domingo, 30 de dezembro de 2012

FIM DO ANO


É um tempo favorável ao amor, à partilha, à revisão de vida ...

Há um clima diferente no ar. As despedidas do ano que termina e as expectativas para o ano vindouro nos contagiam. Seja pobre ou seja rico, adultos ou crianças, todos nós acabamos nos envolvendo nesta atmosfera de luz e festa. Parece que o amor e a paz, que emanam do presépio, atingem de cheio cada coração; até mesmo os mais fechados ou indiferentes à fé tornam-se generosos. Por isso, é uma época própria para confraternizações, revisão de vida, sonhos e esperança. É um tempo favorável ao amor, à partilha do que temos e, mais ainda, do que somos. Momento oportuno também para dar e receber o perdão, condição essencial para quem deseja um coração livre e, consequentemente, uma vida nova no ano que se aproxima. 

É ainda época propícia para agradecermos a Deus por todos os benefícios que Ele nos concedeu durante o ano que termina; e apoiados nos sinais do Seu amor, é tempo de encontrarmos forças para acolhermos o ano novo cheios de esperança
Agradecer é um gesto nobre e, cada vez mais, necessário em nossos dias. É de Deus que recebemos tudo que temos, desde a vida ao alimento, a saúde, a força e a inteligência para trabalhar; o ar que respiramos, o nascer e o por do sol, a beleza da natureza. Enfim, “em tudo isso há a mão de Deus”. Por isso, louvor e gratidão a Ele, Autor de todo bem!

Mas também é preciso agradecer às pessoas! Para sermos mais felizes, precisamos reconhecer quem realmente somos e isso nos leva a perceber que sozinhos dificilmente chegamos à realização, já que nossa vida está entrelaçada com a vida de milhares de pessoas por este mundo afora.

Portanto, neste clima de celebração, dar um abraço e olhar nos olhos daqueles que dedicam sua vida para nosso bem-estar, talvez tenha muito mais sentido do que enviar um cartão ou até mesmo um valioso presente. 

Conheço uma senhora que, anos atrás, em um tempo como este, desabafou comigo: “Ganhei muitas coisas dos meus patrões neste fim de ano, cesta de Natal com vinho e panetone e até me deram um perfume. Mas de que adianta? Trabalhei até tarde, todos os dias, e eles nem me disseram obrigada; nem se quer me desejaram Feliz Ano Novo. Isso para mim seria mais importante do que presentes”.

Já faz um tempo que ouvi isso, mas até hoje me recordo do ar de tristeza que envolvia aquela senhora. Por isso, fiquemos atentos aos nossos gestos. Na verdade, o ser humano tem sede de amor, de reconhecimento, de afeto, de olhos nos olhos e palavras de incentivo; e isso não se compra com dinheiro, mas se dá, gratuitamente, e se transmite nos pequenos acontecimentos do dia a dia.

Que bom saber que o ano novo se aproxima e nos dá uma nova chance de acertar! Reconhecer nossos limites já é um bom começo de uma vida nova. Afinal, depois dos festejos, a vida nos desafia a seguir viagem e nossas escolhas serão determinantes. Quem deseja recomeçar com leveza e paz, por exemplo, deve ser mais humilde e deixar muito peso para trás de si mesmo, optando pela novidade de cada dia. O homem que não se renova, perde-se, infantiliza-se, sente-se pesado e se cansa com pouca coisa.

É claro que o passado tem seu valor, mas não podemos nos prender a ele. Se o que aconteceu foi bom, ótimo, lembremos com gratidão. Mas se não foi como desejávamos, devemos entregar nossas dores e decepções a Deus e não tentarmos carregá-las como se fossem um fardo em nossas costas. 

Lembremo-nos que nossa vida não termina aqui. Nascemos para o alto e, neste mundo, tudo é passageiro. Portanto, entre um ano que termina e outro que começa, caminhar é preciso. Quando faltar forças, caminhe devagar, mas não pare. Por onde for, procure levar o essencial e mantenha seu olhar fixo na meta, lá no alto, mesmo que permaneça com os pés no chão.

Se achar necessário, pare um pouco e pense sobre sua vida. Não tenha medo de reconhecer os erros e acertos; acima de tudo, lute para dar a vitória ao amor. Só é feliz quem ama.

Deixe o ano que termina levar tudo que é dor, solidão, mágoa e ressentimento. Leve para o ano novo somente o que é bom, justo e nobre. Soluções, respostas, abraços, sorrisos, liberdade, justiça, amor, paz e esperança. Tenha certeza: o mundo será melhor com sua colaboração!

Se começar o ano com gratidão, confiança na misericórdia de Deus e cheio do Espírito Santo, com o coração livre de todo apego às coisas vans e dispostos a amar mais do que ser amado, certamente seu ano será sempre novo e sua vida será mais feliz de janeiro a dezembro
Dijanira Silva

CRISTÃOS PERSEGUIDOS

Cerca de 105 mil cristãos são perseguidos todos os anos por causa de sua fé. O número de mártires nos dois últimos séculos supera os de toda a história do cristianismo

Imagem manchada com sangue de cristãos em atentado no Egito
A história do Cristianismo é mesclada com a história de incontáveis mártires que, desde os primeiros séculos até os dias de hoje, testemunham, com o derramamento de sangue, a fé incondicional no Salvador da humanidade.
Já nos Atos dos Apóstolos, temos o relato do martírio de Estevão e o apóstolo Tiago. A partir daí, o Cristianismo é dispersado pelo mundo e chega a Roma, onde sob o imperador Nero (64 D.C) inaugura-se uma verdadeira caça aos cristãos, a qual só terá fim três séculos depois.
“No início, os cristãos precisavam ser bem preparados para assumirem o batismo, porque abraçar a fé, naquela época, significava correr um perigo constante de morte”, afirma padre Carlo, professor de história da Igreja na Universidade Santa Cruz de Roma.
Quando falamos de perseguição ao Cristianismo, nada pode se comparar ao Século XX. Só os mártires provenientes das grandes revoluções e regimes ditatoriais superam os de toda a história. A Revolução Russa (1917), por exemplo, levou à morte cerca de 17 mil sacerdotes e 34 mil religiosos. O Comunismo se espalhou pelo mundo e declarou a religião como subversiva e inimiga do Estado. Igrejas, conventos e seminários são fechados e destruídos. São incontáveis os números de mártires em países como União Soviética, Lituânia, Romênia, China, Vietnã, Camboja e Cuba.
Na Revolução Nacionalista espanhola (1931), a Igreja Católica é condenada à extinção e considerada um inimigo a ser abatido por todos os meios. Entre sacerdotes, religiosas e religiosos, o número de mortos chegou a 6.832, sendo 13 bispos, 4.184 padres diocesanos, 2.365 religiosos, 283 religiosas e vários seminaristas. Em 28 de outubro, Bento XVI beatificou 398 mártires desta revolução de uma só vez, o que ficou conhecido como a maior beatificação da história da Igreja.

EU QUERO SER SANTO

Em todo lugar, podemos ser santo

Buscar uma vida de santidade, fazendo escolhas por aquilo que realmente dá sentido a nossa existência, não cedendo as tentações e impulsos das soluções mais fáceis, pede de nós, sangue, suor e lágrimas. É uma constante vigília pela construção daquilo que queremos no mais intimo. Ser feliz dá trabalho, porém compensa todo esforço! Ser santo é ser feliz!

Contudo, deram um sentido pejorativo a expressão “Ser santo”. Fizeram parecer uma vivência de tristeza que elimina da pessoa a possibilidade de viver com intensidade. Quando alguém afirma “não sou santo”, geralmente está querendo significar: “não sou escrupuloso e me dou o direito de investir em minha alegria”.

Só que nessa dinâmica o indivíduo já incutiu, mesmo que inconscientemente, que ele deve ser politicamente correto – o que muitas vezes o leva a compartilhar das ideias da multidão, independente se é correto, ético, moral, ou o melhor para o ser humano; e que para ser feliz, ele terá que, caso for preciso, prejudicar quem estiver no meio do seu caminho, e que os prazeres devem ser desfrutados a todo custo, mesmo que após venha a ser prejudicial ao indivíduo.

Então, na sociedade de hoje, as pessoas, dizem comumente“não sou nenhum santo” excluindo de sua vida o desejo de investirem verdadeiramente na felicidade que Deus nos destinou. O resultado são pessoas condicionadas mais pelos impulsos que pela inteligência, ideologias que espalham um falso moralismo e o esvaziamento das dimensões mais intimas e profundas da pessoa. Basta prestarmos bem a atenção se, onde e no que a grande massa diz encontrar prazeres, existem pessoas realmente felizes?

Se dinheiro trouxesse felicidade não haveria entre os abastados materialmente, pessoas destituídas de sentido. Se o sexo, enquanto ato e enquanto pseudo ‘escolha de gênero’ fosse “tudo”, não haveria gente infeliz entre os chamados ‘profissionais do sexo’
Se o uso de drogas, tanto as lícitas, quanto as que estão defendendo que sejam liberadas, quanto as não lícitas, resolvessem os problemas de alguém, essa pessoa não precisaria buscar novamente o alívio e recorrer outra vez ao entorpecente, assim correndo o risco, de no mínimo, investir contra sua integridade física.

Porém, quando estudamos a biografia de um Santo, o que podemos perceber? Felicidade! Alegria e sentido existencial.

Isso quer dizer que os santos não sofreram? Claro, que não! Os santos sofreram, lutaram, se decepcionaram, tiveram grandes desafios em suas vidas, como todo ser humano, igual a mim e a você, mas encontraram um motivo maior e mais nobre que justificava todo o esforço e significado em cada uma de suas labutas. Sabiam para onde caminhar, "porque" e "para que" continuar caminhando e isso preenchia seus corações e suas almas. Não há uma história de vida de santo(a) que mostre ele(a) infeliz ou sem rumo.

O amor é a maior força dentro do ser humano, até mais que a vida e a liberdade. Quando não usamos nossa vida e nossa liberdade para amar a vida perde seu significado. A vida e a liberdade voltada para si mesmo, nos deixará enfadados, porque a felicidade só acontece quando amamos e o amor se faz pelo serviço. Só ama plenamente quem faz algo pelo bem do próximo. Quem não serve o outro com o que tem de melhor, com seus dons, não cresce como pessoa, daí sente-se infeliz.

Santidade é agir pelo amor. Os santos foram os homens e as mulheres do amor. Por isso, a santidade nos dá as ferramentaspara viver a vida intensamente.

Mesmo após tomar a decisão por querer ser santo, é claro que algumas tendências ainda continuarão presentes em nós. Um santo não se faz de perfeição, mas de luta para amar sempre e da misericórdia do Senhor. O importante é a cada dia descobrir como podemos transferir esforços dos nossos anseios, desejos e potencialidades, ao invés de usá-los para o pecado, investi-los no amor. Sempre será uma luta dos nossos instintos contra nossa razão. Contudo, somos seres racionais que com a ajuda do Espirito Santo e auxílio da Virgem Maria, podemos fazer escolhas.

Em toda situação podemos dizer: “Eu quero ser santo!”
Sandro Ap. Arquejada