domingo, 26 de agosto de 2012


PROCURANDO A TAL FELICIDADE

Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo, para sempre seja louvado! 
Querido povo de Deus, o encontro com o Senhor é a própria felicidade. Mas eu lhe pergunto: o que é felicidade? 
Para responder esta pergunta, convido você a pegar comigo o Evangelho de São João (Jo 4,1-26), para refletirmos sobre a felicidade a partir do encontro da Samaritana com o Senhor. Esta mulher foi até o poço para buscar água, mas não esperava que fosse encontrar Aquele que saciaria toda a sede de sua alma. 
A Samaritana, a princípio, não reconheceu o Senhor, ficou espantada com Seu pedido, porém, no diálogo, reconheceu que Aquele que pedia água era Ele mesmo o poço, a fonte que mataria toda a sede de sua alma, era o Senhor a fonte de sua felicidade. 
A felicidade é uma construção. Inúmeras vezes, a confundimos com euforia; mutos a querem encontrar em forma de “pílulas”, acham que é possível comprá-la. Para o mundo, ser feliz é ter bens, dinheiro, riqueza; nós, muitas vezes, nos envolvemos também nesta dinâmica, nos colocamos à “caça de um tesouro”, mas perdemos nesta busca quando tiramos os olhos do verdadeiro Tesouro que é o Senhor, consequentemente, em vez de sermos felizes, caímos na decepção e na angústia. 
A felicidade somente se realiza plenamente no encontro com o Senhor, por isso, quando estivermos tristes, abatidos, derrotados, sem esperança, precisamos fazer como a Samaritana,e corrermos ao poço para beber da Água Viva que Jesus pode dar.
Quando vivemos em prol de saciar apenas os instintos da nossa carne, não encontramos a felicidade, pois ela está na confiança em Deus a partir de uma vida de santidade. Já afirmava o salmista: “Para mim, um dia nos teus átrios vale mais que mil em outro lugar; estar na porta da casa do meu Deus é melhor que morar nas tendas dos ímpios” (Sl 84,11).
Meus irmãos, um modelo de pessoa feliz é a Virgem Maria. Quando olhamos para sua vida, entendemos o que é ser feliz. Muito mais do que euforia ou momentos de alegria, ela, humana como nós, nos deixou o exemplo de que a felicidade pode ser construída a partir das contrariedades humanas, desde que fundamentada na vontade de Deus. Ela sofreu muito; entre as dores, estavam a dureza de se colocar a caminho, grávida, para ajudar sua prima Isabel e, depois, o sofrimento do deserto, o calvário com seu Filho Jesus, tudo isso para fazer cumprir a vontade do Senhor. Assim ela foi feliz.
Gostaria que, neste momento, você pudesse refletir sobre seus desesperos, angústias, suas dores e contrariedades. Que, desta forma, a partir do modelo da Samaritana, da Virgem Maria, você possa se encontrar com o Senhor. 
Todos nós buscamos a felicidade, queremos alcançá-la, e para isso deixo como direção a Palavra de Deus. Na primeira carta de São Pedro, encontramos alguns ensinamentos para sermos felizes: 
“Sede todos unânimes, compassivos, fraternos, misericordiosos e humildes. Não pagueis o mal com o mal, nem ofensa com ofensa. Ao contrário, abençoai, porque para isto fostes chamados: para serdes herdeiros da bênção. De fato, quem quer amar a vida e ver dias felizes, guarde a sua língua do mal e seus lábios de falar mentiras. Afaste-se do mal e faça o bem, busque a paz e vá ao seu encalço. Pois os olhos do Senhor estão sobre os justos e seus ouvidos estão atentos à sua prece, mas o rosto do Senhor volta-se contra os malfeitores”. (1 Pd 3, 8-12)
Portanto, se queres ser felizes, não tenha medo de ir até o poço e encontrar-se com Jesus; desta forma, confiar a Ele toda a sua vida e toda a sua família. Coloque-se a caminho da vontade de Deus, mesmo que esta lhe traga muitas contrariedades, mas, certamente, com o Senhor, encontrando-se com Ele, você será feliz na vontade de Deus. 
Que Deus nos abençoe! E como a Virgem Maria possamos ser felizes. 
Padre Reginaldo Manzotti 



O VERDADEIRO BEM DOS FILHOS

O que de melhor posso deixar para os meus filhos?

Um dos maiores amores do mundo é aquele que - com algumas tristes exceções - os pais têm pelos filhos. Sai-lhes da mais entranhada fibra da alma querer bem a seus filhos e desejar o melhor para eles. Mas são poucos os que entendem qual é o maior bem para eles.Muitos dirão que o maior bem é a saúde, porque é um pressuposto básico de quase todos os outros bens: "Tendo saúde, tudo se pode superar, tudo se pode conseguir!". Será preciso, como é lógico, acrescentar uma boa educação(procurar - como costumam dizer muitos pais orgulhosos dos filhos - que “não fumem, não bebam, não caiam na droga”) e proporcionar-lhes um preparo profissional de excelência, o qual lhes permita ter segurança e bom nível material de vida pessoal e familiar.Será que isso é o “maior bem”, o “melhor” para os filhos? Tudo o que acabamos de mencionar é excelente, sem dúvida, mas não é o mais “essencial”; em vários aspectos, nem sequer é “imprescindível” (há, por exemplo, pessoas com sérias deficiências físicas ou com carência de bens materiais que são fantásticas, realizadas e felizes).
Seria um contrassenso que o bem mais "essencial" fosse desprezado, deixado de lado pelos pais. Faltando o essencial, todas as coisas “boas” dos filhos ficam como os materiais excelentes de uma ótima casa, a qual não tem alicerces nem pilares sólidos. É bom lembrar o que Cristo diz da casa construída sobre a areia: "Caiu a chuva (das dificuldades e provações), vieram as enchentes (momentos de crise e tormenta familiar, profissional ou social), os ventos sopraram e se abateram contra aquela casa (injustiças, perseguições, inimizades, falência, dívidas, etc.) e ela desabou. Sua ruína foi grande (cf. Mt 7,27).Daí a grande importância de não perdermos nunca de vista qual é o verdadeiro bem do homem, o único bem imprescindível, sem o qual nenhum dos outros se sustenta. A resposta a essa questão já foi dada por Cristo: "Que aproveita o homem ao ganhar o mundo inteiro se vier a perder a sua alma? Ou que poderá dar o homem em troca da sua alma? (Mt 16,26).São palavras que brilham como um farol no meio do nevoeiro. Nenhum “bem” vale a pena se a alma estiver privada da Vida divina, da Verdade e da graça de Deus. Com efeito, sem a graça divina, uma alma está “morta” e, então, as melhores qualidades e “bens” de que possa dispor não passam de flores vistosas enfeitando um corpo sem vida. Estando ausente a vida, “de que aproveitam” as flores?Os pais deveriam pensar mais nisso, todos os pais cristãos deveriam ser capazes de compreender o que significa Cristo, o único Caminho, Verdade e Vida (Jo 14,6), e o valor de uma eternidade feliz. Uma e outra vez deveríamos repetir-nos que “querer bem” outra coisa não é senão “querer o bem” dos filhos, e que não pode haver “bens” autênticos quando falta Deus. "A quem tem Deus - dizia Santa Teresa de Ávila - nada lhe falta". A quem não O tem - poderíamos acrescentar - falta-lhe o suporte, impedindo que as melhores coisas (família, amor, alegria, sentido da vida) se esfarelem.
É excelente, sem dúvida, o empenho dos pais para que os filhos tenham saúde, cultura, bem-estar, capacitação profissional que lhes permita enfrentar, com segurança, o futuro. Mas é um empenho muito mais excelente e vital - por ser decisivo nesta terra e na eternidade - esforçarem-se com a sua oração, o seu exemplo e uma orientação prudente e contínua, para que os filhos conheçam as verdades da fé cristã - a doutrina salvadora de Cristo - e aprendam a amá-las e praticá-las.
Podem ter a certeza de que as virtudes cristãs de um filho vão lhe fazer, ao longo da vida, um bem infinitamente maior do que todos os diplomas ou contas bancárias que lhes possam proporcionar. Mil vezes mais vale a fé do que a saúde, a união com Deus do que o sucesso. Só as virtudes cristãs são os tesouros verdadeiros de que Cristo falava (Mt 6,19-20). Somente esses tesouros proporcionam, àqueles que amamos, a “realização”, o bem pleno, quer nesta terra, quer na eternidade. Sem esta convicção, todos os carinhos cheios de boa vontade podem vir a desfazer-se como um sonho ilusório. Por isso, sempre deveria ecoar em nossos ouvidos, como um norte para a vida e, especificamente, para a família, o segredo que Cristo confidenciou a Marta: Tu te inquietas e te perturbas por muitas coisas; no entanto, uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada (Lc 10, 41-42). A “melhor parte” é estarmos junto de Cristo, segui-Lo atentos às Suas palavras, fazer do amor de Deus e da Sua santa vontade a estrela que guia nossa vida. Aí está o verdadeiro bem do homem.
Padre Francisco Faus

TODO CRISTÃO É PROFETA

A Igreja continua a missão de Cristo na Terra
O mundo de hoje, cada vez mais, vai se dividindo entre os que amam e servem a Deus e aqueles que vivem “como se Ele não existisse”, como disse o Papa João Paulo II. Para o mundo – “que jaz no maligno” -  já não há lugar para Deus e para a vivência de suas leis. A imoralidade cresce avassaladoramente, derrubando os pilares da civilização cristã do Ocidente. A moral católica é desprezada, a dignidade divina do homem é pisoteada, o desrespeito a Deus é acintoso. O homem moderno quer o lugar de Deus, quer ser o seu próprio Deus, e vai construindo uma nova Babel onde impera a confusão, o desentendimento e a angústia moderna.
Por outro lado, o maligno vai espalhando as mãos cheias de joio no meio do bom trigo do Senhor; cada vez mais, falsas doutrinas e falsas religiões afastam o povo da verdadeira Redenção; e, dentro da Igreja floresce também o secularismo e o relativismo moral, contestando abertamente ao Papa e ao Magistério sagrado da Igreja. João Paulo II disse que os falsos profetas fizeram escola no século XX.
São Paulo alertou a São Timóteo, o seu bispo primeiro, de Éfeso,  sobre essa ousadia dos “iluminados”: “O Espírito diz expressamente que nos tempos vindouros, alguns apostatarão da fé, dando ouvidos aos espíritos sedutores e doutrinas diabólicas” (1 Tim 4,1). “Porque virá o tempo em que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação. Tendo nos ouvidos o desejo de ouvir novidades, escolherão para si, ao capricho de suas paixões, uma multidão de mestres. Afastarão os ouvidos da verdade e se atirarão às fábulas?” (2 Tim 4,3-4). É o que vemos hoje: “falsos profetas”, “doutrinas diabólicas”, “multidão de mestres”, milhares de “fábulas”… povo enganado. O profeta Oséias anunciou bem: “O meu povo perece por falta de doutrina” (Os 4,6).
O Plano de Deus para salvar a humanidade é este: o Pai enviou o Filho, e o Filho enviou a Igreja; isto é, os Apóstolos e seus sucessores (cf. Mt 10, 16ss; Jo 20,21-23), com a missão de pregar o Evangelho em toda a terra e lhes prometeu: “Eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos” (Mateus 28,20).
A Igreja continua a missão de Cristo na Terra. Cristo veio para “tirar o pecado do mundo” (Jo 1, 29) como um Cordeiro imolado. A missão da Igreja é a mesma em todos os tempos, denunciar o pecado do mundo, para que este possa se converter e ser salvo; pois, como disse São Paulo: “o salário do pecado é a morte” (Rm 6,23).
Se a Igreja não denunciar o pecado do mundo ela estará traindo o seu Senhor, deixando de cumprir sua missão. O profeta Ezequiel destaca isso: “Se digo ao malévolo que ele vai morrer, e tu não o prevines e não lhe falas para pô-lo de sobreaviso devido ao seu péssimo proceder, de modo que ele possa viver, ele há de perecer por causa de seu delito, mas é a ti que pedirei conta do seu sangue. Contudo, se depois de advertido por ti, não se corrigir da malícia e perversidade, ele perecerá por causa de seu pecado, enquanto tu hás de salvar a tua vida” (Ez 3,18-19).
Se a Igreja não denunciar hoje os pecados dos homens, como João Batista fez com Herodes Antipas, ela será culpada diante do seu Senhor. É claro que isso gera perseguição aos filhos da Igreja; pois Jesus é “sinal de contradição”, como disse o velho Simeão a Maria e a José. Nunca a Igreja deixou de ser caluniada, atacada e perseguida em toda parte; e é isso que a faz semelhança a seu divino autor e redentor, como disse São João: “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam…
Nunca vimos tanta imoralidade campear em nosso mundo como hoje: tenta-se legalizar a prostituição, distribui-se a pornografia por todos os meios; a prática homossexual é propagada e incentivada às crianças e aos jovens; defende-se o aborto, a eutanásia, a manipulação de embriões humanos e seu uso criminoso como se não fosse gente, incentivo ao suicídio, distribuição farta e vergonhosa da “camisinha”; propagação da “identidade de gênero” para negar que o ser humano foi criado sexuado por Deus, enfim, nega-se radicalmente a moral cristã, cospe-se no rosto de Cristo.
E a Igreja não pode se calar diante de tanta ofensa a Deus. Se nos calarmos as pedras clamarão. Quando os enviou, Jesus deixou claro que os seus seriam perseguidos: “Eu vos envio como ovelhas no meio de lobos. Sede, pois, prudentes como as serpentes, mas simples como as pombas. Cuidai-vos dos homens. Eles vos levarão aos seus tribunais e açoitar-vos-ão com varas nas suas sinagogas. Sereis por minha causa levados diante dos governadores e dos reis: servireis assim de testemunho para eles e para os pagãos… Sereis odiados de todos por causa de meu nome, mas aquele que perseverar até o fim será salvo.”(Mt 10,16-22. Mas Jesus prometeu uma grande recompensa:
Penso que esteja na hora de meditar seriamente nessas palavras de Jesus: “Portanto, quem der testemunho de mim diante dos homens, também eu darei testemunho dele diante de meu Pai que está nos céus.  Aquele, porém, que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai que está nos céus.” (Mt 10,32-33). Negar a doutrina de Jesus, negar o que ensina a Igreja, é negar Jesus Cristo diante dos homens.
Prof. Felipe Aquino