quinta-feira, 3 de abril de 2014

PAPA EXPLICA QUE ORAÇÃO DEVE SER LIVRE E INSISTENTE

Oração deve ser feita como um diálogo entre amigos, disse o Santo Padre
Papa explica que oração deve ser livre e insistente
Francisco celebra pelas manhãs na Casa Santa Marta, onde reside / Foto: L’Osservatore Romano
Na Missa desta quinta-feira, 3, na Casa Santa Marta, Papa Francisco falou da oração, que deve ser feita com liberdade e insistência, como um diálogo sincero com um amigo. Ele destacou que a oração muda o coração, porque faz conhecer melhor como Deus realmente é.
diálogo de Moisés com Deus no Monte Sinaiesteve no centro da homilia de Francisco. Deus quer punir o Seu povo por ter feito um ídolo, o bezerro de ouro, mas Moisés reza com força e pede que Ele repense.
“Essa oração é uma verdadeira luta com Deus. Uma luta do líder para salvar o seu povo, que é o povo de Deus. E Moisés fala livremente diante do Senhor e nos ensina como rezar, sem medo, livremente, também com insistência. Moisés insiste. É corajoso. A oração deve ser também um ‘negociar’ com Deus, levando argumentações”.
No fim, Moisés convence o Senhor, que desiste do castigo com o qual havia ameaçado o povo. O Papa então se questiona: quem mudou de opinião? “Não creio que seja o Senhor”, disse. Quem mudou foi Moisés, porque ele acreditava que Deus destruiria o seu povo e busca, na sua memória, as coisas boas que havia feito para ele, como libertá-lo da escravidão do Egito, e levado avante a Sua promessa. E com essas argumentações, tenta convencer Deus. Todavia, nesse processo, ele encontra a misericórdia divina.
Moisés sabia de tudo isso, mas não estava plenamente consciente; na oração, redescobriu esse aspecto. O Pontífice explicou que é isso o que a oração faz, ela muda o coração, faz entender melhor como é Deus.
“Mas para isso é importante falar com o Senhor, não com palavras vazias, mas com a realidade: ‘Olha, Senhor, que estou com esse problema na família, com meu filho… O que se pode fazer? Olha, o Senhor não pode me deixar assim’. Essa é a oração!”, disse o Papa, recordando que rezar toma tempo, pois é o tempo necessário para conhecer melhor Deus, como se faz com um amigo (…) Que o Senhor dê a todos nós a graça, porque rezar é uma graça”, concluiu.

PAPA FRANCISCO ASSINA DECRETO QUE CANONIZA BEATO ANCHIETA

Beato José de Anchieta foi inscrito no álbum dos santos da Igreja por meio de um decreto assinado hoje
São José de Anchieta
Esse tipo de canonização é uma prática utilizada no contexto de figuras de particular relevância eclesial para as quais é atestado um extenso e antigo culto litúrgico e uma ininterrupta fama de santidade e prodígios.O Papa Francisco assinou, nesta quinta-feira, 3, o Decreto da Congregação para a Causa dos Santos que canoniza o beato José de Anchieta. Com a assinatura, o beato, “Apóstolo do Brasil”, é inscrito no álbum dos santos da Igreja por meio da canonização equipolente.
No dia 23 de abril, está prevista uma coletiva de imprensa exclusiva para os jornalistas brasileiros. No dia 24 de abril, está prevista outra coletiva de imprensa para jornalistas internacionais. Ambas ainda serão confirmadas e divulgadas.
No dia 24 de abril, na Igreja de Santo Inácio de Loyola, em Roma, às 18h, acontecerá uma Missa em Ação de Graças pela canonização de São José de Anchieta, que será celebrada pelo Papa Francisco.
São José de Anchieta
Nasceu em 19 de março de 1534, em São Cristóvão da Laguna, Ilha de Tenerife, Arquipélago das Canárias, Espanha. Entrou na Companhia de Jesus, em 1º de maio de 1551, em Coimbra, Portugal; após ter emitido os primeiros votos, foi enviado às missões do Brasil.
Chegando em solo brasileiro, dedicou-se inteiramente à promoção humana e cristã dos indígenas e, mais tarde, à pastoral dos negros africanos, sempre à luz do Evangelho, perseverando incansavelmente, até a morte, nessa  multiforme atividade apostólica.
Fundou o Colégio São Paulo de Piratininga, que deu origem à cidade de São Paulo, e esteve presente na fundação da cidade do Rio de Janeiro. Também se deve a ele a fundação de outras cidades brasileiras. Ordenado sacerdote em 1556, em Salvador (BA), dois anos mais tarde foi designado Provincial de todos os jesuítas do Brasil, cargo em que, durante dez anos, se notabilizou pelas suas qualidades de superior providente e chefe admirável. Nessa função, enviou os primeiros jesuítas para Assunção, no Paraguai, criando as raízes das famosas Reduções.
Escreveu, na língua Tupi, uma gramática e, depois, um catecismo, assim como diversas peças teatrais com finalidade lúdica e catequética. Destaca-se dentre sua vasta obra literária o famoso poema à Virgem Maria, escrito durante seu cativeiro junto aos índios Tamoios, em Iperoig, hoje Ubatuba (SP). Dedicou toda sua vida à evangelização do Brasil e foi agraciado com o título de Apóstolo do Brasil. Faleceu, no domingo, 9 de junho de 1597, em Reritiba, hoje Anchieta (ES).
 
A Canonização Equipolente
A praxe adotada para a canonização de Beato José de Anchieta é aquela da canonização “equipolente”, prática utilizada no contexto de figuras de particular relevância eclesial para as quais é atestado um extenso e antigo culto litúrgico e uma ininterrupta fama de santidade e prodígios. A mesma praxe foi adotada por Papa Francisco para as canonizações de Angela Foligno (9 de outubro de 2013) e de Pedro Fabro (17 de dezembro de 2013).
Formulada pelo Papa emérito Bento XVI, na sua obra De Servorum Dei beatificazione et de Beatorum Canonizatione,  tal prática é regularmente adotada pela Igreja, mesmo que não com tanta frequência. Neste tipo de canonização, o Papa estende respectivamente a toda a Igreja o culto de um servo de Deus que ainda não foi canonizado, mediante a inserção de sua festa, com Missa e ofício, no Calendário da Igreja. Trata-se, portanto, de uma sentença definitiva do Papa sobre a santidade do servo de Deus, sentença expressa não com a tradicional fórmula de canonização, e sim por meio de um decreto que determina que a Igreja venere aquele servo de Deus com o culto reservado aos santos canonizados.
Como explicado recentemente pelo cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, em um artigo publicado no jornal vaticano “l’Osservatore Romano”, para este tipo de canonização “são necessários três requisitos: a prova antiga do culto, atestado constante e comum de dignidade histórica de fé sobre as virtudes ou o martírio e a ininterrupta fama de prodígios”.
Caso essas condições sejam suficientes, “o Sumo Pontífice, por sua autoridade, pode proceder à canonização equipolente, ou seja, à extensão à Igreja do recitamento do ofício divino e da celebração da Missa sem qualquer sentença formal definitiva, sem ter cumprido nenhum processo jurídico, sem ter cumprido as consuetas cerimônias”.

O NOME MARIA



Maria significa “Senhora, Amada de Deus,”, e condiz muito bem com a Mãe de Deus e com a Rainha das Virgens. que é a luz, a força, a doçura e a defesa do povo cristão e de seus devotos.
Nome de Maria, pronunciado pelo Anjo na Anunciação, é o nome mais caro, mais sublime, mais doce e mais amado depois do Nome de Jesus.
O Nome de Maria, como o de Jesus, é alegria para o coração, mel para a boca, melodia para o ouvido (São Bernardo).
Peçamos que a invocação do Nome de Maria seja o último movimento de nossos lábios.
Deus onipotente, vossos fiéis se rejubilam de ser protegidos pela invocação do Nome da Santíssima Virgem Maria; que sua maternal intercessão lhes alcance serem livres de todos os males sobre a terra e chegar às alegrias eternas na pátria celestial. Por Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.

CAMINHA NA LUZ

Trata-se de uma revolução na escala de valores que orienta a vida
Desperta, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e sobre ti Cristo resplandecerá" (Ef 5,14). A luz e o dia, que vencem a escuridão, são imagens que perpassam as culturas e as épocas, presentes também em várias concepções da vida humana em diversas religiões. Também a Sagrada Escritura recorre com frequência a essa polarização entre a luz e as trevas, como apresenta a Igreja durante estes dias de Quaresma. 

A Igreja vive uma estação claramente catecumenal, proporcionando aos que já são batizados a oportunidade de acompanhar os irmãos e as irmãs que serão batizados na Vigília Pascal e também renovar seus compromissos. Neste percurso formativo, todos os cristãos são convidados a se confrontarem com Cristo, Água Viva que sacia a humanidade, Luz do Mundo, vencedor das trevas do pecado, Cristo, Ressurreição e Vida. Na presente etapa, o convite é dirigido a todas as pessoas que querem se deixar tocar por Jesus, acompanhados por um certo cego de nascença, na narrativa esplendorosa do Evangelho de São João (Jo 9, 1-38). Jesus realiza uma obra nova, recria o cego, que alcança o ponto mais alto de sua existência: "Quando Jesus o encontrou, perguntou-lhe: 'Tu crês no Filho do Homem?' Ele respondeu: 'Quem é, Senhor, para que eu creia nele?' Jesus disse: 'Tu o estás vendo; é aquele que está falando contigo. Ele exclamou: 'Eu creio, Senhor!' E ajoelhou-se diante de Jesus" (Jo 9,35-38).

Ouvi de uma mulher, cega de nascença, na autoridade de seus mais de oitenta anos, uma afirmação desconcertante: "Agradeço a Deus por ser cega, pois a maior parte dos pecados começa com a vista! Não enxergando, posso pecar menos, dizia magistralmente esta senhora que nunca leu uma letra, diante de alguém que se tinha debruçado várias vezes diante da Palavra do Evangelho: "Se teu olho direito te leva à queda, arranca-o e joga para longe de ti! De fato, é melhor perderes um de teus membros do que todo o corpo ser lançado ao inferno" (Mt 5,29). Trata-se uma revolução na escala de valores que pode orientar a vida, na qual importa efetivamente uma vida distante do pecado! É que Deus não nos fez para o egoísmo e a maldade, mas para a virtude e para o bem! 

O presente de Deus, que nos foi confiado no batismo, a iluminação da fé, abre horizontes diferentes para a vida inteira. O próprio batismo já foi chamado "iluminação". Os cristãos hão de aproveitar a graça da purificação quaresmal, lavar seus olhos ou, quem sabe, passar um bom colírio (Cf. Ap 3,18) para enxergar de novo e de forma renovada a vida e os acontecimentos. Cabe-lhes mudar o rumo da vida e contribuir para que o mundo se conforme aos valores do Reino de Deus. Ora, trata-se de fazer opções diferentes, afastando-se da escuridão do pecado, buscando lá dentro, no batismo recebido, as forças para lutar contra a correnteza. 

A Igreja nos oferece, por meio das leituras da Escritura escolhidas para o Tempo Quaresmal, indicações precisas para que a luz de Deus, que um dia brilhou em nós pelo batismo, jamais se esconda e não se apague em nós o seu fulgor, como muitas vezes cantamos num hino de renovação do sacramento da iluminação! Sim, queremos que o amor plantado em nosso coração ajude os irmãos a caminharem, guiados pelas mãos de Deus, na nova Lei do Evangelho. É na escola de São Paulo (Ef 5, 8-14) que encontramos os frutos da luz! 

A luz de Deus resplandece na bondade com que os cristãos são chamados a agir. Pequenos gestos de atenção, olhares feitos de simplicidade, iniciativas comunitárias, compromisso com o bem. Mesmo quando nos sentimos limitados ou quando efetivamente pecamos pela fraqueza que nos acompanha, ser filhos da luz significa não compactuar com as más intenções, mas nos purificarmos decididamente, comprometendo-nos com o bem.

Os homens e as mulheres marcados pela graça batismal se comprometem com a justiça e não aceitam qualquer vínculo com meios ilícitos em vista de objetivos como o lucro, a projeção social ou qualquer outro proveito a ser alcançado indignamente. Consequências? Palavra dada, lisura nos negócios, retidão na administração dos bens, irrepreensibilidade no comportamento social.

Mais ainda, no programa de vida decorrente do batismo: a opção pela verdade. A história da Igreja e da humanidade está repleta de exemplos de homens e mulheres retilíneos em seu comportamento, capazes de suscitar santa inveja em gerações que os sucedem. É claro que tal escolha tem consequências, inclusive sofrimento ou derramamento do próprio sangue para serem coerentes com a verdade. São pessoas das quais "o mundo não era digno" (Hb 11,38), que enfrentaram todos os desafios, sem jamais ceder no compromisso assumido. E escolheram a Verdade, que é Jesus Cristo, sem inventar suas próprias verdades ou meias-verdades.

Para alcançar tais alturas, às quais todos somos destinados, quem se descobre filho da luz, no sentido que São Paulo, na Carta aos Efésios (5, 8-14) e a Igreja entendem, busca o discernimento do que agrada ao Senhor. Um dos pontos de referência se encontra nos mandamentos, resumidos no amor a Deus e ao próximo. Outra ajuda preciosa no discernimento é a chamada "regra de ouro" (Cf. Mt 7,12), que propõe fazer aos outros aquilo que desejamos seja feito a nós mesmos. Vale também escutar as outras pessoas, conselheiros e conselheiras que nos ajudam a ver ângulos diferentes quando se trata de tomar decisões. Mais ainda, é na escuta da Palavra de Deus e na oração que se identifica cada passo a ser dado na vida.

A seriedade com que o cristão assume sua vida exige ainda que ele não se associe com as obras das trevas. De fato, tudo o que precisa ficar escondido, resistindo à luz da verdade, traz consigo suspeita e desconfiança, pelo que a prática das virtudes evangélicas acrescenta ainda a exigência de radicalidade. Não dá para ser meio cristão e meio pagão. Se quisermos ser honestos com a própria consciência e com a verdade, não será possível manter conceitos como "não praticante", referindo-se a cristãos que entenderam a beleza da graça recebida no batismo.

O apelo feito pela Igreja é, sim, pela seriedade na vivência cristã. E este é o tempo oportuno, a hora da graça e da salvação. Cresça em número e qualidade o povo amado por Deus. E, como graças a Deus, a maioria das pessoas que se envolvem conosco recebeu o batismo, é hora de dizer: ninguém fique de fora!
Dom Alberto Taveira Corrêa

O AMOR QUE ANIMOU JOSÉ DE ANCHIETA



Os apóstolos acendem diante dos homens a luz de Cristo porque querem alegrar o coração de Deus. Foi o que fez o beato José de Anchieta em solo brasileiro.
Será canonizado pelo Papa Francisco, este mês, o bem-aventurado José de Anchieta, “apóstolo do Brasil”. Por seus corajosos esforços, muitíssimas almas foram conquistadas para Cristo e o que podia não passar de mais um reinado mundano pôde, por graça de Deus, tornar-se Terra de Santa Cruz.
José de Anchieta, de nacionalidade espanhola, nasceu nas Ilhas Canárias, no ano de 1534. Foi sua mãe, então recém-convertida ao cristianismo, quem lhe deu a dádiva da fé. Mandado a Portugal muito cedo para estudar, destacou-se como uma mente brilhante, chegando à trabalhosa obra de compor poemas na língua latina.
Com apenas 19 anos, o seminarista José de Anchieta é chamado a integrar as comitivas que partiam Atlântico adentro em busca de terras (e almas). Ao sair da Europa, despede-se de seus parentes, certo de não voltar mais. “Nos vemos no céu!”, diz à sua família. Em solo brasileiro, catequiza os índios em língua tupi-guarani e produz uma gramática nesse idioma, a fim de facilitar a comunicação entre os evangelizadores e os povos nativos.
Como São Paulo, Anchieta atravessa várias porções de terra para fazer resplandecer a luz de Cristo. Em uma de suas viagens – que descreveu em longa carta ao superior-geral da Companhia de Jesus, Diego Lainez [1] –, ele testemunha as “grandes opressões” que infligiam aos portugueses os índios tamoios, “levando continuamente os escravos, mulheres e filhos dos Cristãos, matando-os e comendo-os”. Mesmo conscientes de antemão do mal que lhes podia fazer essa tribo, ele e o padre Manuel da Nóbrega não hesitam ir ao seu encontro, para firmar com ela um acordo de paz ou, se possível, trazê-los à fé cristã e “ganhar algumas almas de seus filhos inocentes com a água do santíssimo batismo”.
Após ver os tamoios matarem e comerem o escravo de um companheiro de viagem e confessar, aturdido, “que muito me afligia a carne com contínuos temores” [2], Anchieta recorre à intercessão de Nossa Senhora e promete compor um poema sobre sua vida, pedindo – grande sinal de amor a Deus – não que fosse preservado do ataque dos índios, mas que fosse livre de todo o perigo de pecado. Dessa bela promessa nasceu o famoso poema De Beata Virgine Dei Matre Maria, cujos 4172 versos Anchieta escreveu na areia do mar, antes de passar ao papel.
Das visitas às aldeias indígenas, que eram sempre precedidas pela celebração da Santa Missa, muitos frutos eram colhidos, mas, sempre à custa de muitas dificuldades. Além do canibalismo, era muito comum entre as tribos a prática do infanticídio. Em uma passagem impressionante, Anchieta conta como batizou e salvou da morte uma criança que acabara de ser cruelmente enterrada:
Sem nenhuma confiança na vida dele, por haver já tanto tempo que estava debaixo da terra, deixei as matinas e fui correndo molhar um pano em água e cavando a terra vi que ainda bolia e batizei-o, fazendo tenção de o deixar, parecendo que já expirava, mas dizendo-me umas mulheres que podia ainda viver, porque, às vezes, estavam tais como estes todo um dia enterrados, e viviam, determinei retirá-lo e fazê-lo criar. A este espetáculo tão novo, concorreram muitas mulheres da aldeia e com elas um índio com uma espada de pau para quebrar-lhe a cabeça, ao qual disse que o deixasse que eu o queria tomar por meu filho e com isto se foi; desenterrei-o e nenhuma daquelas mulheres lhe quis pôr mão, para lavá-lo, por mais que lhes rogasse, antes se estavam rindo e, passado tempo, dizendo que já o Padre tinha filho, e lhes ficou isto depois por gracejo, e a todos os índios 
De tantas histórias colhidas da vida do bem-aventurado José de Anchieta, sobressai sempre a sua preocupação pelas almas: ordenado sacerdote em 1565, o padre configurou-se de tal modo a Cristo que copiou com fidelidade o Seu grande amor pelos homens, o sacrifício contínuo e perseverante por sua salvação.
Consciente de que os índios eram pessoas humanas, não peças de museu, Anchieta trabalhava verdadeiramente para transformar a cultura indígena. Ele sabia que era preciso evangelizar, “não de maneira decorativa, como que aplicando um verniz superficial, mas de maneira vital, em profundidade e isto até às suas raízes, a civilização e as culturas do homem” [4]. Afinal, como ensinava o beato João Paulo II:
Se, de fato, é verdade que a fé não se identifica com alguma cultura e é independente em relação a todas as culturas, não é menos verdadeiro que, precisamente por isto, a fé é chamada a inspirar e impregnar todas as culturas. É o homem todo, na realidade da sua existência quotidiana, que é salvo em Cristo e é, por isso, o homem todo que se deve realizar em Cristo. Uma fé que não se torna cultura é uma fé não plenamente acolhida, não inteiramente pensada e nem com fidelidade vivida.” 
Se hoje o Brasil pode cantar com alegria ter nascido sob as bênçãos de Deus e sob o sinal da Cruz, é porque homens infatigáveis como José de Anchieta se esqueceram totalmente de si mesmos para servirem a Cristo nos povos nativos da América. Suas vidas lembram a nós, homens do século XXI, a essência missionária de todo cristão. Ao lado do chamado a seguir Jesus, está sempre o apelo do anúncio. Por isso o Papa Francisco diz que “cada cristão é missionário na medida em que se encontrou com o amor de Deus em Cristo Jesus” 
Acender diante dos homens a luz de Cristo é um serviço de caridade. Foi isso que santificou São Paulo, São Cirilo e São Metódio, São Francisco Xavier e – agora, com a confirmação do Sumo Pontífice – o grande José de Anchieta. Conscientes de que converter os corações a Cristo, como fez o beato José de Anchieta, é dar alegria a Deus, evangelizemos também nós, por amor a Ele e às almas que conquistou com o Seu sangue.



DECISÕES GUIADAS PELA FÉ

A decisão está nas mãos de nossa liberdade!
Nas primeiras páginas do livro da criação (cf. Gn 1,4), o Autor Sagrado expôs, com perspicácia, a sabedoria com que Deus criou o mundo e nele introduziu, ao fim da luminosa descrição poética e profundamente religiosa, o homem e a mulher, feitos à Sua imagem e semelhança, com inteligência e liberdade. Deus, fonte de todo bem, viu que tudo era muito bom (cf. Gn 1,31). Começou a aventura da liberdade!
Muitas pessoas foram convocadas por Deus para participar da construção de uma história de salvação. Noé encontrou graça aos olhos do Senhor (cf. Gn 6,8) quando a Terra estava cheia de violência (cf. Gn 6,13). Abraão foi escolhido e chamado por Deus (cf. Gn 12), também Moisés (cf. Ex 3), Samuel (cf. I Sm 3), Isaías (cf. Is 6) e Jeremias (cf. Jr 1), ao lado de tantas outras pessoas que aprenderam, em meio às luzes e sombras, a discernir a voz do Senhor. E ainda foram muitas as histórias de infidelidades, pecados, traições, nas quais um povo de cabeça dura (cf. Ex 32,7-14; Atos 7, 51) voltou atrás, depois de decidir-se pelo seguimento da Palavra do Senhor. E Deus, em Sua misericórdia, sempre estava aberto para o perdão.
Na plenitude dos tempos (cf. Gl 4,4), foi chamada uma jovem, quem sabe, apenas adolescente, a Virgem Maria, na qual o Céu encontrou a mais transparente de todas as respostas (cf. Lc 1–2). Nela, a Palavra Eterna de Deus se fez Carne. Em nome da humanidade, foi o 'sim' que a Deus agradou, a contrapartida da humanidade para se realizar a salvação, mãe que fez a vontade de Deus (cf. Mc 3,34). E veio Jesus Cristo!
Depois dos anos vividos em Nazaré, Jesus vai ao Jordão, acolhe a voz do Pai e a manifestação do Espírito Santo, e inicia a pregação do Reino. Jesus chamou os primeiros apóstolos, abriu o leque para convocar os que foram chamados de discípulos, envolveu famílias amigas, como vemos nas visitas a Marta, Maria e Lázaro. O Senhor teve colóquios de amizade e confidência com Pedro, Tiago e João; olhou com amor provocante e desafiador para muitas pessoas, suscitando nelas a decisão pelo Seu seguimento, dirigiu-se às multidões, consolou, curou e  perdoou! Ninguém passou em vão ao lado de Cristo!
No correr do caminho, conquistou discípulos e amigos, mas também granjeou reações ferrenhas de Seus opositores e esteve com grupos que Lhe prepararam verdadeiras armadilhas verbais (cf. Mc 11–12). Para estupor de todos os que n'Ele depositam a segurança de sua vida, foi até considerado um homem possuído por Belzebu (cf. Mc 3,20-35). Sabemos que muitas ciladas foram preparadas para prendê-Lo, o que só aconteceu quando chegou a hora de passar deste mundo para o Pai (cf. Jo 13,1).

Nosso Senhor Jesus Cristo é Senhor da História, mas se submeteu ao julgamento da própria história, deixando aberta a margem da maravilhosa e terrível realidade da liberdade humana, para que todos os seres humanos possam se decidir diante d'Ele. Os que se decidem pelo Seu seguimento participarão de Suas alegrias e também de Suas provações ou privações. A eles caberá usar o precioso dom da liberdade, para tomar decisões acertadas, para se erguerem das próprias quedas e assumirem o norte de suas vidas, iluminados que foram pela bússola da fé.
São Paulo, um dos chamados na undécima hora (cf. Gl 1,11-24), fez a experiência da fé em Jesus Cristo (II Cor 4,13–5,1). Nele é possível encontrar alguns critérios para as decisões a serem tomadas, pois todos nós somos igualmente chamados ao seguimento de Cristo, aprendendo a pensar o que é certo e realizá-lo (Oração do dia do IX Domingo do Tempo Comum).
A luz da fé, suscitada pelo seguimento de Jesus, provocado pelo anúncio da salvação, é o horizonte para as decisões. O cristão não é indiferente diante dos cruzamentos das estradas de sua vida. Ele escolhe o que é conforme Cristo e Seu Evangelho, sem medo de nadar contra a correnteza. Por causa de sua fé, fala e dá testemunho corajoso (cf. II Cor 4,13), superando a pusilanimidade que conduz à omissão vergonhosa. Para tanto, sua força está na oração, com a qual experimenta a presença certa daquele Senhor que escolheu para seguir(cf. I Ts 5,17; 2 Ts 1,11.3,1).
Diante das dificuldades, é sua tarefa vencer o desânimo (cf. II Cor 16-17) e erguer os que estão caídos. Cabe-lhe sempre tomar a iniciativa! Sabe que os sofrimentos, as dores e a própria morte não têm a última palavra, pelo que se renova dia a dia (cf. II Cor 4,16) e aposta sua vida no que é invisível e eterno (cf. II Cor 4,18).
Decisões guiadas pela fé, oração, iniciativa, coragem diante dos obstáculos, capacidade de olhar para o alto! Nada menos do que a proposta da Igreja para todos e não para um grupo de privilegiados. A decisão está nas mãos de nossa liberdade!
Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém - PA

INÉRCIA O FORMALISMO FECHAM A PORTA A SALVAÇÃO

Francisco criticou o fato de tantos cristãos serem atingidos pela preguiça e pelo formalismo, sendo que ambos fecham as portas à salvação
Inércia e formalismo fecham a porta à salvação, diz PapaA inércia e o formalismo fecham a porta à salvação. Esta foi mensagem do Papa Francisco, na Missa desta terça-feira, 1, na Capela da Casa de Santa Marta.
A reflexão veio do Evangelho do dia, que narra o encontro de Jesus com o paralítico que se lamentava de não conseguir entrar na piscina, porque era sempre antecipado por outros. Jesus faz o milagre e o homem recomeça a andar. Tudo isso acontece em dia de sábado, o que foi logo censurado pelos fariseus. Segundo o Santo Padre, são duas atitudes de muitos cristãos: a inércia, aqui personificada pelo lamento do paralítico, e o formalismo paralisante dos fariseus no respeito pelo sábado.
“Eu penso em muitos cristãos, muitos católicos: sim, são católicos, mas sem entusiasmo, inclusive amargurados! Cada um em sua casa, tranquilos… E se alguém ousa, é reprovado. É a doença da preguiça dos cristãos. Essa atitude, que é paralisante do zelo apostólico, que faz dos cristãos pessoas estagnadas, tranquilas, mas não no bom sentido da palavra: que não se preocupam em sair para anunciar o Evangelho! Pessoas anestesiadas”.
A anestesia, acrescentou o Papa, é uma experiência negativa. “A preguiça é uma tristeza (…) e esta é uma doença nossa, dos cristãos. Vamos à Missa aos domingos, mas sem incomodar. Esses cristãos sem zelo apostólico não servem, não fazem bem à Igreja. E quantos cristãos são assim, egoístas por si mesmos. Este é o pecado da preguiça, contra a vontade de doar a novidade de Jesus aos outros, aquela novidade que me foi dada gratuitamente”, disse o Papa.
Mas, nesse trecho do Evangelho, afirmou ainda o Pontífice, encontra-se também outro pecado, quando se vê que Jesus é criticado, porque curou o doente no sábado. O pecado do formalismo, de não deixar lugar à graça de Deus, de se preocupar em ter os documentos e certidões em ordem.
“Cristãos hipócritas a quem interessam somente as formalidades. Fecham as portas à graça de Deus. Temos muitos assim na Igreja, e isto é outro pecado! Os que pecaram de preguiça não são capazes de ir adiante com zelo apostólico, porque decidiram parar em si mesmos, em suas tristezas e ressentimentos. Estes não conseguem chegar à salvação porque fecham as portas a ela!”.
Francisco advertiu que preguiça e hipocrisia são tentações que se deve conhecer para defender-se delas. Ele recordou que Jesus deu a graça da cura ao paralítico e, quando o encontrou de novo, disse a ele que não pecasse mais.
“As duas palavras cristãs: ‘queres ficar curado?’ e ‘não peque mais’ são palavras ditas com ternura, com amor. É este o caminho cristão: aproximar-se das pessoas feridas, neste hospital de campo; muitas vezes, pessoas feridas por homens e mulheres da Igreja… As duas palavras de Jesus são mais bonitas do que a preguiça e a hipocrisia.”

JESUS TEM O PODER DE CURAR AS ALMAS QUE NECESSITAM DE RESTAURAÇÃO

Jesus tem o poder de curar as almas que necessitam de restauração. Se você se encontra em uma situação de desespero, de forte sentimento de culpa, não sinta apenas remorso, mas tenha coragem e vá a Jesus.

Lemos em Jeremias 29, 12 “Invocar me-eis e vireis suplicar-me e eu vos atenderei.” 

Converse com ele, confesse seu pecado e Ele lhe dará uma nova chance, permitindo que você recomece uma nova vida com Ele. Temos de ter a firme confiança de que Jesus não condena, Ele veio para salvar o que estava perdido.

Quando nos embriagamos do verdadeiro Amor, conseguimos enxergar o mundo com outros olhos, vivenciar nosso dia a dia com outros gestos e sentir nossas alegrias e decepções com outro coração. Tudo é absolutamente novo.

Sabe o que significa tudo isso? Deus nos faz pessoas melhores, todos os dias, ainda que tenhamos pecados.

Ele sabe das nossas limitações e fraquezas e a medida em que nos abrimos, Ele nos restaura, cura e liberta. De modo sobrenatural, uma fonte inesgotável de alegria nasce em nossos corações, pois o próprio Deus vem habitar em nós.

Senhor, vós sois o amor,
a misericórdia e o perdão.
Dá-nos sabedoria para nunca vos ofender e
que saibamos recorrer sempre ao
vosso poderoso amparo.
Dai a todos a graça do Teu imenso amor.
Amém!

Padre Alberto Gambarini

APEGUEM_SE AO BEM E SEJA FELIZ

Nós temos de amar? Sim, mas não de qualquer jeito. Temos de amar com um amor verdadeiro. 

Muitas vezes, as pessoas entendem o amor como um interesse, em função do bem que o outro pode lhes trazer; aí, não conseguem identificar o que realmente existe de essencial nele, somente caricaturas.

A Palavra pede que o nosso amor seja sincero e verdadeiro, sem interesse ou fingimento, porque, onde existe o verdadeiro amor, Deus está presente. E, já que é para amar, que nós amemos para valer, sem medidas, tanto na quantidade quanto na qualidade. É esse o amor que o Pai quer de nós.

A Passagem de hoje vem para desdobrar os significados desse amor sincero. Ela começa dizendo: “Detestem o mal e apeguem-se ao bem”. Deteste o que é mal, mentiroso e falso. Não deteste o mentiroso e o maldoso, mas a mentira e a maldade que eles praticam. Não odeie o inimigo, mas odeie fazer o que ele faz de mal. Como a nossa vida seria melhor se nós não gostássemos do que não presta! 

Você sabe qual a melhor maneira de detestar o mal? Trocando-o pelo bem. É você converter uma coisa ruim em algo bom; trocar um amor mesquinho, interesseiro e carnal por um amor verdadeiro. Então, afaste-se do mal e apegue-se ao bem; assim, você será muito mais feliz.

Saia do amor mentiroso, viva o amor sincero e carinhoso, que passa pela afeição terna e une você ao próximo. 

Você, que foi treinado, desde pequeno, para rivalizar com as pessoas que estão ao seu redor e quer vencer esse espírito de disputa, faça isso no amor. Dispute, mas para ver quem ama mais, quem tem mais atenção. Se for para competir, que seja no amor e não no interesse, pois o vencedor não é aquele que recebe mais, mas o que doa mais.

Sejam zelosos, cuidadosos e fervorosos de espírito, na presença de Deus, para que o amor de vocês seja verdadeiro. Assim, vocês serão alegres na esperança, fortes na tribulação e perseverantes na oração.

O amor traz alegria na espera por algo importante, dá força diante de uma tribulação e faz a pessoa perseverar na oração, na certeza de que a recompensa virá. Sem o amor, a pessoa não suporta nada e se despedaça. Então, pelo amor, você fica descomprometido com o mal e unido ao bem, torna-se capaz de vencer a si mesmo para amar mais. Na hora da disputa, age para que todos saiam ganhando. Se tiver de esperar, espere com alegria; e, na hora da prova, mostra-se forte graças ao poder que vem de Deus.

Meu irmão, pela presença de Deus na sua vida você precisa ser uma bênção na vida do próximo. É pela fé que você acende a presença do Senhor no seu coração, e essa fé não pode ser pela busca da felicidade, mas pela busca do amor. A felicidade é consequência na vida de quem almeja o amor sem medida.

Quem busca a própria felicidade perde-se no caminho, mas quem busca viver o amor é encontrado pela felicidade em qualquer situação de sua vida. É impossível não ser feliz no amor, por isso quem está com Jesus não busca o que lhe é agradável, mas o bem.

Nem sempre fazer o bem é agradável, mas é o que existe de mais saudável e o que nos faz mais felizes.

O nosso coração não pode ser voltado para nós mesmos, mas sim para Deus e para o próximo. Nós podemos nos amar? É claro que sim! Mas esse amor que está em nós precisa ser direcionado também para o Senhor e para os irmãos.

Não é fácil viver assim, mas, caso você tenha dificuldade, olhe para Aquele que abre caminhos na sua vida: Jesus. Ele sempre viveu em busca da nossa salvação e nunca pelo que Lhe agradava.

É Deus quem nos torna constantes e perseverantes no bem. É Ele quem nos dá a graça de vivermos bem uns com os outros.

Viva em paz com todos e glorifique a Deus. Não pague o mal com o mal, faça o bem para todos, até para os que lhe perseguem. Permanecendo no bem e no amor, e com a esperança de uma vida melhor, o Senhor vem e enche a sua vida de paz, alegria e fé.

O amor é capaz de tudo, mas sem Deus nós não conseguiremos permanecer firmes nesse amor.

Vamos pedir ao Senhor um coração cheio de esperança e, pelo poder do Espírito Santo, que essa esperança vibre em nós de tal maneira, que contagiemos quem estiver à nossa volta.

Márcio Mendes
Membro da Comunidade Canção Nova.

O SEGREDO ESTÁ EM ESCUTAR A PALAVRA DE DEUS

Jesus realiza um grande sinal ao salvar um homem de um espírito que era mudo. Que coisa interessante! Quando Jesus começou a falar, a multidão ficou admirada e Lhe pedia um sinal.

Os adversários de Jesus eram mudos, e pediam para Ele um sinal, mas não perceberam que o maior sinal estava no meio deles. Jesus era é o maior sinal, o Verbo encarnado. Quando o anjo Gabriel se apresentou à Virgem Maria, ele anunciou que ela seria a Mãe do Salvador, que viria para retirar o pecado do mundo.

Jesus é a Palavra de Deus, capaz de nos libertar e nos salvar. Aquele mudo soube ouvir o Senhor, mas os adversários de Jesus tinham o coração fechado para a Palavra de Deus, por isso permaneciam como adversários d'Ele.

Deus veio trazer a visão para aquele que não sabia enxergar, para dar fala àquele que não conseguia falar, Ele veio para nos libertar. O diabo veio para nos prender; ele, sim, é nosso adversário!

Abramos o nosso coração, os nossos ouvidos para ouvir a Palavra de Deus. O primeiro benefício da Palavra de Deus, para sermos felizes, para alcançarmos a felicidade, é escutarmos a Palavra do Senhor.

Quantas e quantas pessoas estão reclamado da vida, pois não escutam o Senhor! A Palavra de Deus tem a graça de nos fazer homens e mulheres felizes. Escutamos mais as palavras das outras pessoas do que a Palavra de Deus! Às vezes, as palavras dos outros têm mais peso para nós do que as Palavras do Pai em nossa vida.

Dê mais crédito ao que diz o Senhor, pois as palavras d'Ele são de vida eterna. Já as palavras das outras pessoas não o são! A Palavra do Senhor não nos deixa voltar ao pecado.

A não escuta da Palavra de Deus não nos traz alegria; ao contrário, ela nos faz caminhar para trás, nos faz perder a nossa fé. Quem escuta a Palavra de Deus e a deixa viva, no seu coração, é sempre feliz, anda sempre para frente e sua fé é cada vez maior.

''De ninguém cobicei prata, nem ouro, nem vestes. Vós mesmos sabeis: estas mãos proveram às minhas necessidades e às dos meus companheiros. Em tudo vos tenho mostrado que assim, trabalhando, convém acudir os fracos e lembrar-se das palavras do Senhor Jesus, porquanto ele mesmo disse: É maior felicidade dar que receber!'' (Atos dos Apóstolos 20, 32).
Quantas vezes eu tenho meditado a Palavra de Deus? Com que frequência?

Um grande santo da Igreja, São Jerônimo, dizia: ''Ignorar a Sagrada Escritura é ignorar o próprio Deus''. Eu e você não podemos apenas escutar a Palavra na Santa Missa, pois assim como o nosso corpo precisa de alimento, o nosso espírito também precisa se alimentar. O nosso espírito tem fome, tem sede da Palavra divina.

''Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer'' (João 15, 5).

Antes de levar a Palavra aos outros, precisamos deixar que ela nos leve a Deus. Quanto mais ela fizer parte da nossa vida, tanto mais produziremos frutos. A Palavra é potente e eficaz!

Quer ser um homem bom? Medite a Palavra de Deus. Quantos pais estão precisando dela para dar conselhos sábios, conselhos divinos e aos filhos!

O que pode o galho fora árvore? Nada! Por isso, Jesus está dizendo que nós somos os ramos e sem Ele não podemos nada! Queremos produzir frutos, queremos ser homens e mulheres cada vez mais vivos. Rezemos, a cada dia, com a Palavra de Deus. Sem Jesus nós ficaremos completamente perdidos.

Quer ter uma vida repleta de fé? Escute, medite, reze a Palavra de Deus!
Padre Hamilton Nascimento 

TENHA GESTOS DE AMOR E SEJA TRANSFORMADO

 
Nas coisas mais difíceis da vida, o Espírito Santo sopra o amor. É um amor sofrido, dolorido, amor de cruz, de martírio. Seu filho está nas drogas? Isso é doloroso demais, é um martírio. Seu marido está bebendo? Isso é terrível! Você deve dizer que não aguenta mais... 

Meu irmão, minha irmã, sozinhos não aguentamos mesmo! Mas é pelo Espírito que vocês conseguirão vencer essa batalha. É com o amor da cruz que vocês terão gestos e sinais concretos de amor. Talvez não seja marido ou filho, mas o seu superior, seu colega, o seu irmão religioso ou de grupo de oração que o faz sofrer. A nossa primeira reação é a impaciência. Falamos disso para todos, murmuramos, criticamos e acabamos cheios de ódio. Sozinhos não mudamos isso, só com a força do Espírito Santo. 

Quando perdoamos, amamos, e isso nos traz uma grande paz, a qual o mundo não conhece e, talvez, você também não a conheça também. Que você exale o perfume do amor e do perdão. 

'Que eu não solte cólera, mas o restinho do amor que há em mim'. Esse é o segredo da santidade!

Você vai perceber que essa paz vai produzir alegria em sua vida, fazendo com que você seja alegre, mesmo ao carregar a sua cruz. Eu sei que há cruzes que você carrega há anos, e que você tem sido um verdadeiro herói, mas, sem perceber, talvez tenha perdido a chance de ser santo.

Ame! O Espírito Santo é amor! Tenha gestos de amor e seja transformado.

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova