segunda-feira, 7 de novembro de 2011

EXERCITEMOS A NOSSA VONTADE

Para conquistar tudo o que quisermos nesta vida, precisamos nos exercitar como os atletas que treinam longamente para obterem o domínio do corpo.
Precisamos fazer pequenos exercícios no dia a dia como tomar um banho frio, comer menos ou comer alguns alimentos, mesmo que eles não sejam muito agradáveis ao nosso paladar; falar menos e escutar mais, fazer ao outro o que gostaríamos que fizessem a nós, ficar atento à necessidade do irmão e tantas outras atividades que o Espírito Santo vai nos inspirar ao longo do dia. Isso, com certeza, nos favorecerá organizar, regrar e disciplinar a nossa vida.
Muitas vezes somos arrastados de um lado para o outro por coisas que nos dominam, pois não temos forças para enfrentá-las, porque a nossa vontade está enfraquecida. No entanto, com nosso esforço e com a graça de Deus podemos proclamar: “Tudo posso naquele que me fortalece” (Fl 4,13).
Fiquemos atentos a todas as oportunidades que teremos ao longo deste dia para exercitarmos a nossa vontade.
Espírito Santo, ajude-nos a sermos homens e mulheres de têmpera.
Luzia Santiago

COMUNHÃO ESPIRITUAL

Oh! Jesus meu, creio que estais no Santíssimo Sacramento; Vos amo sobre todas as coisas e desejo receber-vos dentro de minha alma. Já que agora não posso fazê-lo sacramentalmente vinde ao menos espiritualmente a meu coração. Como se já houvesse vindo, vos abraço e me uno todo a Vós; não permitais jamais que volte a abandonar-vos:
- Da desgraça de receber indignamente vosso Corpo e Sangue, livrai-nos, Senhor.
- Da concupiscência da carne, livrai-nos, Senhor.
- Da concupiscência dos olhos, livrai-nos Senhor.
- Da soberba da vida, livrai-nos, Senhor.
- De toda ocasião de ofender-vos, livrai-nos, Senhor.
- Jesus, ouvi-nos..
- Jesus, escutai-nos..
V. Nos haveis dado um pão vindo do céu.
R. Um pão que encerra toda doçura.
Glória a Deus. Amém.

O PECADO DA INVEJA

Imagem de Destaque
O invejoso é infeliz com a própria desgraça
Não é sem razão que a Igreja classifica a inveja como pecado capital. Muitos e muitos males provém dela. Diz o livro da Sabedoria que é por causa da inveja que o demônio levou ao pecado nossos primeiros pais no início da história da humanidade.
"Ora, Deus criou o homem para a imortalidade e o fez à imagem de sua própria natureza. É por inveja do demônio que a morte entrou no mundo, e os que pertencem ao demônio prová-la-ão" (Sb 2,23-24).
Santo Agostinho dizia que "a inveja é o pecado diabólico por excelência”. E se referia a ela como "o caruncho da alma que tudo rói e reduz a pó".
A inveja é companheira daquele que não suporta o sucesso dos outros e não se conforma em ver alguém melhor do que ele mesmo. Está sempre com aquelas pessoas soberbas, que querem sempre ser melhores do que as outras em tudo. Muitas vezes, ela também é companheira das pessoas inseguras, fracassadas ou revoltadas, que, não conseguindo o sucesso das outras, ficam corroídas de inveja e desejando-lhes o mal. Fica torcendo pelo mal do outro, e quando este fracassa, diz em seu interior: "bem feito!".
O primeiro pecado dos filhos de Adão e Eva foi cometido por inveja. Caim matou o irmão Abel. Abel era pastor e Caim lavrador (cf. Gen 4). Pior do que um homicídio (assassinato de um homem), o crime de Caim, movido pela inveja, foi um fratricídio (assassinato de um irmão).
Também por causa da inveja os filhos do patriarca Jacó venderam o seu filho caçula, José, para os mercadores que o levaram para o Egito.
O caso mais triste que as Escrituras nos relatam, por causa da inveja, é o da morte de Jesus. O evangelista São Mateus deixa claro a razão que os levou a matar o Filho de Deus: "Pilatos dirigiu-se ao povo reunido: 'Qual quereis que eu vos solte: Barrabás ou Jesus, que se chama Cristo?' Ele sabia que tinham entregue Jesus por inveja" (Mt 27,18).
Vemos, assim, a que ponto chega a inveja. Diante disto, temos que nos acautelar; uma vez movidos por ela, somos levados a praticar muitas injustiças. Quantas fofocas, maledicências, intrigas, brigas, rivalidades, calúnias e ódios acontecem por causa de uma inveja!
O pior de tudo para nós cristãos é constatar que ela se entranha até mesmo nas obras e nos filhos de Deus. Podemos dizer seguramente que muitas rivalidades e disputas que surgem também no coração da Igreja, tristemente são causadas pela inveja, pelo ciúme e despeito.
Ao invés de se alegrar com o sucesso do irmão no seu trabalho para o Reino de Deus, a pessoa fica remoendo a inveja, porque não consegue o mesmo sucesso. O que importa afinal, é o meu sucesso. O invejoso é infeliz com a própria desgraça e com a felicidade do outro.
Precisamos aprender a fazer com que a felicidade do próximo seja um motivo a mais para sermos felizes; não o contrário. A inveja é uma perversão.
Quando o menor sentimento de inveja brotar em nosso coração, precisamos cortá-lo de imediato, com a sábia atitude do “agire contra”; isto é, substituir o sentimento de desprezo por um sentimento de amor, num profundo desejo de que essa pessoa progrida ainda com o sucesso que não conseguimos alcançar. É preciso saber pedir perdão a Deus pelo mau sentimento em nós gerado.
Quem sabe, agindo assim, daremos um tapa na cara do tentador que deseja, a todo custo, semear o veneno da inveja em nossa alma, fomentando a intriga, a maledicência, a rivalidade entre os irmãos. Não o permitamos. São Paulo nos ensina a não dar oportunidade ao demônio para agir em nossa vida. "Não deis lugar ao demônio" (Ef 4,27).
Santo Agostinho nos ajuda a entender a gravidade da inveja: "Terrível mal da alma, vírus da mente e fulminante corrosivo do coração, é invejar os dons de Deus que o irmão possui, sentir-se desafortunado por causa da fortuna dos outros, atormentar-se com o êxito dos demais, cometer um crime no segredo do coração, entregando o espírito e os sentidos à tortura da ansiedade; destroçar-se com a própria fúria!"
Dizia São Leão Magno que "quando todos estivermos cheios de sentimentos de benevolência, o veneno da inveja há de desaparecer inteiramente".
O mesmo santo doutor e Papa ensinava que ardem de inveja da perfeição dos outros; e, como os vícios desagradam as virtudes, armam-se de ódios contra aqueles cujos exemplos não seguem.
São João Crisóstomo (†404), o grande patriarca e doutor da Igreja, chamado de “boca de ouro”, mostra bem o perigo da inveja para a vida cristã:
“Nós nos combatemos mutuamente e é a inveja que nos arma uns contra os outros. Pois bem, alegrai-vos com o progresso do vosso irmão e imediatamente Deus será glorificado por vós”.
Felipe Aquino