segunda-feira, 4 de novembro de 2013

DEIXE-SE TRABALHAR PELO SENHOR

Você deve conhecer a expressão “santo do pau oco”. Deus não se agrada daqueles que tentam enganá-Lo ostentando uma imagem de santidade. O Senhor não se deixa enganar. Os homens veem as aparências; Deus vê o coração. Seus valentes guerreiros precisam ser formados na essência do Evangelho.

O Senhor não se satisfaz com exterioridade, pois Ele abomina os “sepulcros caiados” (cf. Mt 23,27). Por isso quer nos dar um coração novo e um espírito novo e nos formar discípulos segundo o Seu Coração. 

E nos diz: “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás homicídio; aquele que cometer um homicídio responderá por ele no tribunal” (Mt 5,21).

Os escribas e os fariseus faziam questão de observar precisamente esse mandamento; essa era a lei. Mas Jesus vai muito além. Ele não para na consequência, vai à causa. Não para no homicídio, vai ao coração. Por isso Ele não proíbe apenas o matar, Ele quer nos dar um coração transformado.

Jesus vai ainda mais a fundo: 

“Pois eu vos digo: todo aquele que se encolerizar contra seu irmão responderá por isso no tribunal [...]”(Mt 5,22a). 

A cólera, a ira e o rancor, nutridos no coração, vão levar-nos a certas atitudes impensadas, até mesmo ao homicídio. A semente está nos sentimentos, e Jesus quer atingir a semente, não apenas as consequências que virão. Ele quer ir ao seu coração e cauterizar a causa: a cólera, a inveja, a ambição, o rancor... E vai além: Ele quer dar-nos um coração semelhante ao d'Ele: um coração manso, humilde, bondoso, paciente, cheio de amor.
Esta é a meta: mudar o coração. Isso não depende só de nosso esforço, e sim da graça de Deus, que quer nos dar um novo coração. O que fazemos é aceitar, cooperar. 

Essa mentalidade é oposta à mentalidade do mundo na qual fomos educados. Ensinaram-nos a pagar o mal com o mal, o desaforo com o desaforo, a ofensa com a ofensa. O Senhor quer mudar tudo isso. A tentação havia nos convencido de que esse tipo de santidade não existia. Era utopia, ilusão e não devíamos ser presunçosos a ponto de querer conquistá-la. Mas a grande realidade é que o Senhor quer que cheguemos lá, que passemos além. Ele nos quer no caminho da santidade.

Jesus arremata tudo no final desse capítulo, dizendo-nos:

“Sereis perfeitos, como é perfeito o vosso Pai celeste” (Mt 5,45).

É uma ordem e uma afirmação ao mesmo tempo. Este é o propósito de Jesus para nós. Só não o conseguiremos se não quisermos, se não cooperarmos. 

É como o artista que pega barro e com ele faz coisas maravilhosas: um prato, um vaso, uma estátua. Deus é o artista por excelência. Ele quer pegar o barro que somos nós. Não é o barro que vai dizer o que será feito dele, e sim o artista. Não podemos, como barro, dizer ao Senhor: “Eu não posso, não consigo!” Não somos nós que decidimos. Quem decide o que fazer do barro é o artista. Nossa parte é deixar-nos trabalhar pelo Senhor. Ele decidiu: “Sereis perfeitos”.

Ele quer nos levar além de nossos limites: “Sereis perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito”. Minha parte, a sua parte, é deixar-se trabalhar. Entregue-se agora como barro nas mãos do oleiro:

Eu não sou mais do que barro: modela-me, Senhor. Faz deste barro aquilo que Tu queres. Faz-me à Tua imagem. Faz meu coração semelhante ao Teu. Jesus manso, humilde, cheio de amor, de bondade, faz meu coração semelhante ao Teu.
Não passo de barro! Mas quero, com minha liberdade, cooperar Contigo para que esta palavra se realize em minha vida: “Sereis perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito”. Eu quero, assim como o Senhor o quer.
Eu Te dou a liberdade de fazer isso, Senhor. Quero cooperar, não quero atrapalhar, não quero impedir.
Faz-me fiel, Senhor. Faz-me santo. Faz-me perfeito.
Muda minha vida. Muda meu coração.


Padre Jonas Abib

OS ANJOS LUTAM CONOSCO

Nesta batalha em que vivemos já somos vitoriosos. Pena que nós cristãos não olhamos para isso e paramos nos problemas, nas dificuldades. Não nos iludamos: batalha é batalha! Meu filho, é melhor você aceitar que essa vida é um “vale de lágrimas” do que viver na ilusão. A Igreja quer frisar em nós a vitória do Senhor.

Resta pouco tempo para o demônio, por isso ele está furioso, pois a vitória é de Jesus e acabou a sua chance, mas ele é mau e, mesmo sabendo que é vencido, vem com todas as forças para cima de nós, a luta não vai acabar. Por isso nós precisamos da ajuda dos santos anjos.

Deus cercou-nos de anjos. Precisamos deles, de sua intercessão, eles lutam conosco. No seu trabalho, em sua família, Deus colocou vários anjos. Mas, infelizmente, queremos lutar sozinhos e assim como existem miríades de anjos, há de demônios e sozinho não os conseguiremos vencer.

Porque nós somos do Senhor, somos alvos do inimigo, por isso necessitamos dos Anjos. Este é o dia de nos unirmos a eles, buscando sua presença e ajuda. Você, seu filho, seu casamento, sua família, no seu trabalho, no seu apostolado.

É uma batalha que os anjos enfrentam, porque o demônio sabe que pouco tempo lhe resta. É importante que tenhamos essa convicção de que Deus mandou anjos para nos proteger. É uma batalha em que sozinhos não podemos nada. Obrigado, Senhor, porque eles estão conosco! Senhor, aumenta a nossa fé!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

SÃO CARLOS BORROMEU

Carlos, o segundo filho de Gilberto, nasceu em 2 de outubro de 1538. Menino ainda, revelou ótimo talento e uma inteligência rara. Ao lado destas qualidades, manifestou forte inclinação para a vida religiosa, pela piedade e o temor a Deus. Ainda criança, era seu prazer construir altares minúsculos, diante dos quais, em presença dos irmãos e companheiros de idade, imitava as funções sacerdotais que tinha observado na Igreja. O amor à oração e o aborrecimento aos divertimentos profanos, eram sinais mais positivos da vocação sacerdotal.
O ano de 1562 veio a Carlos com a graça do sacerdócio. No silêncio da meditação, lançou Carlos planos grandiosos para a reorganização da Igreja Católica. Estes todos se concentraram na ideia de concluir o Concílio de Trento. De fato, era o que a Igreja mais necessitava, como base e fundamento da renovação e consolidação da vida religiosa. Carlos, sem cessar, chamava a atenção do seu tio (que era Cardeal e foi eleito Papa, com o nome de Pio IV) para esta necessidade, reclamada por todos os amigos da Igreja. De fato, o Concílio se realizou, e Carlos quis ser o primeiro a executar as ordens da nova lei, ainda que por esta obediência tivesse de deixar sua posição para ocupar outra inferior. 
Carlos sabia muito bem que a caridade abre os corações também à religião. Por isto foi que grande parte de sua receita pertencia aos pobres, reservando ele para si só o indispensável. Heranças ou rendimentos que lhe vinham dos bens de família, distribuía-os entre os desvalidos. Tudo isto não aguenta comparação com as obras de caridade que o Arcebispo praticou, quando em 1569-1570, a fome e uma epidemia, semelhante à peste, invadiram a cidade de Milão. Não tendo mais o que dar, pedia ele próprio esmolas para os pobres e abria assim fontes de auxílio, que teriam ficado fechadas.
Quando, porém, em 1576, a cidade foi atingida pela peste, e o povo abandonado pelos poderes públicos, visto que ninguém se compadecia do povo, ainda procurava os pobres doentes dos quais ninguém lembrava, consolava-os e dava-lhes os santos sacramentos. Tendo-se esgotado todas as fontes de recurso, Carlos lançou mão de tudo o que possuía, para amenizar a triste sorte dos doentes. Mais de  cem sacerdotes tinham pago com a vida, na sua dedicação e serviço aos doentes. Deus conservava a vida do Arcebispo, e este se aproveitou da ocasião para dizer duras verdades aos ímpios e ricos esquecidos de Deus.
Gregório XIII, não só rejeitou as acusações infundados feitas ao Arcebispo, mas ainda recebeu Carlos Borromeu em Roma, com as mais altas distinções. Em resposta a este gesto do Papa, o governador de Milão, organizou no primeiro domingo da Quaresma de 1579, um indigno préstito carnavalesco pelas ruas de Milão, precisamente à hora da missa celebrada pelo Arcebispo. O mesmo governador, que tanta guerra ao Prelado movera, e tantas hostilidades contra São Carlos estimulara, no leito de morte reconheceu o erro e teve o consolo da assistência do santo Bispo na hora da agonia. Seu sucessor, Carlos de Aragão, duque de Terra Nova, viveu sempre em paz com a autoridade eclesiástica. O Arcebispo gozou deste período só dois anos.
Quando em outubro de 1584, como era de costume, se retirara para fazer os exercícios espirituais, teve fortes acessos de febre, aos quais não deu importância e dizia: “Um bom pastor de almas, deve saber suportar três febres, antes de se meter na cama”. Os acessos renovaram-se e consumiram as forças do Arcebispo. Ao receber os santos sacramentos, expirou aos 03 de novembro de 1584. Suas últimas palavras foram: “Eis Senhor, eu venho, vou já”. São Carlos Borromeu tinha alcançado a idade de 46 anos.
O Papa Paulo V, canonizou-o em 1610 e fixou-lhe a festa para o dia 04 de novembro.
São Carlos Borromeu, rogai por nós!