segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

A VERDADE NÃO SE FAZ PELA MAIORIA

Quando eu era menino queimei o meu braço com água fervendo. Até hoje tenho a cicatriz e tenho que tomar muito cuidado: pois, qualquer queda o machuca, porque se tornou uma região muito frágil e sensível. 

É incrível como o mundo e a tentação são cruéis com os jovens. Muitos rapazes caíram e se “queimaram” também muito cedo. Sei que muitos deles gostam de se exaltar contando aventuras e vantagens a respeito disso. Mas francamente: infeliz de você que se “queimou” tão cedo! O certo era ter permanecido virgem até o casamento. O mesmo vale para as garotas. 

É que o mundo inverteu os valores. Mas, creia: a verdade não se faz pela maioria! Se você fosse a um rio e encontrasse lá muito cascalho e pouquíssimo ouro, o que você pegaria: o primeiro ou o segundo? Claro que pegaria o segundo [ouro]! Repito: a verdade não se faz pela maioria. Não é porque muitos caíram que você precisa cair.

Se você é rejeitado por querer se manter casto, não, você não é menos por isso. Pelo contrário, é mais! Se os rapazes "se queimam" quando têm relações antes do casamento, a "queimadura" para as mulheres é muito mais dolorosa. Neste imenso desafio de viver pureza e castidade, é triste ver pai e mãe aconselhando seus filhos a usar camisinha porque, "afinal de contas, ninguém consegue se segurar". É uma falsa prevenção! Os que "se queimam" são vítimas! Temos que voltar àquilo que Tobias disse a Sara: "Porque somos filhos dos santos, e não nos devemos casar como os pagãos que não conhecem a Deus".

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

ESPERAR EM DEUS

“Se você quer, de verdade, ser feliz, não há outro caminho a não ser o da espera”
Todo ser humano é provido de vontades, desejos e sonhos. Ninguém vive querendo ser infeliz. Muito pelo contrário, faz de tudo para alcançar a felicidade tão sonhada. Você é assim? Eu também! Então, tranquilize-se. Você é normal.
À medida que o tempo vai passando, temos a necessidade de estar com alguém que seja especial, alguém que tenha a capacidade de estar ao nosso lado olhando na mesma direção, que não ame só as nossas qualidades, mas aprenda a superar os defeitos. Alguém que seja como um jardineiro,  o qual, dia e noite, não se cansa de regar o jardim que lhe foi confiado.Mesmo entre os espinhos, em tempo de seca ou dias de chuva, o jardineiro não desiste da missão que lhe foi confiada: amar e cuidar do seu jardim.
Às vezes, a vontade de ter alguém ao nosso lado é tamanha que a ansiedade nos faz meter os pés pelas mãos. Não é mesmo? Quantos jovens não conseguem passar, sequer, um mês sem “ficar” com alguém?! No entanto, perdemos a chance de avistar o certo, porque não nos desprendemos daquilo que é duvidoso. Muitos de nós têm assumido a missão de “atirador de elite”, treinado em atirar com precisão para conquistar o alvo desejado. Muitos têm vivido a vida assim… buscando ser feliz, “ficando” com uma hoje, com outra amanhã, amontoando momentos em cima de momentos, os quais, na verdade, aumentam ainda mais a carência e a solidão.
Se você quer, de verdade, ser feliz, não há outro caminho a não ser o da espera. Esperar a pessoa certa, o momento certo e a forma certa de começar um namoro. Isso é essencial! O namoro que começa nos atalhos, longe do caminho, dificilmente dará certo. Se você quer alguém especial em sua vida, comece a não mais se contentar com as facilidades que o mundo lhe oferece para saciar as suas carências.
É hora de levantar, jovens, homens, mulheres de garra e de fibra, capazes de suportar a tentação, superar os impulsos de viver o fácil sempre que a vontade bater.
Sei que você consegue e sei que você, assim como tantos outros, a partir de hoje, irão esperar em Deus. Ele  tem alguém muito especial para sua vida. Não destraia seu olhar; permaneça firme, pois sua hora chegará.
Que um dia você possa cantar e orar com a pessoa que Deus tem reservado para você:

PAIS QUE AMAM SEUS FILHOS

Conquiste seu filho doando-se a ele

João Paulo II dizia que a família é santuário da vida, mas ela está sendo ameaçada. Estão criando famílias falsas, alternativas, assim como moedas sem valor. Criar uma moeda falsa é crime, porque ela desvaloriza a verdadeira. Os filhos são frutos de casais. Deus disse ao casal: “crescei e multiplicai”, é uma ordem do Pai e ela não é facultativa.
A primeira dimensão do casal é crescer. A mulher tem de crescer por causa do marido, tem de ser mais feliz por causa dele; e o marido precisa crescer por causa da esposa, precisa ser feliz por causa dela. O casamento começa a fracassar quando um não é fermento de crescimento para o outro. Eu tenho certeza que, na eternidade, Deus vai dizer a muitas mulheres: “muito obrigado, porque eu lhe dei um homem difícil, sem fé, mas você mudou a vida desse meu filho, você o fez crescer, entrar para a glória”. O Senhor também vai dizer para muitos homens: “eu lhe dei uma mulher complicada, mas você a fez crescer”. Essa é a beleza do casamento, você ver o outro crescer.
Quando um casal se ama de verdade, a educação dos filhos é muito fácil, porque o exemplo transborda para eles. Educamos os filhos pela vida. Se esse casal vive brigando, não reza, será difícil educar seus filhos.
Hoje, muitos jovens não querem casar por causa do exemplo de seus pais. Não podemos passar para os filhos essa imagem negativa do casamento. O matrimônio é obra de Deus. Não separe o homem o que Deus uniu, disse Jesus. Por amor aos filhos temos de viver bem, eles têm de ser motivação para que nós casais superemos as dificuldades
Reze pela pessoa antes de apontar um defeito. Aponte primeiro a qualidade, escolha a hora certa para falar, não corrija na frente do outros, corrija com carinho, com palavras doces, não humilhando na frente dos outros. Não desenterre os erros do passado, todos nós os temos. 
Às vezes, numa briga, jogamos erros do passado que machucam os outros. Não seja displicente com a pessoa amada. Quando o marido chega, você tem de parar o que está fazendo e recebê-lo. Regue seu casamento. Saiba pedir perdão, perdoe: “eu errei, não vou mais fazer isso”. Todos nós erramos e temos direito de ser perdoados, mas devemos pedir perdão também. Quando um não quer, dois não brigam, católico não briga. A melhor educação que damos para os filhos é a nossa vida. "Filho de peixe é peixinho". 
Os pais que amam seus filhos os corrigem. Deus deu autoridade aos pais para a correção, pois toda paternidade vem de Deus, diz o apóstolo. Não precisa usar de violência, palavras ofensivas. Corrija com amor, senão, mais tarde, você não conseguirá educá-los.
Meu pai sempre dizia: ”não façam nada contra sua consciência, não compensa”. Quando estávamos numa situação difícil, ele dizia: “sustenta o fogo, a vitoria será nossa”. Eu tive um pai maravilhoso!
Para que os pais deem ensinamentos aos seus filhos é preciso que esses os conquistem. Se não conquistá-los, ele não vai ouvi-los. Como conquistar um filho? É fazendo-o ter orgulho de você, um santo orgulho. Dando para ele todo o dinheiro que ele quer? Não! Se assim for, o pobre não vai poder conquistar os filhos. Você não conquista seu filho dando-lhe coisas, mas o conquista quando se dá a ele. É claro que podemos dar algumas coisas, dentro do equilíbrio, dentro da condição financeira, mas não é isso que vai conquistá-lo.
Você precisa ter tempo para seu filho, gaste seu tempo com ele, principalmente quando criança até adolescência. “Ah! Mas tenho as coisas da Igreja”. A Igreja precisa vir em segundo lugar, pois você é pai não é padre. Deus nos dá o tempo suficiente, não somos padres e freiras, somos pais e mães, não podemos deixar nossos filhos carentes de pai e mãe. Deus quer que cuidemos de nossos filhos.
O casamento é uma missão sagrada e uma parte dessa missão é educar os filhos para Deus. Muito mais importante que criar um computador é criar um filho, um ser humano imagem e semelhança de Deus. “O filho é o dom mais excelente do casamento” (CIC). João Paulo II dizia: “Não tenham medo da vida”. Os casais católicos estão com medo da vida, alguns por comodismo, porque filho gasta, dá trabalho... é claro que dá trabalho, é uma pérola. Não tenham medo da vida, a coisa mais importante na vida é a vida. Amem-na.
Conquiste seu filho dando-se a ele. Você não vai mimar essa criança, mas dar a ela aquilo que ela precisa receber: educação religiosa, moral e intelectual. E isso não é só para o filho pequeno.
Quando for preciso chamar atenção de seu filho, reze por ele e chame a sua atenção em um lugar reservado, nunca na frente dos outros. Uma coisa que precisamos aprender é que pai também erra e precisa pedir perdão ao filho. Se você não perder sua autoridade, seu filho vai amá-lo mais.
Outra coisa que ajuda a conquistar os filhos é levá-los para Deus. Temos de levar os filhos para o Senhor. Você não vai conseguir levá-los para Deus sem antes conquistá-los. Não adianta querer levá-lo pelo colarinho, porque ele vai só até os 15 anos e depois abandona a Igreja. Antes de dizer ao seu filho que Deus o ama, você precisa dizer: “eu te amo”. Ele vai sentir o amor de Deus pelo amor dos pais.
"A bênção do pai fortalece a casa de seus filhos, a maldição de uma mãe a arrasa atér os alicerces" (Eclesiástico 3,11). Você precisa abençoar seus filhos.
Felipe Aquino

PREGUIÇA

O trabalho mais duro do mundo é não fazer nada

O trabalho não é uma penalidade, mas uma colaboração. 
Após o pecado ter entrado na nossa história, Deus impôs ao homem “a lei severa e redentora do trabalho”, como disse Paulo VI. “Comerás o teu pão com o suor do teu rosto, até que voltes à terra de que foste tirado” (Gn 3,19). A partir da tragédia do pecado original, o trabalho passou a ser um veículo redentor para o homem, além de ser o meio pelo qual ele é chamado a ser cooperador de Deus na obra da construção do mundo. 
Michel Quoist disse que “o trabalho não é uma punição, mas uma honra que Deus concede aos homens. O Pai não quis acabar sozinho a criação, por isso convida Sua criatura a colaborar com Ele”. 
O Senhor derrama Sua graça sobre aquele que trabalha com diligência. Este caminha para a perfeição. Não foi sem razão que Confúcio disse certa vez: “Deus colocou o trabalho como sentinela da virtude”. 
O trabalho traz para o homem uma misteriosa e agradável recompensa que ninguém e nada pode tirar. O trabalho sério imprime, na própria matéria, o espírito, e isto glorifica o Criador. Se com humildade oferecemos a Ele o nosso trabalho, este adquire um valor eterno. Assim, o temporal se transforma em eterno; e esta é a grande recompensa do trabalhador. Esta reflexão nos deixa entrever todo o mal da preguiça. Nenhum bem valioso e nenhuma virtude autêntica podem ser conquistadas sem o trabalho diligente e paciente. 

Lamentavelmente, criou-se também entre nós católicos a triste cultura de se “ganhar a vida na sorte”, recorrendo-se às “senas” milionárias e às loterias alienantes. Esta não é a vontade de Deus para o homem sobre a Terra. “Ganharás o teu pão com o suor do teu rosto”, “quem não quiser trabalhar, que não coma”, esta é a lei santa, severa e redentora do Senhor. Querer viver sem trabalho é como desejar a própria maldição nesta vida. Nos momentos mais críticos da vida é o trabalho a tábua da salvação para todos nós.
Facilmente percebemos quantos males sociais advém do ócio e da preguiça. Para compreender a sua gravidade ela é classificada como um “pecado capital”. 
Temos de entender a dignidade e a importância do trabalho humano no plano de Deus. São Paulo disse aos tessalonicenses: “Procurai viver com serenidade, trabalhando com vossas mãos, como vo-lo temos recomendado. É assim que vivereis honrosamente em presença dos de fora e não sereis pesados a ninguém”. (1Ts 4,11-12) 
É tão importante o trabalho para o homem que o Talmud dos judeus diz: “Nenhum trabalho, por mais humilde que seja, desonra o homem”. E ainda: “Não ensinar ao filho a trabalhar é como ensinar-lhe a roubar”. E uma máxima rabínica dizia que “o trabalho mais duro do mundo é não fazer nada”. 
O nosso grande João XXIII, de inesquecível memória, o gigante do Vaticano II, disse certa vez: “O trabalho deve ser concebido e vivido como vocação e missão, como tributo à civilização humana”. 
A maior parte da nossa vida transcorre no trabalho de cada dia; seja ele braçal ou mental, doméstico ou empresarial, profissional ou particular. E o trabalho foi colocado em nossa vida por Deus como um meio de santificação. Para nos mostrar sua importância fundamental, Jesus trabalhou até os trinta anos naquela carpintaria humilde e santa de Nazaré. E para nos mostrar que todo trabalho é importante, Ele assumiu o trabalho mais humilde, o de carpinteiro, que era desprezado no Seu tempo. São Bento de Núrcia tomou como lema da vida dos mosteiros “Ora et Labora!” (Reza e Trabalha!). 
O nosso Catecismo ensina que: “O trabalho não é uma penalidade, mas a colaboração do homem e da mulher com Deus no aperfeiçoamento da criação visível” (CIC, §378). Falando da vida oculta de Jesus na família, quando de Sua visita à Terra Santa, o Papa Paulo VI disse em Nazaré: “ (…) uma lição de trabalho. Nazaré, ó casa do “Filho do Carpinteiro”, é aqui que gostaríamos de compreender e celebrar a lei severa e redentora do trabalho humano (…)” (05/01/1964). 
O Fundador do “Opus Dei”, o Beato Monsenhor Escrivá de Balaguer, dizia: “enquanto houver homens sobre a terra, por muito que se alterem as técnicas de produção, haverá sempre um trabalho humano que os homens poderão oferecer a Deus, que poderão santificar”. São Paulo disse aos coríntios: “Quer comais ou bebais ou façais qualquer outra coisa, façais tudo para a glória de Deus” (1Cor 10,31). Se até o simples comer e beber devem dar glória a Deus, quanto mais o trabalho! Aos colossenses São Paulo explica mais claro ainda: “Tudo quanto fizerdes, por palavra ou por obra, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai” (Cl 3,17). 
É preciso notar bem esse “tudo quanto fizerdes”; nada fica de fora, nada é profano na nossa vida. Tudo deve ser feito, sem preguiça e sem lamúria, “em nome do Senhor”, isto é,“Nele” e “por Ele” para dar graças ao Pai. 
Um pouco adiante, o apóstolo insiste novamente: “Tudo o que fizerdes, fazei-o de bom coração, como para o Senhor e não para os homens. Sabeis que recebereis como recompensa a herança das mãos do Senhor. Servi ao Senhor Jesus Cristo” (Cl 3,23). 
“Fazei-o de bom coração”, quer dizer, fazer com amor e não por interesse; e “como para o Senhor não para os homens.” 
Aqui está o ponto mais importante. Tudo o que fazemos deve ser feito “para o Senhor” sem preguiça e sem reclamação para não perdermos o mérito da boa ação. Não importa o que seja, se é grande ou pequeno, deve ser feito tendo o Senhor como “Patrão”. Se você é lavadeira, então lave cada camisa ou cada calça com todo o capricho, como se o próprio Jesus fosse vesti-las. Se você é professor, prepare bem a sua aula, ministre-a com capricho e sem preguiça, como se Jesus fosse um aluno que quer aprender. Se você é um médico, atenda cada paciente sem preguiça e sem má vontade, como se o próprio Jesus fosse o doente. 

“Sabeis que recebereis como recompensa a herança das mãos do Senhor.
Felipe Aquino