quinta-feira, 22 de novembro de 2012



LUCAS Capítulo 1, 46-49)

E Maria disse: Minha alma glorifica ao Senhor,
meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador,
porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações,
porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo.
(LUCAS Capítulo 1, 46-49)

E Maria disse: Minha alma glorifica ao Senhor,
meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador,
porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações,
porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo.

SANTA CECILIA

Hoje celebramos a santidade da virgem que foi exaltada como exemplo perfeitíssimo de mulher cristã, pois em tudo glorificou a Jesus. Santa Cecília é uma das mártires mais veneradas durante a Idade Média, tanto que uma basílica foi construída em sua honra no século V. Embora se trate da mesma pessoa, na prática fala-se de duas santas Cecílias: a da história e a da lenda. A Cecília histórica é uma senhora romana que deu uma casa e um terreno aos cristãos dos primeiros séculos. A casa transformou-se em igreja, que se chamou mais tarde Santa Cecília no Trastévere; o terreno tornou-se cemitério de São Calisto, onde foi enterrada a doadora, perto da cripta fúnebre dos Papas. 

No século VI, quando os peregrinos começaram a perguntar quem era essa Cecília cujo túmulo e cuja inscrição se encontravam em tão honrosa companhia, para satisfazer a curiosidade deles, foi então publicada uma Paixão, que deu origem à Cecília lendária; esta foi sem demora colocada na categoria das mártires mais ilustres. Segundo o relato da sua Paixão Cecília fora uma bela cristã da mais alta nobreza romana que, segundo o costume, foi prometida pelos pais em casamento a um nobre jovem chamado Valeriano. Aconteceu que, no dia das núpcias, a jovem noiva, em meio aos hinos de pureza que cantava no íntimo do coração, partilhou com o marido o fato de ter consagrado sua virgindade a Cristo e que um anjo guardava sua decisão.

Valeriano, que até então era pagão, a respeitou, mas disse que somente acreditaria se contemplasse o anjo. Desse desafio ela conseguiu a conversão do esposo que foi apresentado ao Papa Urbano, sendo então preparado e batizado, juntamente com um irmão de sangue de nome Tibúrcio. Depois de batizado, o jovem, agora cristão, contemplou o anjo, que possuía duas coroas (símbolo do martírio) nas mãos. Esse ser celeste colocou uma coroa sobre a cabeça de Cecília e outra sobre a de Valeriano, o que significava um sinal, pois primeiro morreu Valeriano e seu irmão por causa da fé abraçada e logo depois Santa Cecília sofreu o martírio, após ter sido presa ao sepultar Valeriano e Tibúrcio na sua vila da Via Ápia. 

Colocada diante da alternativa de fazer sacrifícios aos deuses ou morrer, escolheu a morte. Ao prefeito Almáquio, que tinha sobre ela direito de vida ou de morte, ela respondeu: "É falso, porque podes dar-me a morte, mas não me podes dar a vida". Almáquio condenou-a a morrer asfixiada; como ela sobreviveu a esse suplício, mandou que lhe decapitassem a cabeça. 

Nas Atas de Santa Cecília lê-se esta frase: "Enquanto ressoavam os concertos profanos das suas núpcias, Cecília cantava no seu coração um hino de amor a Jesus, seu verdadeiro Esposo". Essas palavras, lidas um tanto por alto, fizeram acreditar no talento musical de Santa Cecília e valeram-lhe o ser padroeira dos músicos. Hoje essa grande mártir e padroeira dos músicos canta louvores ao Senhor no céu.

Santa Cecília, rogai por nós!

CREIO NO ESPÍRITO SANTO

Senhor que dá a vida e que com o Pai e o Filho

O Espírito Santo é uma das Pessoas da Santíssima Trindade, “consubstancial ao Pai e ao Filho”... "e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado", como diz o Credo Constantinopolitano. Ele afirma que o Espírito Santo “foi quem falou pelos Profetas”, e fala pela Igreja. O Espírito Santo está em ação com o Pai e o Filho do início até a consumação do Projeto de nossa salvação. Mas o Catecismo nos ensina que é nos "últimos tempos", inaugurados pela Encarnação redentora do Filho que ele é revelado e dado, reconhecido e acolhido como Pessoa. 

Após a Ressurreição Jesus o enviou à Igreja; é Ele que lhe dá vida; é ele que garante a sua infalibilidade como Jesus prometeu aos Apóstolos na última Ceia:  “Quando vier o Espírito Santo, ensinar-vos-á toda a verdade...” (Jo 16,13). Por isso a Igreja Católica sabe que nunca errou e jamais errará o caminho da salvação a indicar a seus filhos; porque o Espírito Santo é seu Guia. É ele que a conduz há vinte um séculos na Verdade de Cristo. Por isso ela é também invencível; as portas do Inferno jamais a vencerão. São Paulo faz eco a isso dizendo que a Timóteo que “a Igreja é a coluna e o fundamento da verdade” (1 Tm 3,15). Ela nunca se contradiz porque o divino Espírito a assiste continuamente desde Pentecoste. A Igreja já teve 265 Papas e realizou 21 Concilios gerais, universais; e nunca um Concílio ou um Papa revogaram um ensinamento doutrinário anterior; pois a verdade que Cristo deixou com a Igreja é perene, não muda.

O Papa Paulo VI disse no “Credo o Povo de Deus”:  “Cremos no Espírito Santo, Senhor que dá a vida e que com o Pai e o Filho é juntamente adorado e glorificado. Foi Ele que falou pelos profetas e nos foi enviado por Jesus Cristo, depois de sua ressurreição e ascensão ao Pai. Ele ilumina, vivifica, protege e governa a Igreja, purificando seus membros, se estes não rejeitam a graça. Sua ação, que penetra no íntimo da alma, torna o homem capaz de responder àquele preceito de Cristo: "Sede perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste" (cf. Mt 5,48). (n.13)
Desde o nosso Batismo o Espírito Santo atua em cada um de nós levando-nos a nos abrir cada vez mais para a graça de Deus. Ele é o nosso santificador, mediante seus dons infusos: sabedoria, ciência, conhecimento, fortaleza, conselho, piedade e temor de Deus. São Paulo disse: "E, porque sois filhos, enviou Deus a nossos corações Espírito de seu Filho que clama: Abbá, Pai" (Gl 4,6). Na plenitude do tempo, o Espírito Santo realizou em Maria todas as preparações para a vinda de Cristo no Povo de Deus. Pela ação do Espírito Santo nela, o Pai deu ao mundo o Emanuel, "Deus-conosco" (Mt 1,23). 
Ele é “a alma da nossa alma”, como dizia Santo Agostinho. 

A ação do Espirito Santo na vida da Igreja se manifesta de muitas maneiras: na comunhão viva na fé dos Apóstolos, que ela transmite;  nas Escrituras que Ele inspirou; na Tradição, da qual os Padres da Igreja são as testemunhas sempre atuais; no Magistério da Igreja, ao qual Ele assiste; na Liturgia sacramental, por meio de suas palavras e de seus símbolos, na qual o Espírito Santo nos coloca em Comunhão com Cristo; na oração, na qual Ele intercede por nós; nos carismas (1Cor 12, 4s; Rm 12,3s), frutos (Gl 5, 22s)  e nos ministérios, pelos quais a Igreja é edificada; nos sinais de vida apostólica e missionária; no testemunho dos santos, no qual ele manifesta sua santidade e continua a obra da salvação.

A Igreja, que é a comunhão viva na fé dos Apóstolos, que ela transmite, é o lugar de nosso conhecimento do Espírito Santo. É na Igreja que Ele vive. Ele inspirou as Sagradas Escrituras; iluminando a inteligência dos seus autores (hagiógrafos), para escreverem sem erro, embora usando os recursos literários da época.  

Ele é o guia da Sagrada Tradição da Igreja, da qual os Padres da Igreja são as grandes testemunhas; essa Tradição Apostólica nos deu muitos ensinamentos como o Credo, a Liturgia, e muitos aspectos da doutrina. Ele é o guia do Sagrado Magistério da Igreja formado pelo Papa e os bispos em união com ele, ao qual ele assiste; assim o Magistério guia os fiéis nesta vida defendendo-os dos erros de doutrina e encaminhando-os à casa do Pai.

O Espírito Santo atua na Liturgia sacramental, por meio de suas palavras e de seus símbolos, e nos coloca em Comunhão com Cristo. Ele inspira as nossas orações e intercede por nós. Ele se manifesta nos  carismas e nos ministérios para a edificação da Igreja. Ele se mostra atuante na vida apostólica e missionária da Igreja e no testemunho dos santos e santas, que são a força mais poderosa da Igreja. 

O divino Espírito habita nos corações dos batizados
: "E, porque sois filhos, enviou Deus a nossos corações Espírito de seu Filho que clama: Abbá, Pai" (Gl 4,6). Desde quando  Deus enviou seu Filho, envia sempre seu Espírito porque a missão dos dois é conjunta e inseparável. Jesus agiu pelo Espírito Santo; foi Ele quem o gerou no seio da Virgem Santíssima e preparou-lhe digna morada; foi Ele quem inspirou Isabel, Simeão e Ana, para profetizarem sobre  o Menino; foi Ele quem conduziu Jesus aos 12 anos no Templo, perguntando e ensinando aos doutores da Lei. Foi Ele quem levou Jesus ao deserto depois de se manifestar no seu batismo no rio Jordão. Foi Ele quem operou poderosamente nos milagres, ações, pregações de Jesus.

O Filho de Deus é consagrado Cristo (Messias) pela unção do Espírito Santo em sua Encarnação. Após a sua Ressurreição e Ascensão ao céu, Jesus  derrama o Espírito Santo sobre os Apóstolos e a Igreja para que levassem a obra da salvação a todos os povos de todos os tempos e lugares até que Ele volte.
Felipe Aquino

O DRAMA DA FIDELIDADE

O Senhor nos convida a estarmos junto a Virgem

“Tomé respondeu: ‘Meu Senhor e meu Deus!’ Jesus lhe disse: ‘Acreditaste, porque me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto!’” (Jo 20, 28-29). 

Nós, que hoje cremos em Jesus Cristo, somos os bem-aventurados, que creram sem ter visto. Somos bem-aventurados, pois recebemos de Deus a revelação do Filho de Deus e o dom da fé, para que, pelo seu Espírito possamos crer na Sua presença viva, que é fundamento da Igreja. Nele toda a Igreja se sustenta, Jesus é o alicerce desta construção, da qual somos pedras vivas. Esta Igreja é conduzida pelo Espírito para levar o Evangelho a toda a criatura, para os confins da Terra.

Como permanecermos fiel a Igreja de Jesus Cristo?

Tomé, que precisou ver o Senhor e tocar suas chagas, é a imagem do discípulo que não persevera na oração com a Virgem Maria. Ele não crê porque, apesar de ter recebido a Boa Nova do próprio Jesus e o dom da fé, não perseverou como outros discípulos. Mas, antes do Pentecostes, Tomé, que teve dificuldades para crer, uniu-se a João e aos outros discípulos, que estavam com a Virgem Maria, unidos em oração. Esta perseverança na oração com Nossa Senhora, juntamente com as demais pedras vivas da Igreja, é o segredo da perseverança na fé e no seguimento de Jesus Cristo (cf. At 1, 13-14).
João é a imagem do discípulo fiel de Jesus, que permaneceu com Ele, ao lado da Virgem Maria, até mesmo nos momentos mais críticos da sua entrega na cruz. Aliás, João foi o único que não abandonou Jesus no momento crucial da sua na sua vida na carne aqui na Terra. Como João, somos chamados a permanecer junto à cruz de Jesus, com a Virgem Maria, perseverantes na oração. Pois, este é o modelo do discípulo fiel, que crê em Jesus Cristo, ainda que a cruz e a morte se mostrem sinais de fracasso, de desilusão.

Nós, cristãos, ainda que o sofrimento e as angústias sejam uma tentação para não acreditarmos na Palavra de Deus, devemos crer que a cruz não é a resposta definitiva. Cristo ressuscitado é o fundamento da nossa fé, ainda que Ele continue a manifestar-se entre nós através do mistério da cruz, do sofrimento. Confiantes que depois da cruz vem a ressurreição, nos unamos também a Mãe de Jesus em oração, para pedir um reavivamento do Espírito e, por Ele fortalecidos, sermos fiéis à missão que o Senhor nos confiou: “Ide, por todo o mundo, a todos pregai o Evangelho” (Mc 16, 15).

Permaneçamos com Jesus Cristo, junto com o discípulo amado e a Virgem Maria, unidos em oração, perseverantes nos sofrimentos, pois a cruz é prenúncio da ressurreição. Por isso, perseveremos na fé e na esperança da vida em plenitude que o Senhor quer para nós. Cristo se faz presente em nós pelo Espírito, que age em nós e produz frutos de vida eterna. Somente conduzidos pelo Espírito é que poderemos realizar a maior obra de caridade possível, que é levar a Palavra de Deus, com eficácia, a todos a quem o Senhor nos enviar.
Natalino Ueda - Comunidade Canção Nova

O QUE O SENHOR QUER DE NÓS ? COERÊNCIA DE VIDA

Hoje, o Senhor está nos colocando em xeque, assim como fez com todo o povo de Israel que observava a lei, oferecendo sacrifícios a Ele e fazendo orações conforme eram prescritas, mas a vida deles não correspondia às suas orações. O Senhor, então, é muito direto ao lhes dizer: "Povo meu, que te fiz, ou em que te contristei? Responde-me" (Miquéias 6,3). 

Deus enumera os milagres e prodígios que fez por aquele povo e diz que para Ele não bastavam apenas os sacrifícios e os atos externos, pois o que precisava era do coração sincero e da vida deles. O que o Senhor quer de nós? Ele quer que pratiquemos a justiça e que andemos com humildade, seguindo Seus mandamentos. 

Esta é a Palavra, para nós, no dia de hoje. Aquele povo fazia sacrifícios, mas não mudava de vida. Nós não somos maus, graças a Deus, mas também não temos coragem de ser inteiramente do Senhor. Preferimos ficar na mediocridade, ou seja, "no mais ou menos". Por essa razão precisamos recordar constantemente o que Jesus disse: "Assim porque és morno, e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca". E Cristo voltou a lhes perguntar (assim como pergunta a nós): "O que foi que Eu lhes fiz?" Respondamos, com sinceridade, ao Senhor.

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova