quarta-feira, 21 de novembro de 2012

APRESENTAÇÃO DE NOSSA SENHORA NO TEMPLO

A memória que a Igreja celebra hoje não encontra fundamentos explícitos nos Evangelhos Canônicos, mas algumas pistas no chamado proto-evangelho de Tiago, livro de Tiago, ou ainda, História do nascimento de Maria. A validade do acontecimento que lembramos possui real alicerce na Tradição que a liga à Dedicação da Igreja de Santa Maria Nova, construída em 543, perto do templo de Jerusalém.

Os manuscritos não canônicos, contam que Joaquim e Ana, por muito tempo não tinham filhos, até que nasceu Maria, cuja infância se dedicou totalmente, e livremente a Deus, impelida pelo Espírito Santo desde sua concepção imaculada. Tanto no Oriente, quanto no Ocidente observamos esta celebração mariana nascendo do meio do povo e com muita sabedoria sendo acolhida pela Liturgia Católica, por isso esta festa aparece no Missal Romano a partir de 1505, onde busca exaltar a Jesus através daquela muito bem soube isto fazer com a vida, como partilha Santo Agostinho, em um dos seus Sermões:

"Acaso não fez a vontade do Pai a Virgem Maria, que creu pela fé, pela fé concebeu, foi escolhida dentre os homens para que dela nos nascesse a salvação; criada por Cristo antes que Cristo nela fosse criado? Fez Maria totalmente a vontade do Pai e por isto mais valeu para ela ser discípula de Cristo do que mãe de Cristo; maior felicidade gozou em ser discípula do que mãe de Cristo. E assim Maria era feliz porque já antes de dar à luz o Mestre, trazia-o na mente". 

A Beata Maria do Divino Coração dedicava devoção especial à festa da Apresentação de Nossa Senhora, de modo que quis que os atos mais importantes da sua vida se realizassem neste dia.

Foi no dia 21 de novembro de 1964 que o Papa Paulo VI, na clausura da 3ª Sessão do Concílio Vaticano II, consagrou o mundo ao Coração de Maria e declarou Nossa Senhora Mãe da Igreja.

Nossa Senhora da Apresentação, rogai por nós!

O FILHO DO HOMEM VIRÁ


Nossa esperança está na vinda do Senhor

Estamos no penúltimo semana do Ano Litúrgico. No Domingo próximo, a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo encerrará este ano da Igreja. Pois bem, neste Domingo a Palavra de Deus, nos recordou que, como o ano, também a nossa vida passa, e passa veloz… Assim, o Senhor nos convida à vigilância e nos exorta a que não percamos de vista o nosso caminho neste mundo e o destino que nos espera. Nossa vida tem um rumo, caríssimos; o mundo e a história humana têm uma direção, meus irmãos!

A nossa fé nos ensina, amados no Senhor, que toda a criação e toda a história humana caminham para um ponto final. Este fim não será simplesmente o término do caminho, mas a sua plenitude, a sua finalidade, sua bendita consumação. O universo vai evoluindo, a história vai caminhando… Onde o caminho vai dar? Com palavras e idéias figuradas, a Escritura Sagrada nos ensina que tudo terminará em Jesus, o Cristo glorioso que, por sua morte e ressurreição, tornou-se Senhor e Juiz de todas as coisas. Vede bem: a criação não vai para o nada; a história humana não caminha para o absurdo! Eis aqui o essencial, que o evangelho de hoje nos coloca com palavras impressionantes: 

“Então verão o Filho do Homem vindo nas nuvens com grande poder e glória!” Ou seja: tudo quanto existe caminha para Cristo, aquele que vem sobre as nuvens como Deus, aquele que é nosso Juiz porque, como Filho do Homem, experimentou nossa fraqueza e se ofereceu uma vez por todas em sacrifício por nós! Vede, irmãos: o nosso Salvador será também o nosso Juiz! Aquele que está à Direita do Pai e de lá virá em glória para levar à consumação todas as coisas é o mesmo que se ofereceu todo ao Pai por nós para nos santificar e nos levar à perfeição! Repito: nosso Juiz é o nosso Salvador! Quanta esperança isso nos causa, mas também quanta responsabilidade! Que faremos diante do seu amor? Que diremos àquele que por nós deu tudo, até entregar a própria vida para nossa salvação? Que amor apresentaremos a quem tanto e tanto nos amou? Pensai bem!

As leituras deste Domingo advertiu: tudo estará debaixo do senhorio de Cristo! Por isso, numa linguagem de cores fortes e figuras impressionantes, Jesus diz que a criação será abalada pela sua Vinda: “O sol vai escurecer e a lua não brilhará mais, as estrelas começarão a cair do céu e as forças do céu serão abaladas”. Que significa isso? Que toda a criação será palco dessa Revelação da glória do Senhor, toda a criação será transfigurada e alcançará a plenitude no parto de um novo céu e uma nova terra onde a glória de Deus brilhará para sempre! O Senhor afirma ainda que também a história chegará ao fim e será passada a limpo. Cristo fala disso usando a imagem da grande tribulação, isto é, as dores e contradições do tempo presente, que vão, em certo sentido se intensificando neste mundo. Por isso mesmo, a primeira leitura, do Profeta Daniel, fala em combate e em tempo de angústia… É o nosso tempo, este tempo presente, que se chama “hoje”.
Amados em Cristo, estas leituras são muito atuais e consoladoras, sobretudo nos dias atuais, quando vemos o Cristo enxovalhado, o cristianismo perseguido e desprezado, a santa Igreja católica caluniada… Pensem no Código da Vinci, pensem nas obras de arte blasfemas e sacrílegas frequentemente expostas sem nome de uma pérfida liberdade, pensem nas freiras das porcas novelas da Globo, pensem no ridículo a que os cristãos são expostos aqui e ali, com cínicas desculpas e camufladas intenções, pensem nos valores cristãos que vão sendo destruídos, nas famílias destruídas pelo divórcio, pela infidelidade, pela imoralidade, pensem nos jovens desorientados pela falta de Deus, pela negação de todas as certezas e o desprezo de todos os valores, pensem, por fim, na vida humana desrespeitada pelo aborto, pela manipulação genética, pelas imorais e inaceitáveis experiências com células-tronco embrionárias com pretextos e desculpas absolutamente imorais… Não é de hoje, caríssimos, que a Igreja sofre e que os cristãos são perseguidos, ora aberta, ora veladamente… Já no longínquo século V, Santo Agostinho afirmava que a Igreja peregrina neste tempo, avançando entre as perseguições do mundo e as consolações de Deus… O perigo é a gente perder de vista o caminho, perder o sentido do nosso destino, esfriar na vigilância, perder a esperança, abandonar a fé…

Caminhamos para o Senhor, caríssimos – tende certeza disto! O mudo vai terminar no Cristo, como um rio termina no mar; a história vai encontrar o Cristo, tão certo quanto a noite encontra o dia; nossa vida estará diante do Senhor, tão garantido quanto o vigia cada manhã está diante da aurora! Por isso mesmo, é indispensável vigiar e trazer sempre no coração a bendita memória do Salvador, a firme esperança nas suas promessas, a segura certeza da sua salvação! Vede bem: na Manifestação do nosso Senhor, ele nos julgará! Na sua luz, tudo será posto às claras: se é verdade que sua Vinda é para a salvação, também é verdade que todos quantos se fecharam para ele, perderão essa salvação.

Caríssimos, nosso destino é o céu, mas estejamos atentos: o inferno, a condenação eterna, a danação sem fim, o fogo que devora para sempre, são uma real possibilidade para todos nós! Haverá um Juízo de Deus em Jesus Cristo, meus amados no Senhor: “Muitos dos que dormem no pó a terra despertarão, uns para a vida eterna, outros para o opróbrio eterno. Nesse tempo, teu povo será salvo, todos os que se acharem escritos no Livro”. Caríssimos, não brinquemos de viver, não vivamos em vão, não sejamos fúteis e levianos, não corramos a toa a corrida da vida! É o nosso modo de viver agora que decidirá nosso destino para sempre!

Por isso mesmo, Jesus nos previne: “Em verdade vos digo: esta geração não passará até que tudo isto aconteça!” Em outras palavras: não importa quando ele virá – ele mesmo diz: “Quanto àquele dia e hora, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas somente o Pai” -; importa, sim, que estejamos atentos, importa que vivamos de tal modo que, quando ele vier no momento de nossa morte, estejamos prontos para comparecer diante dele e diante dele estar no último Dia, quando tudo for julgado! O juízo que nos espera é um processo: começa logo após a nossa morte, quando, em nossa alma, estaremos diante do Cristo e receberemos nossa recompensa: o céu ou o inferno! E no final dos tempos, quando Cristo se manifestar em sua glória, nosso destino também será manifestado com toda a criação e o nosso corpo, ressuscitado no fim de tudo, receberá também a mesma recompensa de nossa alma: o céu ou o inferno, de acordo com o nosso procedimento nesta vida!


Meus caros, quando a Escritura Sagrada nos fala do fim dos tempos não é para descrever como as coisas acontecerão. Isso seria impossível, pois aqui se tratam de realidades que nos ultrapassam e que já não pertencem a este nosso mundo. Portanto, palavras deste mundo não podem descrever o que pertence ao mundo que há de vir… O que a Escritura deseja é nos alertar a que vivamos na verdade, vivamos na fé, vivamos na fidelidade ao Senhor… vivamos de tal modo esta nossa vida, que possamos, de fé em fé, de esperança em esperança, alcançar a vida eterna que o Senhor nos prepara, vida que já experimentamos hoje, agora, nesta santíssima Eucaristia, sacrifício único e santo do nosso Salvador que, à Direita do Pai nos espera como Juiz e Santificador.
Dom Henrique Soares da Costa 

CONHEÇA MAIS SOBRE A PALAVRA DE DEUS

Dei Verbum: Um documento sobre a Revelação

Um documento importantíssimo do Concílio Vaticano II é a Constituição Dogmática Dei Verbum sobre a Revelação. Nossa tentação é pensar logo que este documento fala sobre a Bíblia. Errado! Para o Cristianismo, a revelação não é a Bíblia, não é um livro, mas uma Pessoa: Jesus Cristo, rosto e Palavra de Deus para nós, cheio de graça e de verdade. E mais, não um Jesus qualquer, fruto simplesmente de uma pesquisa ou da opinião de algum erudito. O Jesus Cristo real, vivo e vivificante é aquele crido, adorado, vivido e testemunhado pela Igreja. É ele a Revelação! A Dei Verbum compõe-se de um proêmio, isto é, uma introdução e seis capítulos. Vamos a eles.

Já na sua introdução, o documento deixa claro que o Concílio (e a Igreja) coloca-se debaixo da Palavra de Deus, que é Jesus Cristo (cf. DV 1). Depois, no capítulo I, passa a tratar do que é a Revelação Divina: Deus, livremente no Seu amor e sabedoria, quis revelar-se aos homens por meio de Jesus Cristo para chamá-los a participar da vida divina. Então, o Senhor Deus não quer revelar coisas, mas deseja revelar Seu coração amoroso. 

A Revelação é um diálogo de Deus com a humanidade por meio de Sua Palavra eterna feita carne: Jesus. Este diálogo é para nos levar à vida com Deus, à vida eterna, nossa plenitude (cf. DV 2). Depois, a Dei Verbum mostra como a Revelação foi sendo preparada ao longo da história, preparando para Jesus: na própria criação, o Senhor já se manifesta pela sua amorosa providência, na eleição de Abraão, nosso Pai na fé, na aliança com Israel e na palavra dos profetas. Assim, o Senhor foi preparando Israel e a humanidade para Jesus Cristo (cf. DV 3). Finalmente, chega Jesus, plenitude da revelação: Ele é a própria Palavra de Deus feita gente, feita carne. N'Ele, o Senhor se deu a nós totalmente (cf. DV 4).

Ainda neste capítulo, primeiro coloca-se a questão: como receber esta revelação de Deus? Qual a nossa atitude, a nossa resposta? A Dei Verbum responde: “A Deus revelador, é devida a obediência da fé!” (DV 5). Em outras palavras: a Revelação deve ser acolhida com fé, com aquela abertura amorosa e disponível que atinge e engloba a pessoa como um todo. A Revelação não é um conjunto de informações para a inteligência, mas Alguém que vem ao nosso encontro e a quem devemos acolher com todo o nosso ser. No entanto, a Revelação inclui também verdades reveladas que devem ser cridas, porque foram reveladas por Deus (cf. DV 6).
O capítulo II trata da transmissão da Revelação. Eis as ideias mais importantes: Cristo, Revelação do Pai, confiou-a aos apóstolos que pregaram, viveram e, por inspiração do Espírito Santo, colocaram por escrito a mensagem salvífica. Para que essa mensagem de salvação continuasse viva na Igreja, os apóstolos deixaram os bispos como seus sucessores e guardiões da verdade salvífica, contida na tradição oral e na Sagrada Escritura (cf. DV 7). Quanto à tradição apostólica, ela abrange tudo aquilo que coopera para a vida santa do povo de Deus e para o aumento da sua fé. Onde está a tradição? Na doutrina, na vida e no culto da Igreja, que é guiada pelo Espírito Santo.

Compete aos bispos, em comunhão com o Papa, o discernimento da tradição apostólica, a qual vai sempre progredindo na Igreja sob a inspiração do Santo Espírito (cf. DV 8). Ainda quanto à tradição, ela está intimamente unida à Sagrada Escritura, pois ambas dão testemunho do mesmo Cristo. Escritura e tradição devem ser recebidas e veneradas com igual reverência (DV 9). Compete aos bispos, em comunhão com o Papa, a interpretação última seja da Escritura seja da tradição: eles receberam autoridade de Cristo para isso e nesse discernimento são guiados pelo Espírito Santo (cf. DV 10).

O capítulo III afirma que a Escritura é toda ela inspirada por Deus, pois os seus autores escreveram por inspiração do Espírito Santo, de modo que, mesmo que cada autor dos livros bíblicos tenha seu estilo e sua visão, o autor final da Escritura é o próprio Deus e a Bíblia é realmente palavra d'Ele que nos transmite a verdade para a nossa salvação. Não se trata de verdade científica ou histórica, mas a verdade sobre o Senhor, sobre o homem e sobre o sentido da vida e do mundo (cf. DV 11).

Por isso mesmo, a interpretação correta da Palavra de Deus requer que se conheça a cultura do povo da Bíblia, a mentalidade e intenção do autor sagrado, bem como o gênero literário em que tal ou qual obra foi escrita. Sem contar que toda interpretação deve estar de acordo com o Magistério da Igreja (cf. DV 12). Uma coisa é certa: seja o simples crente, seja o estudioso erudito, deve procurar o sentido último da Escritura em Cristo e procurar interpretá-la no mesmo Espírito Santo que a inspirou e a entregou à Santa Igreja (cf. DV 21).

Depois, no capítulo IV, a Dei Verbum recorda que o Antigo Testamento é Palavra de Deus e prepara para o Cristo e, por isso, somente pode ser bem compreendido à luz de Cristo. No capítulo V, fala do Novo Testamento, mostrando que ele é mais excelente que o Antigo, porque é o cumprimento em Cristo daquilo que o Antigo anunciava. Ensina também que os evangelhos são de origem apostólica e contêm uma interpretação segundo a fé e inspirada pelo Espírito da vida, palavras e missão de Jesus Cristo.

Finalmente, o capítulo VI recorda a veneração que a Igreja tem pelas Sagradas Escrituras como Palavra de Deus e exorta os fiéis a que se alimentem dessa Santa Palavra para o bem de sua vida espiritual e da sua vida moral. Também recorda que a Sagrada Escritura deve ser a alma da Teologia. Exorta os ministros sagrados a que preguem a Palavra, sobretudo cuidando bem das homilias na Santa Missa. A celebração da Eucaristia é o lugar por excelência para se proclamar e escutar a Palavra de Deus, pois aí, a Palavra anunciada, que é Jesus Cristo, faz-se carne que alimenta e dá vida. A salvação anunciada na Escritura é celebrada na Páscoa Eucarística.
Dom Henrique Soares da Costa

PRECISAMOS SER VIOLENTOS !

Naquele tempo, disse Jesus à multidão: "Em verdade eu vos digo, de todos os homens que já nasceram, nenhum é maior do que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele. Desde os dias de João Batista até agora, o Reino dos Céus sofre violência, e são os violentos que o conquistam. Com efeito, todos os Profetas e a Lei profetizaram até João. E se quereis aceitar, ele é o Elias que há de vir. Quem tem ouvidos, ouça" (Mt 11,11-15).

Este trecho do Evangelho segundo Mateus é muito incisivo. Por um lado, Jesus diz que de todos os homens que já nasceram, nenhum é maior do que João Batista. Ele foi escolhido por Deus, ungido já no seio de sua mãe, porque, ali, junto dela, estava a Virgem Maria, a Arca da Aliança. Por isso, Isabel proclamava: "Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre" (Lc 1,42). 
Naquele tempo, disse Jesus à multidão: "Em verdade eu vos digo, de todos os homens que já nasceram, nenhum é maior do que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele. Desde os dias de João Batista até agora, o Reino dos Céus sofre violência, e são os violentos que o conquistam. Com efeito, todos os Profetas e a Lei profetizaram até João. E se quereis aceitar, ele é o Elias que há de vir. Quem tem ouvidos, ouça" (Mt 11,11-15).

Este trecho do Evangelho segundo Mateus é muito incisivo. Por um lado, Jesus diz que de todos os homens que já nasceram, nenhum é maior do que João Batista. Ele foi escolhido por Deus, ungido já no seio de sua mãe, porque, ali, junto dela, estava a Virgem Maria, a Arca da Aliança. Por isso, Isabel proclamava: "Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre" (Lc 1,42). 

Já pelo batismo nos tornamos verdadeiros filhos de Deus. Veja a graça e a maravilha de sermos filhos d'Ele! Hoje, estamos mais perto do que ontem da segunda vinda de Jesus e da instalação do Reino d’Ele, que será para sempre.

Agraciados são aqueles que vão viver nesse Reino para sempre com Jesus, pois este não terá fim. Porém, para que isso aconteça, é preciso que vivamos por esse Reino, esforcemo-nos por ele. 

"Em verdade eu vos digo, de todos os homens que já nasceram, nenhum é maior do que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele. Desde os dias de João Batista até agora, o Reino dos Céus sofre violência, e são os violentos que o conquistam"(Mt 11,11-12).

Jesus não está falando de guerra, mas você sabe o esforço que temos de fazer para continuarmos sendo filhos d'Ele. Infelizmente, o mundo foi transformado para pior e uma "água lodosa" está carregando tudo e todos para as trevas. Porém, nós, que queremos viver a glória de Deus, temos de lutar continuamente contra o pecado, contra satanás e este mundo que está nos arrastando para as trevas. Precisamos ser violentos, e a violência que o Senhor quer de cada um de nós é a oração, o zelo pela salvação dos nossos.

Essa violência não significa que devamos ficar "falando na cabeça" dos outros, mas vivendo como filhos de Deus, de acordo com as leis e os mandamentos d'Ele, levando uma vida verdadeiramente evangélica. Podem achar e dizer que você é beato, mas eles estão vendo sua vida, a sua luta de ser cristão, de gastar o seu tempo com a Igreja, de ser líder no grupo de oração. 

O salmista proclama no Salmo 144: "Misericórdia e piedade é o Senhor". Este Salmo não nos diz que Deus "tem" misericórdia e piedade, mas sim, que Ele "é" misericórdia e piedade para conosco. Ele é infinita paciência e compaixão para cada um de nós. 

Seja misericordioso – você também – com os seus, com a sua família, com as pessoas que trabalham com você, porque assim é o nosso Deus.

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

PROFESSAR A FÉ POR MEIO DA IGREJA

Preste atenção neste exemplo: uma criança vai ganhar de seu pai uma bicicleta de presente e ela descobre a bicicleta escondida na garagem de sua casa. Então, ela se volta para uma outra criança e diz: “Vou ganhar uma bicicleta, porque eu a vi escondida na garagem”. Agora, uma segunda alternativa dentro deste exemplo: a criança não viu a bicicleta, mas a mãe dela viu e lhe contou. A criança, então, diz para seu amiguinho: “Eu vou ganhar uma bicicleta, porque a minha mãe viu a bicicleta e me contou”. Isso representa a força do testemunho que recebemos de outros - no caso, o testemunho da Igreja. Mas há ainda uma terceira alternativa: a alternativa da fé. A criança não viu o presente mas seu pai contou a ela. A criança, então, diz ao seu amiguinho: “Eu vou ganhar uma bicicleta, porque meu pai me contou e eu confio nele. Meu pai jamais mentiu para mim”.

A fé é esta realidade da confiança. Jesus não engana a ninguém. Ele está vivo! É esta a nossa fé.E, daí, você me pergunta: “Mas, padre, onde Jesus está? Por que eu não O encontro?”

Meus irmãos, o lugar onde encontramos Jesus vivo é na Igreja. Em cada cristão que professa a fé no Cristo, o Senhor se faz presente. Ele vive em Sua Igreja. Porque Ele é a Cabeça da Igreja, Corpo Místico de Cristo.

Quando você acerta o seu dedo, a sua cabeça não fica indiferente a esta dor. O corpo todo padece. Da mesma forma, Cristo não está indiferente ao sofrimento de um membro da Igreja.

Você quer ler algo que contribuirá para sua conversão? Leia sobre a vida dos santos da nossa Igreja. Cito, sobre isso, um exemplo concreto: padre Pio de Pietrelcina. Um santo que viveu no século XX e que Deus usou de forma tão extraordinária. Ele recebeu os estigmas. Durante cinquenta anos, os médicos tentaram curar estas feridas. Mas Jesus havia dito ao padre Pio que, após cinquenta anos, ele não teria mais essas chagas. Alguns dias antes de sua morte, os estigmas que aquele santo trazia simplesmente desapareceram! Não havia mais nenhuma ferida. Não ficou um traço, uma cicatriz sequer!

O que quer nos dizer este fato? Que Cristo estava vivo no padre Pio. Todos os milagres que Deus realizou através deste santo homem nos asseguram esta linda realidade: Deus se revela vivo através de seus santos e santas.

Cristo está vivo em sua Igreja. Apenas falei a respeito de um único santo: padre Pio. Mas a Igreja tem milhares de santos e santas. Se há uma história da Igreja que vale a pena ser contada, é a história dos santos e santas da Igreja Católica.

Existem centenas de santos católicos cujos corpos não entraram em decomposição, ou seja, seus corpos permaneceram intactos mesmo após terem morrido. E isso só acontece na nossa Igreja Católica!

Padre Pio tinha uma grande devoção ao seu Anjo da Guarda. Pastoral da Sobriedade, aprenda com este santo a indicar às pessoas esta receita de santidade: rezar ao Anjo da Guarda. Meu irmão, seja amigo do seu Anjo da Guarda.

A Igreja Católica é uma realidade que você somente compreende quando entra dentro dela. Se você a conhece somente “de fora”, não adianta! Entre dentro da Igreja. Conheça a vida dos santos, os Sacramentos, a sã doutrina... E você verá que Jesus verdadeiramente está vivo em Sua Igreja!


Não espere resolver todas as suas dúvidas para entrar na Igreja. Ter fé não é se encontrar com uma teoria e sim encontrar-se com Jesus vivo na vida da Igreja. O Ano da Fé está aí para isso! Para você ir conhecendo a Igreja e ir tirando suas dúvidas. Mas a fé é um encontro com o Ressuscitado presente na Igreja. As dúvidas você vai tirando neste Ano da Fé, mas isso não quer dizer que você tenha fé ou não. O que determina se você é uma pessoa de fé é se você se encontrou - ou não - com o Cristo vivo na vida da Igreja.
Ter fé não é “emocionalismo”. Não é sentir arrepios ou coisas semelhantes. O passo da fé pode até ser acompanhado de emoções, mas as emoções não são o passo da fé. O passo da fé se dá quando você se encontra com o Cristo vivo e presente na vida da Igreja. E isto se dá num processo e não de forma irracional.

Existem razões para crer, embora nossa fé não seja sustentada por estas razões, mas sim pelo nosso amor. A fé não é algo irracional. E, daí, você pode me dizer: “Mas, padre, por que Jesus não aparece logo de uma vez para mim e acaba definitivamente com as minhas dúvidas de fé?” Porque se Jesus fizesse isso acabaria a nossa liberdade. O amor se revela nesta liberdade, meus irmãos. Deus se esconde para que O amemos com a nossa liberdade. Ele se esconde para que você retribua em gratidão - o Seu tamanho amor - através de uma fé livre.

Deus aceita o seu ato de fé. Ele aceita o seu amor. O ato de fé é um ato de amor. Ame a Deus dizendo: “Eu creio!”

Meus irmãos, como é bom fazermos parte da Igreja Católica. Jesus está vivo nela. Por isso, digamos juntos: “Ser católico é bom demais!”
Padre Paulo Ricardo 

DEUS DO AMOR E DOS MILAGRES

Por meio de milagres, Jesus quis que percebêssemos que tudo era (e continua sendo!) possível para Deus. Dessa forma, o Senhor mostra ao povo, aos discípulos, aos apóstolos que Ele tinha poder sobre a lei da gravidade, sobre o próprio Corpo, sobre as coisas e pessoas. 

Era uma preparação para o que Jesus iria lhes apresentar logo em seguida: Se Cristo fez com o pão e com o Corpo o que quis, multiplicando os pães e andando sobre as águas, por que não poderia fazer do Corpo d'Ele verdadeira bebida, e do Sangue verdadeira bebida?

Irmãos, nosso Deus é o Deus do impossível! É o Deus do amor e dos milagres!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova