quarta-feira, 29 de maio de 2013

PORQUE O CATÓLICO NÃO PODE SER ESPÍRITA

a1. O Católico: admite a possibilidade de “mistério” e aceita as verdades sempre que tem certeza que foram reveladas por Deus. O Espírita: proclama que absolutamente não há “mistérios” e tudo o que a mente humana não pode compreender, é falso e deve ser rejeitado.
2. O Católico: instruído  crê  que  Deus pode  e  faz milagres. O Espírita:  rejeita  a  possibilidade  de milagres e ensina que Deus também deve obedecer às “leis” da natureza.
3.  O  Católico:  crê  que  os livros  da  Sagrada  Escritura  foram  inspirados  por  Deus,  portanto  não podem  ter erros em questão de fé  e  moral. O Espírita: declara que  a  Bíblia está cheia  de  erros e contradições e que nunca foi inspirada por Deus.
4.  O  Católico:  crê  que  Jesus  enviou  o  Espírito  Santo  aos  apóstolos  e  seus sucessores para  que pudessem  transmitir fielmente,  sem  erros, a  sua Doutrina.  O Espírita:  declara que  os apóstolos e seus sucessores não entenderam os ensinamentos de Cristo e que tudo o que eles nos transmitiram está errado, é falsificado.
5. O Católico: crê que Jesus instituiu a Igreja para continuar sua obra. O Espírita: declara que até a vinda de Allan Kardec a obra de Cristo estava perdida e inutilizada.
6. O Católico: crê que o Papa, sucessor de Pedro, é infalível em questões de fé e moral. O Espírita: proclama que os Papas só espalharam o erro e a incredulidade.
7. O Católico: crê  que  Jesus nos ensinou  toda  a  Revelação  e nada  mais há  para  ser  revelado.  O Espírita:  proclama  que  o  espiritismo  é  a  terceira  revelação,  destinada  a  retificar  e  substituir  o Evangelho de Cristo.
8. O Católico: crê no Mistério da Santíssima Trindade. O Espírita: nega esse augusto mistério.
9. O Católico: crê que Deus é o Criador de tudo, Ser Pessoal, distinto do mundo. O Espírita: afirma que os homens são partículas de Deus – verdadeiro panteísmo.
10.  O Católico:  crê  que  Deus  criou a  alma  humana  no  momento  de  sua  união  com  o corpo.  O Espírita: afirma que nossa alma é o resultado da lenta e longa evolução, tendo passado pelo reino mineral, vegetal e animal.
11. O Católico: crê que o homem é uma composição substancial de corpo e alma. O Espírita: afirma que  é  um  composto entre  “perispírito” e alma e que o  corpo  é  apenas invólucro  temporário, um “Alambique para purificar o espírito”.
12. O Católico: obedece a Deus que, sob penas severas, proibia a evocação dos mortos. O Espírita: faz dessa evocação uma nova religião.
13. O Católico:  crê  na existência  de anjos e  demônios.  O Espírita:  afirma que não há anjos, mas espíritos  mais  evoluídos  e  que  eram  homens.  Que  não  há  demônios,  mas  apenas  espíritos imperfeitos que alcançarão a perfeição.
14. O Católico:  crê que Jesus é  verdadeiramente  o Filho Unigênito de  Deus, a  segunda pessoa da Santíssima Trindade. O Espírita: nega esta verdade fundamental da fé cristã e afirma que Cristo era apenas um grande “médium” e nada mais.
15.  O Católico:  crê  que  Jesus é  também  verdadeiro  homem,  com  corpo  real  e  alma  humana.  O Espírita: em grande parte, afirma que Cristo tinha apenas um corpo aparente ou fluídico.
16.  O  Católico:  crê  que  Maria  é  Mãe  de  Deus,  imaculada,  assunta  ao  céu.  O  Espírita:  nega  e ridiculariza todos os privilégios de Maria, Mãe de Deus.
17. O Católico: crê que Jesus veio para nos salvar por sua Paixão e Morte. O Espírita: afirma que Jesus não é nosso Redentor, mas apenas veio para ensinar algumas verdades e isso mesmo de um modo obscuro, e que cada pessoa precisa remir-se a si mesmo.
18. O Católico:  crê que Deus  pode perdoar  o pecador  contrito.  O Espírita:  afirma  que  Deus não pode  perdoar  pecados sem que preceda  rigorosa  expiação  e reparação feita pelo próprio pecador, sempre em novas reencarnações.
19. O Católico:  crê  nos sete  sacramentos e  na  graça própria de  cada sacramento. O Espírita: não aceita nenhum sacramento, nem mesmo o poder da graça santificante.
20. O Católico:  crê  que o homem vive sobre a terra  e que  desta  única existência  depende a  vida eterna. O Espírita: afirma que a gente nasce, vive e morre e renasce ainda e progride continuamente.
21.  O  Católico:  crê  que  após  esta  vida,  há  céu  e  inferno.  O  Espírita:  nega  -  crê  em  novas reencarnações.
Por Frei Boaventura Kloppenburg, O.F.M. Bispo da Diocese de Novo Hamburgo (RS)


PELA VIDA DO MUNDO

Tudo seja oferecido como matéria de sacrifício
Há pouco, a Igreja encerrou o Tempo Pascal. Foram cinquenta dias de celebração do mistério central da vida de Jesus, fonte de testemunho da presença do Cristo ressuscitado, de onde os cristãos podem beber as forças necessárias para sua presença no mundo, chamados que foram a transformá-lo a partir de dentro.
Três grandes celebrações desdobram diante do olhar da fé a mesma riqueza da vida cristã, com a qual a Igreja forma a todos nós fiéis, a saber, a Solenidade da Santíssima Trindade, Corpus Christi e a Festa do Sagrado Coração de Jesus. Comunhão de vida na Trindade, Sacrifício de Cristo que se renova e a verdadeira humanidade do Verbo de Deus que se encarnou. A oração litúrgica da Igreja demonstra a fé professada e proporciona a educação para o crescimento da mesma fé. Tudo nos permite aclamar que "esta é a nossa fé, que da Igreja recebemos e sinceramente professamos, razão de nossa alegria, em Cristo Jesus, nosso Senhor" (Cf. Ritual do Batismo).

Ao celebrar, nestes dias, a Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, a Igreja quer recolher a riqueza de sua vida eucarística e oferecer, com maior abundância, a riqueza do Pão da vida para a vida de todos. "Pela força do Espírito Santo, dais vida e santidade a todas as coisas e não cessais de reunir um povo, para que vos ofereça em toda parte, do nascer ao pôr do sol, um sacrifício perfeito" (Oração Eucarística III). Assim proclama a Igreja numa de suas orações eucarísticas. O único sacrifício de Cristo se faz presente e se renova onde quer que se celebre a Santa Missa, desde a mais solene das liturgias até a mais simples das capelas, onde o mesmo altar testemunha o mistério da fé.
Em toda parte, quando o pão e o vinho apresentados são consagrados no Corpo e no Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, continuamos a aclamar: "Anunciamos, Senhor, a Vossa Morte e proclamamos a Vossa Ressurreição. Vinde, Senhor Jesus"! E o povo fiel se alimenta do próprio Cristo presente, para dali sair com o compromisso de entregar a sua própria vida pela vida verdadeira que só Jesus Cristo Salvador pode oferecer.
Ao celebrar a Eucaristia, a Igreja volta seus olhos para o Céu e, ao mesmo tempo, para o mundo. Calvário e manhã da Ressurreição estão presentes, a vinda de Jesus, no final dos tempos, antecipa-se no sacramento e os discípulos se tornam missionários, saindo da Missa para amar e servir. De forma especial, o domingo, dia da Ressurreição de Cristo, aparece como um dia a ser preparado, celebrado e prolongado na vida. Tem grande sentido um cartaz encontrado à entrada de uma capela: "Entro para orar, saio para amar"!

Ao sair da Missa dominical, brotem em cada cristão as disposições para que se celebre também uma "Missa sobre o mundo", expressão do padre Teilhard de Chardin S.J, de quem trouxemos um pequeno trecho: "Senhor, o sol acaba de iluminar, ao longe, a franja extrema do primeiro oriente. Mais uma vez, sob a toalha móvel de seus fogos, a superfície viva da terra desperta, freme, e recomeça seu espantoso trabalho. Colocarei sobre minha patena, meu Deus, a messe esperada desse novo esforço. Derramarei no meu cálice a seiva de todos os frutos que, hoje, serão esmagados. Meu cálice e minha patena são as profundezas de uma alma largamente aberta a todas as forças que, em um instante, vão elevar-se de todos os pontos do Globo e convergir para o Espírito. Que venham pois, a mim, a lembrança e a mística presença daqueles que a luz desperta para uma nova jornada!... Mais confusamente, mas todos sem exceção, aqueles cuja tropa anônima forma a massa inumerável dos vivos: aqueles que me rodeiam e me sustentam sem que eu os conheça; aqueles que vêm e aqueles que vão; sobretudo, aqueles que, na Verdade ou pormeio do Erro, no seu escritório, laboratório ou fábrica, creem no progresso das coisas e, hoje, perseguirão apaixonadamente a luz. Quero que, nesse momento, meu ser ressoe ao murmúrio profundo dessa multidão agitada, confusa ou distinta, cuja imensidade nos espanta, desse oceano humano cujas lentas e monótonas oscilações lançam a inquietação nos corações que mais acreditam. Tudo aquilo que vai aumentar, no mundo, ao longo deste dia; tudo aquilo que vai diminuir - tudo aquilo que vai morrer também -, eis, Senhor, o que me esforço por reunir em mim para vos oferecer; eis a matéria de meu sacrifício, o único que Vós podeis desejar.. Recebei, Senhor, esta hóstia total que a criação, movida por Vossa atração, apresenta-Vos à nova aurora. Este pão, nosso esforço, não é em si, eu o sei, mais que uma degradação imensa. Este vinho, nossa dor, não é ainda, ai de mim, mais que uma dissolvente poção. Mas, no fundo dessa massa informe, colocastes - disso estou certo, porque o sinto - um irresistível e santificante desejo que nos faz a todos gritar, desde o ímpio ao fiel: "Senhor, fazei-nos um"!

A Missa dominical, bem participada, desperte a sensibilidade para tudo acolher, identificar o que é bom, oferecer a própria contribuição para superar o mal, estabelecer laços, superar conflitos, corrigir com mansidão, buscar mais o que une do que aquilo que separa as pessoas, os problemas encarados como desafios e não como ameaças, valorizar o dia a dia como o nosso tempo e a nossa grande oportunidade para viver no amor de Deus e do próximo. O espírito com que nos dispomos a agir assim seja o mesmo do altar de Cristo. Tudo seja oferecido como matéria de sacrifício. Exercite-se, para que o mundo tenha a vida que nasce do Mistério Pascal de Cristo na entrega pessoal de Sua existência. A lição do altar suscite o amor mútuo nas comunidades cristãs e nas atitudes de cada pessoa de fé. Grandes ideais, dignos da fé que professamos e queremos testemunhar!
Dom Alberto Taveira Corrêa


SEMANA EUCARÍSTICA EM PREPARAÇÃO PARA CORPUS CHRIST


MILAGRE EUCARISTICO  LANCIANO

Em Lanciano (Itália), por volta do ano de 750, Jesus quis dar uma prova da sua presença real na Eucaristia. Os antigos documentos e a contínua tradição, relatam que no mosteiro de São Legonciano, onde habitavam os monges de São Basílio (hoje igreja de São Francisco), vivia um monge não muito firme na fé que, embora letrado nas ciências do mundo, ignorava as de Deus. Dia após dia, andava cada vez mais incerto, se na Hóstia consagrada estava o verdadeiro Corpo de Cristo, assim como no vinho o verdadeiro Sangue de Cristo. Todavia, ele suplicava constantemente a Deus que lhe tirasse do coração aquela chaga que lhe estava envenenando a alma. O Pai de misericórdia comprazeu-se em tirá-lo de tal obscuridade.
Uma manhã, durante a celebração da Missa, depois de ter proferido as santíssimas palavras da consagração, o monge encontrava-se mais do que nunca mergulhado nas dúvidas. De repente, viu o pão transformar-se em Carne e o vinho em Sangue. Aterrorizado e confuso, ficou bastante tempo como que em êxtase e, finalmente, como o rosto cheio de alegria, ainda banhado de lágrimas, virando-se para os circunstantes, disse: ‘O bendito Deus, para confundir minha incredulidade, quis desvelar-Se neste Santíssimo Sacramento e tornar-Se visível aos nossos olhos: Vinde irmãos, e contemplai. Eis a Carne e o Sangue do nosso diletíssimo Cristo!

Graças e Louvores sejam dados a todo momento, ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento.
Apesar das pessoas acharem que dinheiro não traz felicidade, a grande maioria das pessoas vive como se isso fosse verdade. Veja, trabalhamos mais do que devemos, muitas vezes sacrificamos nossas famílias e também nossa saúde. Sem falar que gastamos mais do que recebemos e ainda invejamos aqueles que tem mais que nós.

Mas se o dinheiro não traz felicidade por que somos ainda tão materialistas? Em Eclesiastes 5,9 lemos: “Aquele que ama o dinheiro nunca se fartará, e aquele que ama a riqueza não tira dela proveito. Também isso é vaidade”.

O materialismo é uma tentativa de transformar a felicidade na posse de algo visível e que estará a nossa disposição quando desejarmos. Isto pode até funcionar por algum tempo, mas logo nos sentiremos vazios, em busca de outros bens e nunca nos sentiremos plenamente satisfeitos.

O dinheiro é importante para a sobrevivencia, devemos sim trabalhar com a dignidade de quem tem algo a cumprir mas não somente para ganhar o dinheiro.

Nossa satisfação só será plena quando entendermos que somos um capítulo especial na obra da criação, o dinheiro, a riqueza ou até a falta dela é consequencia das nossas atitudes, é preciso aprender a confiar na generosidade com que Deus nos ampara e nos cumula de bens e acima de tudo como Ele nos ama e é providencial.
Senhor,
Faz-nos conscientes do Vosso amor,
Queremos estar Contigo e para sempre amar-Te.
Vem em nosso socorro,
ilumina o nosso pensamento,
dá-nos equilíbrio e sabedoria.
Amém!

SEJAMOS IMPREGNADOS NO ESPÍRITO

Se pegarmos um lenço e o mergulharmos em uma vasilha com suco de morango, o suco penetrará nas fibras do tecido e ele ficará vermelho. E se o levarmos à boca, sentiremos o gosto de suco. Se o espremermos, o que sairá dele? Suco, é claro, porque o suco penetrou nele. Era isso que Jesus estava dizendo ao usar o verbo batizar: “Porque João batizou na água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo daqui a poucos dias” (Atos dos Apóstolos 1,5).

Não se trata de derramar o Espírito Santo em nós, mas de sermos “mergulhados” no Espírito Santo. É como mergulhar um lençol na água: o lençol acaba ficando impregnado deste líquido, porque todas as fibras do tecido ficam cheias d’água. É preciso que o mesmo aconteça com cada um de nós. “Vós sereis batizados no Espírito Santo”. Para que o Espírito nos impregne totalmente, penetrando em todas as fibras do nosso ser, é preciso que aceitemos ser mergulhados n’Ele.

Ser banhados no Espírito é a grande graça que recebemos, de tal maneira que Ele tome conta de todo o nosso ser. O que levamos aos outros não somos nós, mas o próprio Espírito Santo. A partir disso, conclui-se uma coisa importante: os dons estão intimamente ligados à graça de receber a efusão do Espírito Santo. De modo que quem foi batizado n’Ele não pode ficar sem os dons, pois os dons são a mais legítima expressão d’Ele. 

Deus conta conosco!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

COMO AJUDAR EFIZCAZMENTE QUEM PRECISA DA NOSSA AJUDA ?

Metodologia Terapêutica de Ajuda Emocional
Sempre há alguém precisando de ajuda emocional: uma palavra amiga, uma orientação ou simplesmente alguém que escute os sofrimentos da alma. Contudo, nem sempre sabemos como agir diante de determinadas situações, pois somos extremamente complexos e frágeis. Sempre existe o medo de que nossas palavras sejam mal interpretadas. Como ajudar eficazmente quem precisa de nossa ajuda?
Ajudar é um processo que exige, em primeiro lugar, uma maturidade emocional e espiritual. Uma pessoa imatura dificilmente poderá contribuir com alguém que enfrenta crises pessoais complexas e que exigem um cuidado especial no acolhimento do que será partilhado. Por isso mesmo, é preciso nos questionarmos se temos condições humanas e espirituais de ajudar alguém ou se, no momento, seria mais prudente e oportuno indicar outra pessoa com um nível de maturidade maior para poder auxiliar em determinados contextos enfrentados por quem nos procurou.

Quem nos procura não quer ser tratado como um objeto. Não é uma mercadoria. Não deseja ser analisado, mas necessita de compreensão e empatia. Uma atitude que vê o outro como um problema sem solução não contribui para uma ajuda eficaz. É necessária a disponibilidade interior para compreender os sentimentos do outro sem nos perdermos dos nossos.
O que é revelado sempre deverá conter o caráter confidencial. Talvez, o que ouviremos nunca tenha sido partilhado com outra pessoa. Diante de nós será depositado tudo aquilo que a pessoa vive e sente, e, neste caso, o respeito à dor e ao sofrimento do outro torna-se fundamental. No processo de acolhimento, é necessário ser quem se é, não tendo necessidade de fingimentos. Faz-se necessário abrir mão das máscaras que, supostamente, poderão desejar ocupar um lugar que não lhes pertence.
Diante de determinados relatos, corremos o risco de nos irritarmos com aquilo que nos é apresentado. Talvez, o relato seja longo demais ou não concordemos com determinadas atitudes. Quando a pessoa percebe a irritação expressa na fala ou no semblante do interlocutor, cria-se um bloqueio emocional que rouba a confiança que estava sendo depositada até então.

Somente poderá compreender os sentimentos do outro quem antes estiver consciente dos seus e aceitá-los. Não há como compreender o outro se antes não houver compreensão de si próprio. Atitudes de atenção, afeição, ternura, interesse, respeito nem sempre são fáceis de serem transmitidas, mas são essenciais para quem deseja ser um canal de ajuda.

Na relação de ajuda, corremos o risco de ficarmos deprimidos com a depressão do outro ou angustiado com a angústia que nos é apresentada. É preciso ter em si mesmo uma maturidade humana e espiritual para entrar no mundo do outro, procurando ver como ele vê a vida sem perder-se de si mesmo.

Nem sempre é fácil aceitar o outro como ele é. Diante de nós estão colocadas todas as fragilidades e pecados guardados em um coração sofrido e machucado. Como reagir a tudo isso? Condenar e decretar uma sentença? Não! Será preciso agir com extrema delicadeza para que nosso comportamento não seja interpretado como uma ameaça, criando assim um bloqueio na relação de ajuda.

Enfim, é preciso ver o outro como um ser humano em processo de transformação: uma pessoa amada por Deus e que, muitas vezes, precisa resgatar a sua dignidade diante de si mesmo e da sociedade. Quando quem nos procura é acolhido como uma criança imatura, alguém ignorante ou ainda como um problema sem solução, limitamos a relação de ajuda e não permitimos que a pessoa desenvolva suas possibilidades de crescimento interior, tanto em nível humano quanto espiritual.

A compreensão é um processo de misericórdia e compaixão, o qual se estabelece quando a confiança e o respeito são preservados como algo sagrado na relação interpessoal. Não há ajuda eficaz quando quem nos procura não encontra uma oportunidade de recomeçar a escrever sua história de vida.
Padre Flávio Sobreiro

TEMOS DIREITO Á VIDA

A vida humana é sagrada, pois tem como origem a ação criadora de Deus
A lei brasileira permite o uso, para pesquisa e terapia, de células-tronco obtidas de embriões humanos de até cinco dias, que sejam sobras do processo de fertilização in vitro, inviáveis para implantação ou congelados por mais de três anos com o consentimento dos genitores. Todavia, ainda que a lei aprove, esta prática é um atentado contra a vida humana.

Em primeiro lugar, a destruição do blastocisto, embrião na segunda semana de gestação, para a obtenção de células-tronco, é um atentado contra a vida, porque esta é inviolável, ainda que em sua fase inicial de formação. Esta prática é eticamente incorreta, porque é um desrespeito contra a dignidade humana. Uma vida, ainda que em sua fase inicial, não pode ser usada para pesquisas e/ou terapias. Ainda que o fim dessas pesquisas seja para o bem da humanidade, não se pode dispor de um meio mau para chegar a esse fim. Além da questão ética, há também implicações do ponto de vista religioso a respeito do uso de células tronco embrionárias para pesquisas e terapias

Segundo a Carta Encíclica Evangelium Vitae, do Papa João Paulo II, o quinto mandamento da Lei é lembrado, em primeiro lugar, por Jesus ao jovem rico: “Não matarás; não cometerás adultério; não roubarás...” (Mt 19, 18). Segundo o Pontífice, o mandamento de Deus não pode ser desvinculado do seu amor, que é sempre um dom para a alegria do homem. Este constitui um aspecto essencial e um elemento inalienável do Evangelho, uma boa e feliz notícia.
O Evangelho da vida é um grande dom de Deus e, ao mesmo tempo, uma exigente tarefa para o homem. “Aquele suscita assombro e gratidão na pessoa livre e pede para ser acolhido, guardado e valorizado com vivo sentimento de responsabilidade: dando-lhe a vida, Deus exige do homem que a ame, respeite e promova. Deste modo, o dom faz-se mandamento, e o mandamento é em si mesmo um dom”. O homem tem o dever de amar, respeitar e promover a vida, por isso a destruição do embrião para a obter células-tronco é pecado grave contra Deus e Sua Lei.

João Paulo II afirma que o homem é rei e senhor não apenas das coisas, mas também, e em primeiro lugar, de si mesmo e da vida que lhe é dada. O gênero humano pode transmitir a vida por meio da geração cumprida no amor e no respeito do desígnio de Deus. Porém, o seu domínio não é absoluto, mas um reflexo concreto do domínio único e infinito de Deus. Por isso, o homem deve viver esse domínio com sabedoria e amor, participando da sabedoria e do amor de Deus, o qual é tão grande que não pode ser medido (cf. EV 52). O homem não é senhor absoluto e árbitro incontestável, mas ministro do desígnio de Deus. A vida é confiada ao homem como um tesouro que não pode desprezar, como um talento que deve fazer render, pois dele terá de prestar contas ao seu Senhor (cf. Mt 25, 14-30; Lc 19, 12-27).

A vida humana é sagrada, pois tem como origem a ação criadora de Deus e mantém para sempre uma relação especial com o Criador, seu único fim. “Só Deus é Senhor da vida, desde o princípio até ao fim: ninguém, em circunstância alguma, pode reivindicar o direito de destruir diretamente um ser humano inocente” (EV 53). Somente Deus é o Senhor absoluto da vida do homem, formado à Sua imagem e semelhança (cf. Gn 1, 26-28), por isso, não podemos manipular a vida.

A vida humana possui um caráter sagrado e inviolável, no qual se reflete a própria inviolabilidade do Criador. Por isso, Deus se fará juiz severo de qualquer violação do mandamento “não matarás”, colocado na base de toda a convivência social. Deus é o defensor do inocente (cf. Gn 4, 9-15; Is 41, 14; Jr 50, 34; Sal 19 18, 15), que não Se alegra com a perdição dos vivos (cf. Sb 1, 13). Com a perdição, somente satanás pode se alegrar. Foi pela inveja do homem que a morte entrou no mundo (cf. Sb 2, 24). O demônio é assassino desde o princípio e também mentiroso e pai da mentira (cf. Jo 8, 44).

Enganando o homem, satanás levou-o ao pecado e à morte, que lhe foram apresentados como objetivos e frutos de vida (cf. EV 52). Não nos enganemos, pois tais pesquisas com células-tronco embrionárias podem ser apresentados da mesma forma, como objetivos e frutos de vida, mas na verdade fazem parte da cultura de morte, que se espalha pelo mundo. Protejamos estas vidas contra qualquer tipo de manipulação, pois nos lembra o Beato João Paulo II, o ser humano tem direito à vida desde a concepção até o momento da morte natural (cf. Exortação Apostólica Christifideles laici, 38).
Natalino Ueda - Comunidade Canção Nova