sexta-feira, 2 de novembro de 2012



FINADOS ( FIEIS DEFUNTOS )

Neste dia ressoa em toda a Igreja o conselho de São Paulo para as primeiras comunidades cristãs: "Não queremos, irmãos, deixar-vos na ignorância a respeito dos mortos, para que não vos entristeçais como os outros que não tem esperança" ( 1 Tes 4, 13). 

Sendo assim, hoje não é dia de tristezas e lamúrias, e sim de transformar nossas saudades, e até as lágrimas, em forças de intercessão pelos fiéis que, se estiverem no Purgatório, contam com nossas orações.

O convite à oração feito por nossa Mãe Igreja fundamenta-se na realidade da "comunhão dos santos", onde pela solidariedade espiritual dos que estão inseridos no Corpo Místico, pelo Sacramento do Batismo, são oferecidas preces, sacrificios e Missas pelas almas do Purgatório. No Oriente, a Igreja Bizantina fixou um sábado especial para orações pelos defuntos, enquanto no Ocidente as orações pelos defuntos eram quase geral nos mosteiros do século VII; sendo que a partir do Abade de Cluny, Santo Odilon, aos poucos o costume se espalhou para o Cristianismo, até ser tornado oficial e universal para a Igreja, através do Papa Bento XV em 1915, pois visava os mortos da guerra, doentes e pobres.

A Palavra do Senhor confirma esta Tradição pois "santo e piedoso o seu pensamento; e foi essa a razão por que mandou que se celebrasse pelos mortos um sacrifício expiatório, para que fossem absolvidos de seu pecado" (2 Mc 2, 45). Assim é salutar lembrarmos neste dia, que "a Igreja denomina Purgatório esta purificação final dos eleitos, que é completamente distinta do castigo dos condenados" (Catecismo da Igreja Católica). 

Portanto, a alma que morreu na graça e na amizade de Deus, porém necessitando de purificação, assemelha-se a um aventureiro caminhando num deserto sob um sol escaldante, onde o calor é sufocante, com pouca água; porém enxerga para além do deserto, a montanha onde se encontra o tesouro, a montanha onde sopram brisas frescas e onde poderá descansar eternamente; ou seja, "o Céu não tem portas" (Santa Catarina de Gênova), mas sim uma providencial 'ante-sala'. 

"Ó meu Jesus perdoai-nos, livrai-nos do fogo do Inferno. Levai as almas todas para o Céu e socorrei principalmente as que mais precisarem! Amém!"

SER HUMILDE


Para se fazer a vontade de Deus é preciso antes de tudo ser humilde, “pobre de espírito” como pediu Jesus
A Igreja, sempre iluminada e assistida pelo Espírito Santo, em sua experiência bi-milenar, nos ensina que os piores pecados são aqueles que ela chama de “capitais”. Capital vem do latim “caput”, que quer dizer cabeça. São pecados “cabeças”, isto é, que geram muitos outros.
Assim como, por exemplo, a capital de um estado ou de um país, é de onde procedem as ordens, decisões e comandos, assim também, desses pecados “cabeças”, nascem muitos outros. Por isso eles sempre mereceram, por parte da Igreja, uma atenção especial. São sete: soberba, ganância, luxúria, gula, ira, inveja e preguiça.Houve um santo que disse que, se a cada ano vencêssemos um desses sete pecados, ao fim de sete anos, seríamos santos. Portanto, vale a pena refletir sobre eles, a fim de rejeitá-los, com o auxílio da graça de Deus e de nossa vontade. O primeiro, e sem dúvida o pior de todos, é a soberba. É o pior porque foi exatamente o que levou os anjos maus  a se rebelarem contra Deus, e levou Adão e Eva à desobediência mortal.
A soberba consiste na pessoa sentir-se como se fosse a geradora dos seus próprios bens materiais e espirituais.
Acha-se cheia de si mesma, pensa, melancolicamente, que é a própria autora daquilo que tem ou que faz de bom, e se esquece de que tudo vem de Deus e é dom do alto, como disse São Tiago: “Toda dádiva boa e todo dom perfeito vêm de cima: descem do Pai  das luzes” (Tg 1,17).
O soberbo se esquece que é uma simples criatura, que saiu do nada pelo amor e chamado de Deus, e que, portanto, Dele depende em tudo. Como disse Santa Catarina de Sena, ele “rouba a glória de Deus”, pois quer para si as homenagens e os aplausos que pertencem só a Deus, já que Ele é o autor de toda graça.
A soberba é o oposto da humildade. Essa palavra vem de “humus”, daquilo que se acha na terra, pó. O humilde, é aquele que reconhece o seu “nada”, a sua contingência, embora seja a mais bela obra de Deus sobre a terra, a sua glória, como dizia santo Irineu.
Foi a soberba que perdeu a humanidade, foi a humildade que a salvou. São Leão Magno, Papa e doutor da Igreja, garante que: “Toda a vitória do Salvador dominando o demônio e o mundo, foi iniciada na humildade e consumada na humildade!”
Adão e Eva sendo criaturas quiseram “ser como deuses” (Gn 3,5), Jesus, sendo Deus, fez-se como a criatura. Da manjedoura à cruz do Calvário, toda a vida de Jesus foi vivida na humildade e na humilhação. São Paulo resume isso na carta aos filipenses: “Sendo Ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens. E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz” (Fil 2,6-8).
Pela humildade e pela humilhação Jesus se tornou o “novo Adão” que salvou o mundo (Rm 5,12s). Maria, a mãe do Senhor, tornou-se a “nova Eva”, ensina a Igreja, porque na sua humildade destruiu os laços da soberba da primeira virgem. Ela disse: “Ele olhou para a humildade de sua serva”.(Lc 1,39)
Muitos cristãos são cheios de boas virtudes, mas infelizmente tornam-se “inchados”, pensando infantilmente que essas boas virtudes são méritos próprios e não graças de Deus, para serviço dos outros. Deus disse a Santa Catarina que: “o pecador, qual ladrão, rouba-Me a honra, para atribuí-la a si mesmo”.
São Paulo pergunta aos corintios: “O que há de superior em ti? Que possuis que não tenhas recebido? E, se o recebeste, porque te glorias, como se o não tivesses recebido?” (1 Cor 4,7).
Como ninguém, o Apóstolo sentia em si as misérias humanas, convivendo com as riquezas da graça de Deus. Ele disse aos corintios: “Temos este tesouro em vasos de barro, para que transpareça claramente que este poder extraordinário provem de Deus e não de nós” (2 Cor 4,7).
É de Santo Agostinho a expressão: “Eis a grande ciência do cristão: conhecer que nada é e nada pode”.
Ser humilde é ser santo, é viver o oposto de tudo isso: é saber descer do pedestal, é não se auto-adorar, é preferir fazer a vontade dos outros do que a própria, é ser silencioso, discreto, escondido, é fugir das pompas e dos aplausos.
São João Batista foi modelo dessa humildade e nos ensinou a sua essência. Ao falar de Jesus, ele disse: “Importa que Ele cresça e que eu diminua!” (Jo 3,30).
Isto diz tudo. Quando Jesus iniciou a sua vida pública, João o apresentou para o povo: “eis o Cordeiro de Deus”, e desapareceu, até ser martirizado no cárcere de Herodes. Que lição de humildade! Também Nossa Senhora, sendo, “a Mãe do Senhor” (Lc 2,43), fez-se “a escrava do Senhor” (Lc 1,38)
Felipe Aquino

EXERCITAMOS A NOSSA VONTADE


Para conquistar tudo o que quisermos nesta vida precisamos nos exercitar como os atletas que treinam longamente para obterem o domínio do corpo.
Precisamos fazer pequenos exercícios no dia a dia como tomar um banho frio, comer menos ou comer alguns alimentos, mesmo que eles não sejam muito agradáveis ao nosso paladar; falar menos e escutar mais, fazer ao outro o que gostaríamos que fizessem  a nós, ficar atento à necessidade do irmão e tantas outras atividades que o Espírito Santo vai nos inspirar ao longo do dia. Isso, com certeza,  nos favorecerá organizar, regrar e disciplinar a nossa vida.
Muitas vezes somos arrastados de um lado para o outro por coisas que nos dominam, pois não temos forças para enfrentá-las, porque a nossa vontade está enfraquecida. No entanto, com nosso esforço e com a graça de Deus podemos proclamar: “Tudo posso naquele que me fortalece” (Fl 4,13).
Fiquemos atentos a todas as oportunidades que teremos ao longo deste dia para exercitarmos a nossa vontade.
Espírito Santo, ajude-nos a sermos homens e mulheres de têmpera.
Jesus, eu confio em Vós!
Luzia Santiago


REPOUSO NO ESPÍRITO SANTO

O repouso do Espírito é como um dom, um presente particular que Jesus dá às pessoas"onde as pessoas são penetradas, eu dizia como um "laser" que penetrasse violentamente uma parede de inox. E por que dou este exemplo? Porque nós com nosso corpo, músculos e nervos, somos fechados à ação de Deus, à ação dos outros e não acreditamos mais em nós mesmos... 
Jesus, para falar aos nossos corações e curar nossas feridas, deve, através desse dom, penetrar esse "aço", que é o nosso corpo. Na presença desse sobrenatural, a pessoa não agüenta mais; cai no chão e lá, uma vez que se abandona nos braços de Deus, Jesus pode operar a maioria das curas que opera quando na maioria dos repousos do Espírito, são curas interiores, porque Deus quer fazer de nós, primeiramente, filhos verdadeiros, profundamente curados na interioridade de nosso ser, na liberdade de nosso inconsciente, que atrapalha demais o nosso mundo de hoje. Também, às vezes, cura fisicamente, porque você pode saber, como vocês todos da e podem saber, que no corpo a pessoa é uma coisa só, não só o físico, não só alma, espírito, mas sim num todo. E quando Jesus age, age por completo, na Sua maravilha. O que acontece: no repouso do Espírito a pessoa se sente renovada. Para terminar, como na transfiguração, onde Pedro, João disseram: "Meu Deus, deixe que fiquemos aqui, porque é muito belo o que vemos”. É Deus que se revela com sua força, com sua maravilha, é claro que, além do repouso do Espírito, desse êxtase que acontece na pessoa, precisa depois continuar a viver comprometida, porque senão o repouso do Espírito não tem efeito. Mas se a pessoa vive comprometida, se entrega completamente a Deus, é uma etapa fundamental para poder crescer.


Padre Antonello