dizer o seguinte: o problema dos desastres de automóvel não será resolvido com a retirada do motor do veículo, esvaziando-lhe o tanque ou proibindo o motorista de usar o pedal do acelerador, pois é próprio da natureza do carro produzir movimento, energia cinética. O problema só poderá ser resolvido satisfatoriamente se esta energia for limitada pelo frio e direcionada pelo volante.

Este é o tipo de ordenamento proposto pela temperança. Trata-se de um “tempero”, de uma ordem dada às energias de vida que recebemos de Deus. Ao temperar os alimentos, o bom cozinheiro sabe a medida certa e a forma de usar cada um dos condimentos. Precisamos aprender a usar os temperos da vida, para que ela não perca o sabor.

AMARÁS AO SENHOR TEU DEUS DE TODO CORAÇÃO

Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento.
E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes.
E o escriba lhe disse: Muito bem, Mestre, e com verdade disseste que há um só Deus, e que não há outro além dele;
E que amá-lo de todo o coração, e de todo o entendimento, e de toda a alma, e de todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, é mais do que todos os holocaustos e sacrifícios.
E Jesus, vendo que havia respondido sabiamente, disse-lhe: Não estás longe do reino de Deus. E já ninguém ousava perguntar-lhe mais nada."
Marcos 12:30-34

A ARTE DE ADMINISTRAR CONFLITOS

Chora com os que choram, sorri com a vitória do outro
Pedro, o impulsivo apóstolo, é o tipo de “líder nato”. Sua sinceridade é radical. É um homem impulsivo e impetuoso. É mais levado pela ação do que pela reflexão. Promete mais do que pode cumprir. É aquele que, na torcida, puxa o grito de “gol”. Vai de um extremo a outro facilmente. Tem dificuldades de esperar. Quer tudo para ontem. Chora com os que choram. Sorri com a vitória do outro. É uma pessoa simples e objetiva. Não suporta burocracias inúteis. Acredita na empresa e diz que morreria por ela, embora, na hora H, às vezes, tenha dificuldades de apagar os incêndios; quase sempre se arrepende de suas falhas e tem coragem de pedir perdão. Reconsidera seus atos e muda a rota.

Pedro é um líder amoroso. Quem tem alguém assim em seu grupo colherá resultados de coesão entre os outros membros. Este é um tipo difícil em razão de sua instabilidade e sua impulsividade, mas, se administrado com sabedoria, é o gerente ideal para toda a empresa. Não lhe faltará iniciativa. Ele não deixará ninguém ficar parado e identificará facilmente o traidor. Os “Pedros” não suportam o espírito de divisão. São pessoas pouco ambiciosas. Mas, se não forem valorizados, normalmente se tornam “pedras” no caminho do diretor.

Este apóstolo é citado 154 vezes no Novo Testamento com o nome de “Pedro”, ou seja, “Pedra”. Na verdade, esta é a tradução para “Kefa”, em aramaico, língua materna de Jesus. É chamado também 75 vezes por seu nome original, “Simão”. Outras vezes, aparece simplesmente como “filho de João” ou, na forma aramaica, “filho de Jonas”. 

Era natural da pequena cidade de Betsaida, nos arredores do mar da Galileia. Dalí, veio também André, seu irmão, e Felipe. Tinha forte sotaque de pescador da Galileia. Mas Pedro não era um pescador qualquer. Tinha uma pequena empresa de pesca em sociedade com um tal Zebedeu, que era pai de outros dois apóstolos: João e Tiago. Devia ter alguma estabilidade econômica. Parece também que era um homem religioso. Tanto é verdade que, juntamente com seu irmão, foi à Judeia acompanhar a pregação de outro profeta, João Batista. Acreditava que Deus iria intervir na situação da época, já que a região era dominada e explorada pelos romanos.

Pedro era casado. Sabemos que, em certa ocasião, Jesus curou sua sogra. Por esse fato sabemos também que morava na cidade de Cafarnaum, à beira do mar da Galileia, bem em frente a uma sinagoga. Pelo jeito, a sogra vivia na mesma casa de Pedro. No início, Jesus escolheu apenas cinco apóstolos, conforme o costume dos rabinos da época. Um deles era Pedro. O número doze passou a representar as tribos de Israel, ou seja, o pequeno grupo dos apóstolos seria a semente do novo povo de Deus. 

Simão Pedro tinha um temperamento que unia alguns contrastes; era forte e ao mesmo tempo fraco; corajoso e ao mesmo tempo emotivo; inteligente e ingênuo; capaz de dar a melhor resposta e também de dizer a maior bobagem; podemos dizer que era uma pessoa totalmente humana. Pedro era pedra para construir e também para atrapalhar. Era o tipo de pessoa que costumamos chamar de “uma pedreira”. Mas a qualidade que integrava todos estes paradoxos é que Pedro era uma pessoa absolutamente sincera.
Padre Joãozinho, SCJ

PRECISAMOS RECONHECER AS NOSSAS FRAQUEZAS E ENTREGA´LAS A DEUS

Hoje, ao olharmos para Judas e para Pedro, queremos reconhecer nossas fraquezas e entregá-las a Deus. Reconhecer que nós, muitas vezes, também negamos o Senhor.
”Respondeu Jesus a Pedro: ‘Darás a tua vida por mim? Em verdade, em verdade te digo: o galo não cantará antes que me tenhas negado três vezes”’ (João 13-38).
Nós, hoje, nesta terça-feira da Semana Santa, estamos acompanhando o drama da fraqueza humana: dois discípulos de Jesus conviveram, dormiram sob o mesmo teto, andaram, comeram com Ele, escutaram Suas palavras, Suas pregações e Seus testemunhos de vida de uma forma muito próxima: Pedro era o primeiro dos apóstolos; Judas Iscariotes era o tesoureiro do grupo, cada um deles, movido por motivações diferentes, traiu o Mestre, o Senhor da vida.
Ainda que o fim de cada um tenha sido distinto, um encontrou a misericórdia, porque se abriu para o perdão de Deus e, o outro, Judas, tenha se desesperado e perdido a salvação, ambos, para nós, representam aquilo que é a nossa fraqueza humana. Nós também conhecemos Jesus, nós andamos com Ele, comemos com Ele, comungamos do Seu Corpo e do Seu Sangue na Eucaristia.
Judas e Pedro estavam na  Última Ceia com Cristo, eles receberam a herança definitiva de Deus, de Jesus no meio de nós: o Corpo e o Sangue do Senhor. E mesmo assim foram tomados pela frieza e pela indiferença; não que, naquele momento, Pedro não estivesse inteiro, mas é que a fraqueza humana, na hora em que o Mestre mais precisou dele, falou mais alto!
Todos nós somos fracos e, hoje, olhamos para Judas e para Pedro e queremos reconhecer nossas fraquezas, nossos limites; reconhecer que nós, muitas vezes, também negamos o Senhor.
Sabem, meus irmãos, o nosso destino só não pode ser o mesmo de Judas, aquele que traiu o Senhor, traiu a si mesmo e perdeu a sua própria vida. Nós precisamos, a cada dia, purificar as nossas fraquezas e entregá-las a Deus, reconhecer que somos fracos, que somos frágeis, que a nossa natureza humana é muito vulnerável e clamar ao Senhor que tenha misericórdia e compaixão de nós; e que nos ajude a sermos firmes no caminho e no seguimento de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Judas não se arrependeu de seus pecados, ainda que tenha chorado amargamente pelos seus erros ele não soube se arrepender. Pedro chorou até o último dia de sua vida, foi perdoado pelo Senhor e conheceu a Sua misericórdia.
Nós, hoje, queremos pedir a Deus que nos ajude a reconhecer nossas fraquezas, para que possamos banhá-las no tesouro infinito, no oceano infinito da Sua misericórdia, para que sejamos novamente reconciliados com Deus.
Uma boa confissão, o reconhecimento de nossas faltas e a humilhação diante do Crucificado são o melhor meio de nos purificarmos de nossas faltas e não nos desesperarmos por causa de nossas fraquezas!
Padre Roger Araújo

COMPREENDA O AMOR DE DEUS

Louvai o Senhor, porque ele é bom, pois eterno é o seu amor” (Salmo 107,1).
Neste dia, observe as pequenas coisas que estão ao seu lado como as flores, os montes e o mar. Louve a Deus pelo Seu amor e bondade para com todos nós.
Creia no amor de Jesus, que nos livra do mal, nos conduz pelos caminhos retos e muda a tempestade em brisa suave. Acredite no Deus que nos cura e preserva a nossa vida, pois n’Ele a nossa sede é saciada.
Decida-se, hoje, por viver a alegria do Evangelho, anunciando a Palavra com todo ardor, oferecendo a Deus um sacrifício de louvor. “Quem é sábio, observe isto e compreenda o amor do Senhor”(Salmo 107, 43).
Rezemos: “Ó vinde, Espírito Criador, as nossas almas visitai”.
Jesus, eu confio em Vós!
Luzia Santiago