sexta-feira, 28 de junho de 2013


SANTO IRINEU

Celebramos a memória do grande bispo e mártir, Santo Irineu que, pelos seus escritos, tornou-se o mais importante dos escritores cristãos do século II. Nascido na Ásia Menor, foi discípulo de São Policarpo, que por sua vez conviveu diretamente com o Apóstolo São João, o Evangelista.

Ao ser ordenado por São Policarpo, Irineu foi para a França e assumiu várias funções de serviço à Igreja de Cristo (que crescia em número de comunidades e necessidade de pastoreio). Importante contribuição deu à Igreja do Oriente quando foi em missão de paz para um diálogo com o Papa Eleutério sobre a falta de unidade na data da celebração da Páscoa, pois o Oriente corria ao risco de excomunhão, sendo fiel ao significado do seu próprio nome – portador da paz – logrou êxito nessa missão, já que isto nada interferia na unidade da fé.

Ao voltar da missão deparou-se com a morte do bispo Potino, o qual o havia enviado para Roma e, sendo assim, foi ele o escolhido para sucessor do episcopado de Lião. Erudito, simples, orante e zeloso bispo, foi Santo Irineu quem escreveu contra os hereges, sobre a sucessão apostólica e muito dos dados que temos hoje, sobre a história da Igreja do século II. Este grande bispo morreu mártir na perseguição do imperador Severo.

Santo Irineu, rogai por nós!


Quantas vezes nos perguntamos: Não posso ter um pouco de paz? Não bastam os meus problemas? Será que tenho que resolver os problemas do mundo? 

É comum em alguns momentos da vida nos refugiarmos em nosso próprio egoísmo e só queremos descansar tranquilos. Não importa como vai o mundo, nós permanecemos em nossa ilha e só queremos a paz, o sossego, o silencio, não nos preocupamos com o bem estar do outro, do nosso semelhante.

Em Mateus 25,40 lemos: “Todas as vezes que fizestes isso a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes”.

Por estas palavras do Santo Evangelho é que não podemos permanecer nesta superficial tranquilidade, que não será durável se não for partilhada.

Os menos favorecidos precisam da nossa ajuda e não devemos recusar, e quando somos caridosos estamos atendendo ao próprio Cristo.

Veja, a beleza do cristianismo está alicerçado em dois pilares, amor e perdão. E quem ama, não despreza os pequenos, e é questão de sabedoria exercitarmos o perdão. Enquanto é tempo façamos o bem a todos, especialmente aos mais necessitados.

Senhor, nós cremos em ti,
mas aumentai a nossa fé.
Manda-nos o teu Espírito Santo para que ele nos ilumine,
nos aqueça e nos dê sabedoria para a pratica do bem.
Amém!

CURAR O CORAÇÃO MACHUCADO

O perdão é uma decisão pessoal que beneficia, em primeiro lugar, quem toma a iniciativa. O perdão é muito mais para mim do que para a pessoa que me ofendeu. Por isso, depende mais de mim do que dos outros.

Perdoar é recuperar o poder sobre si mesmo. A mágoa me coloca na mão do outro; o perdão me devolve a autonomia sobre minha própria história. 
Perdoar é assumir o presente. Viver nele. Mergulhar nele. Perdoar é não sofrer por aquilo que não posso mudar ou resolver. Não podemos mudar o passado. Nunca! 
Perdoar é concentrar suas atenções sobre as coisas boas da vida. Se algo ou alguém estragou o meu passado, não permitirei que estrague também o meu futuro. Perdoar é começar a valorizar as bênçãos de Deus, as coisas boas. É sair do vício de ver sempre as mesmas coisas, do mesmo jeito.

Perdoar é tomar a decisão de começar uma vida nova. O que fazer para sofrer menos? Isso exige buscar em primeiro lugar o reino de Deus. É decidir-se pela primazia do reino, e não do encardido. É optar pelo bem. Divulgá-lo. É aprender a sintonizar-se no bem.

“Abençoai os que vos maldizem e orai pelos que vos injuriam” (Lc 6,28). “Amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos maltratam e perseguem. Deste modo sereis os filhos de vosso Pai do Céu, pois Ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos” (Mt 5,44-45). Você não pode mudar um acontecimento do passado, mas pode mudar a maneira de falar sobre ele. Com Jesus é possível achar um ponto de vista mais positivo e esperançoso.

Recorde seus grandes objetivos de vida. A mágoa distorce os objetivos. Esquecemos as grandes e permanentes verdades e nos guiamos por momentos. Qual é mesmo a minha grande meta? Vocação!

A vida sempre segue adiante. Não pára. Devemos aprender a concentrar nossas atenções sobre as coisas boas da vida. Se já se estragou o passado, não permita que se estraguem o presente e o futuro. Não devemos sofrer por aquilo que não podemos mudar. Não podemos mudar o passado.

Ao machucar uma pessoa, você se torna inferior a ela; ao se vingar, você se iguala; só é superior quem aprende a perdoar. A mágoa foi o jeito que o encardido encontrou para permanecer conosco todos os dias, até os confins dos tempos.
 Padre Léo, scj 

O QUE É PURGATÓRIO ?



O Purgatório, frequentemente imaginado como um lugar, é antes um estado. Quem morre na graça de Deus (isto é, em paz com Deus e com os outros), mas ainda necessita de purificação para poder estar face a face diante de Deus, passa por um purgatório.

Quando São Pedro traiu Jesus, o Senhor voltou-Se e olhou para ele «e, saindo Pedro para fora, chorou amargamente» (cf. Lc 22, 61 ss.). Trata-se aqui de um sentimento “como no purgatório”. E provavelmente a maioria de nós espera, no momento da morte, um purgatório como este: o Senhor olha-nos cheio de amor e nós sentimos uma ardente vergonha e um doloroso arrependimento pelo nosso comportamento mau ou “simplesmente” insensível. Só após esta dor purificadora seremos capazes de nos encontrar com Seu olhar amoroso numa pura alegria celestial. (Foto: Detalhe da pintura do Purgatório, segundo o artista Serafino Elmo)


SUPERAR O SENTIMENTO DE DECEPÇÃO

Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos de Jesus iam para um povoado chamado Emaús, distante onze quilômetros de Jerusalém. Conversavam sobre todas as coisas que tinham acontecido. Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles. Os discípulos, porém, estavam como que cegos e não o reconheceram" ( Lc 24,13-16).

Nós, que ainda não temos sentidos para ver o Senhor, precisamos saber que, quando estamos na dor, no sofrimento ou em grandes alegrias, não estamos sós, Jesus está ao nosso lado como estava ao lado dos dois discípulos. A decepção cega e nos faz pessimistas. Aqueles dois eram discípulos, mas tudo o que aconteceu com Jesus – condenação e morte – decepcionou-os de tal maneira que ficaram cegos. 
A decepção é inevitável, não depende de nós. Quantos de nós se decepcionam e cultivam esse sentimento! O pior é que os efeitos dela aumentam dentro de nós com o passar do tempo. 

Nós temos de renunciar à decepção. Os seus sentimentos são de decepção? Quem disse que nós somos regidos pelos nossos sentimentos? É você quem deve dominá-los e não eles a você? Nós deixemos que sentimentos tão terríveis, tão tóxicos nos contaminem. Uma vez que ela nos pega, precisamos combater e vencer essa doença. As doenças da alma e do coração são muito piores do que as do corpo. 

"É impossível viver sem sofrimento", ensina monsenhor Jonas.


A decepção com pessoas e instituições ligadas à religiões e a Deus são piores, porque alguns acabam se decepcionando com a Igreja e, consequentemente, com o Senhor. Isso é terrível, porque, daí, vem o esfriamento e o afastamento. Como os discípulos de Emaús, você precisa superar esse sentimento, renunciando-o. Não que você vai negar que as pessoas erraram com você. Talvez elas até continuem erradas, mas é preciso que você não guarde esse sentimento em seu coração. Renuncie e salve a sua alma. 

Se os nossos inimigos soubessem como sofremos quando nos decepcionamos, ficariam contentíssimos, porque eles, ao contrário de nós, continuam levando a vida deles. Não tenha medo, renuncie às suas decepções; peça oração, peça que rezem com você pela cura do seu coração, dos seus sentimentos.

Os discípulos, decepcionados, entraram num pessimismo tremendo. Eles reconheceram quem era Jesus, mas ficaram tão cegos que a fé deles eclipsou, e tudo o que disseram ao Senhor foram coisas pessimistas. Mas Cristo "entra em cena" e começa repreendendo-os: "Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram! Será que o Cristo não devia sofrer tudo isso para entrar na sua glória?" (Lc 24,25-26). Então, Jesus começa a fazer, novamente, toda uma catequese para eles. Quando os discípulos O convidam para ficar com eles e preparam a refeição, ao partir do pão, eles O reconhecem, mas o Senhor desaparece. Daí para frente, eles dizem aquilo que nos mostra o salmo de hoje. 

Meus irmãos, qual o jeito de sairmos da nossa cegueira espiritual, do pessimismo? É nos voltarmos para Jesus. Além de estar presente no Sacrário e na Missa, o Senhor está conosco quando estamos trabalhando. Até mesmo quando você está fazendo coisas erradas, Jesus está com você. O remédio para a decepção é Cristo. Mas, muitas vezes, fazemos o contrário, decepcionamo-nos e nos afastamos d'Ele. 
É impossível viver sem passar por decepções, porque não depende de nós. É impossível viver sem sofrimento, por isso temos de ser espertos e renunciar a eles.

O espinho entrou? Retire-o. É isso que Jesus está nos ensinando no dia de hoje. 

Senhor, que cada um de meus irmãos e irmãs tenham a graça de superar as próprias decepções e suas consequências a partir da cegueira espiritual e do pessimismo, o qual faz com que a pessoa adoeça e, muitas vezes, afaste-se da Igreja e de Ti. Senhor, toca, cura os meus irmãos, dá-lhes coragem de renunciar logo que sintam os primeiros sintomas da doença. 

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

ENQUANTO É TEMPO RETORNEMOS PARA O BEM

Temos tudo para sermos pessoas incríveis, porém, enquanto não nos aceitarmos como somos e ficamos desejosos muitas vezes de sermos o outro, nunca descobriremos nosso potencial.

Em Hebreus 10,10 lemos: “Foi em virtude desta vontade de Deus que temos sido santificados uma vez para sempre, pela oblação do corpo de Jesus Cristo”.

Vemos claramente mais uma vez que o próprio Deus tomou a iniciativa de nos mostrar que podemos ser pessoas amorosas, bondosas e cheia de amor, pois a morte de Jesus na cruz teve como fim também a nossa santificação.

Assim Jesus é o caminho para a santidade, caminho que Ele abriu com a sua própria vida. Portanto, não há desculpas para nosso afastamento desse caminho. Enquanto é tempo, retornemos para o bem, tendo como companheiro de jornada Jesus, que é verdade, que é vida, que é o caminho, que é paz!

Meu bom Senhor, que saibamos contar os nossos dias e bem administrá-los, privilegiando sempre as coisas que não passam. Fica conosco e dá-nos o sabor pelas coisas do espírito. Amém!
Padre Alberto Gambarini