sábado, 4 de fevereiro de 2012

NÃO PODEMOS NOS ENTREGAR AO DESÂNIMO



Quando estamos cansados e estressados o desânimo entra também. Uma coisa puxa a outra. Parece que a própria tentação aproveita desse momento de fadiga para vir com tudo sobre a pessoa desanimada.
Eu estou revelando para você essa trama: você se cansa, aí vêm a fadiga e o desgaste e você fica estressado e o inimigo de Deus entra nessa hora com o desânimo, pois ele é traiçoeiro, entra de cheio em sua vida com esse sentimento [desânimo] e você, sem defesa, acaba ficando desanimado.
O inimigo percebe o nosso desgaste e que estamos cansados pelo trabalho apostólico e vem e traz o vírus do desânimo. Quando você mais se gastou por Deus, você fica desanimado. E porque não sabíamos que era assim, achávamos que esse desânimo era nosso. Caímos direitinho na trama do inimigo e nos entregamos a esse sentimento [desânimo].
E a insistência de Jesus é esta: que não nos entreguemos à tristeza. “Não entregue sua alma à tristeza” (Eclesiástico 30,22). Há muitos motivos para que os sofrimentos aconteçam, mas, justamente por isso, nós não podemos nos entregar à tristeza, não podemos nos entregar ao desânimo.
(Trecho da palestra "Apóstolos cansados" com monsenhor Jonas Abib)

O MUNDO ESTÁ COMO ESTÁ PORQUE NÓS NÃO AMAMOS



“Um mandamento novo eu vos dou: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, vós também amai-vos uns aos outros. Nisto todos reconhecerão que sois meus discípulos: no amor que tiverdes uns para com os outros” (Jo 13,34-35). Jesus vivera com eles durante todo aquele tempo, treinando-os no “amai-vos uns aos outros”. O Senhor os amou primeiro e os foi formando para se amarem uns aos outros com todas as diferenças e com todas as durezas que havia entre eles: “Como eu vos amei, vós também, amai-vos uns aos outros”.
Conosco agora é a mesma coisa. Jesus precisa nos treinar no amor efetivo uns para com os outros, para irmos e formarmos discípulos, ensinado-os, com nossa vida, a amar como Ele nos amou.
Daí você vê que o mundo está como está porque nós não amamos; porque não assumimos o bastão que Jesus pôs em nossas mãos; porque não formamos discípulos. A civilização do amor acontecerá quando pusermos o amor em prática em nossa vida.
Em outras palavras, o mundo novo depende de nós: se amamos ou não amamos; se formamos discípulos ou continuamos "na nossa".
Diante de todo o desamor do mundo, amar será nosso bom combate. O Senhor não desiste: Ele que formou Seus apóstolos (e não foi fácil), quer formar-nos combatentes no amor.
Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

COMO EXERCER A AUTORIDADE

A presença de Jesus desconcerta as pessoas, pois Suas palavras e gestos superaram as práticas costumeiras e Seus critérios são totalmente diferentes (cf. Mc 1,21-28).Diante da enfermidade, o Senhor chega com a cura, inclusive tocando com as próprias mãos pessoas excluídas do convívio social, como os leprosos. Anda por todas as partes, vai às casas das pessoas, é procurado pelos pecadores e fracos, não julga, mas acolhe, vence o poder do demônio. Aonde chega, traz um ensinamento novo, dado com autoridade: “Ensinava como quem tem autoridade, não como os mestres da lei” (Mc 1,22). Sua fama se espalha por toda parte!
De fato, “grandes multidões o seguiram, e ele curou a todos. Advertiu-os, no entanto, que não dissessem quem ele era. Assim se cumpriu o que foi dito pelo profeta Isaías: 'Eis o meu servo, que escolhi; o meu amado, no qual está meu agrado; farei repousar sobre ele o meu Espírito, e ele anunciará às nações o julgamento. Ele não discutirá, nem gritará, e ninguém ouvirá a sua voz nas praças. Não quebrará o caniço rachado, nem apagará a mecha que ainda fumega, até que faça triunfar o julgamento. Em seu nome as nações depositarão sua esperança'” (Mt 12, 15-21). Até hoje e até o fim dos tempos, o nome de Cristo atrai, converte e transforma radicalmente.
Olhando para Jesus, perguntamo-nos sobre a autoridade exercida nos mais diversos níveis da convivência humana. Tem-na uma criança! Tanto que a sociedade aprende a valorizá-la, a ouvir desde o choro dos bebês até o clamor das crianças de rua, ou a sabedoria de perguntas infantis que desarmam marmanjos! E o “dono da bola”, nos jogos de futebol de nossa infância! Têm autoridade os pais e mães em suas casas, aos quais se confia a transmissão de valores verdadeiros, capazes de sustentar vidas humanas. Quantos são chamados a exercê-la em repartições públicas e empresas, ou órgãos de governo. Quem nunca se encantou com uma parada militar, em que garbosos soldados desfilam diante da população? E pelo menos uma pontinha de justificado orgulho já passou por tantos corações ao dar notícias a familiares e amigos sobre um cargo de chefia ou uma promoção vieram “em boa hora”! Também na Igreja, sacerdotes e outros ministros são chamados a exercer autoridade, estando à frentes de paróquias, grupos e setores de atividade pastoral. 
Difícil é exercer a autoridade sem autoritarismo, sem cair na tentação do despotismo ou manipular vidas e consciências. Autoridade tem que vir de dentro, de convicções purificadas pelo sentido do bem comum. Autoridade se impõe pelo conteúdo de palavras e pela coerência de vida. Autoridade tem a criança pela sua transparência e pela imensa liberdade com que se apresenta. Tem autoridade a pessoa que sabe o que pensa e o que fala, pois pode se estabelecer com competência, objetividade e compromisso com a verdade. Revela-a mais do que outras aquela pessoa que escolheu, como o Senhor em quem acreditamos, servir e não ser servido.
Não é novidade dizer que existe uma crise de autoridade nos dias que correm. Para superá-la, há que se trabalhar na formação das pessoas. Os pais e mães, quando saem de seu fechamento e aprendem a partilhar com outros casais, dialogam mais e não perdem o pátrio poder. Ao lado de tantas outras possibilidades, a Igreja põe à disposição Movimentos e Serviços, que são laboratórios para que as famílias se renovem. As lideranças dos vários setores de Igreja sabem também o quanto se insiste na formação dos quadros de serviço. 
Aos responsáveis pela distribuição de cargos públicos, fazemos um apelo a que se valorizem as escolas e cursos já existentes e o necessário treinamento para quem a eles for destinado. Cresce na sociedade o controle da administração por meio da verificação de gastos e acompanhamento dos atos do governo. São caminhos para a superação da corrupção, sempre existente, mas dragão a ser vencido um dia depois do outro. E se o sonho não for alto de mais, quem pode pensar em formação para os que vierem a se candidatar nas eleições do ano em curso?
Que mais pessoas possam ouvir de si mesmas, em muitos níveis da vida social, que é diferente seu comportamento e o exercício de suas funções, com verdadeira autoridade! Mas sabemos de nossos limites, pelo que, para que seja nova nossa vida, é necessário pedir: “Concedei-nos, Senhor, nosso Deus, adorar-vos de todo o coração e amar todas as pessoas com verdadeira caridade”. Só o amor a Deus e o amor de caridade no relacionamento com as pessoas podem fazer superar a crise de autoridade do mundo. A receita não mudou!
Dom Alberto Taveira Corrêa