domingo, 17 de junho de 2012

NÃO ESTRAGUE SUA VIDA

Os judeus nunca interrompiam um sacrifício. Se começavam um, nada os fazia parar.
Houve uma revolta muito grande na Judeia, justamente nos dias de festa. O governador Pôncio Pilatos, como correção para o povo e sabendo que era impossível interromper um sacrifício, mandou a guarda entrar no Templo, exatamente naquele momento. Os soldados armados foram chacinando todas as pessoas: sacerdotes, levitas, o povo.
Impressionante é que todos permaneceram no mesmo lugar. Os sacerdotes não deixaram o altar, continuaram a cantar, oferecendo o sacrifício. Somente quando foram atravessados pela espada é que pararam de cantar. Eis o que nos diz o Evangelho: "Nesse momento, aproximaram-se pessoas que relataram o caso dos galileus, cujo sangue Pilatos misturara ao dos seus sacrifícios. Jesus lhes respondeu: 'Pensais que, por terem sofrido tal sorte, esses galileus eram mais pecadores do que qualquer outro galileu? Não, eu vo-lo digo, mas se não vos converterdes, perecereis todos do mesmo modo'" (Lc 13,1-3).

E Jesus contou outro fato que havia acontecido em Jerusalém. A torre de Siloé era muito alta e caiu por cima de muitas pessoas. A cidade estava cheia, e muita gente ficou debaixo nos escombros. O Senhor pergunta: "E aquelas dezoito pessoas sobre as quais caiu a torre de Siloé e as matou, pensais que eram mais culpadas do que qualquer outro morador de Jerusalém? Não, eu vo-lo digo, mas, se não vos converterdes, perecereis todos da mesma maneira" (Lc 13,4-5).
O Senhor está dizendo a todos que a graça da conversão precisa ser consolidada! Quando o Senhor nos fala, como na passagem bíblica acima, não é para nos apontar o dedo e nos condenar. Pelo contrário, Deus não quer a morte do pecador, mas sim, que ele se converta e viva.
Os fatos foram escritos para a nossa advertência! Todas essas desgraças aconteceram para nosso exemplo. Foi para nós que isso foi escrito.
A verdade é esta: o Senhor não quer castigar o Seu povo. Pelo contrário, a briga d'Ele não é com Seu povo, não é conosco, não é contra a humanidade, vítima da tentação; a briga do Senhor é contra o inimigo d'Ele. E você sabe quem é o verdadeiro inimigo de Deus.
O inimigo constrói um castelo bonito, como aqueles que as crianças fazem na praia: um castelo de ilusão, malícia, corrupção, cobiça, ganância, impureza, pornografia, obscenidade. Parece até pomposo e firme, mas é de areia. Construído o castelo, ele mesmo vem e faz como as crianças: derruba tudo e dá risada.
A Aids não é castigo de Deus, mas é o deboche do maligno que construiu um castelo de pecado e depois o derrubou em cima das próprias vítimas. Elas acabaram sendo vítimas da própria situação.
Infelizmente, muitos foram vítimas de uma afetividade desviada e fraca. Muitas moças carentes de amor, porque não foram amadas na família, buscaram compensá-los em relacionamentos errados. Moças e rapazes foram pelo atalho mais fácil e caíram numa vida totalmente errada.
Não podemos permitir que o inimigo deboche do nosso Deus, usando-nos como vítimas; não fomos feitos para isso. Não o deixe continuar debochando de Deus e rindo de você! Não estrague sua vida!
Talvez você não tenha percebido ainda, pois no começo é "aquele embalo", parece tudo muito bom e muito gostoso, uma linda aventura! Mas você está sendo ingênuo e iludido pelo inimigo.
Talvez você nunca tenha encontrado alguém com quem pudesse abrir o coração e falar da sua situação, sem receio. Alguém que levasse você a sério e acreditasse na sua recuperação.
Ouça o que o Senhor lhe diz: "Você tem solução!"
É preciso recorrer aos meios que Ele lhe dá, mas é importante também a sua decisão. Se você já foi vítima, vai precisar de muito empenho para lutar contra o pecado, como se luta contra qualquer outra doença. Se a moléstia se alastrou, é preciso de um tratamento muito mais sério ainda. 
Não existe problema sem solução e o Todo-poderoso quer lhe dar a solução. É loucura pensar que no campo da sexualidade tudo é permitido.
Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

NÃO HÁ VITÓRIA SEM DEUS

Nossa vida cristã é um combate, uma batalha contra os inimigos perigosos. O inimigo de Deus não nos dá trégua.
O nosso dia é feito de desafios e lutas, porém não lutamos sozinhos. Conosco está o Senhor, que nos instrui e defende. É preciso enfrentar a luta, por isso entremos no combate da oração, pois ela é o auxílio dos aliados de Deus.
A única forma de sairmos vitoriosos de qualquer empreendimento é por meio da oração
Jesus, eu confio em vós!
Luzia Santiago

OLHAR COM AMOR E CONFIANÇA

Os “bons olhos” de Cristo

Uma das manifestações mais tocantes da bondade de Cristo é a Sua infinita capacidade de dirigir um olhar amoroso e confiante a todos, mesmo aos que parecem mais pervertidos e irrecuperáveis. É uma atitude que vemos a cada passo nos relatos evangélicos, ao contemplarmos o modo acolhedor e esperançado com que o Senhor encara os pecadores, os miseráveis, todos aqueles que aparecem como o rebotalho imprestável da sociedade.
Há, concretamente, uma passagem do Evangelho em que essa atitude se revela com grande transparência. São Lucas pinta a cena com os traços de um drama em que intervêm dois personagens, Cristo e um fariseu chamado Simão.
Ambos contemplam o mesmo fato: a invasão inesperada de uma mulher pecadora na casa do fariseu, onde Jesus estava à mesa juntamente com outros convidados. E eis que uma mulher, que era pecadora na cidade, quando soube que Ele estava à mesa em casa do fariseu, levou um vaso de alabastro cheio de bálsamo. Estando a Seus pés, detrás d'Ele, começou a banhar-Lhe os pés com lágrimas, enxugava-os com os cabelos da sua cabeça, beijava-os e ungia-os com bálsamo (cf. Lc 7,37-38). Aquela pobre mulher, tocada na alma pela divina bondade de Cristo - convertida pela pureza do exemplo e da palavra de Nosso Senhor -, não sabe o que fazer para expressar a sua dor, o seu arrependimento.
Nesse momento, dois pares de olhos se fixam especialmente nela: os do fariseu Simão e os de Cristo. Ambos observam a mesma cena, a mesma pessoa, os mesmos gestos. Mas veem coisas inteiramente diferentes.
O fariseu fita a pecadora com olhar de desprezo: Vendo isto, o fariseu que o tinha convidado disse consigo: Se este fosse profeta, com certeza saberia quem e qual é a mulher que o toca, e que é pecadora. Simão só vê o “lado mau”. Vê com “maus olhos”.
Cristo, pelo contrário, dirige à pecadora o olhar do amor benigno: os “bons olhos”. Mansamente, volta-se para o fariseu e diz-lhe: Simão, tenho uma coisa a dizer-te… E o que Cristo vai dizer-lhe, com um laivo de tristeza, é que Simão ainda não aprendeu a enxergar com bondade, ainda não aprendeu a apreciar o valor dos outros com uma “atenção amorosa”.
Um credor - começa Cristo - tinha dois devedores: um devia-lhe quinhentos denários, o outro cinquenta. Não tendo eles com que pagar, perdoou a ambos a dívida. Qual deles, pois, o amará mais? O que equivale a dizer: Simão, onde tu vês um atrevimento despudorado, eu vejo amor. Esta pobre criatura chora pela pena do arrependimento e a esperança do perdão.
E prossegue: Vês esta mulher?… - sim, é necessário, é importante conseguir “ver” os outros, coisa nada fácil -, vês esta mulher? Entrei em tua casa e não me deste água para os pés; e esta com as suas lágrimas banhou os meus pés e enxugou-os com os seus cabelos. Não me deste o beijo da paz, mas esta, desde que entrou, não cessou de beijar os meus pés. Não ungiste a minha cabeça com bálsamo, mas esta ungiu com bálsamo os meus pés. Pelo que te digo: São-lhe perdoados os seus muitos pecados porque muito amou (cf. Lc 7, 40-47).
Como se percebem bem aqui os “bons olhos” de Jesus! Mais do que ninguém, Cristo era capaz de penetrar nos abismos do mal que o pecado cavara naquela alma. E mais do que ninguém, por ser Ele Deus - Deus feito homem -, podia sentir-se atingido pelo pecado, pois este é, acima de tudo, uma ofensa a Deus.
Nada disso, porém, passa para o primeiro plano no olhar de Cristo. Na escuridão do pecado, que envolve a alma daquela pobre mulher, Ele não detém a vista no que O ofende; só vê brilhar - como a luz que cintila numa noite escura - a bondade que começa a desabrochar naquela alma dolorida. Apenas vê o “lado bom”, a semente de bondade e a chama de esperança que ali está a despertar, e que Ele pode e quer ajudar a crescer e a acender cada vez mais.
O fariseu queria expulsar, indignado, a pecadora e, com isso, certamente a teria ferido “mortalmente”, pois teria abafado a sua esperança, e a teria acorrentado, talvez para sempre, ao seu mal. Cristo não. Jesus estende-lhe a mão e a salva: A tua fé te salvou; vai em paz (cf. Lc 7, 50). E assim uma dupla alegria, imensa, nasce daquele perdão: a da pecadora perdoada, purificada, nascida de novo; e a de Nosso Senhor, que declara: Haverá mais alegria no Céu por um só pecador que fizer penitência do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento (Lc 15,7).
Por que você não procura mais essa alegria, que Jesus tem preparada para todos nós? Não percebe que é a alegria que invade a alma cada vez que fazemos, com dor e esperança - como aquela mulher - uma boa confissão?
Padre Francisco Faus