quinta-feira, 1 de novembro de 2012


SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS

Hoje, a Igreja não celebra a santidade de um cristão que se encontra no Céu, mas sim, de todos. Isto, para mostrar concretamente, a vocação universal de todos para a felicidade eterna. 
"Todos os fiéis cristãos, de qualquer estado ou ordem, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade. Todos são chamados à santidade: 'Deveis ser perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito' "(Mt 5,48) (CIC 2013).
Sendo assim, nós passamos a compreender o início do sermão do Abade São Bernardo: "Para que louvar os santos, para que glorificá-los? Para que, enfim, esta solenidade? Que lhes importam as honras terrenas? A eles que, segundo a promessa do Filho, o Pai celeste glorifica? Os santos não precisam de nossas homenagens. Não há dúvida alguma, se veneramos os santos, o interesse é nosso, não deles".
Sabemos que desde os primeiros séculos os cristãos praticam o culto dos santos, a começar pelos mártires, por isto hoje vivemos esta Tradição, na qual nossa Mãe Igreja convida-nos a contemplarmos os nossos "heróis" da fé, esperança e caridade. Na verdade é um convite a olharmos para o Alto, pois neste mundo escurecido pelo pecado, brilham no Céu com a luz do triunfo e esperança daqueles que viveram e morreram em Cristo, por Cristo e com Cristo, formando uma "constelação", já que São João viu: "Era uma imensa multidão, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas" (Ap 7,9). 
Todos estes combatentes de Deus, merecem nossa imitação, pois foram adolescentes, jovens, homens casados, mães de família, operários, empregados, patrões, sacerdotes, pobres mendigos, profissionais, militares ou religiosos que se tornaram um sinal do que o Espírito Santo pode fazer num ser humano que se decide a viver o Evangelho que atua na Igreja e na sociedade. Portanto, a vida destes acabaram virando proposta para nós, uma vez que passaram fome, apelos carnais, perseguições, alegrias, situações de pecado, profundos arrependimentos, sede, doenças, sofrimentos por calúnia, ódio, falta de amor e injustiças; tudo isto, e mais o que constituem o cotidiano dos seguidores de Cristo que enfrentam os embates da vida sem perderem o entusiasmo pela Pátria definitiva, pois "não sois mais estrangeiros, nem migrantes; sois concidadãos dos santos, sois da Família de Deus" (Ef 2,19). 
Neste dia a Mãe Igreja faz este apelo a todos nós, seus filhos: "O apelo à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade se dirige a todos os fiéis cristãos." "A perfeição cristã só tem um limite: ser ilimitada" (CIC 2028).
Todos os santos de Deus, rogai por nós!

ADORAÇÃO A EUCARISTIA : EXPOSIÇÃO E BENÇÃO

Sendo o pão uma comida que nos serve de alimento e conserva sendo guardada, Jesus Cristo quis ficar na terra sob as espécies de pão, não para servir de alimento às almas que o recebem na sagrada Comunhão, mas também para ser conservado no sacrário e tornar-se presente no  meio de nós, manifestando-nos por este eficacíssimo meio o  amor que tem por nós.
Em toda forma de culto a este Sacramento é preciso levar em conta que sua intenção deve ser uma maior vivência da celebração eucarística. As visitas ao Santíssimo, as exposições e bênçãos devem ser um momento para aprofundar na graça da comunhão, reisar nosso compromiso com a vida cristã; a verificação de cada um frente a Palavra do Evangelho, juntar-se ao silencioso mistério do Deus calado... Esta dimensão individual do tranqüilo silêncio da  oração, estando diante dele no amor, deve impulsionar a contrastar a verdade da oração, no encontro dos irmãos, aprendendo a estar com eles na comunicação fraternal.
A exposição
A exposição e bênção com o Santíssimo Sacramento é um ato comunitário no qual deve estar presente a celebração da Palavra de Deus e o silêncio contemplativo. A exposição eucarística ajuda a reconhecer nela a maravilhosa presença de Cristo ou convida à união mais íntima com ele, que adquire seu cume na comunhão Sacramental.
Tendo-se reunido o povo, e, se oportuno, tendo iniciado algum cântico, o ministro se aproxima do altar. Se o Sacramento não está reservado no altar da exposição, o ministro, com o pano de ombros o traz do lugar da reserva, acompanhado por acólitos ou por fiéis com veas acesas.
O copão ou a custódia deve ser colado sobre o altar coberto com manto; mas se a exposição se prolongar durante algum tempo e se for feita com a custódia, pode ser usado o  manifestador, colocado em um lugar mais alto, mas tendo cuidado de que não fique muito alto nem distante. Se a exposição é feita com a custódia, o ministro incensa o Santíssimo, logo se retira, se a adoração vai se prolongar por algum tempo.
Se a exposição é solene e prolongada, a hóstia deve ser consagrada para a exposição, na Missa que antes for celebrada, e será colocada sobre o  altar, na custódia, depois da comunhão. A Missa concluirá com a oração depoisa da comunhão, omitindo os ritos de conclusão. Antes de retirar-se do altar, o sacerdote, se achar oportuno, colocará a custódia e fará a incensação.
A adoração
Durante o tempo da exposição, será feitas orações, cantos e leituras, de tal sorte que os fiéis, recolhidos em oração, se dediquem exclusivamente a Cristo Senhor.
Para alimentar uma profunda oração, devem ser aproveitadas as leituras da sagrada Escritura, com a homilia, ou breves exortações, que promovam um maior apreço do mistério  eucarístico. É também conveniente que o fiéis respondam à palavra de Deus, cantando. Também é necessário guardar piedoso silêncio nos momentos oportunos.
Perante o Santíssimo Sacramento exposto por longo tempo, pode também se celebrar alguma parte, especialmente as horas mais importantes da Liturgia das Horas; por meio desta recitação se prolonga às diversas horas do dia o louvro e a ação de graças tributadas a Deus na celebração da Missa, e as súplicas da Igreja se dirigem a Cristo e por Cristo ao Pai, em nome de todo o mundo,
Oração
Ó Hóstia Salutar
Que abres a porta do céu,
Contra guerras inimigas
Dais fortaleza e auxílio.
Ao Senhor uno e trino
Glória perpétua.
A vida sem fim
Nos dê Ele na pátria.
Amém.
A bênção
No final da adoração, o sacerdote ou o diácono se aproxima do altar; faz genuflexão, se ajoelha e inicia este hino ou outro canto eucarístico:
Canta, ó língua minha,
o mistério do Corpo glorioso
e do Sangue precioso,
que o Rei dos povos,                                                                                                                                   
filho da mais nobre das mães,
derramou em resgate do mundo.
Nos foi dada, nos nasceu
de uma Virgem sem  mancha;
e depois de passar sua vida no mundo,
uma vez espalhada a semente
de sua palavra,
terminou o tempo de seu desterro
dando uma admirável disposição.
Na noite da ultima ceia,
sentado à mesa com os irmãos,
depois de observar
plenamente a lei
sobre a comida,
se dá com suas próprias mãos
como alimento para os Doze.
O Verbo feito carne
transforma com sua palavra
o pão verdadeiro em sua carne,
e o vinho puro se converte
no sangue de Cristo.
E ainda que falhe os sentidos,
basta apenas a fé
para confirmar ao coração
reto nessa verdade.
Na presença pois de um Sacramento tão grandes
prostremo-nos por terra e adoremos
Que os velhos símbolos
dêem lugar ao novo rito;
e que a fé iliumine e complete o que falta nos sentidos para o entender.
Ao Pai e ao Filho
sejam dados louvor e júbilo,
saúde, honra, poder
e bênção;
uma glória igual seja dada
ao que de um e de outro
procede. Amém
Enquanto isso, ajoelhado, o ministro incensa o Santíssimo Sacramento, se a exposição for feita com a custódia.
V. Do céus lhes deste o Pão. (T.P. Aleluia).
R. Que contém em si todo o sabor. (T.P. Aleluia).
Em seguida coloca-se de pe é diz:
Oremos
Ó Deus, que neste admirável sacramento nos deixaste o memorial de tua Paixão,  te pedimos nos concedas venerar de tal modo os sagrados mistérios de teu Corpo e teu Sangue, que experimentemos constantemente o fruto de tua redenção. Tu que vives e reinas pelos séculos dos séculos.
R. Amém

MARIA PASSA AFRENTE

Maria passa na frente e vai abrindo estradas e caminhos. Abrindo portas e portões. Abrindo casas e corações.
A Mãe vai na frente e os filhos protegidos seguem Seus passos. 
Maria, passa na frente e resolve tudo aquilo que não podemos resolver. 
Mãe, cuida de tudo o que não está ao nosso alcance. Tu tens poder para isso! 
Mãe, vai acalmando, serenando e tranqüilizando os corações. 
Termina com o ódio, os rancores, as mágoas e as maldições.
Tira Teus filhos da perdição! Maria,
Tu és Mãe e também a porteira. Vai abrindo o coração das pessoas e as portas pelo caminho.
Maria, eu Te peço: Passa na frente! Vai conduzindo, ajudando e curando os filhos que necessitam de Ti.
Ninguém foi decepcionado por Ti depois de haver-te Te invocado e pedido a Tua proteção.
Só Tu, com o poder de Teu Filho, podes resolver as coisas difíceis e impossíveis. Amém!"

A FORÇA DE VONTADE

Dicas para vencer a inconstância


Quase sempre há no homem uma grande soma de forças que ele deixa inativas. O conhecer-se, acertadamente, é um maravilhoso segredo para fazer muitas e grandes coisas. Ficamos impressionados diante de certos trabalhos realizados pela necessidade. Em situações de necessidade, o homem se transforma e muda, por assim dizer, de natureza. A inteligência se engrandece, adquire penetração, lucidez e precisão maravilhosas; o coração se dilata e nada assombra a sua audácia; até o corpo adquire mais vigor. 
Por quê? Criaram-se, por ventura, novas faculdades no homem? Não, mas as faculdades que dormiam foram despertadas. Onde tudo era repouso, tornou-se movimento, convergiu para um fim determinado. Aguilhoada pelo perigo, a vontade se desenvolve em sua irresistível potência; ordena imperiosamente a todas as faculdades que concorram para a ação comum; presta-lhe sua energia e sua decisão. Espanta-se o homem ao sentir-se inteiramente mudado. O que apenas ousaria imaginar, o impossível de ontem, torna-se o fato realizado do presente.
O que praticamos, nas circunstâncias extremas e sob o império da necessidade, nos deixa ver o que podemos no curso ordinário da vida. Para obter é mister querer; mas querer, com vontade decidida, resoluta e inconcussa; com vontade que caminha para o fim sem desanimar com os obstáculos ou fadigas. Mas, às vezes, parece-nos ter vontade quando só temos vaidades. Quereríamos, se não fora preciso romper com nossa preguiça, afrontar certos perigos, vencer certas dificuldades. Escasseando de energia a nossa vontade, molemente desenvolveremos nossas faculdades e cairemos desfalecidos ao meio do caminho. 
Querer com firmeza assegura o sucesso nas empresas difíceis; por meio dela, dominamos a nós mesmos, condição indispensável para dominar as coisas. Há dois homens em cada homem: um, inteligente, ativo, elevado, nobre em seus pensamentos e em seus desejos, submetido às leis da razão, cheio de ousadia e generosidade; outro inteligente, sem arrojo, sem expediente, não se atrevendo a levantar nem a cabeça nem o coração acima do pó da terra, envolvido inteiramente nos instintos e nos interesses materiais

O último é um ser de sensações e de gozos; nem lembrança de ontem nem previsão de amanhã. Para ele, a hora presente, o gozo presente é que constituem a felicidade; tudo o mais é nada. Em contrapartida, o primeiro instrui-se com as lições do passado, sabe ler no futuro. Há para ele outros interesses que os de momento; não circunscreve em tão estreito círculo o que se chama à vida, à aspiração da alma imortal. Sabe que o homem é uma criatura formada à imagem de Deus, levanta o pensamento e o coração para o céu, conhece a sua dignidade, compenetra-se da nobreza da sua origem e de seus destinos, paira acima da região dos sentidos. Que direi ainda? Ao gozo, prefere o dever.

Nenhum progresso sólido e permanente é possível se não favorecemos a parte nobre da alma, sujeitando-lhe o homem inferior. O que se domina a si mesmo facilmente domina as circunstâncias. Uma vontade firme e perseverante, além de outras qualidades, liga ou subjuga as vontades mais fracas e lhes impõe, naturalmente e sem esforço, a sua superioridade.

A obstinação é um defeito gravíssimo, pois que fecha nossos ouvidos aos conselhos; porque, a despeito de toda a consideração de prudência ou de justiça, nos encadeia a nossos sentimentos, pensamentos e resoluções: planta vivaz, cuja raiz é o orgulho. Entretanto, os perigos da obstinação são, talvez, menores que os da inconstância. Se a obstinação nos cega, concentrando nossas faculdades em um só ponto, às vezes em um erro, a inconstância enfraquece estas faculdades, ora deixando-as ociosas ora aplicando-as com mobilidade, sem repouso, a mil diversos objetos. A inconstância nos torna incapazes de terminar qualquer empresa. O inconstante colhe o fruto antes da maturidade, recua diante dos mais insignificantes obstáculos; uma leve fadiga, um leve perigo a amedronta, deixa-a à mercê de todas as paixões, de todo o sucesso, de todo o homem que possa ter interesse em dominá-lo; finalmente, fecha os ouvidos aos conselhos da justiça, da razão e do dever.

"Quereis adquirir vontade perseverante, firme e premunir-vos contra a inconstância? Formai convicções firmes, traçai-vos um sistema de vida e nada confieis ao acaso do que lho puderdes subtrair. Os sucessos, as circunstâncias, a vossa previdência de curto alcance não raro vos obrigarão a modificar os planos que houverdes concebido. Não importa, pois não deve esse ser motivo para, de novo, os não formar; isto não vos autoriza a vos entregardes cegamente ao curso das coisas e a caminhar à ventura, pois não nos foi dada a razão como guia e apoio?"

Traçar, de antemão, uma linha de atuação e só agir depois de maduras reflexões é proceder com notável superioridade sobre os que se conduzem ao acaso. O homem que se guiar por estes princípios, ouso afirmá-lo, levará incontestável vantagem sobre os que se portem de outro modo. Se estes são seus auxiliares, naturalmente os porá debaixo de suas ordens e se verá constituído chefe; se são seus adversários ou inimigos, os desbaratará, ainda que com menos recursos.

Consciência reta e tranquila, vontade firme, plano bem concebido, eis os meios para levar a bom termo as empresas difíceis. Isto pede-nos alguns sacrifícios, concordo; supõe trabalho interior, enérgico e perseverante, pois que é mister começar por se vencer a si próprio; mas, assim na ordem intelectual e moral, como na física, nas coisas do tempo, como nas da eternidade, só merece e obtém a coroa o que sabe na luta afrontar as fadigas e os perigos.
O texto foi escrito por Jaime Balmes (1810-1848), jovem e brilhante filósofo espanhol, notável também por sua atividade jornalística e política. É um trecho do seu pequeno e denso livro El Criterio (1845), sua obra mais conhecida, na qual expõe uma série de considerações, simples, claras e certeiras, sobre o pensamento e sobre a vida prática, que merecem ser sempre levadas em consideração.  
Jaime Balmes 

O AMAR E O AMOR


Um esposo foi visitar um sábio conselheiro e disse-lhe que já não amava sua esposa e que pensava em separar-se. O sábio escutou-o, olhou-o nos olhos e disse-lhe apenas uma palavra:
- Ame-a! E logo se calou.
- Mas, já não sinto nada por ela!
- Ame-a! disse novamente o sábio.
E diante do desconcerto do esposo, depois de um breve silêncio, disse-lhe o seguinte:

“Amar é uma decisão, não apenas um sentimento; amar é dedicação e entrega.
Amar é um verbo e o fruto dessa ação é o amor. O amor é um substantivo, um
exercício de jardinagem: arranque o que faz mal, prepare o terreno, semeie, seja paciente, regue e cuide. Esteja preparado porque haverá pragas, secas ou excessos de chuvas, mas, nem por isso, abandone o seu jardim. Ame seu par, ou seja, aceite-o, valorize-o, respeite-o, dê afeto e ternura, admire e compreenda-o. Isso é tudo. Ame, simplesmente ame!”
A inteligência sem amor, te faz perverso.
A justiça sem amor faz você implacável.
A diplomacia sem amor faz você hipócrita.
O êxito sem amor faz você arrogante.
A riqueza sem amor faz você avaro.
A docilidade sem amor, faz você servil.
A pobreza sem amor faz você orgulhoso.
A beleza sem amor faz você fútil.
A autoridade sem amor faz você tirano.
O trabalho sem amor faz você escravo.
A simplicidade sem amor deprecia você.
A oração sem amor faz você introvertido e sem propósito.
A lei sem amor escraviza você.
A política sem amor deixa você egoísta.
A fé sem amor deixa você fanático.
A cruz sem amor se converte em tortura.
A vida sem amor não tem sentido.