quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

NOSSA SENHORA GUADALUPE

Num sábado, no ano de 1531, a Virgem Santíssima apareceu a um indígena que, de seu lugarejo, caminhava para a cidade do México a fim de participar da catequese e da Santa Missa enquanto estava na colina de Tepeyac, perto da capital. Este índio convertido chamava-se Juan Diego (canonizado pelo Papa João Paulo II em 2002). 
Nossa Senhora disse então a Juan Diego que fosse até o bispo e lhe pedisse que naquele lugar fosse construído um santuário para a honra e glória de Deus. 
O bispo local, usando de prudência, pediu um sinal da Virgem ao indígena que, somente na terceira aparição, foi concedido. Isso ocorreu quando Juan Diego buscava um sacerdote para o tio doente: "Escute, meu filho, não há nada que temer, não fique preocupado nem assustado; não tema esta doença, nem outro qualquer dissabor ou aflição. Não estou eu aqui, a seu lado? Eu sou a sua Mãe dadivosa. Acaso não o escolhi para mim e o tomei aos meus cuidados? Que deseja mais do que isto? Não permita que nada o aflija e o perturbe. Quanto à doença do seu tio, ela não é mortal. Eu lhe peço, acredite agora mesmo, porque ele já está curado. Filho querido, essas rosas são o sinal que você vai levar ao Bispo. Diga-lhe em meu nome que, nessas rosas, ele verá minha vontade e a cumprirá. Você é meu embaixador e merece a minha confiança. Quando chegar diante dele, desdobre a sua "tilma" (manto) e mostre-lhe o que carrega, porém, só em sua presença. Diga-lhe tudo o que viu e ouviu, nada omita..."
O prelado viu não somente as rosas, mas o milagre da imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, pintada prodigiosamente no manto do humilde indígena. Ele levou o manto com a imagem da Santíssima Virgem para a capela, e ali, em meio às lágrimas, pediu perdão a Nossa Senhora. Era o dia 12 de dezembro de 1531. 
Uma linda confirmação deu-se quando Juan Diego fora visitar o seu tio, que sadio narrou: "Eu também a vi. Ela veio a esta casa e falou a mim. Disse-me também que desejava a construção de um templo na colina de Tepeyac e que sua imagem seria chamada de 'Santa Maria de Guadalupe', embora não tenha explicado o porquê". Diante de tudo isso muitos se converteram e o santuário foi construído.
O grande milagre de Nossa Senhora de Guadalupe é a sua própria imagem. O tecido, feito de cacto, não dura mais de 20 anos e este já existe há mais de quatro séculos e meio. Durante 16 anos, a tela esteve totalmente desprotegida, sendo que a imagem nunca foi retocada e até hoje os peritos em pintura e química não encontraram na tela nenhum sinal de corrupção. 
No ano de 1971, alguns peritos inadvertidamente deixaram cair ácido nítrico sobre toda a pintura. E nem a força de um ácido tão corrosivo estragou ou manchou a imagem. Com a invenção e ampliação da fotografia descobriu-se que, assim como a figura das pessoas com as quais falamos se reflete em nossos olhos, da mesma forma a figura de Juan Diego, do referido bispo e do intérprete se refletiu e ficou gravada nos olhos do quadro de Nossa Senhora. Cientistas americanos chegaram à conclusão de que estas três figuras estampadas nos olhos de Nossa Senhora não são pintura, mas imagens gravadas nos olhos de uma pessoa viva. 
Declarou o Papa Bento XIV, em 1754: "Nela tudo é milagroso: uma Imagem que provém de flores colhidas num terreno totalmente estéril, no qual só podem crescer espinheiros... uma Imagem estampada numa tela tão rala que através dela pode se enxergar o povo e a nave da Igreja... Deus não agiu assim com nenhuma outra nação". 
Coroada em 1875 durante o Pontificado de Leão XIII, Nossa Senhora de Guadalupe foi declarada "Padroeira de toda a América" pelo Papa Pio XII no dia 12 de outubro de 1945. 
No dia 27 de janeiro de 1979, durante sua viagem apostólica ao México, o Papa João Paulo II visitou o Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe e consagrou a Mãe Santíssima toda a América Latina, da qual a Virgem de Guadalupe é Padroeira. 

Nossa Senhora de Guadalupe, rogai por nós!

QUANDO A INVEJA INVADE NOSSO CORAÇÃO



O vazio que, às vezes, existe no coração do ser humano é preenchido por sentimentos nem sempre saudáveis quando Deus é deixado em segundo plano. Um deles é a inveja, que atormenta todos, sem exceção. Uns mais, outros menos. Isso ocorre de acordo com a fragilidade de cada um.
O invejoso enxerga as coisas de forma injusta. Por exemplo, “por que ele tem e eu não tenho”? Sendo assim, seu olhar cobiçador se volta para o que o outro tem, além de desvalorizar aquilo que ele próprio possui.
Nessa situação, sem perceber, e gradativamente, o indivíduo estagna sua vida e perde suas próprias oportunidades de se desenvolver e crescer. Torna-se um mero intérprete da vida, sentindo tristeza, raiva e dor. Todos, provavelmente, conhecem esse conceito e, alguma vez, já classificaram alguém de invejoso. No entanto, em determinados momentos, aqueles que julgam são incapazes de lutar contra esse pecado. Deixam-se levar pela vaidade, “porque a boca fala do que coração está cheio” (Mt 12,34). São tão orgulhosos que não percebem este indesejável sentimento dentro de si mesmos.
Quem ama o próximo deve superar a tentação da inveja”
De outro lado, os invejados sofrem. O próprio Jesus foi atingido pela inveja dos outros antes de Sua morte. Os príncipes dos sacerdotes levaram o Filho de Deus à morte no Calvário (Mt 27,18). Também Paulo e Silas foram perseguidos por judeus, por proclamarem Jesus como rei (At 17,1-8).
Como é possível observarmos, de algum modo, qualquer um é ferido por este mal. Contudo, há libertação com a ajuda de Deus. Mas algumas soluções primárias são necessárias: admitir a inveja a fim de reconhecer com maior facilidade situações que a causam; orar muito, pedindo ao Senhor a cura; ser precavido nas palavras, escolhendo o momento adequado para falar a determinadas pessoas sobre conquistas e realizações; ou pode-se, simplesmente, optar pelo silêncio.
Quem ama o próximo deve superar a tentação da inveja, pois ela traz divisão à Igreja e a quaisquer relações sociais. Paulo ensinou: “Em um só Espírito fomos batizados todos nós para formar um só corpo…” e “… o corpo não consiste em um só membro, mas em muitos” (1Cor 12,13-14).
Que a vida seja vista por meio dos olhos de Deus!


ESPERAR O QUÊ? RESISTIR PARA QUÊ?


Parar para pensar nos critérios de escolha que Deus usa para conosco é, de fato, intrigante. Que resta-nos então? Resta-nos dizer sim!
Questioná-lo acerca do chamado? Teríamos direito, tal como Maria em sua humildade e na doçura de sua alma o teve: “ Como posso ser a mãe do Salvador se não conheço homem algum?” (Lc 1,34); como também aquele homem do Evangelho que obteve como resposta de Jesus: “Deixe que os mortos enterrem seus mortos!” (Lc 9, 59).
O que nos bastaria, a não ser renunciar nossos propósitos e dizer sim aos propósitos de Deus para nossa vida, a qual não é nossa, mas d’Ele? Como fazer se tudo aquilo que possuímos é muito maior do que o chamado? Como aquele jovem apegado do Evangelho?! (Cf. Mt. 19, 16) Jamais! Porém, como aquele pescador rude que, imediatamente, lança mão de suas redes, porque o chamado sedutor que ecoou em seus ouvidos veio com tamanha potência que abalou seu coração empedrado e o fez ceder. (cf. Lc 5,10-11).
Ter o coração preparado para as provações (Eclo 2,1) e os ombros fortes o bastante para carregar a cruz diária, podemos considerar como realidades pertinentes àqueles que aderem ao chamado. Mas, uma vez cumprindo com amor e fidelidade a ordem do Mestre: “Ide, pois fazer discípulos meus todos os povos” (Mt 28,19), é possível que o peso de tal cruz seja aliviado diante da satisfação de aperceber-se comprometido com aquilo que não passa e com a ordem do Senhor.
Fixar os olhos no Objetivo que é perene e garantia do próprio Mestre a cada um de nós, é, sem dúvida alguma, sustento e entusiasmo para a caminhada e para a renovação do nosso sim a cada dia, embora tempestades de poeira tentem ofuscar os nossos olhos.
Não resistir ao chamado nos possibilita grande chance de dizer como Maria, nossa Mãe, a Mãe do Salvador: “O poderoso fez em mim maravilhas!” (Lc 1,49). Uma vez que nos desprendemos de nós mesmos e nos colocamos inteiramente à disposição do Senhor para que, por meio de nós, Ele realize a Salvação de tantos e chame outros tantos. Portanto, esperar o quê? Resistir para quê?

TEMPO É VIDA


Atualmente, usa-se tanto a expressão “tempo é dinheiro”, que esta medida da vida tem-se tornado apenas uma estratégia de marketing para que o consumismo se acentue ainda mais em nossas vidas. Vemos recursos tecnológicos aos milhares, inovações a toda hora que apenas evidenciam a crise de identidade do ser humano. Mas nós não precisamos aprender a utilizar o modelo mais recente de um celular, o que precisamos é aprender a gerenciar o nosso tempo.
Para os empresários, o tempo pode até ser dinheiro, mas acredito que, antes de tudo, tempo é vida, a qual está diretamente ligada a esta cronologia que mede e enumera os acontecimentos e momentos vividos por nós.
Tenho escutado muitas pessoas dizerem que não tem tempo para “isso” ou para fazer “tal atividade”, e sempre que ouço esta frase me lembro que somos nós quem elencamos nossas prioridades. Considerando que temos um saldo diário de 24 horas e dele não podemos escolher como usar 8 horas que oferecemos ao nosso trabalho, ainda nos restam 2/3 que escolheremos como e com o que utilizar.
Esses dias, ouvi uma frase que dizia o seguinte: “Amar é gastar tempo com o outro”. Esta frase é de uma simplicidade e profundidade explícita, pois, amar é oferecer ao outro nosso tempo, nossa vida. Amar é cuidar, e quem ama gasta tempo, quer estar perto.
Amar é cuidar, e quem ama gasta tempo, quer estar perto”