quarta-feira, 30 de abril de 2014

A IMPORTANCIA DO TEMPO

thumb“Falta de tempo é a desculpa da falta de método” (Heus)
O melhor presente é o tempo Presente; então, é preciso aproveitá-lo bem. Mas há uma ciência em aproveitar o tempo. Não se trata de correr ao fazer as coisas, mas de não desperdiçá-lo com coisas sem sentido.
Para viver bem é preciso saber usar bem o tempo; é nele que construímos a nossa vida. Cada momento de nossa existência tem consequências nesta vida e na eternidade. Por isso, não podemos ficar “matando o tempo”; pois seria o mesmo que estar matando a nossa sua vida aos poucos. Na verdade, o tempo presente é a única dádiva que nos pertence; o passado já se foi, e o futuro a Deus pertence.
Viva intensamente o presente. Tenha sempre em mente o seguinte: a pessoa mais importante é essa que está agora na sua frente; o trabalho mais importante é este que você está fazendo agora; o dia mais importante da vida é este que você está vivendo hoje; o tempo mais importante é o agora. Alguns me perguntam como consigo fazer tantas coisas; a resposta é simples: não perder tempo e há tempo para tudo que é importante ser feito. É claro que precisamos priorizar as atividades.
Viver é como escrever um livro cujas páginas são os nossos atos, palavras, intenções e pensamentos.
As coisas pequenas, mas vividas com amor, assumem um valor elevado, enquanto muitos momentos aparentemente brilhan­tes são comparáveis a bolhas de sabão! Abrace com toda força as oportunidades que você tiver para crescer nos estudos e numa profissão. As chances que a vida nos dá não são muitas; e se você não aproveitá-las bem, pode chorar mais tarde.
Nunca fique sem fazer nada; ainda que você esteja desempregado ou de férias; pois sabemos que “mente vazia e desocupada é oficina do diabo”. Descansar não quer dizer ficar sem fazer nada; é mudar de atividade. Mesmo no campo ou na praia de férias você pode fazer algo que o descansa e que é útil.
Se fizermos as contas, veremos que todas as manhãs são creditados para cada um de nós 86.400 segundos; e todas as noites o saldo é debitado como perda e não é permitido acumulá-lo [saldo] para o dia seguinte. Todas as manhãs a sua conta é reiniciada, e todas as noites as sobras do dia anterior se evaporam.
Não há volta. Você precisa aplicar, vivendo o presente, o seu depósito diário. Invista, então, no que for melhor, em bens definitivos e não fugazes. Faça o melhor cada dia.
Para você perceber o valor de um ano, pergunte a um estudante que repetiu de ano. Para perceber o valor de um mês, pergunte para uma mãe que teve o seu bebê prematuramente. Para você perceber o valor de uma semana, pergunte a um editor de jornal semanal. Para perceber o valor de uma hora, pergunte aos namorados que estão esperando para se encontrar. Para você perceber o valor de um minuto, pergunte a uma pessoa que perdeu o ônibus. Para perceber o valor de um segundo, pergunte a uma pessoa que conseguiu evitar um acidente. Para você perceber o valor de um milésimo de segundo, pergunte a alguém que conquistou a medalha de ouro em uma Olimpíada
Lembre-se: o tempo não espera por ninguém. O dia de ontem é história. O de amanhã é um mistério. O de hoje é uma dádiva. Por isso é chamado “presente”! Não deixe que o tempo escorra por entre os dedos abertos de suas mãos vazias; segure-o de qualquer maneira para que ele vire eternidade.
Por que esperar amanhã para viver? O presente está cheio do passado e repleto do futuro. O bom aproveitamento do dia de hoje é a melhor preparação para o dia de amanhã. O tempo é sagrado, porque o evento da salvação se inseriu no tempo histórico. Mas é preciso ter uma noção correta do uso do tempo. Alguns pensam que “tempo é dinheiro”, e não conseguem parar. Não é assim.
Emmir Nogueira, tem uma bela reflexão baseada em Jacques Phillippe, autor de “Liberdade Interior”, (Ed. Shalom, 2004), que  ensina-nos que há dois tempos: um exterior, contato pelo relógio, e outro interior, contado pelo amor. Transcrevo aqui uma reflexão desse livro:
“O tempo exterior é o tempo do fazer, do trabalhar, estudar, produzir, produzir, produzir. É o tempo das horas marcadas, das agendas lotadas, dos compromissos importantes e inadiáveis. É o tempo que estressa, que envelhece, que desgasta, que irrita. Tempo que me fecha em mim mesmo, que me leva a pensar mais em mim do que nos outros, tempo de receber, de acumular. Tempo de usura.”
“O tempo interior é o tempo de ser, do trabalhar com gratuidade, do estudar com extasiamento, do produzir para o bem de todos, ainda que me “prejudique”. É o tempo que esquece o relógio diante da necessidade do outro. Tempo das agendas que sempre cabem mais uma horinha, tempo dos importantes e inadiáveis compromissos com a vontade de Deus.”
“Tempo interior é o tempo que pacifica ao ser doado, tempo que rejuvenesce porque tudo espera, tempo que refaz porque tudo crê, tempo paciente que tudo suporta. É tempo que me abre para o outro e para as boas surpresas de Deus, tempo de dar, tempo de partilhar. Tempo de gratuidade. É aquele tempo que se chama “paciência histórica”. Tempo que sabe que Deus tem o comando de tudo. Tempo que não se apressa em julgar e que se recusa a imprimir sentenças.”
“Tempo interior, é tempo de quem ora. É tempo de amor registrado pelos relógios da eternidade, sem ponteiros, sem dígitos. Tempo que sempre sobra. É o tempo em que Deus vive. Tempo que se partilha com Ele, carregado dos seus segredos de amor. Tempo que “guarda tudo em seu coração”, que se submete inteiramente à vontade de Deus. Tempo sempre sim. Tempo-sim a Deus e ao irmão. O tempo da eternidade vivido no tempo que se chama hoje.”
Usamos tanto a palavra URGENTE, que ela perdeu a sua força. O que é urgente, de fato? As nossas correrias? Não. Urgente é saber perguntar: qual o sentido de tudo o que estou fazendo? O mais urgente é saber agradecer a Deus o nascer do Sol que se repete a cada dia; urgente é o relacionamento com os filhos, o abraço na esposa, saber gastar o tempo com os outros… não se esquecer de viver a vida.
As pessoas não se tornam grandes por fazerem grandes coisas. Fazem grandes coisas por serem grandes. Para ser grande é preciso, pacientemente, construir-se a cada dia.
Felipe Aquino

O TESOURO QUE MUNDO PROCURA

Quem não luta não tem muitos problemas nem dificuldades, mas também não alcança a vitória
A juventude é a fase em que mais sofremos as investidas do inimigo de Deus, quando enfrentamos as maiores batalhas e temos sentimentos à flor da pele. É uma guerra na qual nos machucamos e ficamos, muitas vezes, mutilados. É difícil ir para a guerra, mas não ir significa não conhecer o sabor da vitória.

Quem não luta não tem muitos problemas nem dificuldades, mas também não alcança a vitória.
 É assim que acontece com alguém que está em pecado: como um porco, lambuza-se todo e se mistura tanto à lama que não quer mais sair dela. Mesmo sendo lavado, o porco retorna à lama. Quem não luta contra o pecado torna-se semelhante a esse animal, acostumado à vida do chiqueiro. Muitas vezes, permanecemos no pecado e nas consequências dele, porque não lutamos.

Há uma história sobre um homem e seu baú cheio de tesouros, os quais ele colecionava e comercializava. Além do baú, possuía tecidos, tapetes, terras, gado, cavalos, casas... Enfim, era muito rico. Ele viajava bastante e sempre comprava algo que não possuía. Assim foi ajuntando tesouros, até que, um dia, numa das viagens, deparou-se com uma pérola negra e se encantou por ela. Era a única no mundo!
Em nenhum dos lugares pelos quais já havia passado havia aquele tesouro. Quis possuí-la e foi até o dono da pérola. Pelo fato de não haver nada parecido no mundo inteiro, o proprietário tinha todo o direito de pedir o valor que quisesse, e foi o que aconteceu. Ele pediu um preço tão alto, que era quase impossível alguém possuir todo aquele dinheiro. O comerciante achou o preço exorbitante, mas, como um bom negociante, fez o cálculo de todos os seus bens, incluindo a roupa do corpo, e percebeu que teria o dinheiro suficiente para comprá-la. Voltou para casa, juntou tudo, vendeu, comprou a pérola e saiu vestido com o mínimo necessário para não estar nu. Olhava o bem recém-adquirido sem ter para onde ir, pois tinha vendido a casa e tudo o que possuía. Achou, então, uma árvore e sentou-se à sombra, contemplando o seu tesouro. Ninguém era mais rico do que aquele homem, mas também ninguém era mais pobre do que ele. Nada custava mais do que a sua pérola e ele era feliz. Havia encontrado o que sempre buscara. Aquele homem acumulou riquezas por toda a vida, achando que nelas seria feliz, até encontrar a pérola. E, quando a encontrou, teve de se desfazer de tudo para comprá-la.

Nossa situação é parecida: não temos carneiros, tesouros, contas bancárias "gordas" nem cheque especial; muitos não têm carro nem cartão de crédito. Mas, ao longo da vida, adquirimos falsos tesouros como o pecado, por exemplo. Ele nos impossibilitou de buscar o tesouro da felicidade e da paz, que é o próprio Deus. Jesus é a paz na agitação da vida, a alegria verdadeira e plena. 

Muitas pessoas procuram esse Tesouro em lugares impróprios e não O encontram. Sabemos que Cristo está em todas as pessoas, mas não em todas as situações. Existem situações em que somente o diabo está. E é justamente aí que, ao longo da vida, fomos buscar a felicidade: numa zona de prostituição, na boca de fumo, numa butique gastando além do que podíamos e ficando endividados. Buscamos a felicidade na violência, na loucura, na moda, na novela, na traição, em situações em que Deus não está, e acumulamos misérias dentro de nós.

Hoje, alegremo-nos, pois nossa busca acabou! Até mesmo o que temos de material, adquirido com muito custo e trabalho, passa a ter mais valor, mais sentido e mais gosto, porque encontramos o grande Tesouro, que é o próprio Deus. 

A PLENTUDE DO AMOR

Meus irmãos, tomo a liberdade de hoje utilizar um texto de Santo Agostinho,retirado da Liturgia da Horas, para nossa reflexão.

“Irmãos caríssimos, o Senhor definiu a plenitude do amor com que devemos amar-nos uns aos outros, quando disse: Ninguém tem amor maior do que aquele que dá a sua vida pelos amigos (Jo 15,13). Daqui se conclui o que mesmo evangelista João diz em sua epístola: Jesus deu a sua vida por nós. Portanto, também nós devemos dar a vida pelos irmãos (I Jo 3,16), amando-nos verdadeiramente uns aos outros , como ele nos amou até dar a sua vida por nós.

É certamente a mesma coisa que se lê nos Provérbios de Salomão:Quando te sentares à mesa de um poderoso, olha com atenção o que te é oferecido; enstende a tua mão, sabendo que também deves preparar coisas sememlhantes (Cf. Pr 23,1-2 Vulg.).

Ora, a mesa do poderoso é a mesa em que se recebe o corpo e o sangue daquele que deu a sua vida por nós. Sentar-se à mesa significa aproximar-se com humildade. Olhar com atenção o que é oferecido, é tomar consciência da grandeza desta graça. E estender a mão sabendo que tmabém se devem preparar coisas semelhantes, significa o que já disse antes: assim como Cristo deus a sua vida por nós, também devemos dar a nossa vida pelos irmãos.

(Trecho do Tratado sobre o Evangelho de São João, de Santo Agostinho)

LUTE POR SUA FAMÍLIA

Os nossos sentimentos podem estar machucados, muito machucados, mas, como sabemos, não somos os donos deles. Muitas vezes, eles nos traem. Mas amor não é só sentimento. O amor é, principalmente, atitude. É ser bondoso, paciente (e quanta paciência precisamos!).

Amar é perdoar 70 vezes sete, como diz Jesus. Uma atitude contínua de perdão e disposição de reconciliar-se. Amar é confiar, ser generoso, é suportar. E como nos é custoso suportar!. Amar é agir com mansidão, com lealdade, sem guardar rancor, decepções nem ressentimentos. Tudo isso que nomeamos, não são sentimentos, mas atitudes, comportamentos, modo de agir.

Tudo se traduz em gestos muito concretos. Por isso, cada um de nós pode decidir-se a amar, pode escolher amar. Amar é um ato de vontade e não simplesmente um sentimento. Eu posso, apesar dos meus sentimentos e emoções, optar por um gesto de amor. Eu posso decidir-me pelo amor. Este é o grande segredo.

Em geral, nós nos deixamos levar pelos sentimentos e pelas emoções; e acabamos estragando tudo. Prejudicamos aos outros; muitas vezes, os mais próximos e a nós mesmos. Acabamos criando situações que parecem irreversíveis. Criamos barreiras.

É por isso que nós decidimos e afirmamos: nós cremos no amor. Tenho certeza de que você também proclama: "eu creio no amor". É por isso que eu aposto nele. Sei que você crê no amor e espera pela vitória dele. Sei que você também proclama: eu aposto na minha família e é por isso que eu luto, e vou continuar lutando, incansavelmente, pela minha família.  
Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

terça-feira, 29 de abril de 2014

SANTA CATARINA DE SENA

Neste dia, celebramos a vida de uma das mulheres que marcaram profundamente a história da Igreja: Santa Catarina de Sena. Reconhecida como Doutora da Igreja, era de uma enorme e pobre família de Sena, na Itália, onde nasceu em 1347.
Voltada à oração, ao silêncio e à penitência, não se consagrou em uma congregação, mas continuou, no seu cotidiano dos serviços domésticos, a servir a Cristo e Sua Igreja, já que tudo o que fazia, oferecia pela salvação das almas. Através de cartas às autoridades, embora analfabeta e de frágil constituição física, conseguia mover homens para a reconciliação e paz como um gigante.
Dotada de dons místicos, recebeu espiritual e realmente as chagas do Cristo; além de manter uma profunda comunhão com Deus Pai, por meio da qual teve origem sua obra: “O Diálogo”. Comungando também com a situação dos seus, ajudou-o em muito, socorrendo o povo italiano, que sofria com uma peste mortífera e com igual amor socorreu a Igreja que, com dois Papas, sofria cisão, até que Catarina, santamente, movimentou os céus e a terra, conseguindo banir toda confusão. Morreu no ano de 1380, repetindo: “Se morrer, sabeis que morro de paixão pela Igreja”.
Santa Catarina de Sena, rogai por nós!


A VIRTUDE DA TEMPERANÇA

Trata-se de um “tempero”, de uma ordem dada às energias de vida que recebemos de Deus
Uma rápida consulta ao dicionário nos revela que a virtude da temperança tem algo a ver com a moderação na comida, na bebida e no sexo.

Santo Agostinho (354-430) recorda que comida, bebida e sexo são realidades que alimentam a vida humana e possibilitam tanto a sobrevivência do indivíduo (comida e bebida) como a sobrevivência da espécie humana como um todo (sexo).

Veja, no entanto, que estranho: são exatamente essas forças de vida que podem gerar a desordem que nos leva à morte. Por isso, as desordens que entregam o homem ao prazer da comida e da bebida (gula) e aos deleites do sexo (luxúria) parecem ser mais potentes que todas as outras. A gula e a luxúria conseguem desestruturar mais que as outras doenças. Ou seja, curiosamente, parece que, no centro da própria vida do homem, existe algo que pode levá-lo à morte. 

Insistimos nesta ideia para que não passe despercebida, pois é muito importante. O prazer da bebida e da comida atua na conservação do indivíduo. Se alguém deixar de comer, certamente morrerá. Algo análogo acontece com o deleite sexual no âmbito da conservação da espécie. Se toda a humanidade decidisse parar de manter relações sexuais, a espécie humana deixaria de existir. Ora, são exatamente essas tendências de conservação do indivíduo e da espécie humana, criadas por Deus, que podem se desordenar a ponto de nos levar à morte. 

Por isso, o vício da gula não é uma entidade com existência própria, como se fosse um parasita a ser arrancado ou um demônio a ser expulso. Se fosse assim, a temperança poderia ser alcançada com um inibidor de apetite ou uma cirurgia estomacal. Mas a medicina atual já comprovou que o problema não está no corpo. Cirurgias e medicamentos podem auxiliar, mas nada substituirá a virtude da temperança. 

Nenhum dom, nenhuma energia dada por Deus pode ser desprezada, mas sim ordenada, direcionada para Ele. Acastração de Orígenes jamais foi aprovada pela Igreja (e também não resolveu seus problemas sexuais; porém, quando descobriu isso, já era tarde demais). Extirpar as energias que usamos para pecar não é uma realidade possível nem desejável, pois as tendências que mais podem perturbar a alma são exatamente as que estão no centro da vida humana. 

Retomando a comparação feita com um carro, poderíamos dizer o seguinte: o problema dos desastres de automóvel não será resolvido com a retirada do motor do veículo, esvaziando-lhe o tanque ou proibindo o motorista de usar o pedal do acelerador, pois é próprio da natureza do carro produzir movimento, energia cinética. O problema só poderá ser resolvido satisfatoriamente se esta energia for limitada pelo frio e direcionada pelo volante.

Este é o tipo de ordenamento proposto pela temperança. Trata-se de um “tempero”, de uma ordem dada às energias de vida que recebemos de Deus. Ao temperar os alimentos, o bom cozinheiro sabe a medida certa e a forma de usar cada um dos condimentos. Precisamos aprender a usar os temperos da vida, para que ela não perca o sabor.

AMARÁS AO SENHOR TEU DEUS DE TODO CORAÇÃO

Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento.
E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes.
E o escriba lhe disse: Muito bem, Mestre, e com verdade disseste que há um só Deus, e que não há outro além dele;
E que amá-lo de todo o coração, e de todo o entendimento, e de toda a alma, e de todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, é mais do que todos os holocaustos e sacrifícios.
E Jesus, vendo que havia respondido sabiamente, disse-lhe: Não estás longe do reino de Deus. E já ninguém ousava perguntar-lhe mais nada."
Marcos 12:30-34

A ARTE DE ADMINISTRAR CONFLITOS

Chora com os que choram, sorri com a vitória do outro
Pedro, o impulsivo apóstolo, é o tipo de “líder nato”. Sua sinceridade é radical. É um homem impulsivo e impetuoso. É mais levado pela ação do que pela reflexão. Promete mais do que pode cumprir. É aquele que, na torcida, puxa o grito de “gol”. Vai de um extremo a outro facilmente. Tem dificuldades de esperar. Quer tudo para ontem. Chora com os que choram. Sorri com a vitória do outro. É uma pessoa simples e objetiva. Não suporta burocracias inúteis. Acredita na empresa e diz que morreria por ela, embora, na hora H, às vezes, tenha dificuldades de apagar os incêndios; quase sempre se arrepende de suas falhas e tem coragem de pedir perdão. Reconsidera seus atos e muda a rota.

Pedro é um líder amoroso. Quem tem alguém assim em seu grupo colherá resultados de coesão entre os outros membros. Este é um tipo difícil em razão de sua instabilidade e sua impulsividade, mas, se administrado com sabedoria, é o gerente ideal para toda a empresa. Não lhe faltará iniciativa. Ele não deixará ninguém ficar parado e identificará facilmente o traidor. Os “Pedros” não suportam o espírito de divisão. São pessoas pouco ambiciosas. Mas, se não forem valorizados, normalmente se tornam “pedras” no caminho do diretor.

Este apóstolo é citado 154 vezes no Novo Testamento com o nome de “Pedro”, ou seja, “Pedra”. Na verdade, esta é a tradução para “Kefa”, em aramaico, língua materna de Jesus. É chamado também 75 vezes por seu nome original, “Simão”. Outras vezes, aparece simplesmente como “filho de João” ou, na forma aramaica, “filho de Jonas”. 

Era natural da pequena cidade de Betsaida, nos arredores do mar da Galileia. Dalí, veio também André, seu irmão, e Felipe. Tinha forte sotaque de pescador da Galileia. Mas Pedro não era um pescador qualquer. Tinha uma pequena empresa de pesca em sociedade com um tal Zebedeu, que era pai de outros dois apóstolos: João e Tiago. Devia ter alguma estabilidade econômica. Parece também que era um homem religioso. Tanto é verdade que, juntamente com seu irmão, foi à Judeia acompanhar a pregação de outro profeta, João Batista. Acreditava que Deus iria intervir na situação da época, já que a região era dominada e explorada pelos romanos.

Pedro era casado. Sabemos que, em certa ocasião, Jesus curou sua sogra. Por esse fato sabemos também que morava na cidade de Cafarnaum, à beira do mar da Galileia, bem em frente a uma sinagoga. Pelo jeito, a sogra vivia na mesma casa de Pedro. No início, Jesus escolheu apenas cinco apóstolos, conforme o costume dos rabinos da época. Um deles era Pedro. O número doze passou a representar as tribos de Israel, ou seja, o pequeno grupo dos apóstolos seria a semente do novo povo de Deus. 

Simão Pedro tinha um temperamento que unia alguns contrastes; era forte e ao mesmo tempo fraco; corajoso e ao mesmo tempo emotivo; inteligente e ingênuo; capaz de dar a melhor resposta e também de dizer a maior bobagem; podemos dizer que era uma pessoa totalmente humana. Pedro era pedra para construir e também para atrapalhar. Era o tipo de pessoa que costumamos chamar de “uma pedreira”. Mas a qualidade que integrava todos estes paradoxos é que Pedro era uma pessoa absolutamente sincera.
Padre Joãozinho, SCJ

PRECISAMOS RECONHECER AS NOSSAS FRAQUEZAS E ENTREGA´LAS A DEUS

Hoje, ao olharmos para Judas e para Pedro, queremos reconhecer nossas fraquezas e entregá-las a Deus. Reconhecer que nós, muitas vezes, também negamos o Senhor.
”Respondeu Jesus a Pedro: ‘Darás a tua vida por mim? Em verdade, em verdade te digo: o galo não cantará antes que me tenhas negado três vezes”’ (João 13-38).
Nós, hoje, nesta terça-feira da Semana Santa, estamos acompanhando o drama da fraqueza humana: dois discípulos de Jesus conviveram, dormiram sob o mesmo teto, andaram, comeram com Ele, escutaram Suas palavras, Suas pregações e Seus testemunhos de vida de uma forma muito próxima: Pedro era o primeiro dos apóstolos; Judas Iscariotes era o tesoureiro do grupo, cada um deles, movido por motivações diferentes, traiu o Mestre, o Senhor da vida.
Ainda que o fim de cada um tenha sido distinto, um encontrou a misericórdia, porque se abriu para o perdão de Deus e, o outro, Judas, tenha se desesperado e perdido a salvação, ambos, para nós, representam aquilo que é a nossa fraqueza humana. Nós também conhecemos Jesus, nós andamos com Ele, comemos com Ele, comungamos do Seu Corpo e do Seu Sangue na Eucaristia.
Judas e Pedro estavam na  Última Ceia com Cristo, eles receberam a herança definitiva de Deus, de Jesus no meio de nós: o Corpo e o Sangue do Senhor. E mesmo assim foram tomados pela frieza e pela indiferença; não que, naquele momento, Pedro não estivesse inteiro, mas é que a fraqueza humana, na hora em que o Mestre mais precisou dele, falou mais alto!
Todos nós somos fracos e, hoje, olhamos para Judas e para Pedro e queremos reconhecer nossas fraquezas, nossos limites; reconhecer que nós, muitas vezes, também negamos o Senhor.
Sabem, meus irmãos, o nosso destino só não pode ser o mesmo de Judas, aquele que traiu o Senhor, traiu a si mesmo e perdeu a sua própria vida. Nós precisamos, a cada dia, purificar as nossas fraquezas e entregá-las a Deus, reconhecer que somos fracos, que somos frágeis, que a nossa natureza humana é muito vulnerável e clamar ao Senhor que tenha misericórdia e compaixão de nós; e que nos ajude a sermos firmes no caminho e no seguimento de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Judas não se arrependeu de seus pecados, ainda que tenha chorado amargamente pelos seus erros ele não soube se arrepender. Pedro chorou até o último dia de sua vida, foi perdoado pelo Senhor e conheceu a Sua misericórdia.
Nós, hoje, queremos pedir a Deus que nos ajude a reconhecer nossas fraquezas, para que possamos banhá-las no tesouro infinito, no oceano infinito da Sua misericórdia, para que sejamos novamente reconciliados com Deus.
Uma boa confissão, o reconhecimento de nossas faltas e a humilhação diante do Crucificado são o melhor meio de nos purificarmos de nossas faltas e não nos desesperarmos por causa de nossas fraquezas!
Padre Roger Araújo

COMPREENDA O AMOR DE DEUS

Louvai o Senhor, porque ele é bom, pois eterno é o seu amor” (Salmo 107,1).
Neste dia, observe as pequenas coisas que estão ao seu lado como as flores, os montes e o mar. Louve a Deus pelo Seu amor e bondade para com todos nós.
Creia no amor de Jesus, que nos livra do mal, nos conduz pelos caminhos retos e muda a tempestade em brisa suave. Acredite no Deus que nos cura e preserva a nossa vida, pois n’Ele a nossa sede é saciada.
Decida-se, hoje, por viver a alegria do Evangelho, anunciando a Palavra com todo ardor, oferecendo a Deus um sacrifício de louvor. “Quem é sábio, observe isto e compreenda o amor do Senhor”(Salmo 107, 43).
Rezemos: “Ó vinde, Espírito Criador, as nossas almas visitai”.
Jesus, eu confio em Vós!
Luzia Santiago

segunda-feira, 28 de abril de 2014


A CONSAGRAÇÃO A MARIA PASSO A PASSO ( SÃO LUIS MONFORT )

Saiba como fazer, passo a passo, a consagração a Virgem Maria, segundo o método do Tratado da Verdadeira Devoção.
Neste artigoA consagração a Virgem Maria passo a passo, procuramos ensinar, passo a passo, como fazer a consagração a Nossa Senhora, segundo o método do livro “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”, deSão Luís Maria Grignion de Montfort. Escrevemos este tendo em vista a dificuldade de encontrar pessoas que conheçam bem a devoção ensinada por São Luís e saibam orientar quem deseja fazer sua consagração a Jesus Cristo e a Virgem Maria. Para nos consagrar a Virgem Maria, é necessário que conheçamos bem o Tratado, por isso, indicamos alguns conteúdos que nos ajudarão obter esse conhecimento. Estes conteúdos são interessantes não somente para quem deseja se consagrar a Nossa Senhora, mas também para as pessoas que desejam renovar sua consagração ou apenas conhecer o Tratado
Em primeiro lugar, para conhecer bem o que é a consagração a Jesus Cristo e a Virgem Maria ensinada por São Luís Maria, é necessário ler o Tratado todo. Além da leitura do Tratado, recomendamos 04 aulas do Padre Paulo Ricardo sobre o Tratado
Além do conhecimento do Tratado, para fazer a consagração é necessário pelo menos trinta dias, nos quais rezamos algumas orações indicadas por Montfort no Tratado (cf. TVD 227-230), que postamos nos links abaixo. Porém, antes de começar a preparação, precisamos escolher uma data, de preferência mariana, para fazer a consagração. Exemplo: se queremos nos consagrar no dia de Nossa Senhora de Lourdes, que comemoramos em 11 de Fevereiro, devemos começar a preparação pelo menos no dia 12 de janeiro. Para não correr o risco de errar na data, recomendamos que se faça as contas olhando atentamente o calendário.
Os trinta dias de oração em preparação para a consagração são divididos em quatro passos. Para facilitar, em cada um desses passos indicamos as orações de preparação para a consagração:
1) Rezamos 12 dias para pedir o desapego do espírito do mundo;
2) Rezamos 6 dias para pedir o conhecimento de nós mesmos;
3) Rezamos 6 dias para pedir o conhecimento de Nossa Senhora;
4) Rezamos 6 dias para pedir o conhecimento de Jesus Cristo.
Além dessas orações, São Luís Maria faz algumas recomendações para sua consagração a Virgem Maria, como a confissão, o oferecimento de algum tributo a Nossa Senhora no dia da consagração. Além disso, o Santo recomenda o uso das cadeiazinhas ou correntes, que são um sinal da nossa escravidão de amor a Jesus Cristo e a Virgem Maria. Antes de fazer nossas consagração, também nos será útil saber como viver a consagração a Santíssima Virgem ecomo renovar a nossa consagração. A consagração é feita geralmente durante a Santa Missa, depois da comunhão, ou ao final, através do ato de consagração, que está no final do Tratado. Este ato de consagração pode ser impresso ou escrito a mão e deve ser assinado depois da consagração, juntamente com uma testemunha, que pode ser um Padre ou um leigo, que saiba que você está se consagrando a Jesus Cristo e a Virgem Maria.
Portanto, para fazer a consagração a Jesus Cristo e a Virgem Maria, primeiramente é necessário ler todo o Tratado. Pois, o seu conhecimento é necessário para compreender a consagração ensinada por São Luís Maria. Depois, escolhe-se uma data, de preferência mariana, para fazer a consagração e, pelos menos trinta dias antes, começamos a fazer as orações preparatórias. Estas orações nos ajudarão a nos desapegar do espírito do mundo, a obter o conhecimento de nós mesmos, o conhecimento da Virgem Maria e o conhecimento de Jesus Cristo. A preparação também nos ajudará não somente a compreender a consagração, mas também a nos entregar inteiramente a Jesus Cristo e a Virgem Maria, na qualidade de escravos de amor (cf. TVD 55; 68; 113; 231; 236; 242).

SÃO LUIS MARIA GRIGNION DE MONTFORT

São Luís Maria Grignion de Montfort
São Luís Maria Grignion de Montfort nasceu em 31 de Janeiro de 1673, em Montfort, na Bretanha francesa. Seu pai era João Batista Grignion de Bachelleraie e sua mãe, Joanna Visuelle de Chesnais. Ele era o filho mais velho de uma família numerosa. Teve, ao todo 17 irmãos, dos quais um padre, um irmão dominicano, uma irmã beneditina e uma irmã sacramentina. O Santo foi batizado logo depois do seu nascimento, recebendo o nome de Luís. Ao receber o Crisma, acrescentou o nome de Maria. Algum tempo depois, abandonou o nome da família e passou a se chamar Luís Maria Montfort.
Com 11 anos entrou no colégio jesuíta de Rennes e nele recebeu sólida formação humana e espiritual. No mesmo colégio, concluiu o curso de filosofia em 1692 e, sentindo-se chamado ao sacerdócio, vai no ano seguinte para Paris, afim de entrar no Seminário de São Sulpício e estudar teologia na Universidade de Sorbonne. Recebeu excelente formação teológica, que foi a base do seu trabalho missionário. Foi ordenado sacerdote em 5 de Junho de 1700. Decidiu ser padre para dedicar-se à evangelização dos povos estrangeiros, socorrer os pobres e proclamar o Reino de Jesus Cristo por Maria.
Em Julho de 1706, São Luís Maria vai a pé a Roma para ser recebido pelo Papa Clemente XI e confirmar sua vocação missionária. No dia 6 de Julho desse ano, o Papa confere a ele o título de Missionário Apostólico e lhe pede que seja missionário na França para renovar o espírito do cristianismo nos cristãos. Montfort tornou-se um grande missionário, que destacou-se pela sua devoção a Virgem Maria. Fundou a Congregação dos Missionários Monfortinos, das Filhas da Sabedoria e dos Irmãos de São Gabriel. Também escreveu vários livros, dos quais destaca-se o “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”. Nesse Livro, São Luís apresenta seu método de consagração a Jesus Cristo pelas mãos da Virgem Maria, que foi a consagração do Beato João Paulo II e tantos outros santos e santas.
São Luís Maria morreu em 28 de Abril de 1716, aos 43 anos, depois de ter realizado mais de 100 missões populares. Foi canonizado pelo Papa Pio XII, em Roma, a 20 de Julho de 1947. Foi um missionário itinerante, zeloso na evangelização dos pobres. Levava sempre a Bíblia, o crucifixo e o rosário, que resumem sua experiência espiritual e a sua mensagem: conhecer e amar a Virgem Maria para conhecer e amar o Cristo.

A PALAVRA DE DEUS ILUMINA O NOSSO CAMINHAR E A NOSSA VIDA !

Não basta conhecer a Palavra, é preciso entendê-la. Nós precisamos de um auxílio do alto para que possamos entender a Palavra de Deus para melhor vivê-La em nossa vida!
”Então Jesus abriu a inteligência dos discípulos para entenderem as Escrituras, e lhes disse: ‘Assim está escrito: o Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia”‘ (Lucas 24, 45-46).
Jesus Ressuscitado se manifestou diversas vezes, em diversas ocasiões, aos Seus discípulos para fazê-los se recordarem de tudo aquilo que Ele já havia anunciado a eles antes da Sua Morte, durante o tempo em que caminhou com eles.
Sabem, por mais que escutemos a Palavra de Deus, por mais que Deus fale ao nosso coração, nossa mente, muitas vezes, fica fechada, esquecida. Nós, muitas vezes, somos movidos por um entusiasmo momentâneo; achamos que o que experimentamos em determinado momento foi maravailhoso e o que escutamos na Missa foi muito bom. Mas quem é que se recorda e quem é que grava no coração aquilo que Deus está dizendo para nós?
Nós, muitas vezes, temos uma participação muito passiva e estática na compreensão e na participação daquilo que é o mistério de Deus. Nós escutamos aquilo que Deus fala a nós e nos entusiasmamos, mas depois tudo cai no esquecimento. Por isso, muitas vezes, andamos como esses discípulos do Evangelho: de cabeça baixa, sem entender o que se passa conosco e por que estamos sofrendo tudo isso. Mas se tivéssemos, no depósito do nosso coração, guardado e meditado sobre as palavras que Deus lança ao nosso coração, nós iríamos exorcizar esses demônios, que nos atormentam, deixando o nosso coração triste, desanimado, sem perspectiva de vida, sem esperança, e nunca nos acharíamos os maiores sofredores da Terra. Porque a Palavra de Deus nos dá uma perspectiva nova, ilumina o nosso caminhar e a nossa vida.
Jesus Ressuscitado aparece a Seus discípulos não só para recordá-los dos ensinamentos das Sagradas Escrituras, mas também a fim de abrir a inteligência deles para que possam também entender, compreender e tomar posse da Palavra de Deus.
Permitamos, hoje, que Jesus abra a nossa inteligência; peçamos realmente que o Espírito Santo venha em socorro à nossa fraqueza, para que possamos abrir a nossa mente a fim de entendermos o que Deus quer de nós, o que Ele nos ensina e nos impele a viver, para que tenhamos a luz do alto, para que sejamos testemunhas, em toda a Terra, em todos os lugares em que estamos, da ressurreição gloriosa de Jesus.
Não basta conhecer a Palavra, é preciso entendê-la. Nós precisamos do auxílio do alto para que possamos compreender a Palavra de Deus para melhor vivê-la em nossa vida!
Padre Roger Araújo

O QUE VOCE FAZ QUANDO ESTÁ DESANIMADO ?


Em Neemias 8, 10 lemos: A alegria do Senhor será a vossa força. A palavra de Deus revigora, restaura a alma e alegra o coração de todos nós.

A leitura da bíblia é o remédio mais eficaz para nos devolver o animo, porque ela é a palavra de Deus e Ele sabe como restabelecer as forças de cada filho seu. 

Lendo a bíblia conhecemos mais a Deus, mais o seu poder e sua misericórdia, que é infinita. A bíblia é sem dúvida, a instrução do Criador para a nossa vida nos ensinando como viver melhor.
A alegria que lemos em Neemias é a alegria de Deus doada para nós, nos fazendo perseverar naquilo que estamos fazendo, ou então, sob o olhar Dele, tomar outra direção.

Esta alegria do Senhor é a paz interior que sentimos, por sabermos que Ele está conosco, que Ele nos ama e que Ele jamais nos abandonará, e que quando confiamos nele, ele nos conduz a vitória por meio de Jesus Cristo.

Não perca tempo lamentando o que já passou, nem tentando adivinhar o que acontecerá no futuro, viva feliz hoje, não se deixe vencer pelo desanimo, nem desista diante de situação alguma, lembre-se sempre que é possível com Cristo, tornar-se um vencedor. Experimente a força e a alegria do Senhor, revigorando as suas forças na leitura da bíblia.

Meu bom Deus, gostamos de te ouvir através de tuas santas palavras, queremos ter sabedoria em nossos relacionamentos e impregnar de paz todos os ambientes que frequentarmos. Que tenhamos palavras sábias capazes de evangelizar a todos. Que sejamos portadores da tua paz e do teu amor. Amém!

Padre Alberto Gambarini

NÃO DESTRUA O FUTURO COM PROBLEMAS


Tome cuidado, pois isso pode comprometer muita coisa na sua vida. Deixa Deus curar as feridas do seu passado, viva com Ele o seu presente, e entregue aos cuidados do Senhor o seu futuro. Tenha certa, a felicidade será uma consequência, será realidade

O SEGREDO DE SANTIDADE JOÃO PAULO II

Descubramos, com Bento XVI, qual foi o segredo de santidade do Papa João Paulo II.
O segredo de santidade do Beato João Paulo IIPapa Bento XVI nos revela qual foi o segredo de santidade do Papa João Paulo II. O Beato João Paulo II, que será canonizado no dia 27 de abril de 2014 pelo Papa Francisco, por sua vida totalmente dedicada ao Povo de Deus tornou-se ícone de santidade para toda a Igreja. Por outras palavras, o Papa Bento XVI nos lembra da importância desta imagem do Papa João Paulo II para a Igreja: “diante dos nossos olhos brilha, na plena luz de Cristo ressuscitado, a amada e venerada figura de João Paulo II” (Papa Bento XVI, Homilia de 1° de maio de 2011). O nome do Papa João Paulo II se juntará aos dos inúmeros Santos (472) e Beatos (1.320) que ele próprio proclamou durante os seus quase 26 anos de pontificado, recordando-nos com toda força a vocação universal à santidade, à medida alta da vida cristã, à qual todos nós somos chamados (cf. Constituição Dogmática Lumem gentium, 39-42). Com Bento XVI, somos chamados a conhecer melhor a vida de João Paulo II e descobrir qual foi o seu segredo de santidade.
Todos nós, “membros do Povo de Deus – bispos, sacerdotes, diáconos, fiéis leigos, religiosos e religiosas – todos nós estamos a caminho da Pátria celeste, tendo-nos precedido a Virgem Maria, associada de modo singular e perfeito ao mistério de Cristo e da Igreja” (Papa Bento XVI, Homilia de 1° de maio de 2011), explica o Papa Bento XVI. Antes de ser Papa, “Karol Wojtyła, primeiro como Bispo Auxiliar e depois como Arcebispo de Cracóvia, participou no Concílio Vaticano II e bem sabia que dedicar a Maria o último capítulo da Constituição sobre a Igreja significava colocar a Mãe do Redentor como imagem e modelo de santidade para todo o cristão e para a Igreja inteira” (Idem).
Foi a visão teológica da Virgem Maria como imagem e modelo de santidade que Karol Wojtyła descobriu na sua juventude, conservado e aprofundado esta visão durante toda a sua vida. Esta visão teológica se resume no ícone bíblico de Jesus Cristo crucificado, com Maria ao pé da Cruz (cf. Jo 19, 25-27). Este ícone está sintetizado no brasão episcopal de Wojtyla e, depois, papal de João Paulo II: “uma cruz de ouro, um ‘M’ na parte inferior direita e o lema ‘Totus tuus‘, que corresponde à conhecida frase de São Luís Maria Grignion de Monfort, na qual Karol Wojtyła encontrou um princípio fundamental para a sua vida: ‘Totus tuus ego sum et omnia mea tua sunt. Accipio Te in mea omnia. Praebe mihi cor tuum, Maria – Sou todo vosso e tudo o que possuo é vosso. Tomo-vos como toda a minha riqueza. Dai-me o vosso coração, ó Maria’” (Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, n. 266)” (Papa Bento XVI, Homilia de 1° de maio de 2011)
A vida de santidade do Beato João Paulo II, o Grande, e a sua profunda devoção a Virgem Maria assumida ainda enquanto seminarista, nos ajudam a compreender a ligação que existiu entre essas duas realidades. Conhecendo melhor a vocação de João Paulo II, percebemos que a sua consagração total a Nossa Senhora, segundo o método do “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem” de São Luís Maria, foi de fundamental importância para a sua vida e missão. A Virgem Maria, ícone de santidade da Igreja, que esteve sempre presente na vida de João Paulo II, fez dele também um ícone de santidade para todos e cada um de nós.
Assim, se a exemplo do Papa João Paulo II queremos ser santos com o auxílio da Virgem Maria, abracemos o seu segredo de santidade, a devoção que ele nutriu durante toda a sua vida: a consagração total, ou escravidão de amor, a Nossa Senhora. Tomemos a Mãe do Senhor como toda a nossa riqueza, entreguemos a ela todo o nosso ser e tudo aquilo que temos (cf. TVD 266). Não tenhamos medo de entregar tudo a Nossa Senhora, pois ela nada retém para si mesma, mas tudo entrega à seu Filho Jesus Cristo (cf. TVD 148). Peçamos ao Espírito Santo que nos revele este segredo de santidade: “Será Ele próprio quem conduzirá a alma fidelíssima para lá, para avançar de virtude em virtude, de graça em graça, de luz em luz até que chegue à transformação de si mesmo em Jesus Cristo, à plenitude da sua idade na Terra e da sua glória no Céu” (TVD 119).

DEVOÇÃO DE JP II A NOSSA SENHORA SEMPRE FOI INTENSA


“A devoção do Papa a Nossa Senhora e a intimidade dele com ela foi intensa a vida inteira. Podíamos vê-lo sempre com o rosário na mão. Assim, podemos ver como é importante a transmissão da fé em casa.”
O relato acima é do reitor do Santuário Arquidiocesano de Nossa Senhora do Rosário, de Ribeirão Preto (SP), padre Júlio César Miranda, sobre a devoção do Papa João Paulo II à Virgem Maria.
Karol Wojtyla, nome de batismo de João Paulo II, ainda era criança quando Dona Emília Kaczo-rowska, sua mãe, entrava todas as noites no quarto e, ao pé da cama, falava-lhe do amor de Deus. Consagrado a Virgem de Czestochowa, padroeira da Polônia, o pequeno Lolek, seu apelido, não apenas aprendeu a ter uma devoção materna a Nossa Senhora como também a chamá-la de Mãe e Amiga. Cresceu tendo-a como referencial de vida e devoção.
Padre Robert Jasiulewicz, OSPPE, é responsável pela Comunicação do Santuário Czestochowa, na Polônia. Ele diz que João Paulo II sabia ou sentia a importância desse lugar para a fé de toda a nação polonesa. “Já como Papa, durante homilia em frente ao santuário, disse que, aqui, podemos escutar o coração dos poloneses dentro do coração de Maria”, conta o padre.
O amor que o beato tinha ligado a esse santuário não era só de peregrinações, conforme conta o sacerdote, mas também deixou relíquias lá. Uma delas foi a estola que usava no atentado de 1981, agradecendo por ela tê-lo salvado, pela vida mais longa.
A devoção do Papa a Nossa Senhora sempre foi intensa, comenta padre
João Paulo II com o Rosário, uma oração constante em sua vida / Foto: Arquivo
“Além da rosa e da estola, há muitas relíquias que ele entregou ao santuário, alguns com valor econômico, outros com valor espiritual. Se você quer saber como é uma pessoa, veja como se relaciona com seus pais, aqui vemos grande amor do Papa para com sua Mãe. O Papa sempre voltava aqui para homenageá-la. No dia da canonização, queremos aprender esse amor que ele como filho tinha por sua Mãe”, declara padre Robert.
A devoção também se fez presente na escolha de João Paulo II por seu lema episcopal. Em 1958, ao ser nomeado Bispo de Cracóvia, Wojtyla escolheuTotus Tuus, “Todo Teu”. Palavras próprias da dedicação a Nossa Senhora, por meio do Tratado da Verdadeira Devoção de São Luiz Maria de Monfort. A marca mariana o acompanhou para sempre; posteriormente, o Papa passou a usar a sigla “M” referindo-se à Virgem Mãe de Deus.
O atentado e a devoção
Em 13 de maio de 1981, Papa João Paulo II sofreu um atentado à sua vida enquanto percorria a Praça São Pedro antes da audiência geral. Ainda no hospital, já fora de perigo, o futuro santo recordou-se da data do atentado: aniversário da primeira aparição de Nossa Senhora em Fátima. João Paulo II não teve dúvidas de que a Virgem de Fátima salvou sua vida.
Ainda no hospital, programou-se para uma viagem a Portugal, no ano seguinte, para agradecer a ela. Durante sua visita, consagrou todas as nações ao Imaculado Coração de Maria. Mais tarde, em suas viagens a outros países, o beato polonês continuou a dedicar todas as nações a Nossa Senhora.
O Rosário
“A oração do Rosário não tem Maria como centro, mas sim Jesus, assim como toda a vida de Maria, cujo foco sempre foi Jesus Cristo. João Paulo II tinha um vínculo afetivo muito forte com Nossa Senhora de Fátima. Ele viveu o atentado, os momentos de sofrimento e as perseguições à Igreja sob a proteção e a inspiração da Mãe de Fátima”, afirma padre Júlio.
No 25º ano de seu pontificado, João Paulo II escreveu a Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae. Nesta carta, o Santo Padre convida os fiéis a adentrarem na ‘escola’ de Maria por meio do Santo Rosário. A respeito dessa devoção, testemunhou em sua Carta Apostólica: “O Rosário acompanhou-me nos momentos de alegria e nas provações. A ele confiei tantas preocupações, nele encontrei sempre conforto”.
O beato polonês apontava o Santo Rosário como ‘Compêndio do Evangelho’, no qual são compreendidos os mistérios gozosos, dolorosos e gloriosos, que sintetizam toda a vida de Jesus. Para torná-lo completamente o compêndio da vida do Salvador, o Papa instituiu, na Carta Apostólica, os mistérios da luz, no qual se contempla a vida pública de Cristo: o batismo, o milagre nas Bodas de Caná, o anúncio do Reino, a Transfiguração e a instituição da Eucaristia.
“Os mistérios luminosos contêm toda vida pública de Jesus, o que ajuda a dar sentido ao trabalho de evangelização da Igreja e potencializa suas atividades. Não só a Igreja hierárquica, institucional, mas a Igreja sal na massa, luz do mundo, os leigos que estão exercendo os mistérios luminosos no trabalho, na educação dos filhos, nos momentos de lazer. Temos uma síntese, um compêndio da nossa fé, como afirmava João Paulo II, à nossa disposição por meio do Santo Rosário“, conclui padre Júlio César