quinta-feira, 7 de novembro de 2013

APRENDER A SOFRER AS DEMORAS DE DEUS




Fé é acreditar naquilo que não se pode ver, tomar posse do impossível que ainda não aconteceu. A fé é um dom do Divino Espírito Santo. Para tê-la não podemos levar em conta apenas a razão, pois este é um dom repleto de mistérios, é plena graça de Deus termos um coração confiante.
Precisamos aprender com Santa Terezinha do Menino Jesus a ter uma infância espiritual, a não ter medo de nos abandonar nos braços do Pai, a ter confiança n’Ele e depender de Seu amor por nós. É preciso ter a certeza de que “tudo concorre para o bem dos que amam a Deus” (Rm8,19).
Na Sagrada Escritura, vemos inúmeras passagens que nos mostram o quanto será diferente quando tivermos uma fé viva. Uma delas está em Mateus 17,20: “Em verdade vos digo: se tiverdes fé do tamanho de um grão de mostarda, direis a esta montanha vai daqui para lá’ e ela irá. Nada vos será impossível”.
Lendo este versículo conseguimos ver como ainda somos homens e mulheres incrédulos. Jesus mesmo nos disse: “Homens de pouca fé”. Já estamos na reta final, chegamos a um ponto que não podemos mais desacreditar do poderio de nosso Senhor. Ele é o Deus dos milagres, e aquilo que é impossível aos humanos, não é impossível a Deus.
Muitas pessoas ainda acham que Jesus realizava milagres apenas no Seu tempo, quando ressuscitou Lázaro, fez Pedro andar sobre as águas, o cego enxergar e o paralítico andar; porém, não acreditam que Jesus realize milagres nos dias atuais, esqueceram que Ele é o mesmo de ontem, hoje e sempre. O que é impossível para Deus meus irmãos?
Hoje, o seu maior impossível é conseguir um emprego? Ter a graça de gerar uma vida? A conversão de uma pessoa que você tanto ama? A cura de um câncer? A reconciliação em seu matrimônio? Jesus mesmo proclamou: “Não te disse, que se creres, verás a glória de Deus? (Jo 11,40). Precisamos aprender a não duvidar das promessas de nosso Senhor; é necessário confiar cegamente em sua infinita misericórdia. Todos os dias de nossa vida nesta Terra serão de lutas, de desafios e sofrimentos, mas se acreditarmos que Jesus está no controle de tudo, que nenhum fio de nossa cabeça cai se Ele não permitir, sobreviveremos perante qualquer obstáculo e contemplaremos a vitória. Mas repito: precisamos depositar nossa fé em Deus!
Temos muitos sonhos impossíveis e desejos em nossos corações. No pensamento humano, algumas coisas que queremos são mais simples, como pedir a Deus para sermos pessoas melhores ou, então, ter um bom dia de trabalho. Já a cura de uma doença ou a conversão de um ateu, pensamos serem coisas mais difíceis de conquistar. Porém, hoje eu quero lhe dizer que para Deus não existe milagre mais fácil ou mais difícil, porque Ele pode realizar qualquer coisa, a qualquer hora.
Contudo, a verdadeira e autêntica fé não para por aí. Se Deus não nos conceder o que pedimos, não é porque Ele nos abandonou. Uma fé viva é, principalmente, quando não recebemos d’Ele o que pedimos, mas nossa confiança em Sua divina providência não se abala; permanecemos cheios de esperança. Deus é tão bondoso e sábio que não nos concede tudo o que Lhe pedimos, pois nem tudo o que queremos é o melhor para nós. Muitas vezes, não compreendemos, mas precisamos acreditar que os pensamentos de Deus são muito mais altos que os nossos”.
Não há outro jeito. Precisamos esperar no Senhor, sofrer Suas demoras na certeza de que quem espera em Deus não é decepcionado.
Uma pessoa de fé tem ânimo mesmo em meio às dificuldades e angústias do dia a dia. Sabe por quê? Porque ela entendeu que, nesta Terra, não iremos ser plenamente realizados, mas apenas no Céu, onde contemplaremos a face de nosso Criador e chegaremos ao pico da felicidade, pois, enfim, alcançaremos a Vida Eterna!
Por isso, quando percebermos que estamos com a fé abalada, supliquemos ao Pai: “Meu Senhor e meu Deus, eu creio, mas aumente a minha fé”, com consciência de que quem diz isso ao Senhor está pedindo mais oportunidades de praticar a fé. Aprenda a exercitá-la nas pequenas coisas, acredite que o Senhor nunca sairá do seu lado e o ajudará em tudo o que você fizer.
Depois disse a Tomé: “introduz aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos. Põe a tua mão no meu lado. Não sejas incrédulo, mas homem de fé”
(Jo 20,27).
Roguemos a Deus para que não sejamos iguais a Tomé, que precisou colocar o dedo no lado aberto para acreditar que era Jesus ressuscitado. Tenhamos a graça de acreditar sem mesmo ver ou tocar!
Jesus tem maravilhas a realizar em sua vida, basta você confiar e saber esperar!
Que o Pai das misericórdias nos ajude a sermos homens e mulheres entregues à fé que é viva e que se renova todos os dias!

O SENHOR ACOLHE SEJA QUAL FOR A SITUAÇÃO EM QUE VOCÊ SE ENCONTRA

Muitas vezes, na prática, no convívio com nossos irmãos, não conseguimos viver aquilo que é próprio do filho de Deus. Vocês conhecem o ditado "Filho de peixe, peixinho é".

E o que Deus é? Podemos dizer que Deus é amor, paz, alegria, felicidade, misericórdia, paciência, bondade, delicadeza, mansidão, generosidade, e assim por diante. 

Às vezes, porém, ficamos preocupados, e tudo aquilo que nos causa tais preocupações cai sobre nós como uma opressão: "Eu preciso ser verdadeiro", "Tenho de ser paciente..." e, assim, começamos a nos obrigar a ser pacientes, quando, na realidade, não o somos, pois nosso "estopim" é curto e vivemos sempre brigando. Assim como queremos ser verdadeiros, porque Deus é verdadeiro, mas não o conseguimos. E pensamos: Deus é humildade e eu sou tão orgulhoso! Queremos ser como o Senhor, por essa razão nos culpamos e nos sentimos condenados – sempre que não o conseguimos. 

Muitas vezes, o desejo de ser bons acaba criando mais desordem ainda dentro de nós. Meu irmão, minha irmã, uma vez que estamos buscando ser de Deus, vivemos um tempo de transformação, por isso, precisamos ver nossa realidade como ela o é: tendo paciência com nós mesmos e buscando verdadeiramente a nossa transformação dia após dia. 

É preciso ter disposição e um desejo verdadeiro de mudança dentro de nós para que o Espírito Santo de Deus possa agir em nós.

Saiba que o Senhor o acolhe seja qual for a situação em que você se encontra hoje.


Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

TRANSCENDÊNCIA DIVINA

Quatro pontos que caracterizam a História da Igreja
Percorrendo as vicissitudes históricas da Santa Igreja, apontamos as linhas gerais do governo de Deus. São quatro os pontos que melhor caracterizam a História da Igreja e manifestam a sua transcendência divina.

1. Invicta estabilidade. É uma lei inexorável que todas as coisas tendem para a sua decomposição. Este princípio é aplicado por Santo Agostinho à história com a profundidade e poder do seu gênio. Nota que qualquer instituição conhece três períodos: o início, ao qual sucede quase sempre um triunfo relativo, e depois a decadência até a extinção. E aduz, como exemplos, os grandes impérios da Babilônia, da Pérsia, da Macedônia. Também o intelectual Jacques-Bénigne Bossuet na História Universal, e o erudito Henri Lacordaire, na Conferência sobre as Leis da História, põem em evidência essa verdade.

De fato, nenhuma instituição humana resistiu à erosão do tempo: empresas industriais, comerciais e econômicas, associações filantrópicas, artísticas, literárias, poderosas famílias aristocráticas, cidades, ditaduras implacáveis, monarquias absolutistas, reinos e impérios, tudo acabou no rápido turbilhão dos anos.
Mas, há uma instituição que resistiu às provas mais difíceis e renova continuamente a sua perene juventude: a Igreja Católica de Cristo. Depois de vinte séculos de existência, mantém os mesmos elementos essenciais, a mesma hierarquia, o mesmo Credo, os mesmos sacramentos, o mesmo sacrifício. As mudanças efetuadas são simplesmente acidentais. Como se explica tão poderosa vitalidade? Muito mais se pensarmos na guerra encarniçada que sempre teve de suportar.

Quantas vezes foi anunciado o seu fim! Plínio, no tempo de Trajano, escrevia: “Dentro em breve, a Igreja desaparecerá”. Mais tarde, Juliano apóstata gloriava-se de ter preparado “o caixão para o Carpinteiro de Nazaré”. Martinho Lutero, reformador alemão e inimigo de Roma, lançava o grito: “Ó Papa, eu serei a tua morte”. Também Voltaire afirmava que estava iminente o fim do Papado. Napoleão Bonaparte, à noticia da morte de Pio IV, exclamou: “Morreu o último Papa!”
E, contudo, o Papa e a Igreja continuam hoje mais vivos do que nunca. Nem se creia poder explicar o fenômeno afirmando que a Igreja encontrou caminho favorável para a sua expansão. Pelo contrário. Já vimos que nenhuma outra instituição teve tanto que sofrer como a Igreja. A única explicação conveniente é que a Igreja não é uma instituição humana. Como diz o Papa Francisco: “A Igreja não é uma ONG piedosa”. Teve origem na vontade de Deus e é sustentada pelo Pai celeste. Por isso, nem o diabo, nem o tempo, nem as vicissitudes humanas poderão destruí-la.

2- Unidade católica. 
Outro fenômeno singular é a unidade da Igreja de Cristo. Munida do magistério infalível e da autoridade suprema, goza duma ordem perfeita, donde deriva a indefectível coesão de todos os seus elementos. Tal unidade manifesta-se visivelmente na doutrina, no culto e no governo. Os mais diversos povos por origem, por ação, por língua, por caráter, por costumes e por civilização fazem parte da Igreja Católica Apostólica Romana. Apesar disso, todos professam o mesmo Credo, participam dos mesmos sacramentos, assistem ao mesmo sacrifício e praticam a mesma moral. E a unidade também aparece perfeita no governo. Em toda a parte a hierarquia é composta de párocos, sujeitos aos seus bispos e todos conjuntamente ao Papa. Essa unidade, glória e grandeza da Igreja Católica, é tanto mais admirável se a comparamos com as infinitas divisões das Igrejas dissidentes, cada uma das quais tem uma doutrina, um culto e um governos próprios.

Existe na Igreja Romana, além da unidade, a catolicidade. Universal é a sua fisionomia e abrange, acima das divisões nacionalistas e raciais, povos de todas as cores e civilizações. Aqui está, em parte, o segredo da sua força expansionista. Não tem preconceitos que a impeçam ou barreiras que a detenham no seu caminho. A sua missão é a plena obediência ao Seu Senhor de anunciar o Seu Santo Evangelho no mundo inteiro.

Nos três primeiros séculos, embora no seio das mais tremendas dificuldades, conquista a maior parte do mundo greco-romano. Depois, expande-se por toda a Europa. Descobertas novas terras pelos navegadores e exploradores intrépidos, espalha os seus valentes missionários por todos os cantos do mundo. Hoje, conta milhões de católicos na Ásia, na África, nas Américas e na Oceania e, enquanto os missionários pacientes, mas continuamente estendem o seu reino entre os cismáticos, muitos são os que voltam do cisma e do protestantismo para unidade católica.

3- Santidade admirável. Outra característica da Igreja de Cristo, refulgente ainda hoje de luz admirável, é a sua santidade. Santa é a doutrina da Igreja. Ela ensinou sempre as mais belas virtudes individuais e sociais: a caridade, a humildade, a justiça, o amor para com os inimigos. Deu à família uma vida nova, repudiando a poligamia, impondo a indissolubilidade do matrimônio, defendendo os direitos da mulher, da criança e do idoso.

No campo social, primeiro suavizou e, a seguir, trabalhou contra a escravatura, condenou sempre o despotismo absoluto, limitando as funções do Estado, inculcou aos súditos a submissão que não deriva do terror servil, mas da convicção religiosa de que toda a autoridade vem de Deus. Deus é amor e justiça, daí as autoridades têm que praticar esses valores para o bem comum.

Doutrina tão sublime não podia deixar de produzir frutos admiráveis de santidade, e eis que ao lado dos mártires que deram a vida com heroísmo sobre-humano para defender esta mesma doutrina, germinaram no seio da Igreja falanges escolhidas de virgens, de confessores, de eremitas, monges, frades e de apóstolos. Forjas de santidade souberam ser as famílias espirituais – as ordens religiosas – no seio das quais desabrocham os mais ilustres campeões do catolicismo.

Tal floração maravilhosa de santidade não impede que na Igreja Romana se tenham manifestado fraquezas. Não devemos exagerar como fazem os nossos adversários. A luz excede em muito as sombras e as próprias sombras contribuem para salientar mais a ação da assistência divina a uma instituição em que entra o elemento humano com as suas inevitáveis deficiências.

4- Fecundidade inesgotável. Com a santidade admirável está intimamente ligada a fecundidade prodigiosa que se manifesta, sobretudo na conservação do patrimônio de fé por intermédio das provas mais árduas e do pulular contínuo das mais diversas heresias.

A este propósito escreve o célebre historiador G. Kurtb, autor das "Origens das civilizações modernas": “Sozinha no meio do turbilhão, que agitava os espíritos com todos os ventos de doutrina, a Igreja de Roma, semelhante a um farol sublime na noite tempestuosa, fez sempre brilhar a chama da ortodoxia. Sempre fez ouvir a voz da mais pura tradição apostólica. O apóstolo que tinha recebido a gloriosa missão de confirmar os seus irmãos na fé, não cessou de denunciar o erro e de proclamar a verdade e tal foi a vigor desta palavra invicta e invencível no meio de todas as revoluções dogmáticas que deteve todas as heresias e Roma sozinha salvou a unidade da sociedade cristã e a integridade da sua fé”.

E a Igreja aumenta e desenvolve esta fé assimilando, entretanto, tudo o que de verdade, de belo e de bom encontra nas outras doutrinas. Aos poucos e simples escritos dos tempos apostólicos seguem-se as grandes obras dos Santos Padres, as imensas coleções conciliares, as Sumas Teológicas. A mestra da fé tornou-se a mestra da ciência. Das escolas de Alexandrina e de Antioquia às Universidades medievais, aos Seminários, às faculdades filosóficas, teológicas, às universidades católicas, dos últimos tempos, é um gigantesco caminho percorrido pela Igreja no campo científico e da cultura em beneficio da civilização cristã.
Padre Inácio José do Vale

VALORIZE A FAMÍLIA

A família nunca cairá de moda
Foi realizada em Roma, junto ao túmulo do Apóstolo São Pedro, a peregrinação internacional da família dentro do Ano da Fé. Esse evento, que reuniu 150 mil famílias, coincidiu com o encerramento da XXI Assembleia Plenária do Pontifício Conselho da Família. Constaram desse evento três jornadas dedicadas ao estudo e ao debate no 30º aniversário da Carta dos Direitos da Família, publicada pelo mesmo dicastério vaticano em 22 de outubro de 1983, sob o Pontificado do Beato João Paulo II. O encontro, aberto ao público, debateu os "Novos horizontes antropológicos e os direitos da família".

Declarou o Arcebispo Dom Vincenzo Paglia, presidente do Conselho Pontifício para a Família, em entrevista à Rádio Vaticano, que esta Carta dos Direitos da Família é defendida e valorizada como meio "para que não nos esqueçamos de que a família, como sujeito jurídico, é uma dimensão que transpassa os séculos, que não nasceu anteontem nem há cem anos. Há uma dimensão que atravessa a história, que fez da família o primeiro lugar em que aprendemos a estar juntos: a família é o primeiro 'nós'".

As profundas palavras do Santo Padre, o Papa Francisco, nesse evento, assim como a celebração, deixam claro a importância do tema nesse momento da história da humanidade. Ele recordou no encontro: “Quisestes chamar a este momento «Família, vive a alegria da fé!» Gosto deste título! Entretanto, escutei as vossas experiências, os casos que contastes. Vi tantas crianças, tantos avós... Pressenti a tristeza das famílias que vivem em situação de pobreza e de guerra. Ouvi os jovens que se querem casar, mesmo por entre mil e uma dificuldades. E então nos surge a pergunta: Como é possível, hoje, viver a alegria da fé em família? Mas eu pergunto-vos também: «É possível viver esta alegria ou não é possível?”. Na Missa do domingo, na Praça de São Pedro, ele resumiu em três tópicos: a família reza, a família guarda a fé, a família vive a alegria. E concluiu: “E, acima de tudo, um amor paciente: a paciência é uma virtude de Deus e nos ensina, na família, a ter este amor paciente um com o outro. Ter paciência entre nós. Amor paciente. Só Deus sabe criar a harmonia a partir das diferenças. Se falta o amor de Deus, a família também perde a harmonia, prevalecem os individualismos, apaga-se a alegria. Pelo contrário, a família que vive a alegria da fé, comunica-a espontaneamente, é sal da terra e luz do mundo, é fermento para toda a sociedade.”
A família foi querida por Deus desde que o Criador concedeu Adão e lhe deu Eva como esposa, determinando que habitassem a Terra e se perpetuassem pelo seu amor esponsal. Sabemos como a instituição familiar tem sido atacada por todos os lados: instituições internacionais, legislações ideológicas, decretos do executivo, julgamentos nos tribunais, propaganda sistemática na mídia – por todos os lados há muito mais facilidade de se colocar contra a família do que a construção dos valores positivos e essenciais dela. São tempos difíceis para a família e é muito importante que, ao ser valorizada, saibamos da campanha contrária a ela em tantos âmbitos de nossa sociedade. Como cidadãos, temos o direito de dar nossas opiniões e manifestar nossas convicções, que são importantes para o futuro da humanidade.

Assim, o Papa conclamou os jovens voluntários no seu encontro no Riocentro durante a JMJ Rio 2013: “Deus chama para escolhas definitivas, Ele tem um projeto para cada um: descobri-Lo. Responder à própria vocação é caminhar para a realização feliz de si mesmo. A todos Deus chama à santidade, a viver a sua vida, mas tem um caminho para cada um. Alguns são chamados a se santificar constituindo uma família por meio do sacramento do matrimônio. Há quem diga que hoje o casamento está “fora de moda”. Está fora de moda? [Não…]. Na cultura do provisório, do relativo, muitos pregam que o importante é “curtir” o momento, que não vale a pena comprometer-se por toda a vida, fazer escolhas definitivas, “para sempre”, uma vez que não se sabe o que reserva o amanhã. Em vista disso, eu peço que vocês sejam revolucionários, eu peço que vocês vão contra a corrente; sim, nisto peço que se rebelem contra esta cultura do provisório, a qual, no fundo, crê que vocês não são capazes de assumir responsabilidades, crê que vocês não são capazes de amar de verdade. Eu tenho confiança em vocês, jovens, e rezo por vocês. Tenham a coragem de “ir contra a corrente”. E tenham também a coragem de ser felizes!”

O Documento de Aparecida nos fala dessa importância de valorizar a família e de tutelar os seus direitos neste tempo de mudança de época: a família não é uma mera instituição natural; antes, faz parte do projeto do Criador (cf. Gn 1,27), de modo que “pertence à natureza humana que o homem e a mulher busquem um no outro sua reciprocidade e complementaridade” (n. 116). Na plenitude dos tempos, o Filho de Deus assumiu a nossa natureza humana e, “optando por viver em família em meio a nós, a eleva à dignidade de ‘Igreja doméstica’” (n. 115). O amor conjugal “é assumido no sacramento do matrimônio para significar a união de Cristo com sua Igreja” (n. 117; cf. 175g; 433s). É na família que a pessoa “descobre os motivos e o caminho para pertencer à família de Deus” (n. 118).

O Beato João Paulo II, na Carta às Famílias de 1994, ensinou que: "Dentre essas numerosas estradas, a primeira e a mais importante é a família: uma via comum, mesmo se permanece particular, única e irrepetível, como irrepetível é cada homem; uma via da qual o ser humano não pode separar-se.” Com efeito, normalmente ele vem ao mundo no seio de uma família, podendo-se dizer que a ela deve o próprio fato de existir como homem. Quando falta a família logo à chegada da pessoa ao mundo, acaba por criar-se uma inquietante e dolorosa carência que pesará depois sobre toda a vida. A Igreja une-se com afetuosa solicitude a quantos vivem tais situações, porque está bem ciente do papel fundamental que a família é chamada a desempenhar. Ela sabe, ainda, que normalmente o homem sai da família para realizar, por sua vez, num novo núcleo familiar, a própria vocação de vida. Mesmo quando opta por ficar sozinho, a família permanece, por assim dizer, o seu horizonte existencial, como aquela comunidade fundamental onde se radica toda a rede das suas relações sociais, desde as mais imediatas e próximas até as mais distantes. Porventura, não usamos a expressão "família humana" para nos referirmos ao conjunto dos homens que vivem no mundo? (cf. número 02).

A Igreja protege a família, célula sacramental que nasce do amor de um homem e de uma mulher, em caráter indissolúvel, aberto à vida, promovendo três colunas vitais como direitos inalienáveis: primeiro, a dignidade da pessoa humana; segundo, o sacramento do matrimônio e terceiro a inviolabilidade da vida e da família. Assim como os dogmas estão para a fé católica, estes três pilares estão para a prática cristã dos batizados na Igreja Católica, que não devem se cansar de defender os direitos da família constituída pelo amor verdadeiro e eterno.

Desde sempre, o lar formado por Jesus, Maria e José é considerado como escola de amor, oração e trabalho. Da mesma maneira, contemplando a Família Sagrada somos chamados a mostrar ao mundo o amor, o trabalho e o serviço vividos diante de Deus, tal como os viveu a Sagrada Família de Nazaré. As condições de vida mudaram muito e progrediram enormemente nos âmbitos técnicos, sociais e culturais. Não podemos contentar-nos com estes progressos. Juntamente com eles, devem estar sempre presentes os progressos morais, como a atenção, a tutela e a ajuda à família, porque o amor generoso e indissolúvel de um homem e de uma mulher constitui o âmbito eficaz e o fundamento da vida humana na sua gestação, na sua iluminação, no seu crescimento e no seu termo natural.

A família nunca cairá de moda: só onde existem o amor e a fidelidade nasce e perdura a verdadeira liberdade. Por isso, a Igreja luta por adequadas medidas econômicas e sociais para que, no lar e no trabalho, a mulher encontre a sua plena realização, a fim de que o homem e a mulher que contraem matrimônio e formam uma família sejam decididamente apoiados pelo Estado; para que se defenda a vida dos filhos como sagrada e inviolável, desde o momento da sua concepção; a fim de que a natalidade seja dignificada, valorizada e apoiada jurídica, social e legislativamente. Por isso, a Igreja opõe-se a todas as formas de negação da vida humana e sustenta aquilo que promove a ordem natural no âmbito da instituição familiar.

Ensina o Concílio Ecumênico Vaticano II que: "Os próprios esposos, feitos à imagem de Deus e estabelecidos numa ordem verdadeiramente pessoal, estejam unidos em comunhão de afeto e de pensamento e com mútua santidade, de modo que, seguindo a Cristo, princípio da vida, se tornem, pela fidelidade do seu amor, através das alegrias e sacrifícios da sua vocação, testemunhas daquele mistério de amor que Deus revelou ao mundo com a sua morte e ressurreição" (GS 52).

O Documento de Aparecida nos ensina que a família se deve tornar “um dos eixos transversais de toda ação evangelizadora da Igreja” (n. 435) – e neste âmbito a “infância” se torna destinatária de uma ação “prioritária” da Igreja (n. 438). Por isso, a pastoral familiar – em suas mais variadas expressões – há de “comprometer de maneira integral e orgânica as outras pastorais, os movimentos e associações matrimoniais e familiares a favor das famílias” (n. 437a). A principal bandeira para valorizar a família é promover a formação e ação de leigos competentes, animá-los a organizar-se para defender a vida e a família, e estimulá-los a participar em organismos nacionais e internacionais.

Que a Sagrada Família proteja as nossas famílias e que seus direitos sejam respeitados para o próprio bem do futuro da humanidade!
Dom Orani João Tempesta, O. Cist

EXORCISMO E LIBERTAÇÃO

Toda a oração de cura e libertação, e até mesmo os exorcismos propriamente ditos, têm a sua eficácia e autoridade ligadas ao nome de Nosso Senhor Jesus Cristo. É no nome e pelo nome de Jesus que tudo acontece. É pela autoridade que Ele deu a nós, Seus filhos, que a graça acontece.

Que não tenhamos jamais a presunção de pensar que é em razão da nossa santidade de vida ou devido às nossas belas orações que o demônio nos obedece e a libertação ocorre.
 As estratégias do demônio

É porque tudo está fundamentado em Jesus Cristo e em Seu poder que essa libertação é realizada. Foi o próprio Senhor quem nos demonstrou que, diante da Sua presença, satanás nada pode fazer, nem mesmo permanecer. 

São Lucas afirma: “Ao por do sol, todos os que tinham doentes de toda espécie trouxeram-nos a Jesus; e Ele impondo as mãos sobre cada um deles, os curava. Demônios também saíam de um grande número, gritando: ‘Tu és o Filho de Deus!’. E repreendendo-os, não lhes permitia falar, porque conheciam que Ele era o Cristo” (Lc 4, 40-41). 

A minha experiência pessoal diz que "não", que nem sempre chegamos a uma total libertação de uma pessoa ou de um caso que acompanhamos, mesmo que essa pessoa passe diversas vezes por orações de libertação, ou até mesmo por exorcismos.

E o primeiro motivo para acreditar nisso, durante estes anos, é que quando cuidamos de alguém que está experimentando algum tipo de ataque demoníaco, a pessoa vive um grande sofrimento, mas, de alguma forma, Deus se utiliza da dor pela qual ela está passando para purificá-la e para ajudar na conversões de pessoas que lhe são próximas. E para que, por intermédio dela, os demais também possam crer na horrível existência do maligno
Tudo isso é um verdadeiro mistério para nós, muitas vezes, não o compreendemos nem o aceitamos, porque queremos que a pessoa seja completamente liberta do mal. Alguns até mesmo se revoltam contra o Altíssimo; no entanto, Deus, na Sua infinita Misericórdia, sabe se utilizar de tudo para o nosso bem e a nossa salvação. 
 
Danilo Gesualdo
Missionário da Comunidade Canção Nova

DEVEMOS AGIR E FALAR EM NOME DE CRISTO

Não faça coisa alguma, nem diga palavra alguma que Cristo não faria ou não diria se encontrasse as mesmas circunstâncias" (São João da Cruz)

Devemos agir e falar em nome de Cristo e somente em Seu nome. Quando agimos e falamos em causa própria, corremos o risco de nos precipitarmos nas nossas atitudes e palavras e, assim, machucarmos os outros. Peçamos hoje a Nossa Senhora do Silêncio a postura do discípulo fiel, daquele servo de Deus que é capaz de primeiro silenciar para ouvir a voz do seu Mestre e Senhor. Todas as vezes que agimos no impulso e falamos "aquilo que nos vem à ponta da língua doa a quem doer", nos tornamos juízes e algozes dos nossos irmãos. Misericórdia, meus irmãos, misericórdia! É o que mais precisamos nos nossos relacionamentos a cada dia... Vejo muita gente triste, destruída, maltratada e desorientada em nosso meio. É preciso, então, que se levantem homens e mulheres que tenham a CORAGEM de proclamar aquilo que Cristo diz em Sua Palavra e agir da mesma forma que o Senhor agiria em cada situação. E isso sem ferir a caridade e a complacência, mas também sem "massagear o ego" de ninguém. A Verdade, dita na Caridade, sempre liberta. Para isso, peçamos primeiro a graça do silêncio e da escuta interior. A Virgem do Silêncio nos ajudará nesse rico e coerente propósito que assumimos neste dia.
Alexandre Oliveira