sábado, 16 de junho de 2012

CONSAGRAÇÃO DA FAMÍLIA AO IMACULADO DE MARIA



"Oh! Virgem Maria! Ao vosso Coração Imaculado consagramos hoje nossa casa e a todos os que nela habitam. 
Que nossa casa seja, como a de Nazaré, morada de paz e felicidade pelo cumprimento da vontade de Deus, pela prática da caridade e pelo perfeito abandono a Divina Providência.
Velai sobre quantos a habitam; ajudai-lhes a viver como cristãos; cubri de vossa proteção materna e dignai-vos, oh! bondosa Virgem Maria!, formar de novo no Céu esta casa que na terra pertence por inteiro a vosso Coração Imaculado. Assim seja. Amém".

IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA

Esta memória ao Imaculado Coração de Maria não é nova na Igreja; tem as suas profundas raízes no Evangelho que repetidamente chama a nossa atenção para o Coração da Mãe de Deus. Por isto na Tradição Viva da Igreja encontramos confirmada pelos Santos Padres, Místicos da Idade Média, Santos, Teólogos e Papas como o nosso João Paulo II. 
"Depois ele desceu com eles para Nazaré; era-lhes submisso; e a sua mãe guardava todos esses acontecimentos em seu coração". Estes relato bíblico que se encontra no Evangelho segundo São Lucas, uni-se ao do canto de Louvor - Magnificat - a compaixão e intercessão diante do vinho que havia acabado e a presença de Maria de pé junto a Cruz, para assim nos revelar a sintonia do Imaculado Coração de Maria para com o Sagrado Coração de Jesus. Dentre os santos se destacou como apóstolo desta devoção São João Eudes, e dentre os Papas que propagaram esta devoção de se destaca Pio XII que em 1942 consagrou o mundo inteiro ao Coração Imaculado de Maria. 
As aparições de Nossa Senhora em Fátima - Portugal- no ano de 1917, de tal forma espalhou a devoção ao Coração de Maria que o Cardeal local disse: "Qual é precisamente a mensagem de Fátima ? Creio que poderá resumir-se nestes termos: a manifestação do Coração Imaculado de Maria ao mundo atual, para o salvar". Desta forma pudemos conhecer do Céu que o Pai e Jesus querem estabelecer no mundo inteiro a devoção do Imaculado Coração que encontra fundamentada na Consagração e Reparação a este Coração que no final Triunfará. 
Imaculado Coração de Maria ...sede a nossa salvação!

AS MUDAS DO REINO

É dever dos cristãos espalhar boas sementes pelo mundo

Há pessoas com tamanho gosto pelas plantas que se dedicam a recolher, por onde passam, 
mudas e sementes, para que a vida dada por Deus, na magnífica e variada flora de nossa região, se multiplique por toda parte. Há gente que passa por nossas ruas com carrinhos repletos de madeira, papelão ou ferro velho, para transformar em trocados ou em salário. Os lixões da vida estão repletos de catadores, diante dos quais muitos podem até virar o rosto, mas se esconde ali uma dignidade desconcertante.
E quantos são os homens e mulheres, artistas e poetas, quais trovadores do dia ou da noite, que andam catando versos e compondo melodias feitas de rimas incríveis, carregadas do humor ou da angústia do cotidiano. E não são poucas as pessoas que recolhem imagens, para que dos pincéis dos pintores ou das máquinas fotográficas ou filmadoras passem aos corações a moldura da vida, com rostos e mais rostos.
A crônica da cidade poderia se enriquecer com tantas outras figuras provocantes ou curiosas, todas participantes do agitado malabarismo do viver, que recolhem pedaços de histórias e de coisas, para compor o grande concerto de nossa aventura humana.
Visto do alto, onde se encontra o Senhor, Aquele que está também bem perto de nós, dentro de nós e no meio de nós, o mundo fica até bonito. É que se trata de limpar os olhos para enxergar melhor, para superar o derrotismo dos pessimistas ou a ingenuidade dos que só enxergam a superfície. Há vida pulsando nas veias da humanidade e da terra.
Há um plano de amor com que tudo foi feito pelo Deus, que é amor. De fato, “assim diz o Senhor Deus: Eu mesmo pegarei da copa do cedro, do mais alto de seus ramos arrancarei um rebento e o plantarei sobre um alto e escarpado monte. Eu o plantarei no alto monte de Israel. Ele produzirá folhagem, dará frutos e se tornará um majestoso cedro. Debaixo dele pousarão todos os pássaros, à sombra de seus galhos as aves farão ninhos. E todas as árvores do campo saberão que eu sou o Senhor, que abato a árvore alta e exalto a árvore baixa, faço secar a árvore verde e brotar a árvore seca. Eu, o Senhor, falei e farei” (Ez 17,22-24). Deus é "incorrigível" em Sua mania de fazer jardins e pomares! (cf. Gn 1 – 3).
A força criadora do amor de Deus faz com que o bem se espalhe e se multiplique. É como “alguém que espalha a semente na terra. Ele vai dormir e acorda, noite e dia, e a semente vai germinando e crescendo, mas ele não sabe como isso acontece” (Mc 4,26-34). Faz parte da vida cristã identificar os sinais da presença de Deus na história humana, olhar ao redor e perceber o bem que se faz, para entender as parábolas da vida que o Senhor continua contando. Em tais novas parábolas, os personagens somos nós mesmos, pois Deus nos chama a sermos sinais de Seu Reino.
Entretanto, com muita propriedade, vem à tona o problema do mal. Desde os primórdios, os seres humanos inventaram mil formas para estragar o jardim plantado por Deus. Até a isso se responde com a belíssima parábola do joio e do trigo (cf. Mt 13,24-43). “Como o joio é retirado e queimado no fogo, assim também acontecerá no fim dos tempos: o Filho do Homem enviará seus anjos e eles retirarão do seu Reino toda causa de pecado e os que praticam o mal” (Mt 13,40-41) Enquanto o mundo for mundo, haverá a misteriosa presença do mal. Identificá-lo dentro e fora de nós e oferecer soluções é tarefa permanente.
Até para denunciar o mal existente, o melhor remédio é espalhar o bem. Vale a máxima de São Francisco de Sales: "Com uma colherinha de mel se atraem mais moscas do que com um tonel de vinagre". E temos à disposição remédios preciosos: a pregação da conversão, a oração, os sacramentos e o cultivo do “amor mútuo, com todo o ardor, porque o amor cobre uma multidão de pecados” (1 Pd 4,8).
Como cristãos, auguramos que as sementes do bem se espalhem, cresçam e frutifiquem, para que a árvore do Reino de Deus abrigue, como aves do céu, gente de todas as raças e nações. Como nada podemos em nossa fraqueza, suplicamos o socorro da graça de Deus para que possamos querer e agir conforme Sua vontade, seguindo os Dez Mandamentos. Não faz mal sonhar alto com um mundo novo!
Dom Alberto Taveira Corrêa

VIDA NO ESPÍRITO É VIDA DE ORAÇÃO


Nunca estamos satisfeitos com nosso caminho de santidade. Graças a Deus, pois quanto mais santos, mais santos queremos ser. Estar impaciente consigo mesmo é bom, mas não compre mais o subproduto do diabo, que atormenta sua cabeça e seu coração com acusações e cobranças. Pelo contrário, confie no Senhor!

Semente alguma frutifica se não tiver terra, água e calor. Há alguns anos tive a oportunidade de estar na Holanda. Era mês de fevereiro, estava terminando o mais inclemente inverno. Vi aquelas terras sendo aradas. Algumas pessoas me explicaram todo o processo de tratamento do solo: a terra passara vários meses enregelada, por isso era preciso que ela fosse revolvida, oxigenada. Disseram-me também que se aquela terra não fosse revolvida, se não esquentasse, não adiantaria plantar.Terra fria não faz germinar semente nenhuma.

É preciso terra, água e calor. Calor que vem de Deus e que é o próprio Espírito Santo. Esse calor chega até nós pela oração. Portanto, vida no Espírito é vida de oração.

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

O QUE É TER E ASSUMIR A FÉ ?

Como responder a crise de fé do homem

Habemus Papam” (Temos Papa): é com estas palavras latinas que se costuma anunciar, da sacada da Basílica de São Pedro, em Roma, a eleição de um novo Pontífice. Elas são também o título de um filme do cineasta italiano Nanni Moretti, lançado no início de 2011, no qual o autor, ateu confesso, tenta pôr a Igreja em xeque-mate.
O enredo é uma comédia: o papa, recém-eleito, é acometido por uma crise de pânico ao ter que assumir uma função sem sentido numa instituição caduca e vazia que sobrevive de fachada. A intenção demolidora do autor pode ser resumida na resposta que o novo papa, trajando roupas civis e em fuga pelas ruas de Roma, dá a alguém que lhe pergunta sobre a profissão que exerce: “Ator!”
Para Moretti, a Igreja Católica se assemelha a uma peça teatral ultrapassada, e suas lideranças, a atores que desempenham friamente um papel que lhes é imposto, mas do qual não entendem o sentido e a validade.
É inútil negar: a “mãe de todas as crises” por que passa atualmente a humanidade é a diminuição ou a ausência da fé. Até mesmo nas religiões fundamentalistas, nas quais as pessoas matam em nome de Deus; o que as move não é o compromisso com uma sociedade fraterna e solidária – suporte de toda crença que se preze –, mas ideologias alicerçadas no medo e na insegurança, que as impedem de dialogar e de conviver com o diferente, visto como ameaça.
Não foi por nada que o Papa Bento XVI convocou a Igreja Católica para dois grandes acontecimentos em 2012. Primeiramente, o Sínodo dos Bispos, a ser realizado durante o mês de outubro, com o tema: “A nova evangelização para a transmissão da fé cristã”. E, durante o Sínodo, no dia 11, o lançamento do “Ano da Fé”, comemorando a passagem do 50º aniversário do início do Concílio Vaticano II (1962/1965). A carta de convocação lembra que «a fé é um dom que se deve redescobrir, cultivar e testemunhar». E conclui almejando «que Deus nos conceda saborear a beleza e a alegria de sermos cristãos!».
O que significa ter e assumir a fé? Uma das respostas mais lapidares dadas pela Bíblia é oferecida pela Carta aos Hebreus:«A fé é a certeza e a posse do que se espera e o conhecimento das realidades que não se veem» (11,1).Nesse sentido, ela não se identifica simplesmente com o sentimento religioso, uma sensação de carência que acompanha o ser humano desde o seu nascimento: sentindo-se pequeno e indefeso diante do desconhecido e das dificuldades, ele busca fora de si – numa força superior – as energias que não encontra em seu interior. Nem se resume a um mero conhecimento intelectual de verdades mais ou menos reveladas, como ensina São Tiago: «Tu crês que existe Deus? Muito bem: mas também os demônios creem e... continuam no inferno» (2,19).
Para não definhar e sumir, a fé precisa ser sustentada por uma constante conversão, manifestada por atos concretos: «A fé que não se traduz em obras, morre» (Tg 2,17). É o que lembram os Bispos latino-americanos, em sua Conferência de Aparecida, em 2007: «Não resistiria aos embates do tempo uma fé católica reduzida a uma bagagem, a um elenco de algumas normas e de proibições, a práticas de devoção fragmentadas, a adesões seletivas e parciais das verdades da fé, a uma participação ocasional em alguns sacramentos, à repetição de princípios doutrinais, a moralismos brandos ou crispados que não convertem a vida dos batizados. Nossa maior ameaça é o medíocre pragmatismo da vida cotidiana da Igreja, no qual, aparentemente, tudo procede com normalidade, mas, na verdade, a fé vai se desgastando e degenerando em mesquinhez. A todos nos toca recomeçar a partir de Cristo, reconhecendo que não se começa a ser cristão por uma decisão ética ou uma grande ideia, mas pelo encontro com um acontecimento, com uma Pessoa, que dá um novo horizonte à vida e, com isso, uma orientação decisiva».
Diante da corrupção e da violência que avançam em toda a parte, cresce o número dos que, a exemplo de São João, veem «o mundo inteiro sob o poder do Maligno». Contudo, sua alegria e seu consolo serão grandes se se deixarem envolver pela certeza que levava o mesmo Apóstolo a bradar: «Esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé» (I Jo 5,4.19). Certeza que se fundamenta na ressurreição de Jesus: «Coragem, eu venci o mundo!» (Jo 16,33).
Dom Redovino Rizzardo, cs
Bispo de Dourados