terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Santo AntãoPai do monaquismo cristão, Santo Antão nasceu no Egito em 251 e faleceu em 356; viveu mais de cem anos, mas a qualidade é maior do que a quantidade de tempo de sua vida, pois viveu com uma qualidade de vida santa que só Cristo podia lhe dar. Com apenas 20 anos, Santo Antão havia perdido os pais; ficou órfão com muitos bens materiais, mas o maior bem que os pais lhe deixaram foi uma educação cristã. Ao entrar numa igreja, ele ouviu a proclamação da Palavra e se colocou no lugar daquele jovem rico, o qual Cristo chamava para deixar tudo e segui-Lo na radicalidade. Antão vendeu parte de seus bens, garantiu a formação de sua irmã, a qual entrou para uma vida religiosa. Enfim, Santo Antão foi passo-a-passo buscando a vontade do Senhor. Antão deparou-se com outra palavra de Deus em sua vida “Não vou preocupeis, pois, com o dia de amanhã. O dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado”(Mt 6,34). O Espírito Santo o iluminou e ele abandonou todas as coisas para viver como eremita. Sabendo que na região existiam homens dedicados à leitura, meditação e oração, ele foi aprender. Aprendeu a ler e, principalmente a orar e contemplar. Assim, foi crescendo na santidade e na fama também.
Sentiu-se chamado a viver num local muito abandonado, num cemitério, onde as pessoas diziam que almas andavam por lá. Por isso, era inabitável. Ele não vivia de crendices; nenhum santo viveu. Então, foi viver neste local. Na verdade, eram serpentes que estavam por lá e , por isso, ninguém se aproximava. A imaginação humana vê coisas onde não há. Santo Antão construiu muros naquele lugar e viveu ali dentro, na penitência e na meditação. As pessoas eram canais da providência, pois elas lhe mandavam comida, o pão por cima dos muros; e ele as aconselhava. Até que, com tanta gente querendo viver como Santo Antão, naquele lugar surgiram os monges. Ele foi construindo lugares e aqueles que queriam viver a santidade, seguindo seus passos, foram viver perto dele. O número de monges foi  mas o interessante é que quando iam se aconselhar com ele, chegavam naquele lugar vários monges e perguntavam: "Onde está Antão?". E lhes respondiam: "Ande por aí e veja a pessoa mais alegre, mais sorridente, mais espontânea; este é Antão".
Ele foi crescendo em idade, em sabedoria, graça e sensibilidade com as situações que afetavam o Cristianismo. Teve grande influência junto a Santo Atanásio no combate ao arianismo. Ele percebeu o arianismo também entre os monges, que não acreditavam na divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo. Antão também foi a Alexandria combater essa heresia. Santo Antão viveu na alegria, na misericórdia, na verdade. Tornou-se abade, pai, exemplo para toda a vida religiosa. Exemplo de castidade, de obediência e pobreza.

Santo Antão, rogai por nós! 

SANTOS DE CARNE E OSSO

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O verdadeiro santo foge das condecorações e elogios
Há muitos santos modernos agindo em nome de Deus e vivendo uma caridade séria, não fingida, sem caricatura e sem teatralidade. Não parecem santos, mas o são. Guardaram-se para seu Criador, aceitam Jesus, vivem para sua família, para o grande amor de suas vidas, são fiéis à verdade, aos amigos, à palavra dada, e ao seu batismo.
Não têm nem cara nem trejeitos de santos, mas estabeleceram um projeto de vida e o constroem tijolo por tijolo, ato por ato, coerência por coerência. Muitas pessoas nem percebem que eles são santos, porque são gente de carne e osso como nós. Mas uma análise do que fazem pelos outros, da sua humildade, da sua fé e da sua serenidade aponta para mais um dos santos que Jesus formou.
Diferente é o santo fingido. Ele decidiu que gostaria de ser visto como santo pela projeção social, como no tempo de Jeremias, 650 anos antes de Jesus e no tempo do próprio Jesus, quando posar de santo e de profeta dava lucro e angariava louvores e primeiros lugares. Então muita gente fingia jejuar e orar ostentado uma santidade que não tinha. E havia os que garantiam que Deus falava com eles e que eles sabiam levar a Deus [aos demais]. Ganhavam seu sustento com sua cara de santos. Isaías, Jeremias, Jesus e os apóstolos alertaram sobre eles.
Mas como muita gente adora uma novela e não dispensa um teatro, sempre haverá quem despreze o santo sereno que não dá espetáculo e corra atrás do que grita, chora, esperneia, garante visões, revelações quentíssimas, curas e milagres em local dia e hora marcados. Trocam a verdade, a simplicidade e a honestidade do santo que não faz marketing pelo "pseudossanto" que dá espetáculo, cura dramaticamente, entrevista o demônio ao microfone e transforma a fé em espetáculo.
Até que ponto isso é válido? Que santidade é essa em que não só a mão esquerda sabe o que faz a direita como também câmeras e microfones veiculam aquilo para todo o mundo? O mesmo Jesus que disse para anunciar a verdade por sobre os telhados e que nossa luz brilhasse, teve o cuidado de mandar que orássemos de portas trancadas e que não fizéssemos alarde da nossa caridade e dos nossos carismas. Ele mesmo pedia que os beneficiados por Ele não espalhassem a notícia.
Jesus, que é santo de verdade e nunca fingia poder ou santidade, e que nos pediu que seguíssemos Seu exemplo a ponto de, elogiados e incensados, dizermos que não fizemos mais do que nossa obrigação e que não buscássemos os primeiros lugares, este mesmo Jesus concordaria com o que se vê na mídia religiosa de hoje?
Uma coisa é ser santo sem caricatura, sem cabeça torta, sem chorar orando e dando murros no chão, sem dramaticidade televisiva, com atos de justiça que só Deus vê porque aquele cristão não divulga o bem que faz. Outra coisa é buscar os holofotes e desabridamente, sem nenhum escrúpulo, chamar a atenção para si mesmo, para sua obra e garantir que Deus quer que ele ou ela apareçam para Sua maior honra e glória. Pior ainda: ganhar dinheiro grosso em cima dessa exibição de santidade. Cristo condenou e criticou os fariseus que assim agiam.
Santo que é santo não finge que o é. É discreto. Faz o que deve fazer e foge do incenso, das condecorações e dos elogios. Há santos de verdade ao nosso redor e há caricaturas de santos vendendo e ostentando uma fé que aponta mais para si mesmos do que para Jesus, cujo nome usam com estardalhaço.
Você que crê na Bíblia terá que escolher a quem seguir. Aos que dão a entender que são os novos santos ou os que nada dizem; simplesmente vivem a Palavra e a praticam.
Se você é dos que dizem que ainda não estão convertidos, mas que estão se convertendo, merecerá mais crédito do que os que garantem que Jesus os salvou e que eles sabem o caminho. Em termos de fé quem segue procurando está mais perto do que aquele que diz ter achado e agora aponta para si mesmo como exemplo do que Deus faz por um pecador. Eu prefiro o santo que aponta para os outros convertidos e santos e não fala nada sobre si mesmo, exceto que precisa de preces para ser mais de Cristo.
Desconfiemos de santos que gostam de medalhas, condecorações, incensos e elogios. Apostemos em que só os aceita por obediência.
Pe. José Fernandes de Oliveira - Pe. Zezinho, scj

UMA SOCIEDADE QUE JULGA A PESSOA QUE ELA TEM !


Infelizmente vivemos em uma sociedade que julga a pessoa pelo que ela tem! Se você nasce em um berço de ouro, você já é muito bem visto pela sociedade: “Olha lá! Fulano é filho de Dr. X!” Agora, se nascemos em um casebre, as frases são as seguintes: “Aquele lá! Coitado! Não tem onde cair morto!” Verdade ou mentira? Julgam-nos pelo que temos, não pelo que somos. Julgam-nos pela nossa origem! Quem nunca presenciou uma cena, como as que foram aqui descritas, algum dia na sua vida? Todos nós já presenciamos algo semelhante.
No tempo de Jesus não era diferente! Cristo, pelo que sabemos, veio de uma família humilde, que lutava no seu dia a dia para se sustentar! O Evangelho de hoje nos diz que José era carpinteiro: profissão simples! Aquelas pessoas conheciam a origem de Jesus Nazareno. Sabiam de onde Ele havia vindo! Sabiam quem eram o pai, a mãe e os parentes d'Ele. Sabiam a profissão de Seu pai. E por saberem que Jesus era de origem humilde, não podiam aceitar que Ele fosse um Profeta, ou melhor ainda: o Filho de Deus. A sabedoria de Jesus espantava aqueles judeus! Ao questionarem a origem de Jesus, era o mesmo que falar: “Aquele ali, que está pregando, é pobre! Coitadinho! Não tem onde cair morto! Trabalha hoje para comer amanhã! O pai dele é um coitado!”
Quem disse que quem nasceu pobre não pode se tornar alguém na vida? Onde está escrito isso? Não é a nossa condição social que traça o nosso destino! Somos nós quem construímos a nossa história! Quantas pessoas que nós conhecemos que não tinham nada e hoje estão bem na vida! Lutaram, cresceram, mudaram a sua história. Jesus nasceu num lar pobre. Mas ser pobre não é sinônimo de burrice! Ele foi educado com amor, com paciência, com compreensão! Cresceu cercado de amor. Era Filho de Deus. Mas teve que aprender a falar, a andar, a trabalhar...
Não podemos nos deixar levar por uma sociedade que julga a pessoa pelo que ela tem, não pelo que ela é. Os judeus julgavam Jesus pela Sua condição social, não pelo que Ele era: Filho de Deus! Não aceitavam que uma pessoa simples pudesse falar tão bem, curar, realizar milagres, profetizar... Viam apenas o exterior... Não permitiam que seus corações fossem além das aparências!
Vivemos em meio a uma crise mundial. Milhares de pessoas têm sido demitidas diariamente. Aumentam o desemprego, a fome... E isso gera na sociedade uma maior onda de crimes, roubos, violência...
Hoje somos convidados a valorizar o nosso trabalho. Não importa qual seja o nosso emprego: pedreiro, carpinteiro, pintor, lavrador, professor, médico, advogado... O importante é que o realizemos com amor. Agradeçamos a Deus por estarmos empregados, pois quantos não têm um emprego, ou estão sendo demitidos. E aqueles que procuram um emprego são chamados a redobrarem sua confiança em Deus!
Ninguém nasceu marcado para ser infeliz na vida! Nossa história deve ser marcada pela luta por um mundo e uma vida melhores. Somos importantes não pelo aquilo que temos, mas por aquilo que somos. Não sejamos juízes de nossos irmãos e irmãs! Ajudemos a fazer deste mundo um lugar melhor! Construímos hoje o nosso amanhã. Plantemos sementes de amor no chão da nossa história.

 Padre Flávio Sobreiro