segunda-feira, 20 de junho de 2011

O SEGUIDOR DE CRISTO E A CRUZ

É ajuizado aquele que abraça a sua cruz com a abnegação
Uma das advertências incisivas de Cristo, que cumpre seja sempre refletida, foi esta: “Quem não toma a sua cruz e não me segue não é digno de mim” (Mt 10,18). Fica, portanto, claro que quem quer seriamente segui-Lo deve carregar a própria cruz. É isso uma exigência a que todo cristão deve se submeter. Trata-se da cruz de cada dia, pois, num vale de lágrimas, esforços constantes são necessários para o próprio aprimoramento espiritual. Os sofrimentos, as amarguras, as tribulações estão sempre presentes de uma forma ou de outra, mas feliz quem as transforma em pérolas preciosas para a eternidade.
A felicidade perene não se adquire por um simples ato de virtude ou um sacrifício pontual. Toda energia e toda coragem nos mínimos sacrifícios de cada momento lançam a vida nesta terra bem longe da mediocridade, do comodismo. Cada instante é uma nova ocasião para caminhar fielmente, vencendo-se a si mesmo com generosidade e sinceridade. Note-se que Jesus determinou que é preciso segui-Lo, dado que Ele carregou primeiro a Sua cruz, deixando um exemplo a ser adotado. O mistério da cruz de Cristo transcende os séculos e os verdadeiros cristãos vivem o que dizia São Paulo: “Quanto a mim só quero me gloriar da cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo!" (Gl 6,14). Isso não quer dizer que se refaz o que o Redentor realizou há dois mil anos, mas se unir ao dom feito por Ele de si mesmo e que atravessa os tempos.
Muitos são os que pensam em fazer penitências extraordinárias, quando o que Deus quer são as penas ordinárias de cada hora aceitas de uma maneira extraordinária, porque se acha unido o cristão ao seu Salvador. Em qualquer momento desta vida o ser humano convive com as dificuldades mais variadas, mas cumpre sobrenaturalizá-las A dor e a aflição acompanham o ser racional desde o nascer ao fim de sua trajetória terrena. De fato, que idade, que tempo, que lugar e que condição social se viram jamais isentos de sacrifícios? É ajuizado aquele que abraça a sua cruz com a abnegação, com a renúncia, com a mortificação. A vida do autêntico cristão pode parecer dura, mas é meritória; pesada, mas é alegre. É o que acontecia com os santos os quais no meio de suas cruzes conservavam a calma, a paz, o júbilo, a santa resignação e conformidade com a vontade divina. Eles amavam a cruz e conheciam seu valor. Vivenciaram as palavras de São Paulo: “Realmente, o leve peso da nossa tribulação do momento presente, prepara-nos, além de toda e qualquer medida, um peso eterno de glória” (2 Cor 5,17).
O autor do livro “Imitação de Cristo” lembra que “na cruz está a salvação, na cruz encontramos a vida, na cruz nos defendemos dos inimigos, na cruz recebemos infusões de celestial suavidade, na cruz se robustece a mente, na cruz se encontra o gozo do espírito, na cruz se acha a súmula da virtude, na cruz se adquire a perfeição da santidade” (Lv II, 12). É preciso que o cristão saiba sempre combater o bom combate a que se refere o Apóstolo das Gentes (cf. II Tm 4,7). O temor do sacrifício, as desilusões e os próprios defeitos não dobram uma vontade firme, forte, enérgica e constante. Carregar a cruz, como deseja Jesus, é exercer também a disciplina da vontade, agindo seu discípulo com reflexão, sem se deixar levar pela rotina, pelo capricho do impulso do momento e de qualquer paixão desordenada. A precipitação impede de se agir com retidão.
A serenidade, a calma e a tranquilidade só as possuem quem domina com vigor seu modo de atuar. Não é fácil lutar contra a lassidão, a indolência que conduzem à omissão no cumprimento dos deveres diários. A fuga da ociosidade requer disposição contínua para que, num trabalho bem direcionado, se possa ter um autodomínio que demanda pugna ininterrupta, custosa. Deste modo, em todas as circunstâncias da vida, há como colocar em prática a determinação de Cristo, carregando com sapiência, nos traços de Seus passos. Assim, para se viver plenamente esta espiritualidade da cruz todo cristão deve, portanto, ter seu olhar voltado para Cristo e, corajosamente, segui-Lo. Apenas deste modo se experimenta a exemplaridade do Mestre divino, experiência que é sempre elemento essencial para se atingir uma melhor perfeição na caminhada rumo a Jerusalém celeste. Este convívio sábio com as incongruências do dia a dia traz imperturbabilidade e impede uma projeção pessimista quanto o dia de amanhã, porque o cristão fica prevenido e armado contra possíveis dissabores, porque saberá enfrentá-los sob a luz do divino Crucificado e repete ufano com o Apóstolo: “Eu tudo posso naquele que me conforta” (Fl 4,13).
Cônego José Geraldo Vidigal de Carvalho

PRECISAMOS ACORDAR PARA A SANTIDADE DE VIDA

 
A Eucaristia é a fonte de santidade, o ápice da nossa fé. As obras do Senhor são maravilhosas, são verdadeiras; por isso, nesse Tempo Comum, experimentemos a consciência da verdade: Eucaristia, fonte de santidade.
Deus é Pai, n'Ele podemos encontrar o colo paterno e nos vermos amados pelo Seu amor, que vai muito além do amor de uma paternidade biológica. Deus Pai nos ama tanto que entregou Seu Filho para morrer por nós, para que, na Sua ressurreição, possamos ter vida.
Como podemos ensinar nossos filhos a respeitar pai e mãe numa cultura de morte, na qual estes [filhos] não aprendem, na correção do amor, a ter limites? Hoje, os filhos estão matando os pais, anulando-os de sua vida. O mundo os ensina a ser independentes e os tira da riqueza da santidade de serem filhos de Deus.
Hoje, já se fala no aborto como uma realidade humana, mas ele é algo que desumaniza. Na loucura de uma inteligência distante de Deus, estão assassinando crianças!
Meus irmãos, somos chamados a assumir a vida diante d'Aquele que vive na Eucaristia. Precisamos gerar vida na nossa família. Em nossas casas, a partir de um compromisso com Cristo, precisamos ser luz e romper com a mentalidade do orgulho e do egoísmo.
Como vivenciamos isso? Por meio dos sacramentos. É por isso que Cristo nos deixou o sacramento da confissão, da reconciliação com Ele, com nós mesmos e com o próximo. Ali, diante do confessionário, dizemos que nos arrependemos de nosso orgulho e voltamos a ser puros, sem máculas, sem pecados.
Sei que não é fácil perdoar, mas com esse ato de humilhação pelo qual passamos, deixamos o orgulho de lado e geramos céu na vida do irmão. Peça perdão quantas vezes for necessário, pois quando vamos ao encontro do irmão, nós também estamos sendo canais de Deus para a vida dele.
Até curas físicas acontecem em nossa vida depois que perdoamos! Muitos até passam a sorrir, a ter esperança e motivação para viver, pois antes, por não perdoarem, sentiam um desânimo, permitiam que a escuridão tomasse conta do seu coração.
Nós precisamos ser suporte, porque estamos alicerçados na Rocha firme, que é Cristo. Precisamos acordar para a santidade de vida, ter paciência com o próximo, pois santidade não é deixar de cair, mas ter a capacidade de olhar para a misericórdia. Somente as obras do Senhor são verdadeiras e justas em nossa vida.
Deus quer operar em nossa forma de pensar; Ele quer que nos esforcemos para viver sempre a misericórdia e, assim, possamos ser misericordiosos com os outros.
Senhor Jesus Cristo, dê-me a graça de me comprometer com Sua obra, que é verdadeira e justa, para que eu possa testemunhar a vida que experimento na Eucaristia e também para que eu amadureça por meio das cruzes que sou chamado a carregar, a cruz da vida, do amor e da misericórdia”.Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Padre Ivan Paixão