terça-feira, 10 de julho de 2012

ORAÇÃO PEDINDO A PROTEÇÃO DO SENHOR


"Amabilíssimo Senhor Jesus Cristo, verdadeiro Deus, que do seio do eterno Pai onipotente fostes mandado ao mundo para absolver pecados, remir aflitos, soltar encarcerados, congregar vagabundos, conduzir para sua pátria os peregrinos, compadecei-vos dos verdadeiramente arrependidos, consolai os oprimidos e atribulados; dignai-vos absolver e livrar a mim, criatura vossa, da aflição e atribulação em que me vejo, porque vós recebestes de Deus Pai Todo-Poderoso o gênero humano para o comprardes e, feito homem, prodigiosamente nos comprastes o paraíso com o Vosso preciso Sangue, estabelecendo uma inteira paz entre os anjos e os homens. 
Assim pois, dignai-vos, Senhor, introduzir e confirmar uma perfeita concórdia entre mim e os meus inimigos e fazer que sobre mim resplandeça vossa paz, graça e misericórdia, mitigando e extinguindo todo o ódio e furor que contra mim tiveram os meus adversários, como praticastes com Esaú, tirando-lhe toda a aversão que tinha contra seu irmão Jacó. 
Estendei, Senhor Jesus Cristo, sobre mim, criatura Vossa, o Vosso braço e a Vossa graça, e dignai-vos livrar-me de todos os que me têm ódio, como livrastes Abraão das mãos dos caldeusseu filho Isaac da consumação do sacrifício; José da tirania de seus irmãos; Noé do dilúvio universal; Ló, do incêndio de Sodoma; Moisés e Abraão, vosso servos, e o povo de Israel, do poder do Faraó e da escravidão do Egito; 
Davi, das mãos de Saul e do gigante Golias; Suzana, do crime e testemunho falso; Judite, do soberbo e impuro Holofernes; Daniel da cova dos leões; os três rapazes, Sidrac, Misac e Abedênego, da fornalha ardente; Jonas, do ventre da baleia; a filha da Cananéia, da vexação do demônio; Adão, da pena do inferno; Pedro, das ondas do mar; e Paulo, das prisões do cárcere. 
Oh, pois, amabilíssimo Senhor Jesus Cristo, Filho do Deus Vivo, atendei também a mim ( dizer o nome ), criatura Vossa, e vinde com presteza em meu socorro, pela Vossa encarnação, pelo vosso nascimento, pela fome, pela sede, pelo frio, pelo calor, pelos trabalhos e pelas aflições; pelas salivas e bofetadas; pelos açoites e coroa de espinhos; pelos cravos, fel e vinagre; pela cruel morte que por mim padecestes; pela lança que transpassou o vosso peito; pelas sete palavras que na cruz dissestes, em primeiro lugar a Deus Pai onipotente: “Perdoai-lhes, Senhor, pois não sabem o que fazem”. 
Depois ao bom ladrão que estava convosco crucificado: “Digo-te, na verdade, que hoje estarás comigo no paraíso.” Depois ao mesmo Pai: “Eli, Eli, Lama Sabatani,” que vem a dizer “Deus meu, Deus meu, por que me desamparastes?”. Depois à vossa Mãe: “Mulher, eis aí o teu filho”. Depois ao discípulo: “Eis aí a tua Mãe”, mostrando que cuidáveis dos vossos amigos. 
Depois dissestes: Tenho sede”, porque desejáveis a nossa salvação e das almas santas que estavam no limbo. Dissestes depois a vosso Pai: “Nas vossas mãos encomendo o meu Espírito”. E por último exclamastes, dizendo: “Está consumado”, porque estavam concluídos todos os vossos trabalhos e dores. 
Rogo-vos, pois, por todas estas coisas, e pela vossa descida ao limbo, pela vossa ressurreição gloriosa, pelas freqüentes consolações que destes aos vossos discípulos, pela vossa admirável ascensão, pela vinda do Espírito Santo, pelo tremendo dia do juízo, como também por todos os benefícios que tenho recebido da vossa bondade. 
Vós me criastes do nada, me remistes, me concedestes a vossa santa fé, me fortalecestes contra as tentações do demônio e me prometestes a vida eterna. 
Por tudo isso, meu Redentor, meu Senhor Jesus Cristo, humildemente vos peço que agora e sempre me defendais do maligno adversário e de todo o perigo para que, depois da presente vida, mereça gozar na bem-aventurança a vossa divina presença. 
Sim, meu Deus e meu Senhor, compadecei-vos de mim, miserável criatura, em todos os dias da minha vida. Ó Deus de Abraão, Deus de Isaac e Deus de Jacó, compadecei-vos de mim ( Dizer o nome ), criatura vossa e mandai para meu socorro vosso Santo Miguel Arcanjo, que me guarde e me defenda de todos os meus inimigos carnais e espirituais, visíveis e invisíveis. 
E vós, Miguel, Santo arcanjo de Cristo, defendei-me na última batalha, para que não pereça no tremendo juízo. Arcanjo de Cristo, São Miguel, rogo-vos pela graça que merecestes e por Nosso Senhor Jesus Cristo, que me livreis de todo o mal e do último perigo na última hora da morte. 
São Miguel, São Gabriel, São Rafael e todos os outros anjos e arcanjos de Deus, socorrei esta miserável criatura.
Rogo-vos humildemente que me presteis o vosso auxílio, para que nenhum inimigo me possa causar dano, tanto no caminho, como em casa, assim na água como no fogo, ou velando ou dormindo, ou falando ou calando, tanto na vida como na morte. 
Eis aqui a cruz † do Senhor; fugi potências inimigas. Venceu o Leão da tribo de Judá, descendente de Davi. Aleluia! 
Salvador do mundo, salvai-me. Salvador do mundo, ajudai-me. Vós que pelo Vosso Sangue e pela Vossa cruz me remistes, salvai-me e defendei-me hoje e em todo o tempo. 
AGIOS O THEOS † AGIOS ISCHIROS † AGIOS ATHANATOS † ELEISON IMAS. Deus santo † Deus forte † , Deus imortal †, tende misericórdia de nós. Cruz de Cristo †, salvai-me. Cruz de Cristo †, protegei-me. Cruz de Cristo †, defendei-me. 
Em nome do Pai †, do Filho † e do Espírito Santo †. Amém!"
Padre Marcelo Rossi

O TRONO DE MARIA É A CRUZ

Admira a firmeza de Santa Maria: ao pé da Cruz, com a maior dor humana - não há dor como a sua dor -, cheia de fortaleza. - E pede-lhe dessa firmeza, para que saibas também estar junto da Cruz.

O trono de Maria, como o de seu Filho, é a Cruz. E durante o resto da sua existência, até que subiu em corpo e alma aos Céus, o que nos impressiona é a sua calada presença. São Lucas, que a conhecia bem, anota que Maria está junto dos primeiros discípulos, em oração. Assim termina os seus dias terrenos Aquela que haveria de ser louvada pelas criaturas até a eternidade.

Como contrasta a esperança de Nossa Senhora com a nossa impaciência! Com freqüência reclamamos de Deus que nos pague imediatamente o pouco bem que praticamos. Mal aflora a primeira dificuldade, queixamo-nos. Somos muitas vezes incapazes de perseverar no esforço, de manter a esperança. Porque nos falta fé. Bem-aventurada tu, que creste, porque se cumprirão as coisas que te foram ditas da parte do Senhor (Lc 1, 45).

MOTIVOS PARA NÃO PERDER A ESPERANÇA

10 passos para construir o Céu na Terra

Sempre desejamos que nossa vida seja um oásis de paz e harmonia. Porém, quando buscamos em nós mesmos estes sentimentos, ficamos confusos e, por vezes, acabamos nos desanimando. Descobrimos em nossa fragilidade que estamos longe do ideal que sonhamos. Contudo, é necessário nunca perdemos a esperança. O céu que buscamos começa a ser construído dentro de cada um de nós, no hoje da história. 
Em nossa caminhada rumo ao céu que sonhamos, alguns passos são fundamentais:
1 – Respeitar o diferente
Nem sempre é fácil conviver com quem pensa diferente de nós. O respeito para com o outro nasce a partir do momento em que o reconhecemos não como um inimigo, mas como um ser humano limitado, necessitado de nossa ajuda e compreensão. Assim como ele, ainda estamos em processo de construção. Deus ainda não nos terminou.
2 – Evitar o julgamento
Todo o julgamento sempre nos conduz a graves desentendimentos. Jesus nunca julgou o outro, pelo contrário, sempre olhava para cada pessoa a partir das possibilidades que o ser humano carregava no seu coração. Quando julgamos o próximo, experimentamos, em nós mesmos, a consciência de que também não somos perfeitos.

3 – Reconciliar-se com o tempo
Queremos tudo para hoje e não damos ao tempo o período necessário para o amadurecimento interior de nossos sentimentos. Muitas pessoas têm se sufocado e sufocado outros com sua pressa e ansiedade. Quem colhe frutos verdes experimenta em si mesmo o amargo das antecipações.
4 – Reflexão interior
Cada gesto, atitude, palavra, olhar e decisão trazem em si as suas próprias consequências. Nossas escolhas sempre terão alguma consequência em nossa vida. Diante da vida e de seus desdobramentos, uma pergunta é sempre essencial: Qual lição eu aprendi com este acontecimento na minha vida? A cada lição aprendida, o tesouro da nossa sabedoria irá se enriquecendo com as pérolas do aprendizado.
5 – Viver em comunidade
Em tempos de comunidades virtuais, a vida real clama pela nossa presença. Nada pode substituir um abraço, um sorriso, um olhar carinhoso e terno. A vida em comunidade nos torna irmãos e irmãs. Quem se isola foge de si mesmo e dos outros. 
6 – Ser solidário
A solidariedade é o amor ao próximo manifestado em gestos concretos. Nossos gestos solidários ganham inspiração cristã quando reconhecemos, em quem precisa de nossa ajuda, o próprio Cristo.
7 – Cultivar uma vida espiritual
A alma se alimenta daquilo que a ela oferecemos. Só iremos crescer interiormente quando alimentarmos nosso coração de uma espiritualidade madura e cristã, que reconheça a Cristo Ressuscitado como base de nossa fé.
8 – Alimentar-se da Palavra de Deus
Se o alimento é necessário à saúde biológica do nosso corpo, a Palavra de Deus é alimento seguro para a saúde de nossa vida interior. Quem busca, na Palavra de Deus, a luz para guiar seus passos terá seu caminho iluminado pelo amor do Pai.
9 – Ser amigo do silêncio
Tão importante quanto a fala é o silêncio. Se com ela ocorre a comunicação verbal, com o silêncio do nosso coração ocorre a comunicação espiritual. Coração silencioso é abrigo para as respostas de Deus à nossa vida. 
10 – Vida de Oração
Quando descobrimos a Deus como um amigo, jamais podemos ficar um dia sem falar com Ele. Na oração fazemos a descoberta de uma amizade em que o filho se abandona totalmente nas mãos do Pai que o ama infinitamente. Se a oração é dialogo, a conversa que nasce desta relação entre nós e Deus se chama amor.
Padre Flávio Sobreiro

O TRABALHO DE SORRIR

Abrir um sorriso é começar a mudar o mundo

Sorrir é reconhecer o outro como pessoa. Abrir um sorriso é começar a mudar o mundo, porque significa colocar o amor – e não o egoísmo ou o interesse pessoal – no centro da vida humana. 
A Encíclica de Bento XVI – Deus Caritas Est  sobre o amor apanhou de surpresa os meios de comunicação em todo o mundo. Muitos esperavam um documento que denunciasse os graves males que atingem a nossa sociedade. Mas qual não foi a surpresa quando se depararam com um texto ao mesmo tempo muito sugestivo e muito terno. Num dos últimos parágrafos, o Papa diz: “O amor é uma luz – no fundo, a única – que ilumina constantemente o mundo em trevas e nos dá a força para viver e agir. O amor é possível, e nós podemos pô-lo em prática, porque fomos criados à imagem de Deus. Viver o amor é levar a luz de Deus ao mundo. Este é o convite que desejaria fazer com esta Encíclica”. Um pouco antes, havia explicado que “o amor não se reduz a uma atitude genérica e abstrata, mas requer um compromisso prático aqui e agora”. Uma das maneiras de pô-lo em prática é dar-se ao trabalho de sorrir.
Como todos apreciamos o sorriso amável das pessoas! Ao mesmo tempo, como é frequente que nos recusemos a sorrir! É estranho que, gostando tanto de que as pessoas nos atendam com um sorriso, nós sejamos, às vezes, tão renitentes em sorrir para a pessoa que nos pede um pouco de atenção. Os meios de comunicação, habitualmente, mostram-nos rostos violentos, irados ou doloridos, que nos comovem, mas quando nos põem, diante dos olhos, caras sorridentes, tendemos, com frequência, a considerá-las falsas e forçadas, pensando que essa amabilidade seja apenas um disfarce, uma tática para conseguir algum proveito ou interesse próprio. Da mesma forma, achamos difícil que alguém nos possa acolher com um sorriso afetuoso sem nos conhecer, mas, ao mesmo tempo, todos nos lembramos da maravilhosa experiência de um sorriso que nos acolheu logo no início da manhã e que foi capaz mudar o nosso dia.
É uma pena menosprezar o sorriso, pois é um dos mais típicos traços do ser humano. Ludwig Wittgenstein – que muitos consideram o filósofo mais profundo do século XX – anotava numa obscura passagem das suas Investigações Filosóficas: “Uma boca sorridente só sorri num rosto humano”. Com essas palavras, Wittgenstein afirma que, para haver um sorriso, é preciso que haja um rosto humano que dê significado a ele; mas, talvez, sugira também que um rosto só é plenamente humano quando sorri.
Os filósofos da escolástica medieval já haviam percebido que a capacidade de sorrir é uma característica própria dos seres humanos, uma propriedade derivada, necessariamente, de sua essência. Omnis homo risibilis est, diziam: “Todo homem é capaz de rir”. Dar-se ao trabalho de sorrir é um modo aparentemente simples de tornar este nosso mundo um pouco mais humano e, assim, tornar mais humana a nossa própria vida.
Para entender um pouco mais, vale a pena recordar a gênese do sorriso, o modo como ele surge na criança. Segundo dizem os especialistas em desenvolvimento infantil, quando um bebê se sente satisfeito, apresenta no, arco bucal, um reflexo espontâneo que faz a mãe pensar que ele está sorrindo. Emocionada com o aparente sorriso do seu bebê, a mãe o premia com carícias e festinhas afetuosas. Por sua vez, entusiasmada com essa onda de ternura efusiva, a criança corresponde imitando a expressão do rosto materno com um sorriso ainda mais franco e aberto. Esse processo educativo tão peculiar mostra que o sorriso não é um mero reflexo espontâneo de prazer, mas sobretudo uma valiosa conduta comunicativa.
Certa vez, uma aluna do doutorado veio visitar-me junto com a sua filha Carmen, que tem pouco mais de um ano. Demos à menininha um brinquedo simples para entretê-la enquanto conversávamos sobre filosofia. Em um dado momento da conversa, quando rimos abertamente de uma piada filosófica, Carmen uniu-se entusiasmada às nossas risadas, como se tivesse entendido alguma coisa. Com essa risada espontânea, deu-nos uma verdadeira lição de filosofia: rir juntos, sorrir uns para os outros, cria espaços formidáveis para a comunicação.
Sorrir é reconhecer o outro como pessoa: sorrimos para o porteiro ao entrarmos no edifício onde trabalhamos, mas não para a máquina de fotocópias que está no corredor. Existem pessoas nas quais o sorriso parece ser natural. Vem-me à memória o maravilhoso sorriso de João Paulo I, que, nos breves dias do seu Pontificado, encheu o mundo de esperança. No livro que ele escreveu, poucos anos antes, intitulado 'Ilustríssimos Senhores', podemos ler o seguinte: “Infelizmente, só posso viver e distribuir amor no corre-corre da vida cotidiana. Nunca tive de fugir de alguém que estivesse querendo matar-me, mas não faltam aqueles que põem a televisão alta demais, ou fazem barulho, ou simplesmente são mal-educados. Em todos esses casos, será preciso compreendê-los, manter a calma e sorrir. Nisso consistirá o verdadeiro amor sem retórica”.
Tudo leva a crer que um sorriso, aparentemente tão natural, é fruto de um prolongado esforço de muitos anos. Algo parecido contava-me um colega, relatando a sua experiência: “Há épocas – dias – em que sorrir é um ato heroico, pelo menos para mim; dias em que dormimos mal, dias em que não nos sentimos bem, física ou psicologicamente; dias em que temos preocupações ou a cabeça tão ocupada que não conseguimos colocá-la nas pessoas que se encontram ao nosso lado. Mas se você se propuser, conseguirá sorrir e até arrancará comentários do tipo: 'Você, sempre sorrindo! Como deve estar de bem com a vida!'. Mal sabem eles o quanto cada sorriso está me custando!”
O sorriso suscita sempre muita gratidão, tal como no caso da mãe com o seu bebê. Quem sorri colhe, muitas vezes, o sorriso e o afeto dos outros. É muito conhecida aquela afirmação de William James, um dos fundadores da psicologia contemporânea: “não choramos por estarmos tristes, estamos tristes, porque choramos”. Parece-me que algo semelhante se pode dizer do sorriso. De fato, quando encontro pessoas que sofrem por causa do seu isolamento, das suas dificuldades de comunicação com os outros, costumo animá-las a que se empenhem em sorrir para os que estão à sua volta; não sorrimos, porque estamos contentes, mas estamos contentes porque sorrimos. Não importa que, num primeiro momento, o sorriso seja forçado ou pareça artificial, mas depois, com a prática repetida, vai-nos tocando por dentro até que chega a alegrar o coração.
Alguns pensam que a história humana é movida pelas guerras, que o motor do progresso social e científico são os conflitos e os confrontos. Mas Bento XVI nos recorda, com a sua Encíclica, que é precisamente o contrário: o motor da história – se é que a história tem um motor – é o amor, é o diálogo e a comunicação entre as pessoas e entre os povos. O que ele nos ensina é que mudaremos o mundo à base de carinho. Neste sentido, pôr-se a sorrir é começar a mudar o mundo, porque significa colocar o amor – e não o egoísmo ou o interesse pessoal – no centro da vida humana. Por isso, se quisermos começar a mudar o mundo, vale a pena levar a sério o trabalho de sorrir.
Jaime Nubiola