sábado, 15 de março de 2014

SÃO LONGUINHO

São Longuinho viveu no primeiro século, foi contemporâneo de Jesus Cristo e, de acordo com os raríssimos relatos a respeito da vida deste santo, dizem tratar-se do centurião na Crucificação, que reconheceu Cristo como “o filho de Deus” (27,54 Matheus; Marcos 15:39; Lucas 23:47). Este centurião é identificado também como o soldado que “perfurou Jesus com uma lança” (João 19,34), provavelmente pelo fato do nome ser derivado do grego e significar “uma lança”.
      Conta-se que os crucificados tinham seus pés quebrados a fim de facilitar a retirada da cruz, mas quando chegou a vez de Jesus, o mesmo já estava com os pés soltos, e assim, ao invés de quebrar seus pés, um dos soldados perfurou o lado do seu corpo com uma lança. A água que saiu do lado de Jesus teria respingado em seus olhos, curando-o instantaneamente de uma grave doença nos olhos. Conseqüentemente, o soldado se converteu e, ao abandonar para sempre o exército e sua moradia, transformou-se num monge a percorrer a Cesárea e a Capadócia, atual Turquia.
      A tradição nos diz que São Longuinho destruiu algumas imagens idolatradas na época com um machado, na presença de um homem que o perseguia, e que das imagens quebradas saíram muitos espíritos malignos que possuíram e cegaram tal homem. Longinho disse a ele que somente seria curado e liberto após sua conversão. Assim, depois fazer uma prece, imediatamente o homem foi curado da cegueira e converteu-se ao cristianismo.
      São Longuinho foi preso e torturado por causa de sua fé cristã, tendo seus dentes arrancados e sua língua cortada. Comumente invocado para encontrar objetos perdidos, no Leste Europeu sua festa é comemorada em 16 de Outubro. No Brasil e Espanha, a comemoração ocorre no dia 15 de Março.
      Na arte litúrgica, São Longuinho é representado como um soldado com uma lança apontada para os seus olhos ou então com os braços abertos, segurando uma lança. A lança de São Longuinho encontra-se hoje em Viena, na Áustria, e é muito reverenciada como relíquia religiosa.

ORAÇÃO A SÃO LONGUINHO

Glorioso São Longuinho, a ti suplicamos, cheios de confiança em sua intercessão. Sentimo-nos atraídos a ti por uma especial devoção, e sabemos que nossas súplicas serão ouvidas por Deus Nosso Senhor, se tu, tão amado por ele, nos fizer representar.

Sua caridade, reflexo admirável, inclina-te a socorrer toda miséria, a consolar todo sofrimento, suprir toda necessidade em proveito de nossas almas, e assegurar cada vez mais nossa eterna salvação, com a prática de boas obras e imitação de suas virtudes! Amém


COURAÇA DE SÃO PATRÍCIO

IDE FAZEI DISCÍPULOS ENTRE TODAS AS NAÇÕES



Jesus, que está subindo a Jerusalém para participar da Festa Judaica, tem consciência do que acontecerá em Jerusalém. Ele é o Cordeiro de Deus e quer oferecer-se ao Pai livremente.

Como é bom contextualizar a leitura e trazê-la para a nossa vida, para o que está acontecendo com ela! Quero que você acompanhe o que eu digo, a fim de que se aproxime de Jesus, de Sua presença silenciosa e discreta. Acompanhe o Senhor entrando naquela sala, durante a Santa Ceia, com os discípulos e imagine-os sentando-se à mesa. Até então, tudo transcorria normalmente, mas, certamente, alguém perguntou: “Onde está o cordeiro?”, pois não havia sacrifício sem cordeiro. De repente, o Senhor se levanta e diz: "Eu desejei, ardentemente, celebrar convosco essa Páscoa” (Lc 22,15). 

O que é um desejo ardente, senão a expressão máxima de um amor que jorra de dentro para fora? Todas as vezes que nos reunimos em torno do altar, devemos ter esse desejo ardente. É como o Senhor repetindo: “essa é a grande hora”. 

A Lei foi cumprida antecipadamente naquele dia. As promessas se cumpriram no sofrimento do Redentor. Ele quis antecipar aquele acontecimento único e eterno. Naquela hora, disse uma palavra muito importante: “O que faço, agora, não compreendeis, mas compreendereis depois”. Compreendemos agora que esse sacrifício se repete inúmeras vezes na Eucaristia.

É lamentável quando alguém diz que vai "assistir à Missa". Jesus não nos mandou "assistir". Quem assiste é expectador; nós assistimos à televisão, ao futebol, ao teatro, mas a Eucaristia, não! Dela nós participamos. 

Continuando a cena do Evangelho, vemos que o senhor ergueu o pão e disse: “Este é o meu Corpo que será entregue por vós” (Lc 22,19). É preciso parar e refletir as palavras de Cristo. Os discípulos são aqueles que se sentam à mesa com Jesus. A Eucaristia não é apenas uma lembrança, é o sacrifício que se renova e não se repete. É Deus nos sacramentos.

Quando amamos alguém, o que mais desejamos? Estar com o amado, não é? Este é o desejo de Deus. Ele esvaziou-se de si mesmo e foi obediente até a morte na cruz. Ele nos quis assim, numa intimidade tão grande que nos levou, por meio da Eucaristia, a participar do mistério de Sua Morte e Ressurreição. 

Como é necessário nos aproximarmos de Jesus e Lhe dizer: “Só o Senhor me basta, meu Amado, estou aqui eu O recebo. Recebe-me como estou e me devolva como o Senhor me quer”.

Depois, o Senhor ergueu o cálice com o vinho e pronunciou: “Este é o cálice do meu Sangue, o sinal da nova e eterna aliança” (Lc 22,20). Em cada Missa celebramos a eterna aliança do amor de Deus por nós. “Este é o meu Sangue derramado por vós para remissão dos nossos pecados”. Esse o fundamento primeiro de toda a pregação, é o princípio básico de todo aquele que quer estar com Deus. 

Logo em seguida, o Senhor se levanta, tira Sua túnica e diz: “Eu sou o seu Mestre, aprendei de mim que sou manso e humilde de coração” (Mt 11,29). Ele lavou os pés dos discípulos. Quem lavava os pés das pessoas, no tempo de Jesus, eram os escravos. Não há celebração de Eucaristia que não nos leve ao serviço.

A Eucaristia nos alimenta e nos leva a servir a um mundo cheio de violência e pecado. Após aquele momento, o Senhor vai com os Seus para o Getsêmani. Como é bom estar, ali, com o Senhor! Quer vencer as tentações? Ore! Foi isso que Jesus disse aos Seus discípulos: “Orai e vigiai para não cairdes em tentação”. O Senhor chega a suar sangue de tamanha agonia.
Vemos, agora, o Senhor que é preso, açoitado, coroado de espinhos e atado. Naquela época, quem era atado, na quinta-feira antes da Páscoa, era o cordeiro. Jesus é o Cordeiro condenado. Pilatos lava as mãos por Jesus e diz que o sangue daquele inocente recairia sobre as cabeças de cada um de dos próprios filhos.

Depois, Jesus, desfigurado, toma a própria cruz, que é a de cada um de nós, e sobe o Calvário para ser imolado pelos nossos pecados. Jesus não levou nenhum cordeiro, nenhum bode, mas, graças às Suas próprias chagas, Ele abriu para nós o céu.

Contemple, agora, Jesus crucificado no Calvário. Ele foi crucificado e tinha uma sede tremenda de nos salvar. É um sacrifício grande demais para dizermos que vamos "assistir à Missa" ou que não vamos "assisti-la", porque não temos tempo. 

O Cordeiro estava lá, imolado na cruz, por volta do meio-dia. No Calvário, Deus feito homem está crucificado; Ele entrega Seu Espírito ao Pai. Na mesma hora, Caifás oferece um sacrifício de bodes e carneiros no templo, e o véu do templo se rasga. É Deus dizendo que não precisa mais de sacrifício de cordeiros, pois aconteceu o supremo sacrifício de Seu próprio Filho. Tudo isso acontece, durante a Santa Missa, todos os dias. Que valor tem o Santo Sacrifício! 

Participar da Eucaristia e ter, no coração, a gratidão. São João Maria Vianey dizia que “a Missa é o Céu na Terra por alguns instantes”. Que nós padres não sejamos funcionários da instituição, mas celebrantes do sacrifício de Jesus, do amor de Deus. 

Existe um caminho seguro que nos leva ao Céu: o altar, o sacrifício do Cordeiro. 
Padre Adílson Simões 
Sacerdote pernambucano

A ORAÇÃO A MIM MESMO



Que eu me permita olhar e escutar e sonhar mais. 

Falar menos. Chorar menos. Ver nos olhos de quem me vê a admiração que eles me têm e não a inveja que prepotentemente penso que têm. 

Escutar com meus ouvidos atentos e minha boca estática, as palavras que se fazem gestos e os gestos que se fazem palavras.
Permitir sempre escutar aquilo que eu não tenho me permitido escutar.

Saber realizar os sonhos que nascem em mim e por mim, e comigo morrem por eu não os saber sonhar. Então, que eu possa viver os sonhos possíveis e os impossíveis; aqueles que morrem e ressuscitam a cada novo fruto, a cada nova flor, a cada novo calor, a cada nova geada, a cada novo dia.

Que eu possa sonhar o ar, sonhar o mar, sonhar o amar, sonhar o amalgamar. Que eu me permita o silêncio das formas, dos movimentos, do impossível, da imensidão de toda profundeza.

Que eu possa substituir minhas palavras pelo toque, pelo sentir, pelo compreender, pelo segredo das coisas mais raras, pela oração mental (aquela que a alma cria e que só ela, alma, ouve e só ela, alma, responde).

Que eu saiba dimensionar o calor, experimentar a forma, vislumbrar as curvas, desenhar as retas, e aprender o sabor da exuberância que se mostra nas pequenas manifestações da vida.

Que eu saiba reproduzir na alma a imagem que entra pelos meus olhos fazendo-me parte suprema da natureza, criando-me e recriando-me a cada instante.

Que eu possa chorar, menos de tristeza e mais de contentamentos. Que meu choro não seja em vão, que em vão não sejam minhas dúvidas.

Que eu saiba perder meus caminhos, mas saiba recuperar meus destinos com dignidade. Que eu não tenha medo de nada, principalmente de mim mesmo: - Que eu não tenha medo de meus medos!

Que eu adormeça toda vez que for derramar lágrimas inúteis, e desperte com o coração cheio de esperanças.

Que eu faça de mim um homem sereno dentro de minha própria turbulência, sábio dentro de meus limites pequenos e inexatos, humilde diante de minhas grandezas tolas e ingênuas (que eu me mostre o quanto são pequenas minhas grandezas e o quanto é valiosa minha pequenez).

Que eu me permita ser mãe, ser pai, e, se for preciso, ser órfão.
Permita-me ensinar o pouco que sei e aprender o muito que não sei, traduzir o que os mestres ensinaram e compreender a alegria com que os simples traduzem suas experiências; respeitar incondicionalmente o ser; o ser por si só, por mais nada que possa ter além de sua essência, auxiliar a solidão de quem chegou, render-me ao motivo de quem partiu e aceitar a saudade de quem ficou.

Que eu possa amar e ser amado. Que eu possa amar mesmo sem ser amado, fazer gentilezas quando recebo carinhos; fazer carinhos mesmo quando não recebo gentilezas. Que eu jamais fique só, mesmo quando eu me queira só.

Autor: Gregory Colbert

CAMINHAR , EDIFICAR E CONFESSAR

O primeiro ano do nosso amado Papa Francisco. Esta reflexão quero centrar neste padre humilde [Bergoglio] e lembrar algumas das palavras dele, em sua primeira homilia, como Papa Francisco.

Como Deus ama a Sua Igreja, como Ele providencia, no Seu tempo, pastores para conduzi-la! Vocês se lembram da atitude do Papa Francisco quando apareceu naquela sacada [na Basílica de São Pedro, Vaticano]? O mundo todo se voltava para aquela janela; de repente, aquele homem simples aparece e pede que oremos por ele. Suas palavras foram ungidas, pois ele foi escolhido pelo Espírito Santo, as luzes do Espírito governavam a Igreja de Deus pelo mundo inteiro.
Guardem estas três palavras: caminhar, edificar e confessar. O Papa dizia: "Nós precisamos fazer o caminho de Jesus, caminhar como quem sabe para aonde vai!".

Quando não caminhamos com Deus, nós nos perdemos; e caminhar não é apenas um movimento físico, mas se mover para o caminho certo. A nossa meta é construir o Reino de Deus, o céu, a eternidade.

Na história da salvação, o povo de Deus foi sempre um povo caminhante. A fé é uma graça inefável que Ele concede a todos nós; existem aqueles que desenvolvem esse dom, mas ela é dada a todos nós.

Sua vida se desenvolve, realiza-se sempre na presença de Deus? Entre profundamente no Seu ser e experimente a Sua presença. É pela fé desenvolvida que somos alimentados no Senhor.

Na Quaresma, você pode até estar em meio a um grande barulho, não aquele que encontramos no dia a dia, mas o barulho que encontramos quando não nos alimentamos desse Espírito.

Caminhemos, pois a Igreja é o caminho! "Saiamos para oferecer a vida a Jesus Cristo! Não nos fechemos nas estruturas. Vão, avancem!" Jesus diz aos Seus discípulos: “Joguem suas redes e avancem para um mar profundo, a pescaria deve ser profunda!”.

A segunda grande palavra que o Papa usou em sua homilia é 'edificar a Igreja', pois "vós sois pedras vivas escolhidas para serem parte de um grande edifício. Ele nos chama, nós devemos amá-lo como Mestre e Senhor da nossa vida. O que é um discípulo? Alguém que se assemelha com o Mestre" (Papa Francisco).

"Achegai-vos a ele, pedra viva que os homens rejeitaram, mas escolhida e preciosa aos olhos de Deus; e quais outras pedras vivas, vós também vos tornais os materiais deste edifício espiritual, um sacerdócio santo, para oferecer vítimas espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo" (Pedro 2,4-5).

Não importa o que você foi ontem; hoje, Deus quer que o agora esteja vivo na sua vida!

Edifique a Igreja! A maior alegria que alguém pode experimentar é dizer: "Eu sou de Cristo, a minha alegria é seguir Jesus!". Ir com Ele, permanecer com Ele, dar a vida por Ele e permanecer com Ele!

O Papa nos diz que é o próprio Senhor a pedra que dá sustentação a esse templo maravilhoso. A missão que o Mestre nos confia é fazer o Seu Reino, que começa dentro de nós. É o Espírito Santo quem age dentro do coração de todos nós para edificar a Igreja. Se há alguma coisa que deve nos inquietar, é porque há tantos irmãos nossos que estão sem a luz de Deus.
O Papa nos lembra que não são as crises no mundo lá fora que nos preocupam, mas a mediocridade com que anunciamos Jesus Cristo, o jeito frio com que vamos à Igreja.

Meus irmãos, sejamos portadores dessa fé em Jesus Cristo! Um exemplo que Deus fez nascer entre nós é nosso amado Papa Francisco, pois suas palavras tocam o nosso coração. É um tempo novo que podemos chamar de 'Tempo do Espírito'. Caminhar, edificar e confessar ao mundo Jesus Cristo!

Sem Deus não somos nada, somos apenas folhas secas pelo chão. Ele nos abraça e enxuga as nossas lágrimas. Com Ele tudo é possível! A nossa herança é Deus, e a esperança que depositamos n'Ele jamais nos decepcionará. Jesus nos ama! Não podemos nos esquecer de que todas as glórias passam, mas a de Jesus Cristo permanece sempre!

Padre Adílson Simões 


Sacerdote pernambucano

QUARESMA TEMPO DE REFELEXÃO


O melhor livro de moral é a nossa consciência temos que consultar frequentemente
A mão que balança o berço, é a mão que rege o mundo.
O sonho e a esperança são dois calmantes que a natureza concede ao ser humano.
A alegria esta na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido. Não na vitória propriamente dita.
Se não houvesse esperança não estaríamos lutando.
A esperança se adquiri, chega –se à esperança através da verdade, pagando o preço de repetidos esforços e de uma longa paciência.
Para encontrar a esperança é necessário ir além do desespero.
Quando chegamos ao fim da noite, encontramos a aurora.
Talvez as melhores amizades sejam aquelas em que haja muita discussão, muita disposta e mesmo assim muito afeto.
Não devemos permitir que alguém saia de nossa presença sem se sentir melhor e mais feliz.
Acredite que em última analise, a função do líder é espalhar esperança.
Não podemos ser verdadeiramente Cristãos, se não espalhamos amor onde passamos....
Não haverá vitorias e alegrias, se não não for construída na dignidade e honra....
Não podemos ser verdadeiramente fortes enquanto não vivemos o lado divertido das coisas.
Tudo o que nos irrita nos outros pode levamos a uma melhor compreensão de nós mesmos.
O tempo dura bastante para aqueles que sabem aprontá-los.
Wagner Baia

GRANDES PODERES= GRANDES RESPONSABILIDADES

Homens de verdade expressam poder e misericórdia
Sei que muitos de nós, homens, temos tendência para sermos mais práticos, para buscarmos as soluções dos problemas em vez de nos envolvermos neles e falar deles. Às vezes, entramos em nossa 'caixinha do nada' para sobrevivermos. Sim, 'caixa do nada'. “Ei, o que você está pensando?” “Nada”. “Te fiz algo?” “Nada”. Nada é nada mesmo. Isso nos faz viver a vida de maneira mais livre, mas que nosso 'segredo do nada' não nos impeça de nos envolvermos no que vale a pena! Homens de verdade expressam poder e misericórdia. Coragem e emoção!

Fico impressionado com o jeito de Jesus. Ele era amigo, encorajava e ensinava os discípulos, era um Pai para eles e para o povo. Jesus, às vezes, ria com eles, ia para as festas com a galera, mas também batia o pé em questões em que até mesmo os discípulos mais próximos discordavam. Era firme quando preciso e sabia se colocar em cada uma das situações. 

Gostamos de proteger o que nos é sagrado e importante, especialmente as mulheres. Temos um desejo de doar nossas vidas a ponto de doer! Basta olhar para a maioria dos heróis que foram criados pela nossa imaginação, pela literatura e pelos filmes. Eles dão a vida por amor. Como fazemos para doar nossa vida à nossa maneira? Lembro aqui o que o tio do Homem Aranha disse a ele, no primeiro filme, antes de ser assassinado: “Grandes poderes requerem grandes responsabilidades”. É isso mesmo! O “poder” que nos foi dado de sermos homens tem como anexo, “de quebra”, grandes responsabilidades. Tá a fim de assumi-las? 

Lembre-se de quando era criança e brincava com seu carrinho, que sempre o transportava para outras realidades. Com certeza, você o pegava e imaginava que estava levando alguém dentro dele, não é? Meu primeiro carrinho foi uma ambulância que acendia as luzes da frente e fazia o barulho da sirene. Sempre pensava: “Saia, saia da frente que preciso chegar até o hospital”. Esse desejo de proteção e de responsabilidade é parte de nós homens. Mesmo tendo esquecido, essa sensação está guardada em nossa lembrança
Lá, no fundo do coração, a mulher quer mesmo um homem que a faça feliz e cuide dela. O mundo vive nos dizendo para curtir a vida agora e nos preocuparmos com coisas sérias depois. Mas nosso coração não funciona dessa maneira. Cada pedacinho de masculinidade em nós protesta contra isso! Deus nos criou para sermos guerreiros, para lutarmos pelo que é certo e pelo verdadeiro amor. Isso não é um sonho. 

Lembro-me da cena do filme 'Gigantes de Aço', no qual o Charlie entrega seu filho, Max, aos cuidados de sua cunhada por não ter condições e disposição para educá-lo. Estava literalmente fugindo da luta! Fica bem claro que o garoto já o amava e queria ficar com ele. O pai (Charlie) então, indignado, diz: “Você sabe que não consigo cuidar de você, não sou o que você merece. O que quer que eu faça?”. Nessa hora, com os olhos cheios de lágrimas, Max fala algo que tirou meu fôlego: “Eu só queria que você lutasse por mim”. 

Somos homens livres, racionais, com um pé na terra e outro na eternidade; temos inteligência para influenciar, direcionar e formar este mundo, fazendo-o valer a pena. Qual sua resposta diante dessa proposta? Qual a sua luta? Por onde recomeçar?

Nossa masculinidade não está encerrada em nosso corpo sarado e viril, mas sim em todo nosso ser. Não dá para pensar que o homem é aquele 'ogro' que não sabe ser corajoso e, ao mesmo tempo, acolhedor. Não é irônico que, um dia, o mundo tenha sido convidado a escolher a sua resposta a partir dessas duas visões de homem? 

No dia do julgamento de Jesus, diante de Pilatos, foram apresentados dois modelos de homem: Jesus, o revolucionário do amor, homem de coragem e emoção, leão e cordeiro; e Barrabás, um revolucionário e lutador que matou por uma causa pessoal. “Bar Abbas” em hebraico significa “o filho do pai”. 

E quem o povo escolheu? 

Antes de o povo dar a resposta, Pilatos tentou mostrar quem, de fato, era homem verdadeiro: Ecce Homo! Eis o Homem! Foi o que ele disse! Mas não escolheram Jesus, ao contrário, O mataram! 

Tentei mostrar o modelo de homem no qual precisamos nos espalhar. Mas a resposta é sua, homem! Então, qual modelo você irá seguir? Dentro de você, quem ficará vivo?Jesus ou Barrabás?
Adriano Gonçalves