terça-feira, 19 de abril de 2011

A PÁSCOA NO NOSSO MUNDO PARTICULAR

Um tempo que nos ajuda a ler as páginas de nossa vida          A Páscoa é o dia mais importante para os cristãos, pois comemora a Ressurreição de Jesus Cristo, a passagem da morte para a vida. A Igreja celebra a Morte redentora de Jesus e a Ressurreição d’Ele, por meio da qual a esperança de uma vida nova foi resgatada. Pensar em morte e ressurreição, quando gozamos de plena saúde, pode parecer viver alguma coisa que está muito além do nosso tempo. Afinal, espera-se por algo que somente deverá acontecer após a nossa morte...O tempo – que antecede a Páscoa – é chamado de Quaresma, período de especial preparação, no qual a Igreja caminha com os fiéis para a prática da conversão cotidiana e mudança de vida. Pode-se pensar que o tempo quaresmal é para ser vivido apenas por aqueles que estão na Igreja, para os “carolas”, chamados por alguns de radicalistas ou retrógrados. Mas esse tempo de “retiro” nos ajuda a ler as páginas de nossa vida sob a luz d’Aquele que nos chama a nos aproximarmos d’Ele. Além da nossa alma, muitas outras coisas precisam ganhar vida nova em nós, tanto no convívio como nas responsabilidades e procedimentos.No decorrer de nossa vida percebemos que, muitas vezes, somos influenciados por situações ou pessoas. Algumas influências são positivas; outras, nem tanto. Sem muito esforço, notamos que aquilo que antes era importante, hoje deixou de sê-lo; que o que era tido como falta grave, com o tempo, passou a ser tido como natural para muitos, mesmo que isso implique no prejuízo de outrem; não importa, desde que se obtenha algum lucro. Da mesma forma, o que era defendido com ardor – como, por exemplo, a vida – passou a ser considerada, muitas vezes, como estratégia de marketing sócio-político.Às vezes, aceita-se, com tranquilidade, algumas questões polêmicas, as quais sutilmente minimizam o peso de um compromisso. Se houver repulsa quanto a esses conceitos, não se hesitará em condenar a Igreja como aquela que atravanca o  "progresso". Assim, a vida vem sendo mergulhada num mundo cinzento, com a falta de esperança e de valores.É interessante notar que acontece também uma grande mobilização do comércio nas grandes celebrações cristãs. Para a indústria e o comércio, os quarenta dias, que antecedem a Páscoa, significam preparar-se para uma maior produção de chocolate. Para a imprensa, significa noticiar o crescimento das vendas – comparadas ao ano anterior – e o corre-corre nos supermercados e lojas. E o comércio se transforma em grandes estandes ofertando uma imensa variedade de ovos de chocolate, que seduzem crianças e cujos preços assustam os pais. Sedadas pelas doces abordagens, promovidas pelo comércio, muitas pessoas se limitam a se recordar das festas cristãs somente como tempo para se presentearem.Não se pode negar que somos também envolvidos por toda essa articulação vinculada pela Dado Moura
  mídia – associada às estratégias do comércio. Neste ano, podemos mudar este cenário buscando viver essas celebrações de forma diferente, mudando nossas vidas e atitudes.Muitos fiéis aguardam, em vigília, a Ressurreição de Cristo. Nós devemos esperar por isso e nos abrir para que essa ressurreição também aconteça em cada um de nós, em cada mundo particular, em nossa maneira de pensar e de agir. De forma a permitir que esta mesma ressurreição brilhe em nossos olhos para que percebamos nossa própria realidade. Dessa maneira, pouco a pouco, percebemos que o que deve nos animar não é somente o instinto de sobrevivência, mas o Espírito Santo de Deus, que nos sustenta e nos estimula a crescer na graça de sermos filhos do Altíssimo.

A NÓS CABE A DECISÃO

2209091Madre Teresa de Calcutá viveu cada dia de sua vida afirmando: “O dia mais belo é hoje”. Quando assumimos o presente, o hoje, o agora, vivemos em plenitude. Desvencilhemo-nos do passado, deixando-nos guiar pela mão poderosa de Deus em todos os momentos.
Um novo dia sempre traz consigo novidades próprias e também problemas próprios, mas a beleza está na nossa atitude diante de cada situação: podemos agradecer a Deus por todas as coisas ou reclamar de tudo, ou seja, podemos escolher “o vinagre da amargura” ou “o vinho da alegria”, ambos são feitos da mesma uva. A nós cabe a decisão.
“Vivei sempre contentes. Orai sem cessar. Em todas as circunstâncias, dai graças, porque esta é a vosso respeito a vontade de Deus em Cristo Jesus” (I Tessalonicenses 5,16-18).
Oremos ao longo de todo o dia:
Jesus, eu confio em Vós!

OFEREÇA A JESUS O QUE VOCE TEM DE MELHOR E MAIS PRECIOSO

Estamos na Semana Santa. Semana na qual celebramos a centralidade da nossa fé que teve início na entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, ou seja, a Paixão – subida de Jesus Cristo ao Monte Calvário, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo para a nossa salvação, para nos resgatar das mãos do demônio e nos transferir para o mundo da Luz, para a liberdade dos filhos de Deus. Jesus morre na cruz para reconciliar o homem com Deus. É a semana da nossa reconciliação com Deus. É a semana da vitória da vida sobre a morte, da Graça sobre o pecado.
Quando os fiéis são batizados, aplica-se a cada um deles os efeitos redentores da Morte e Ressurreição de Cristo. Por isso, o cristão católico convicto celebra com alegria cada função litúrgica desta Semana Santa, que termina na celebração do Tríduo Pascal e da Páscoa.
Assim recomenda a Santa Mãe Igreja que todos os seus filhos se confessem para que, morrendo com Cristo no pecado, possam com Ele ressuscitar, na madrugada do Domingo da Páscoa para a vida eterna.
O tempo da Quaresma se prolonga até a Quinta-feira da Semana Santa. A Missa Vespertina da Ceia do Senhor é a grande introdução ao Santo Tríduo Pascal. O Tríduo Pascal tem início na Sexta-feira da Paixão, prossegue com o Sábado de Aleluia e chega ao ponto mais alto na Vigília Pascal terminando com as Vésperas do Domingo da Ressurreição.
O Evangelho proposto nesta Segunda-feira da Semana Santa é o de Jesus que volta a Betânia – seis dias antes da Páscoa – para manifestar o Seu amor e carinho pelos amigos.
Comove ver como o Senhor tem esta amizade, tão divina e tão humana, que se manifesta num convívio frequente. Nessa visita de Jesus a Lázaro, Maria e Marta, vejo-me também na condição de acolher e receber o Senhor em minha casa e vida. Jesus vem me visitar hoje. E eu quero recebê-Lo com o coração aberto, alegre e agradecido por merecer Sua amizade e confiança, assim como sempre foi muito bem recebido por Lázaro, Marta e Maria, em qualquer dia e a qualquer hora, com alegria e afeto. Como havia grande respeito, atenção e caridade entre eles assim me comprometo fazer.
São milhares aqueles que negam hospedagem para Cristo Jesus em seus corações, mas escancara-os para o mundo e suas vaidades; esses vivem com a alma cheia de vícios: a alma, sem a presença de seu Deus e dos anjos que nela jubilavam, cobre-se com as trevas do pecado, de sentimentos vergonhosos e de completa ignomínia. Ai da alma se lhe falta Cristo! Que a cultive com diligência, para que possa germinar os bons frutos do Espírito. Deserta, coberta de espinhos e de abrolhos terminará por encontrar, em vez de frutos, a queimada. Ai da alma, se seu Senhor, o Cristo, nela não habitar! Abandonada, encher-se-á com o mau cheiro das paixões, virará moradia dos vícios”, afirma São Macário.
Era costume da hospitalidade do Oriente honrar um hóspede ilustre com água perfumada depois de se lavar. E mal se sentou Jesus, Maria tomou um frasco de alabastro que continha uma libra de perfume muito caro, de nardo puro. Aproximou-se por detrás do divã onde estava recostado Jesus e ungiu os Seus pés e os secou com os seus cabelos: Trata-se de Maria Madalena que, pela segunda vez, unge o Corpo santíssimo do nosso Divino Salvador.
O nardo era um perfume raríssimo, de grande valor, que ordinariamente se encerrava em pequenos vasos de boca estreita e apertada. Quebrar este vaso e derramar o conteúdo sobre a cabeça de alguém, era, entre os antigos, sinal de grande honra e distinção.
Maria ofereceu o melhor para Cristo Jesus. Ela não ofereceu um perfume barato, e sim, o melhor e o mais caro. E você? O que tem oferecido ao seu Senhor?
Façamos também nós o mesmo. Ofereçamos para Nosso Senhor aquilo que temos de melhor e mais precioso: o melhor cálice, a mais bela patena, o mais piedoso ostensório, os melhores paramentos, a nossa vida, tudo o que somos e temos. Pois, todo o luxo, majestade e beleza são poucos diante de tamanha grandeza de Jesus.
Acolhendo o mistério redentor de Cristo e Sua Palavra, meditando os acontecimentos da nossa redenção, só poderemos crescer na alegria e na paz do Deus que nos ofertou Sua vida. Deixemos, pois, que o Espírito de Deus tome conta de nossa existência, para que sejamos conduzidos à eterna alegria da Salvação e Ressurreição.
Padre Bantu Mendonça