domingo, 26 de maio de 2013



SANTÍSSIMA TRINDADE, MISTÉRIO DE COMUNHÃO

A Trindade é o sentido e a missão da Igreja
Ao iniciarmos essa reflexão acerca da Santíssima Trindade (Pai Criador, Filho Redentor e Espírito Santo Santificador), como mistério de comunhão, precisamos ter presente o conceito da relação perene de amor, que estabelece e sustenta essa comunhão. Tendo por referência esta relação, partimos do pressuposto de que a divina comunhão se apresenta como o modelo ideal da sociedade humana, da Igreja e de toda a comunidade humana e religiosa. A Trindade é o sentido e a missão da Igreja, sacramento da unidade do gênero humano. Unidade da Trindade, pois, a Igreja é reunida pela unidade da Trindade! Essa relação de amor, em vista da vivência da comunhão, revela-se para nós como fundamento e estímulo da prática da caridade fraterna e do apostolado.“Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher. Deus os abençoou...” (Gn 1, 27-28a). Já que o ser humano foi criado à imagem e semelhança divina, ou seja, criado à imagem e semelhança do Amor, tendo por fundamento e exigência essa verdade da Sagrada Escritura, devemos corresponder a essa participação na comunhão da Trindade com atitudes de transbordamento de amor

Superar as divisões, competições e as demais concupiscências humanas, que a sociedade vigente constantemente apresenta como padrão de comportamento e meta de vida, constitui o grande desafio do homem na atualidade. Trilhar um dinâmico caminho de conversão e arrependimento que o coloque numa permanente atitude de abertura amorosa é uma necessidade vital. A comunhão exige uma saudável e madura relação entre as individualidades de cada pessoa, pois a comunhão na verdade não significa aniquilamento da individualidade, mas enriquecimento dela à luz do amor verdadeiro que harmoniza e equilibra as diferenças. Quando a pessoa busca se auto afirmar no egoísmo e individualismo, tendo o outro como mero instrumento dos seus interesses ou algo descartável, não existe comunhão, mas exploração e instrumentalização do outro. A comunhão tem por base a liberdade e a complementariedade, onde brota o chamado a viver a doação de si mesmo e o acolhimento do outro numa mútua relação.
O mistério trinitário não é uma teoria de termos complexos, um enigma ou uma mera formalidade teológica, mas plenitude de vida. Não se entende a Trindade, porque é difícil imaginar como é possível amar tanto e doar-se na totalidade. O Deus-Amor é único e, ao mesmo tempo, trino, na medida em que isso é necessário para a perfeita comunhão de vida. A comunhão plena de vida é o objetivo e a meta para onde tudo se encaminha. Para viver a dinâmica santificante da comunhão, não basta fazer parte de um grupo de pessoas que vivem conjuntamente, nem mesmo ter os mesmos objetivos, pois, mesmo assim, os interesses ainda podem ser individualistas. A vivência da comunhão, cujo modelo é a Trindade Santa, exige amar como Jesus ama, um amor de gratuidade e doação. O mandato de Cristo é nítido para todos os que anseiam pela comunhão verdadeira: “... Amai-vos uns aos outros. Como eu vos tenho amado, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo 13, 34-35). Nesta dimensão, encontramos também a missão evangelizadora da Igreja em um dos seus fundamentos mais importantes que é o amor. A comunhão é concreta, deixando de ser verbalização quando o compromisso prático do amor é concreto e transformador.

A comunhão entre as Pessoas da Santíssima Trindade é comunicada ao homem pelo dom do Espírito Santo, que estabelece a Nova e Eterna Aliança. Anteriormente, tínhamos a afirmação: “Sereis o meu povo, e Eu, o vosso Deus” (Jr 30,22); agora, temos a plenitude da graça: “... conhecereis que estou em meu Pai, e vós em mim e eu em vós. Se alguém me ama, guardará a minha Palavra e meu Pai o amará, e nós viremos a ele e nele faremos nossa morada” (Jo 14, 20.23). Temos claramente, aqui, o princípio base de que a relação entre nós e Jesus manifesta e continua as relações trinitárias.

Peçamos, nessa Solenidade da Santíssima Trindade, o dom da comunhão. O dom é graça de Deus, força do alto que atua rompendo as barreiras e divisões, tendo em vista transformar os muros em pontes. Deixemos que o Espírito Santo nos convença e impulsione nas decisões e atitudes que fecundam, fazem florescer e frutificar a comunhão na Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo. Conscientes que o amor vivido e continuamente experimentado em nosso meio testemunha ao mundo a salvação e a paz, estabelecendo e construindo o Reino de Deus entre nós. Que o Deus da esperança vos cumule de todo bem e, abençoando-vos, faça acontecer em vós e por meio de vós, a comunhão que revela a face redentora e salvífica de Cristo Jesus! Amém!

Padre Eliano Luiz Gonçalves

SINAL DA CRUZ,CONHEÇA SUA HISTÓRIA E FORMA DE FAZE-LA CORRETA


O sinal da cruz no limiar da celebração, assinala a marca de Cristo naquele que vai pertencer-lhe e significa a graça da redenção que Cristo nos proporcionou por sua cruz". Esta é a explicação que o Catecismo da Igreja Católica (cf. CIC nº 1235) dá para o gesto que acompanha os cristãos há séculos como sinal da fé que professam.
Os primeiros registros da prática devocional do sinal da cruz estão no escrito De corona militis de Tertuliano. O texto diz: "Em cada caminhada e movimento, em cada entrada e saída, no vestir, no calçar, no banho, no estar à mesa, no acender as luzes, no deitar, no sentar, no lidar com qualquer ocupação, marcamos a testa com o sinal da cruz" (3,4. PL 2, 80A).
De acordo com o padre Paulo Ricardo, sacerdote na Arquidiocese de Cuiabá, Tertuliano apresenta algo que já era tradicional para a Igreja na época, por volta do início do século III. No entanto, explica o padre, esse sinal provavelmente era o pequeno sinal feito na testa, visto que este tem registros nas profecias bíblicas.
No Livro de Ezequiel (Ez 9,4), o profeta tem uma visão de Deus falando ao anjo: "passa no meio da cidade, no meio de Jerusalém e marca com um Tau (sinal da cruz) na testa dos homens que gemem por tantas abominações que nela praticam". Segundo padre Paulo, o sinal, fundamentado da Bíblia, não demorou para ser reconhecido pela Igreja como sinal da cruz de Cristo. 
"Por causa dessa relação, o sinal da cruz pequeno foi se estendendo. Até que se chegou na controvérsia cristológica do monofisismo (Jesus, uma só natureza), algumas pessoas, para atestar a fé de que em Jesus existem duas naturezas, passaram a fazer o sinal da cruz com dois dedos e ampliaram o sinal, para que os dois dedos foram notados", relatou o sacerdote.

A Simbologia do Sinal da Cruz
Conforme explicação de padre Paulo, o "pequeno sinal da cruz" passou a ser feito da testa ao peito, do ombro esquerdo para o direito, com os dois dedos. Passados os anos, com a intenção de simbolizar a Santíssima Trindade, os cristãos traçavam o sinal da cruz com três dedos e dois recolhidos, lembrando as duas naturezas de Cristo. A riqueza deste sinal fez com que este se estendesse por toda a Idade Média, inclusive no Ocidente.
O Papa Inocêncio III escreveu sobre o assunto e explicou como o sinal da cruz deveria ser feito pelos cristãos da época. "O sinal da cruz deve então ser feito com três dedos, pois ele assinala sob a invocação da Trindade; a respeito da qual disse o profeta: "quem pendurou com três dedos a massa da terra?’ (Isaías 40,12). É assim que se desce do alto para baixo, e da direita se passa à esquerda, pois Cristo desceu do céu à terra e dos Judeus passou para os gentios. Alguns [sacerdotes], porém, fazem o sinal da cruz da esquerda para a direita, pois devemos passar da miséria para a glória, assim como Cristo passou da morte para a vida e do inferno para o paraíso, para que eles assinalem a si mesmos e os outros em uma só direção”.
No entanto, padre Paulo Ricardo esclarece que, atualmente, a legislação para o Ocidente com relação ao sinal da cruz está contida no Cerimonial dos Bispos. Na nota de nº 81, no número 108, verifica-se uma citação do antigo ritual romano para a celebração da Missa, que diz:
"Ao benzer-se, volta para si a palma da mão direita com todos os dedos juntos e estendidos, faz o sinal da cruz da fronte ao peito do ombro esquerdo ao direito. Quando abençoa os outros ou benze outras coisas, [o bispo] volta o dedo mínimo para aquilo que abençoa e ao abençoar estende a mão direita mantendo os dedos juntos e unidos."
De acordo com o padre, a rica simbologia nesta forma de fazer o sinal da cruz está na representação das chagas de Cristo.  “Os cinco dedos estendidos, representam as cinco chagas de Cristo, que são o sinal da cruz. Cristo, com a sua cruz, tira toda a condenação do homem (por isso, da esquerda para a direita).”

Como termina o Sinal da Cruz?
Sobre a maneira que se deve finalizar o sinal da cruz, padre Paulo explica que, liturgicamente, o correto é terminá-lo com as mãos juntas ou postas. 
"Antigamente, tinha-se o costume de fazer o sinal da cruz com o terço na mão direita. Ao concluir o gesto, beijava-se a cruz. No entanto, com o passar dos anos, o mesmo gesto continuou sendo feito, porém, sem o terço, ou seja, as pessoas faziam o sinal da cruz e beijavam a mão, sem o terço", explicou. Essa tradição atravessou as gerações e chegou até os tempos atuais. Mas, segundo o padre, a maneira litúrgica, o correto é terminar o sinal da cruz com as mãos postas, frente ao peito.

Por fim, padre Paulo ressalta que fazer o sinal da cruz com devoção não é um ato supersticioso, mas uma verdadeira entrega da própria vida à cruz salvadora de Cristo. "O sinal da cruz é um sacramental, seja na forma reduzida como na mais ampla, que deve ser usado abundantemente",
Padre Ricardo

TEMOS DIREITO Á VIDA

A vida humana é sagrada, pois tem como origem a ação criadora de Deus
A lei brasileira permite o uso, para pesquisa e terapia, de células-tronco obtidas de embriões humanos de até cinco dias, que sejam sobras do processo de fertilização in vitro, inviáveis para implantação ou congelados por mais de três anos com o consentimento dos genitores. Todavia, ainda que a lei aprove, esta prática é um atentado contra a vida humana.

Em primeiro lugar, a destruição do blastocisto, embrião na segunda semana de gestação, para a obtenção de células-tronco, é um atentado contra a vida, porque esta é inviolável, ainda que em sua fase inicial de formação. Esta prática é eticamente incorreta, porque é um desrespeito contra a dignidade humana. Uma vida, ainda que em sua fase inicial, não pode ser usada para pesquisas e/ou terapias. Ainda que o fim dessas pesquisas seja para o bem da humanidade, não se pode dispor de um meio mau para chegar a esse fim. Além da questão ética, há também implicações do ponto de vista religioso a respeito do uso de células tronco embrionárias para pesquisas e terapias

Segundo a Carta Encíclica Evangelium Vitae, do Papa João Paulo II, o quinto mandamento da Lei é lembrado, em primeiro lugar, por Jesus ao jovem rico: “Não matarás; não cometerás adultério; não roubarás...” (Mt 19, 18). Segundo o Pontífice, o mandamento de Deus não pode ser desvinculado do seu amor, que é sempre um dom para a alegria do homem. Este constitui um aspecto essencial e um elemento inalienável do Evangelho, uma boa e feliz notícia.
O Evangelho da vida é um grande dom de Deus e, ao mesmo tempo, uma exigente tarefa para o homem. “Aquele suscita assombro e gratidão na pessoa livre e pede para ser acolhido, guardado e valorizado com vivo sentimento de responsabilidade: dando-lhe a vida, Deus exige do homem que a ame, respeite e promova. Deste modo, o dom faz-se mandamento, e o mandamento é em si mesmo um dom”. O homem tem o dever de amar, respeitar e promover a vida, por isso a destruição do embrião para a obter células-tronco é pecado grave contra Deus e Sua Lei.

João Paulo II afirma que o homem é rei e senhor não apenas das coisas, mas também, e em primeiro lugar, de si mesmo e da vida que lhe é dada. O gênero humano pode transmitir a vida por meio da geração cumprida no amor e no respeito do desígnio de Deus. Porém, o seu domínio não é absoluto, mas um reflexo concreto do domínio único e infinito de Deus. Por isso, o homem deve viver esse domínio com sabedoria e amor, participando da sabedoria e do amor de Deus, o qual é tão grande que não pode ser medido (cf. EV 52). O homem não é senhor absoluto e árbitro incontestável, mas ministro do desígnio de Deus. A vida é confiada ao homem como um tesouro que não pode desprezar, como um talento que deve fazer render, pois dele terá de prestar contas ao seu Senhor (cf. Mt 25, 14-30; Lc 19, 12-27).

A vida humana é sagrada, pois tem como origem a ação criadora de Deus e mantém para sempre uma relação especial com o Criador, seu único fim. “Só Deus é Senhor da vida, desde o princípio até ao fim: ninguém, em circunstância alguma, pode reivindicar o direito de destruir diretamente um ser humano inocente” (EV 53). Somente Deus é o Senhor absoluto da vida do homem, formado à Sua imagem e semelhança (cf. Gn 1, 26-28), por isso, não podemos manipular a vida.

A vida humana possui um caráter sagrado e inviolável, no qual se reflete a própria inviolabilidade do Criador. Por isso, Deus se fará juiz severo de qualquer violação do mandamento “não matarás”, colocado na base de toda a convivência social. Deus é o defensor do inocente (cf. Gn 4, 9-15; Is 41, 14; Jr 50, 34; Sal 19 18, 15), que não Se alegra com a perdição dos vivos (cf. Sb 1, 13). Com a perdição, somente satanás pode se alegrar. Foi pela inveja do homem que a morte entrou no mundo (cf. Sb 2, 24). O demônio é assassino desde o princípio e também mentiroso e pai da mentira (cf. Jo 8, 44).

Enganando o homem, satanás levou-o ao pecado e à morte, que lhe foram apresentados como objetivos e frutos de vida (cf. EV 52). Não nos enganemos, pois tais pesquisas com células-tronco embrionárias podem ser apresentados da mesma forma, como objetivos e frutos de vida, mas na verdade fazem parte da cultura de morte, que se espalha pelo mundo. Protejamos estas vidas contra qualquer tipo de manipulação, pois nos lembra o Beato João Paulo II, o ser humano tem direito à vida desde a concepção até o momento da morte natural (cf. Exortação Apostólica Christifideles laici, 38).
 Natalino Ueda - Comunidade Canção Nova

VIVER COMO CRISTÃO CANSA ! EXISTE O MODO CERTO DE DESCANSAR ?



Eis uma questão importante demais para dias de tanta exigência física, espiritual e moral.
O fato é que o cristão ativo está nadando contra a maré do mundo, e isto não é novidade. O problema está no modo como um cristão consciente escolhe para descansar o corpo e sua alma.
Por aqui começamos a entrar no mundo do nosso tempo livre, das coisas que lemos, vemos e nos concedem diversão e descanso. Se este "mundo do nosso descanso" não for cristão como exige a vida cristã, furamos nosso próprio barco e afundamos!
Já havia pensado assim?


Seu irmão,
Ricardo Sá