sábado, 28 de maio de 2011

GUERREIROS DE DEUS

 
A verdade é que não podemos confiar em nós mesmos. A nossa natureza humana foi contaminada pelo pecado. Somos portadores de uma inclinação para o mal. Se não tomarmos cuidado, esta natureza velha toma conta de nós.
Antes de nossa conversão, o inimigo pouco se preocupava em nos tentar. Mas quanto mais tomamos consciência de que somos eleitos, quanto mais trilhamos os caminhos do Senhor e nos tornamos úteis no trabalho de Deus, mais somos provados pela tentação.
A tentação pela qual Jesus passou é a mesma pela qual passam todos os guerreiros de Deus.

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

HÁ DESEJOS ,AFETOS E PAIXÕES DESORDENADOS QUE PRECISAM DE CURA




São Paulo atribui a decadência moral da humanidade à substituição da Verdade sobre Deus pela idolatria que consiste em adorar o não adorável (cf. Cl 3,5). O documento de Puebla, do Episcopado Latino-Americano (1979), refere-se a três formas de idolatria: a da riqueza, a do prazer e a do poder. O apóstolo dos gentios oferece, na Carta aos Romanos, uma lista de comportamentos que caracterizavam a cultura pagã de seu tempo. Fala de um aprisionamento da verdade, impedida de vir à tona, pelas escolhas ímpias e injustas dos seres humanos. Em outra passagem, o apóstolo afirma que os gentios, que não receberam a lei revelada, têm a lei "gravada em seus corações" (cf. Rom 2,15), razão por que são também responsáveis diante da própria consciência pelo mal que praticam.
Aqueles que creem de verdade em Deus, Pai e Criador, estão convictos de que existe uma ordem natural a ser respeitada e que a verdadeira liberdade consiste em assumir, na própria existência, o projeto de Deus que se pode descobrir pela consideração atenta, sensível à verdade, da natureza profunda do universo e da própria natureza humana. Quando Deus deixa de ser o fundamento último da existência humana, tudo se torna possível.
Os desejos dos indivíduos, ou de grupos, podem então se transformar em direitos e as leis acabam por abrir espaço para sua satisfação. Escutemos São Paulo: "Ao mesmo tempo revela-se, lá do céu, a ira de Deus contra toda impiedade e injustiça humana, daqueles que por sua injustiça aprisionam a verdade. Pois o que de Deus se pode conhecer é a eles manifesto, já que Deus mesmo lhes deu esse conhecimento. De fato, as perfeições invisíveis de Deus - não somente seu poder eterno, mas também a sua eterna divindade - são percebidas pelo intelecto, através de suas obras, desde a criação do mundo. Portanto, eles não têm desculpa: apesar de conhecerem a Deus, não o glorificaram como Deus nem lhe deram graças. Pelo contrário, perderam-se em seus pensamentos fúteis, e seu coração insensato se obscureceu.  Alardeando sabedoria, tornaram-se tolos e trocaram a glória do Deus incorruptível por uma imagem de seres corruptíveis, como homens, pássaros, quadrúpedes, répteis.  Por isso, Deus os entregou, dominados pelas paixões de seus corações, a tal impureza que eles desonram seus próprios corpos. Trocaram a verdade de Deus pela falsidade, cultuando e servindo a criatura em lugar do Criador, que é bendito para sempre. Amém.
Por tudo isso, Deus os entregou a paixões vergonhosas: tanto as mulheres substituíram a relação natural por uma relação antinatural, como também os homens abandonaram a relação sexual com a mulher e arderam de paixão uns pelos outros, praticando a torpeza homem com homem e recebendo em si mesmos a devida paga de seus desvios.  E, porque não julgaram ser bom alcançar a Deus pelo conhecimento, Deus os entregou ao seu reprovado modo de pensar. Praticaram então todo tipo de torpeza: cheios de injustiça, iniquidade, avareza, malvadez, inveja, homicídio, rixa, astúcia, perversidade; intrigantes, difamadores, inimigos de Deus, insolentes, soberbos, presunçosos, tramadores de maldades, rebeldes aos pais, insensatos, traidores, sem afeição, sem compaixão. E, apesar de conhecerem o juízo de Deus que declara dignos de morte os autores de tais ações, não somente as praticam, mas ainda aprovam os que as praticam" (Rom 1,18-31). 
Aí está, prezado leitor, uma descrição de costumes e de comportamentos que estão presentes, em grau maior ou menor, em todas as épocas da história. Aliás, a Epístola aos Romanos quer mostrar exatamente isto: todos os seres humanos, sem exceção, estão sob o domínio do pecado. Seu objetivo é mostrar que, em Cristo, somos salvos.
O reconhecimento de nossa condição de pecadores abre-nos para Cristo Redentor. Saberemos, entretanto, reconhecer que em nós há desejos, afetos e paixões desordenados que precisam de cura e saberemos perceber a ação de Deus que nos mobiliza na direção da prática do bem. Nesse sentido é impossível viver sem experimentar este conflito: "O querer o bem está ao meu alcance, não porém praticá-lo. Com efeito, não faço o bem que quero, mas pratico o mal que não quero" (Rom 7,18-19). A consciência dessa condição nos leva a Cristo que, pelo Espírito Santo, vem em nosso socorro e nos dá a graça de construir nossa vida segundo o projeto de Deus. Não precisamos ser escravos nem da lei nem de nossas paixões desregradas. Podemos caminhar na direção de uma liberdade sempre mais profunda, conduzidos pelo Espírito de Cristo. Um alerta: a cultura hedonista se alastra, cria leis que transformam em direitos comportamentos que destoam da verdade. Não se considere melhor que os outros nem se assuste, pois o Senhor nos diz: "não tenhais medo, sou eu" (Jo 6,20); e ainda: "eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos" (Mt 28,20).
Dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues
Arcebispo de Sorocaba (SP)

COM A GRAÇA DE DEUS NÓS VAMOS LONGE

Só somos capazes de ter firmes e bons propósitos auxiliados pela graça de Deus. Por nós mesmos, não somos capazes de realizar boas ações.
A cada ano que tem início, somos levados a estabelecer novas metas e propósitos, mas até as coisas boas que nos dispomos a viver se não forem amparadas pela graça divina, de acordo com a vontade de Deus Pai, não irão adiante, porque sem o Senhor nada podemos fazer.
Peçamos ao Senhor que abençoe os nossos projetos e as nossas decisões, para que sejamos capazes de levá-los adiante com sabedoria, justiça e amor.
Com a graça de Deus nós vamos longe, mas sem a graça do Pai, somos as mais pobres de todas as criaturas. Estamos no tempo da graça, não podemos deixá-la passar em vão.
“Visto estarmos cooperando com Ele, nós vos exortamos a não deixar sem efeito a graça recebida de Deus. Pois Ele diz: No momento favorável, eu te atendo, e no dia da salvação venho em teu socorro. Eis agora o momento inteiramente favorável. Eis agora o dia da salvação” ( II Cor 6, 1-2).
Deixemo-nos ser inteiramente guiados pela graça do Senhor para que sejamos cada dia mais santos!
Jesus, eu confio em Vós!
Luzia Santiago