terça-feira, 22 de maio de 2012

TAL PAI, TAL FILHO

Nem sempre esta afirmação é correta

O título exprime um provérbio muito em voga na Antiguidade. Será ele válido ainda hoje? Ao leitor, a decisão! Para ajudá-lo na resposta, começo com dois fatos, assim como foram veiculados pelos meios de comunicação social.
O primeiro é do estado de São Paulo: «O filho de um comandante da Polícia Militar de São Paulo, foi preso acusado de agressão contra uma garota de programa. O comandante, ao ser procurado, o comandante-geral disse que seu filho é maior de idade e deve responder por seus atos como um cidadão comum, e que a lei deve ser cumprida».
O segundo aconteceu em Campo Grande: «Após a vítima de furto, registrar boletim de ocorrência na Delegacia, dizendo que foram levados de sua residência dois notebooks e vários eletrônicos, homens do Batalhão da Polícia Militar, para verificar o crime. Porém, antes mesmo de prender o bandido, a mãe dele reconheceu a vítima de furto e entrou em contato com a polícia, afirmando que os objetos estavam em sua casa. A guarnição prendeu o meliante, que confessou o crime e levou os militares até a residência de sua mãe».
Na opinião da maioria dos leitores dos jornais, que divulgaram tais notícias, o pai e a mãe estão de parabéns. Cito apenas dois comentários, a partir da notícia de Campo Grande:
«Coragem e honradez dessa mãe! É preferível que o bandido vá preso a vê-lo, amanhã, morto. Bandido prolifera porque os pais fingem que não sabem de nada e muitos até se aproveitam dos roubos. Pais, denunciem! Assim vocês estarão ajudando seus filhos a trilharem o caminho do bem!».
«Se todas as mães vissem seus filhos como algumas os veem, provavelmente estaríamos ajudando mais a eles! Infelizmente, não somos todas que temos essa capacidade de amar com o desprendimento que muitas têm!».
De minha parte, só posso agradecer a Deus pela multidão de pais que assumem sua missão com coragem e generosidade. Como todos, eu também sei das dificuldades enfrentadas por eles para manter a família unida e educar os filhos. Por isso, ofereço a eles e aos jovens alguns tópicos da mensagem preparada por Bento XVI para o Dia Mundial da Paz, celebrado no dia 1º de janeiro de 2012 – cujo conteúdo é sempre atual:
«A educação é a aventura mais fascinante e difícil da vida. Educar – na sua etimologia latina “educere” – significa conduzir para fora de si mesmo ao encontro da realidade, rumo a uma plenitude que faz crescer a pessoa. Este processo alimenta-se do encontro de duas liberdades: a do adulto e a do jovem. Isso exige a responsabilidade do discípulo, que deve estar disponível para se deixar guiar no conhecimento da realidade, e a do educador, que deve estar disposto a dar-se a si mesmo. Mas, para isso, não bastam meros dispensadores de regras e informações; precisa-se de testemunhas autênticas, ou seja, de testemunhas que saibam ver mais longe do que os outros, porque a sua vida abraça espaços mais amplos. A testemunha é alguém que vive por primeiro o caminho que propõe. Caros jovens, vocês são um dom precioso para a sociedade.
Diante das dificuldades, não se deixem tomar pelo desânimo ou pelas falsas soluções que frequentemente se apresentam como o caminho mais fácil para superar os problemas. Não tenham medo de se empenhar, de enfrentar fadigas e sacrifícios, de optar por caminhos que requerem fidelidade e constância, humildade e dedicação.Saibam que vocês podem servir de exemplo e estímulo para os adultos, e tanto mais o serão quanto mais se esforçarem por superar as injustiças e a corrupção, quanto mais desejarem um futuro melhor e se comprometerem a construí-lo. Cientes de suas potencialidades, não se fechem em si próprios, mas trabalhem por um futuro mais luminoso para todos. Nunca se sintam sozinhos! A Igreja confia em vocês, acompanha-os, encoraja-os e deseja oferecer-lhes o que tem de mais precioso: a possibilidade de levantar os olhos para Deus e de encontrar Jesus Cristo – ele que é a justiça e a paz».
Dom Redovino Rizzardo, cs
Bispo de Dourados


SANTA RITA DE CÁSSIA

Nasceu na Itália, em Cássia, no ano de 1380. Seu grande desejo era consagrar-se numa vida religiosa. Mas, segundo os costumes de seu tempo, ela foi entregue em matrimônio para Paulo Ferdinando.
Tiveram dois filhos, e ela como mãe buscou educá-los na fé e no amor. Porém, eles foram influenciados pelo pai, que antes de se casar se apresentava com uma boa índole, mas depois se mostrou fanfarrão, traidor, entregue aos vícios. E seus filhos o acompanharam.
Rita então, chorava, orava, intercedia e sempre dava bom exemplo.
Seu esposo acabou sendo assassinado. Não demorou muito, seus filhos também morreram.
Seu refúgio era Jesus Cristo. A santa de hoje viveu os impossíveis de sua vida se refugiando no Senhor.
Rita quis ser religiosa. Já era uma esposa santa, tornou-se uma viúva santa e depois uma religiosa.
Ela recebeu um estigma na testa, que a fez sofrer muito, devido a humilhação que sentia, pois cheirava mal e incomodava aos outros. E teve que viver resguardada.
Morreu com 76 anos, após uma dura enfermidade que a fez sofrer por 4 anos.
Hoje ela intercede pelos impossíveis de nossa vida.
Santa Rita de Cássia, rogai por nós!

A SABEDORIA ESCONDIDA EM TODAS AS COISAS

Precisamos aprender a contemplar a vida

“Quero recordar agora as obras do Senhor, o que vi contarei. Ele sondou as profundezas do abismo e do coração humano, penetrou os seus segredos. Porque o Altíssimo possui toda a ciência e vê o sinal dos tempos. Nenhum pensamento lhe escapa e nenhuma palavra lhe é escondida. Todas as coisas formam dupla, uma diante da outra e ele não fez nada incompleto [...]” (Eclo 42, 15.18.20.24)
Um dos males muito profundos do nosso tempo é aincapacidade de contemplar, de parar gratuitamente diante da vida, da criação, dos acontecimentos, só para dar uma espiadinha despretensiosa e procurar saborear um pouco o sentido da existência.
Nosso mundo tudo quanto toca deseja manipular, usar em favor do tempo, do lucro, da vantagem...
Mas, assim, não se vê o essencial, perde-se o mais importante, torna-se míope para o fundamental. Na sua simplicidade, o Autor sagrado olha a criação; olha-a contemplando-a, como uma criança deslumbrada, deixando-se envolver e maravilhar pelo que contempla. Assim, em tudo reconhece a presença sábia, providente e amorosa do Senhor. 
Percebe que a realidade lhe escapa – e ainda hoje é assim: Tu, ó homem, não podes compreender de modo exaustivo o mistério da realidade, da vida, dos porquês da natureza, nem mesmo do teu coração...
E quando nos colocamos, de modo soberbo e pretensioso, diante desses mistérios, eles se tornam opacos, nada nos revelam e provocam uma angústia sem fim, a qual nos faz sentir pequenos, vazios, jogados à toa, num mundo sem sentido. Por outro lado, quando tomamos consciência de que, no princípio de tudo e por trás de tudo, há um Amor infinito, uma Sabedoria providente e amorosa, então tudo ganha novo sentido.
Ainda que não compreendamos tantas coisas e não tenhamos a resposta exata para tantas perguntas, podemos, feito crianças, olhar para o Alto, para Aquele que habita nos céus, e exclamar com sabedoria de menino:
“Eu não sei; mas, Tu sabes! Eu não compreendo; mas, Tu compreendes! Estou em tuas mãos benditas; tudo está em tuas santas e providentes mãos! Tu me amas; eu te amo! O teu Nome é Eternidade; o teu Nome é Amor!
Dom Henique Costa, Bispo Auxiliar de Aracaju

AS ESTAÇÕES E SEUS SEGREDOS

Aprendamos com a natureza a recomeçar

Nasci numa manhã ensolarada de verão e gosto mesmo é do sol quente e brilhante desta estação. Porém, já aprendi com a vida que os outonos são necessários, assim como os invernos e também as primaveras. Na verdade, cada estação traz sua beleza e sua contribuição para que a vida não pare.
Agora aqui, na Europa, é primavera; no Brasil, outono e, assim, em todas as partes do mundo a natureza vai se revelando nas quatro estações, enquanto nos ensina, em silêncio, a também lidar com a arte de viver bem cada momento da nossa existência.
Aprendemos que o outono é o tempo dos ventos fortes e das folhas que caem. É a vez de deixar passar o que passa e ficar com o essencial; a vida precisa se abrir à renovação.
Já o inverno é a estação das chuvas intensas, do frio e da pouca luz. No entanto, traz também sua beleza. Em alguns lugares, ele cobre tudo com o manto branco e gelado da neve; em outros, nesse período as chuvas fortes lavam a  natureza, ensinando-nos que lavar a alma também é preciso em tempo de silêncio e espera.
Na primavera, as cores enfeitam o universo de uma beleza rara. É a esperança que desponta, dando a vez ao poder da vida. E no verão, o brilho e o calor do sol exaltam a criação, convidando-nos a abrirmos o coração e deixarmos a luz divina entrar.
A natureza é sábia, conhece suas estações, compreende a linguagem de cada uma delas e as respeita passo a passo.
Há quem diga que “As estações do ano revelam a beleza que se esconde na harmonia dos contrastes”. Concordo e até acredito que também a vida humana tenha as suas estações e contrastes que se entrelaçam. A questão é: será que respeitamos a nossa metamorfose como faz a natureza?
Perdas e ganhos; frio e calor; escuridão e brilho, morte e vida. Tudo isso faz parte das muitas fases da nossa existência e não há como ser diferente porque a vida segue seu rumo. Já pensou se a natureza resolvesse parar em alguma das estações? Nós também não podemos parar em nenhuma das “estações” da nossa existência.
As podas do outono sempre vêm... Paciência! Elas são necessárias para fazer desabrochar o novo.
É verdade que, muitas vezes, os ventos do outono sopram forte contra nós e, assim, como folhas, vemos nossos sonhos voarem levados pelo ar. São perdas dolorosas, mas necessárias na arte de viver. Nessa hora é preciso calma. A Palavra de Deus nos ensina: "Depois da tempestade vem a calmaria” (Mc 4,39). E suportar o outono, com paciência, é preparar-se para a vitória que virá.
Quando o inverno chega todo o mundo percebe! Apesar de trazer também sua riqueza e ser uma estação aconchegante, não se pode fugir da realidade. O inverno é a estação do recolhimento, da reflexão, do silêncio, da espera… E ele não dura para sempre!
A Palavra de Deus lembra: "O pranto pode durar uma noite, mas a alegria vem ao amanhecer” (Sl 30,5).
Quando tudo parece imóvel e os dias são iguais, a semente começa a brotar. Nasce no coração uma esperança. A vida ressurge na força dos sonhos e, com eles, a existência se reveste de cores e brilho. É a primavera chegando, trazendo de volta a alegra da vida. Tudo parece ter um novo sentido, e a Palavra de Deus certifica: “A vida venceu a morte” (I Cor 15,55).
O tempo passa e, numa determinada manhã, o sol volta a brilhar mais forte.  É o verão que chega trazendo o calor para aquecer nossos sonhos e a luz para iluminar nossos passos. Assim a vida prevalece. É a vitória afinal!
A natureza ensina-nos que quem passa por cada estação, sem queimar etapas, chega sempre à vitória e contempla a plena luz.
Seja qual for a estação que você esteja hoje, acredite: Deus está ao seu lado e o quer vivendo bem esse tempo. Nos aparentes contrastes, Ele costuma nos surpreender com Seu jeito sempre novo de  amar.
Abramos nossos corações ao Amor do Senhor, pois este é mais radiante do que as cores da primavera, mais intenso que o calor do verão, mais forte que os ventos do outono e tem o poder de vencer todos invernos da alma
Dijanira Silva