sexta-feira, 30 de agosto de 2013


ORAR NO ESPIRÍTO SEMPRE

Orar no Espírito parece-nos algo tão insignificante. Mas lembremo-nos do orvalho, que também passa despercebido aos nossos olhos.Orar em línguas não satisfaz a nossa inteligência, nem os nossos sentidos. Quando cantamos ou oramos em línguas, não sentimos nada. Não acontece nada em especial no nosso intelecto. Pelo contrário, esse dom humilha a nossa inteligência.

Quando oramos assim, somos instrumentos de Deus para derramar sobre a terra esse orvalho vivificante, capaz de produzir tanta vida, a ponto de ressuscitar os mortos. Ore pelos seus filhos que lhe causam preocupações, talvez, estejam mortos nas drogas, vivendo levianamente, na prostituição. Não fique só na dor, na decepção, na revolta, porque nada será resolvido dessa maneira. Cante e reze por eles tenha certeza que o orvalho vivificante cairá sobre seus filhos para ressuscitá-los.

É necessário usar os instrumentos que Deus nos deu.
Talvez você não consiga se desvencilhar de um vício, de uma dependência, mesmo que ela seja de afeto. Se está no pecado, o Espírito Santo que está em você quer salvá-lo . É preciso que você coopere com Ele, orando e cantando em línguas. Se permitir que esse orvalho caia sobre você, verá a realização da palavra: “Teus mortos reviverão! Seus cadáveres vão se levantar!” (Is 26,19)
Não de ouvidos aos que os outros dizem a respeito do dom de línguas.
Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

TUDO POSSO NAQUELE QUE ME FORTALECE

Para cada situação da nossa vida há uma palavra bíblica para nos nortear.
Da forma como estamos e em meio aos encontros e desencontros que já emergiram hoje, interior e exteriormente, peçamos ao Espírito Santo que abra o nosso entendimento para que vivamos a verdade do Evangelho.
Hoje, deixemo-nos guiar por esta Palavra: “Tudo posso naquele que me fortalece” (Fl 4,13).
Jesus, eu confio em Vós
Luzia Santiago

O QUE SIGNIFICA PARA NÓS AMAR JESUS ?


Amar Jesus significa trazê-Lo para a nossa realidade, vivendo segundo os Seus ensinamentos, ajudando o próximo, perdoando os nossos inimigos, exercitando a compaixão e a caridade, com espírito de gratuidade. 

Não é uma tarefa muito fácil, pois temos natureza pecadora, mas é o nosso dever enquanto cristãos, como lemos em Levítico 19, 18b : “... Amarás o teu próximo como a ti mesmo...”.

É preciso exercitar a prática do amor ao próximo todos os dias. Um coração voltado para Deus reflete o bem para a nossa própria vida e na vida do outro. Lembremos sempre, somos imagem e semelhança de Deus que é amor. O amor de Deus e do próximo constituiem um só amor, que se ilumina e completa um no outro. Amamos a Deus no próximo e amamos o próximo em Deus. O amor não pode ter divisão.

Amar é entregar-se! Confiar nossa vida nas mãos de Deus nos dá a certeza de que não estamos sozinhos para enfrentar todos os desafios que nos são apresentados durante nossa caminhada. Todos que confiam sua vida a Deus traduzem em seu semblante a paz, a alegria e o amor que é próprio de quem não duvida do amor d’Ele por nós.

Passamos a “nos amar” e isso é fundamental. Só sabe amar aquele que se ama e se aceita como pessoa amada de Deus.
Viver e sentir esse amor nos dá a segurança que precisamos para enfrentar doenças, dificuldades financeiras, problemas familiares e todos os obstáculos que enfrentamos no nosso dia a dia. Além disso, quando estamos plenos do verdadeiro amor somos capazes de propagar este amor ao próximo e ser instrumento de evangelização para transformar vidas.

Senhor,
que saibamos reconhecer o Teu amor no nosso irmão, 

faz-nos homens e mulheres novos,
dispostos a amar o próximo sem distinção.
Ensina-nos a ter misericórdia e servir com gratuidade e generosidade.
Amém!

Padre Alberto Gambarini

DEVEMOS SER ANUNCIADORES DA VERDADE

Após a adoração que tivemos nessa manhã, um jovem, que faz parte da rede social da Canção Nova, veio testemunhar a experiência que viveu.

Durante a adoração, ele me disse que ouviu uma voz dizendo em seu coração: “Obrigado, meu filho”. Mas ele me dizia não se sentir digno desse agradecimento, pois faz muito pouco para merecer isso. 

Eu respondi para ele que não existe pouco aos olhos de Deus, porque, quando fazemos algo, Deus o multiplica. Por isso, não se preocupe, pois o pouco que você tem feito, hoje, o Senhor lhe agradece e faz muito mais.

As obras sociais que existem em todo o mundo, com certeza, não são suficientes para combater todas as misérias que assolam a humanidade, porém, sem elas a miséria seria muito maior. 

Talvez, você olhe com indiferença para as campanhas que acontecem na sua paróquia ou nos orfanatos que acolhem algumas crianças, mas são justamente essas iniciativas que têm feito a grande diferença na vida de milhões de pessoas em todo o mundo.

Pode ser que o mesmo tenha acontecido na sua própria família, na qual muitos fazem pouco caso da sua espiritualidade ou falam que você ficou doido, pois não sai da igreja. Mas uma coisa eu lhe digo, meu irmão, a miséria da sua família seria muito maior se você não fizesse isso.

Hoje, a Igreja celebra o martírio de São João Batista, que foi até as últimas medidas para anunciar a Verdade, por isso perdeu a cabeça. Ele fez isso, porque acreditava, com todas as suas forças, que Jesus era o único caminho de salvação para as pessoas. 

Você tem feito todo o possível para apresentar essa mesma Verdade para sua família? Ou você já se acomodou, porque acredita que ela não tem mais solução? 

Se você pensa isso, meu irmão, desculpe-me a sinceridade, mas você já deixou de fazer o seu pouco, e sem ele você já não tem mais o que apresentar para Deus.
esus não teve medidas para o sacrifício que realizou por nós, por isso, o mínimo que devemos ter para com aqueles que nos são confiados é uma entrega total e plena. 

Nunca deixe de acreditar na sua família, pois, talvez, você seja a única esperança que eles tenham uma mudança de vida.

Infelizmente, os tempos mudam e as pessoas também. Eu me lembro de uma época na qual era costume vizinho visitar vizinho. As crianças brincavam uma na casa das outras e, quando isso não acontecia, era até uma ofensa. 

Hoje em dia, as famílias já não visitam mais sequer as pessoas do quarto ao lado, geralmente, o próprio filho, ou é o filho que não visita seus pais. 

Quando nós ouvimos a voz do Senhor, ela desperta em nosso coração um desejo sem fim de doar nossa vida. E essa doação é refletida nas necessidades da sua família e, muitas vezes, de pessoas que você não conhece.

Sua missão é a de apontar, para todos à sua volta, o Caminho: Nosso Senhor Jesus Cristo. Não tenha medo de se comprometer, independente das consequências que isso pode levar, pois aquele que vive o Evangelho é portador do Espírito Santo de Deus.
Padre Ivan Paixão 
Sacerdote consagrado da Comunidade Canção Nova. 

AINDA NÃO DESCOBRI A MINHA VOCAÇÃO.O QUE FAÇO?

Aprendi que Deus não nos chama uma vez só
Vivemos num tempo em que a infância dura menos e a juventude dura mais. No meio deste caminho, a idade das mudanças e indecisões – a adolescência – parece nunca ter fim. Existem crianças que aos 10 anos (às vezes menos) têm sua sexualidade acordada e vivida como se fossem adolescentes em tempos de crises e descobertas. Isso que deveria ser uma rápida e incômoda transição acaba se prolongando por muitos anos. Encontrei um “jovem” de 35 anos que tinha todos os ares de adolescente e me confidenciou: “Ainda não descobri a minha vocação. O que eu faço?”.

Existe uma tirania da nossa “modernidade líquida, relativista e subjetivista” que ilude nossa juventude vendendo a liberdade ao preço da solidão. O resultado é o estresse, a depressão e uma incrível indecisão. O que fazer da sua vida? Qual a sua vocação? Neste momento, temos que colocar alguns pingos nos “is” e deixar claros alguns conceitos para que essa ponte quebrada seja atravessada com segurança.

É preciso dizer que a vocação, antes de se ser uma resposta, uma opção, é um chamado de Deus. E Ele chama a todos indistintamente para a “vida”. Sobre esta vocação, não precisamos ter qualquer dúvida. Um dia fomos chamados a ser quem somos e onde somos. Não escolhemos nossos pais. Não escolhemos nossa cor, cultura, origem, povo, raça e nação. Quando tomamos consciência da vida, já estávamos aí. Essa vocação de raiz não exige nenhum discernimento. Exige aceitação, cultivo e gratidão. 
Depois, fomos chamados à vida cristã. Quem foi batizado na infância teve o sacramento do Crisma para confirmar a sua decisão de pertencer ao povo de Deus na Igreja Católica. Aqui, já é preciso discernimento. Não basta receber a fé dos pais. É preciso fazer a sua própria experiência de fé. Hoje em dia, quem nasce católico só permanecerá católico se se converter a partir de uma experiência pessoal de Deus na Igreja Católica. Mas ainda aqui, nesse nível, não me parece que as pessoas tenham muitos problemas vocacionais. O problema vem quando é necessário escolher o seu estado de vida dentro da comunidade cristã.

No Cristianismo católico ocidental, temos três estados de vida. O cristão pode ser um fiel leigo, um religioso(a) consagrado(a) ou um ministro ordenado (diácono ou sacerdote). São estes os três estados de vida. Muitos jovens cristãos católicos entram em crise na hora de discernir sua vocação ao estado de vida.

Devo dizer que basicamente todo cristão é leigo, pois esta palavra significa “povo de Deus” (laós em grego). Então, a coisa fica mais fácil. Todos nós somos povo de Deus. A menos que o próprio Deus nos chame para uma “consagração” ou nos dê uma “ordem”. Aprendi que Deus não nos chama uma vez só. Ele é insistente com os que escolhe. Mas se você estiver em dúvida, vou lhe dar uma dica prática. Se acha que está ouvindo a voz de Deus para ser padre, entre para um seminário. Não significa que será sacerdote, mas ali terá as condições de ouvir melhor o chamado. Apenas 5% dos que entram para o seminário ficam padres. Os outros percebem que o chamado era outro. Mas não ficam mais na dúvida. A mesma coisa em relação à vida consagrada. Tenha coragem de entrar em um processo de discernimento. Em questão de vocação, a pior coisa é ficar parado. Dê um passo sem medo que seja o errado. Se for sincero, Deus o colocará no rumo certo.

Agora, o conselho contrário. Mesmo que sinta um certo chamado à vida consagrada ou sacerdotal, não dê esse passo por falta de opção. Todos os que Jesus chamou estavam ocupados e deixaram tudo para segui-Lo. Mesmo que você tenha namorado(a) e um ótimo emprego, isso será apenas uma confirmação vocacional se você deixar tudo para seguir o Senhor. Desocupados ficarão sempre na incerteza ou na indecisão. Quem deixa tudo para seguir o Mestre tem o sinal da confirmação vocacional em seu coração
Padre Joãozinho, SCJ

A CULTURA DO DESCARTE

Qual tem sido a tendência dos nossos tempos atuais?
Quando o Papa Francisco esteve no Brasil, ele chamou a atenção para a "cultura do descarte". Confesso que essa expressão me chamou muito a atenção. Eu me lembro bem do tempo em que ter um celular era coisa para poucas pessoas e, quando se conseguia comprar um, era motivo de comemoração. Hoje, no entanto, temos postos de coleta para o "descarte" de dispositivos móveis.
  
Claro que o fato de a maioria das pessoas ter um telefone celular é algo que deve nos alegrar, pois pode aproximar as pessoas e contribuir para a superação de muitas dificuldades. No entanto, quando nos acostumamos a descartar coisas, corremos o risco de também descartarmos pessoas, seguindo os mesmos critérios que usamos em relação ao celular: serve ou não serve. É justamente nesse sentido o discurso e a prática do Santo Padre em relação aos pobres.

Quando olhamos sob a perspectiva da utilidade, o que um mendigo que bate à nossa porta pode nos oferecer? Nada! Pelo contrário, ele, provavelmente, nos incomodará. Qual tem sido a tendência dos nossos tempos atuais? Desprezar essas pessoas, pois elas não “servem”. O Santo Padre, seguindo um ensinamento católico por excelência, que foi transmitido fortemente por todos os últimos papas, especialmente o Beato João Paulo II e Bento XVI, mostra o valor da gratuidade.

Há, de fato, uma misteriosa felicidade em dar a quem não pode retribuir. Isso ocorre, porque, no fundo, sem percebermos, estamos dando a quem nos deu tudo: oferecemos a Deus. São justamente essas as palavras do Evangelho: “Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes” (Mt 25,40).
Com isso, Nosso Senhor jamais condenou a propriedade privada, isso é, o direito de possuir coisas conquistadas por nosso trabalho ou por nossa capacidade na vida econômica; pelo contrário, ela é fruto da liberdade humana, e o próprio Jesus exalta o que multiplica os talentos, o que, bem compreendido, também se aplica aos bens materiais. Na verdade, somente quando nós temos a propriedade sobre alguma coisa é que podemos dá-la ao outro. Se eu dou a alguém o que não é meu, isso, no fundo, é roubo, como nos ensina o professor Cézar Saldanha ao falar sobre a caridade.

No entanto, a nossa propriedade contribuirá para a nossa verdadeira felicidade quando ela for coroada pela caridade, isto é, pela virtude infundida em nossa alma por Deus, segundo a qual reconhecemos o “sabor” de renunciarmos ao que é nosso para que o outro possa ter. Neste ponto, está a grande singularidade do pensamento autenticamente cristão: diante da pobreza, a minha ação imediata não é a alteração dos sistemas econômicos, mas a Caridade Misericordiosa. É claro que, na sequência, o pensamento e a prática cristã exigem o empenho para que as instituições políticas e econômicas sejam mais racionais e sirvam de maneira adequada à pessoa humana.

Diante daquele que nos pede um prato de comida, não podemos dizer: “Aguarde, meu amigo, pois estou lutando por um mundo melhor; amanhã faremos uma passeata, e, quem sabe, um dia você não precisará mendigar”! Não foi assim, pelo menos, que agiu a Beata Madre Teresa de Calcutá. Pelo contrário! Diante dos sofredores, ela “abraçava a Carne de Cristo” para citar outra expressão marcante do Papa Francisco. E ela fazia isso, porque a Carne de Cristo não é descartável, mas preciosa.

Mesmo entre as coisas, ainda há muitas que não queremos descartar: desconheço pontos para descartar jóias; um valor infinitamente maior impede o descarte da pessoa humana.
Evandro Gussi

DOM NA VIDA

Como é bonita a riqueza de possibilidades e dons na vida de cada uma das pessoas. Dons que se manifestam a partir das inclinações afloradas nos gestos e atitudes que acompanham a vida de todos os indivíduos. São fatos que identificam o perfil dos cidadãos, que podem ser canalizados para o bem, mas também para fins escusos e perversos.

Podemos entender como dom, a vocação para o estado de vida vivenciado no trajeto de realização das pessoas, no contexto de sua convivência. Isto tem sido refletido no transcorrer do mês de agosto, chamado de “Mês Vocacional”. Os destaques são dados para a vida sacerdotal, a missão de ser pai, da vida religiosa, dos catequistas e dos cristãos leigos.

Na visão do Papa Francisco, revelado por ocasião da Jornada Mundial da Juventude, os jovens são potencializados com dons extraordinários. Com isto, estão habilitados para um processo de transformação radical da sociedade. Eles não são o futuro, mas um presente promissor e cheio de esperança para construir um mundo diferente e saudável. 
Sentimos o entusiasmo e a garra da juventude, na JMJ 2013, no Rio de Janeiro. Nos dizeres do Papa Francisco, os jovens mostraram o rosto jovem do ser cristão e de ser comprometidos com a fé. Viu neles o protagonismo da nova sociedade e de uma Igreja mais testemunha da fé no mundo, exigência para novas transformações.

Falar de dons e de vocação significa olhar para a pessoa humana, principalmente para os jovens, como porta de entrada para a cultura da “pós-modernidade”. Tempo de muita diversidade, de criatividade e de possibilidades sempre novas. Mas é preciso ir contra um individualismo que aliena e subtrai a pessoa do contexto comunitário e a isola.

Celebramos a vocação dos religiosos, daqueles que fazem uma opção de vida numa Congregação Religiosa, colocando-se à disponibilidade para um trabalho específico na vida da Igreja e da sociedade. Isto faz parte da fertilidade do Espírito Santo no dinamismo da vida da comunidade Igreja, vitalizando áreas de ação para o bem do povo. 
Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba (MG)