quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

APRESENTAÇÃO DO MENINO JESUS NO TEMPLO Lc 2,22-35


Levaram o Menino a Jerusalém, a fim de O apresentarem ao Senhor, conforme o que está escrito na Lei do Senhor” (Lc 2, 22).
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Conforme a Lei, sobre a mulher gestante incidiam várias exigências a serem cumpridas quando do nascimento da criança. A consagração dos primogênitos era feita no ato da circuncisão, no sexto dia do nascimento (Ex 22,28s; Lv 12,3). A purificação da mãe acontecia trinta e três dias depois da circuncisão.
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No Templo de Jerusalém, por ocasião da purificação de Maria, o justo Simeão profetiza sobre o menino Jesus, que será sinal de contradição. Uma das características marcantes de Jesus em seu ministério foi o conflito com as tradições da Lei e com os chefes religiosos. O empenho em libertar os pequenos e humildes oprimidos sob o jugo da Lei levou-o à morte de cruz, momento culminante em que uma espada traspassa a alma de sua mãe.
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A Igreja, hoje, revive o mistério da Apresentação de Jesus no Templo. Revive-o com a admiração da Sagrada Família de Nazaré, iluminada pela plena revelação daquele “Menino” que como a primeira e a segunda leitura acabaram de nos recordar, é o juiz escatológico prometido pelos profetas (cf. Ml 3, 1-3), o “Sumo Sacerdote misericordioso e fiel”, que veio para “expiar os pecados do povo” (Hb 2, 17).
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O Menino, que Maria e José levam com emoção ao Templo, é o Verbo encarnado, o Redentor do homem, da história!
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Hoje, comemorando o acontecimento que nesse dia teve lugar em Jerusalém, também nós somos convidados a entrar no Templo, para meditar sobre o mistério de Cristo, unigênito do Pai que, com a sua Encarnação e a sua Páscoa, tornou-se o primogênito da humanidade redimida.
Desta maneira, no Evangelho de hoje prolonga-se o tema de Cristo luz, que caracteriza as solenidades do Natal e da Epifania.



“Luz para iluminar as nações e glória do teu povo, Israel” (Lc 2, 32). Estas palavras proféticas são proferidas pelo velho Simeão, inspirado por Deus quando toma o Menino Jesus nos seus braços. Ele preanuncia ao mesmo tempo em que “o Messias do Senhor” realizará a sua missão como um “sinal de contradição” (Lc 2, 34). Quanto a Maria, a Mãe, também Ela participará pessoalmente na paixão do seu Filho divino (cf. Lc 2, 35).
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Por conseguinte, na solenidade do dia de hoje, celebramos o mistério da consagração: consagração de Cristo, consagração de Maria e consagração de todos aqueles que se põem no seguimento de Jesus por amor do Reino.
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O ícone de Maria que contemplamos enquanto oferece Jesus no Templo, prefigura o ícone da Crucifixão, antecipando também a sua chave de leitura, Jesus, Filho de Deus, sinal de contradição. Com efeito, é no Calvário que alcança o seu cumprimento a oblação do Filho e, unida a esta, também a da Mãe. A mesma espada atravessa ambos, a Mãe e o Filho (cf. Lc 2, 35). A mesma dor, o mesmo amor.
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Ao longo deste caminho, a Mãe de Jesus tornou-se Mãe da Igreja. A sua peregrinação de fé e de consagração constitui o arquétipo para a peregrinação de cada batizado. Como é consolador saber que Maria está ao nosso lado, como Mãe e Mestra, no itinerário de nossa vida de batizados! Além do plano afetivo, encontra-se ao nosso lado mais profundamente na eficácia sobrenatural demonstrada pelas Escrituras, pela Tradição e pelo testemunho dos Santos, muitos dos quais seguiram Cristo no caminho exigente dos conselhos evangélicos.
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Cada ano, no Tempo Litúrgico do Natal, recorda a imensidão do amor de Deus por nós. É preciso acreditar e viver esse amor e a ele entregar-se sem reservas. Assim como Simeão realizou sua esperança, também nós podermos contar sempre com a presença redentora de Cristo. Deixemos, pois, que Deus nos ame, para que sejamos, de fato, transformados, pois Ele continua amorosamente presente no meio de nós.
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Ó Maria, Mãe de Cristo e nossa Mãe, agradecemos-te o cuidado com que nos acompanhas ao longo do caminho da vida, enquanto te pedimos: “Neste dia, volta a apresentar-nos a Deus, nosso único bem, a fim de que a nossa vida, consumida pelo Amor, seja um sacrifício vivo, santo e do teu agrado. Amém

VIVER NO ESPIRITO SANTO E NA ORAÇÃO

 
E vós outros estáveis mortos por vossas faltas, pelos pecados que cometestes outrora, seguindo o modo de viver deste mundo, do príncipe das potestades do ar, do espírito que agora atua nos rebeldes. Também nós todos andamos entre esses, quando outrora vivíamos nos desejos carnais, fazendo a vontade da carne e da concupiscência; éramos, como os outros, verdadeiros objetos da ira divina. Mas Deus, que é rico em misericórdia, impulsionado pelo grande amor com que nos amou quando estávamos mortos em conseqüência de nossos pecados, vivificou-nos junto com Cristo. É por graça que fostes salvo. Juntamente com Ele, nos ressuscitou e nos fez assentar nos céus com Cristo Jesus (Ef 2,1-6).

Em virtude de nossa vida mundana, de nosso afastamento, porque estávamos longe da oração, da Eucaristia, longe de Deus, tínhamos nos transformado em galhos afastados do tronco; estávamos murchos, mortos. Mas o Senhor bondosamente nos vivificou; fomos enxertados no tronco, que é Nosso Senhor Jesus Cristo.

Portanto, somos tolos se nos deleitamos com as coisas dos mortos, se agimos como mortos. Os mortos estão se opondo, se desagregando; os casamentos destes estão ruindo. Pela graça de Deus, pelo Sangue de Jesus, fomos ressuscitados e temos de viver na santidade, como vivos. As pessoas precisam respeitar umas às outras, os casados precisam ser fiéis; não podemos nos deixar arrastar pela tentação para as obras más.

Se eu lhe der um copo de suco com algumas gotas de veneno, você irá tomá-lo e assimilará o veneno sem perceber, gostando até. Isso ocorre todos os dias com as pessoas que se deleitam com um mundo de mortos e não percebem que, no fundo, estão sendo envenenadas. Não é possível tomar veneno todos os dias e ser do Senhor. É preciso coerência: os santos precisam viver como santos.

A tentação pôs em nossa cabeça que santidade é uma coisa impossível. E não o é. Quem escolheu a mim e a você não fomos nós, foi o Senhor quem nos enxertou em Cristo, foi o Senhor. A santidade, portanto, foi o Senhor que nos deu, ao escolher-nos; para resgatá-la basta viver no Espírito Santo, na oração.


(Trecho do livro "Caminho para santidade" de monsenhor Jonas Abib).

OS ARGUMENTOS DIANTE DOS DESENTENDIMENTOS

Pessoas que se calam vivem a falsa tranquilidade do medo
Em nossas experiências de convívio, encontramos pessoas com diferentes tipos de temperamento, os quais podem ser, algumas vezes, entraves para conciliar nossos objetivos, quando não sabemos lidar com essas particularidades.
Viver a harmonia em nossos relacionamentos é um desafio que não nos faz derrotados, mas tende a nos capacitar no crescimento e na habilidade de equilibrar ou até mesmo de repreender nossos ímpetos em ocasiões em que nos sentimos contestados. Quer seja no trabalho, quer seja na escola ou na família, partilhamos os mesmos ambientes com pessoas de diferentes hábitos e comportamentos. À primeira vista, pode nos parecer impossível um convívio sadio se focarmos nossas atenções apenas nas diferenças.
Para que haja espaço para a paz e o crescimento dos laços da intimidade em nossas convivências, precisamos nos empenhar em nos tornar pessoas fáceis de se lidar. A flexibilidade, a ponderação e, sobretudo, a boa educação devem permitir sempre a abertura para o diálogo, que é o começo de todo entendimento.
O relacionamento sadio acontece também quando conseguimos expressar as nossas opiniões, de modo claro e objetivo, sem ferir ou inferiorizar a outra pessoa. O extremismo nas atitudes, a prepotência em achar que sempre tem razão e que nunca comete erros, tudo isso faz de alguém assim um ditador arrogante. Fazendo-se valer de sua decisão, a pessoa se prende a seus argumentos, reafirmando somente os seus desejos sem, sequer, considerar os demais que a cercam.
Alcançar o bom relacionameto com as pessoas com as quais convivemos não significa nos anular completamente diante das divergências de opinião. Pessoas que se calam ou se anulam numa relação vivem a falsa tranquilidade gerada pelo medo. Elas preferem se omitir diante daquilo que não estão de acordo, mesmo que isso lhes traga sofrimentos; alegando, por exemplo, que o seu silêncio é a melhor resposta para que não aconteçam as "costumeiras" brigas. No entanto, ninguém poderá suportar um compromisso por anos, quando as suas verdades são asfixiadas!
Sabemos que não somos perfeitos; muitas vezes, somos tomados por aquela característica que mais marca o nosso temperamento. Para evitar que uma simples diferença de opinião se transforme numa guerra de nervos, precisamos considerar as razões que levam a outra pessoa a ter um parecer contrário ao nosso; ou que tipo de benefício ela espera obter na defesa dos pontos de vista dela, os quais ainda não conseguimos perceber; e vice-versa. Diante dos desentendimentos, precisamos aprender a nos posicionar e a defender nossos argumentos para que ocorra um diálogo produtivo e eficaz.
A fim de evitar que vivamos repetidamente e de maneira frustrante as mesmas situações em todas as esferas de nossos relacionamentos, precisamos, neste momento, assumir a verdade de que não estamos neste mundo simplesmente para nós mesmos ou para ser só mais um nas pesquisas do senso demográfico.
Temos um objetivo e uma meta a realizar naquilo que assumimos viver e isso poderá se tornar mais fácil ao nos abrirmos para a possibilidade de dar uma resposta diferente, de forma a favorecer relacionamentos duradouros. As grandes conquistas em nossos convívios podem acontecer a partir de pequenas mudanças.

Dado Moura